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ÉTICA E TÉCNICA NO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO Andanças com Dom Quixote e Sancho Pança Kleber Duarte Barretto Fichamento capítulo XVI Onde se adentra no campo da transicionalidade e se discute a participação da pessoa do terapeuta no trabalho clínico O ambiente suficientemente bom é capaz de fornecer ao bebê uma adaptação ativa às suas necessidades, principalmente nas primeiras semanas de vida, o termo transicionalidade, pode não ser familiar a muitas pessoas, mas as explicações através do pensamento winnicottiano entre outros, mais procuraremos aqui elucidar um pouco mais. Para winnicott, existe o que o autor denominou intervenção transicional. Intervenção através da qual se consegue alguma mudança, mas que utiliza do repertório oferecido pelo próprio paciente, levando em conta o seu universo simbólico. Respeitando o sonho, seu jogo, busca-se intervir a partir destas informações. Para Winnicott, a alucinação é expressão de uma potencialidade humana, as vezes única saída para se preservar a capacidade criativa frente a um ambiente invasor e/ou a experiências disruptivas. Mas, ele aponta para dois usos distintos da capacidade imaginativa: o devaneio e a imaginação. Onde o devaneio constitui-se pelo uso da capacidade imaginativa que afasta o sujeito da realidade compartilhada, impedindo-o de transformá-la. Sendo a imaginação o uso da capacidade imaginativa na transformação do mundo em que vivemos, tornando-o pessoal. A transicionalidade é o campo de produção de símbolos, que dão organização às experiências de um determinado indivíduo ou povo (Safra., 1995b). Sendo estes símbolos que apresentam o self do sujeito e expressam a concepção de homem, mundo e cultura. Segundo Winnicott a participação do terapeuta valoriza a pessoa real do analista. Este não é somente uma figura de transferência, cuja neutralidade favorecerá o estabelecimento da relação transferencial. Winnicott valoriza a pessoa real do analista, principalmente nos casos onde existe um comprometimento do desenvolvimento emocional primitivo. Essas pessoas mais do que ninguém precisam de sentimentos reais. Sendo que quando se usamos a transicionalidade como campo de intervenção o que se tem em mente é que duas ou mais pessoas possam se encontrar como pessoas reais, cuja tarefa é colocar em andamento o processo de simbolização. Desta forma qualquer vivência que emerja do paciente ou do analista, seja do ambiente em que se encontram coloca para o par uma necessidade de simbolização. O que se estabelece pelo fato do analista ou acompanhante serem sempre os mesmos, é o que implica na autenticidade da pessoa que está realizando o trabalho clinico., nesse enquadre requer do acompanhante terapêuticoou seja, sua capacidade de discriminar, pensar e jogar em qualquer situação que venha a acontecer, a capacidade de se manter funcionando.
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