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Modelo Alegações Finais Penal

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EXCELENTÍSSIMO (a) SENHOR (a) DOUTOR (a) JUIZ (a) DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CRICIÚMA-SC
Autos n°: 0000001/2015
CONCÍLIO ANACLETO, já qualificado nos autos em epígrafe, que lhe move a Justiça Pública, por seu Advogado que esta subscreve CÁSSIO RAMOS PEREIRA, brasileiro, solteiro, com registro na OAB N° 73299, endereço profissional na Av. Centenário n° 10, Centro, Município de Criciúma-SC, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no Art. 403 §3 CPP, apresentar ALEGAÇOES FINAIS, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
DOS FATOS
Em 02/11/2015, o representante do Ministério Público Estadual, no uso de suas atribuições legais, ofereceu denúncia contra o acusado por supostamente ter praticado o crime de estelionato, com fraude no pagamento por meio de cheque, previsto no art. 171, § 2º, VI, do CPP.
O acusado foi citado e, por seu advogado, apresentou Resposta à Acusação. O Magistrado não absolveu sumariamente o acusado, e o processo seguiu seu ritmo normal, realizando a audiência de instrução e julgamento, com a ouvida do ofendido, das testemunhas e interrogatório do acusado. 
Em alegações finais o representante do MP pugnou pela condenação do acusado, e os autos lhe foram dado vistas para as providências do art. 403, § 3º, do CPP.
DO DIREITO
Ora, Excelência, os fatos atribuídos ao denunciado não correspondem com a verdade, vez que o denunciado não cometeu nenhum ato ilícito, e que em momento algum opôs qualquer resistência em colaborar com a justiça demonstrando os fatos como realmente se deram, expondo todos os eventos de forma contínua e clara.
Como já foi comprovado em audiência, o cheque de n° 143217, datado de 15 de setembro de 2015, já havia sido pago ao ofendido antes do oferecimento da denúncia, conforme recibo de quitação do valor referente ás mercadorias recebidas, anexado nos autos do processo.
Com base na súmula 554 do STF, o pagamento de cheque sem fundos, antes do recebimento da denúncia não caracteriza o delito pelo qual o acusado foi denunciado.
“Sumula 554 STF - O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal.”
Destarte, o pagamento realizado antes do recebimento da denúncia, obsta o prosseguimento da ação penal, assim, não há crime, uma vez sendo atípica a conduta do acusado. 
Portanto, o acusado deve ser absolvido, considerando o pagamento anterior ao recebimento da denúncia, causa que não constitui infração penal, conforme Art. 386 III CPP.
 “Art. 386- O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
(...)
III - não constituir o fato infração penal.”
Ainda, não há dolo do acusado em lesar o patrimônio do acusado, vez que o pagamento foi devidamente realizado, não podendo ser caracterizado o crime, por atipicidade de conduta, conforme entendimentos doutrinários.
“As diversas espécies de fraudes cometidas pelos usuários de cheque estão sempre submetidas à intenção do agente em lesar o patrimônio do beneficiário, daí por que, quando este tem ciência própria de que não está recebendo uma ordem de pagamento para ser cumprida à vista, e sim título com nomen juris de cheque, mas sem a função que exerce esta cambial, e com esta situação anui, deixa de haver o elemento básico do estelionato - o ludíbrio, que caracteriza a fraude (SAMPAIO, Pedro. A Lei dos Cheques, comentários e fórmulas. Rio de Janeiro:  Forense, 1ª ed., 1988, p. 287.”
Conforme jurisprudência pacífica, o pagamento de cheques sem fundos antes do oferecimento da denúncia retira a tipicidade do fato.
"CHEQUES SEM FUNDOS. PAGAMENTO ANTERIOR À DENÚNCIA.AUSÊNCIA DE FRAUDE. FICA DESCARACTERIZADO O CRIME DO ART.171, § 2º, VI, DO CP SE O CHEQUE SEM FUNDOS É PAGO ANTES DA DENÚNCIA DESDE QUE NÃO TENHA HAVIDO FRAUDE NA OPERAÇÃO. (STF - RHC - rel Francisco Rezek, RTJ 130/653)”
Por fim, é evidente que a conduta adotada pelo denunciado não se qualifica como crime, mister a sua absolvição, uma vez que não pode ser responsabilizado por um crime que não cometeu.
DO PEDIDO.
Ante o exposto, requer:
1. 1. A improcedência da pretensão punitiva, com consequente ABSOLVIÇÃO do acusado, com fulcro no art. 386, inciso III, do Código de Processo Penal.
Nesses termos, pede deferimento.
Criciúma, 25 de Abril 2016.
____________________________
CÁSSIO RAMOS PEREIRA
OAB 73299

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