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* * * Tétano Definição: Síndrome neurológica causada por uma neurotoxina elaborada no local da lesão. Clostridium tetani * * * Tétano Etiologia: C. tetani é um bacilo gram positivo, móvel, anaeróbico, formador de esporo. Forma vegetativa: produz tetanospasmina (similar à toxina botulínica, entretanto as manifestações clínicas do Botulismo e do Tétano são completamente diferentes). Altamente suscetível ao calor e desinfetantes. Forma esporulada: altamente resistente. Pode sobreviver no solo por meses a anos. Para matar é necessário: 4 horas de fervura ou autoclavagem por 12 minutos a 121° C. * * * Tétano Epidemiologia: C. tetani pode ser encontrado em 20 a 65% de amostras de terra. Principalmente em áreas rurais de solo cultivado e clima quente. O maior problema global é o tétano neonatal. Acomete primariamente: > 60 anos de idade (60%). * * * Tétano Patogênese: Causas diversas: lesões traumáticas pérfuro-cortantes, feridas cirúrgicas, locais de injeção subcutânea, queimadura, úlcera da pele, cordão umbilical infectado, otite média com perfuração da membrana timpânica, complicações de feridas crônicas, complicações do uso de drogas injetáveis. * * * Tétano Patogênese: Necrose tecidual, supuração e presença de corpo estranho. ↓ Reversão do Esporo para a Forma Vegetativa ↓ Produção de Tetanospasmina * * * Tétano Patogênese: Tetanospasmina ↓ Terminações dos nn periféricos e neurônios espinhais ↓ Perda da função inibitória neural ↓ Disparo neural contínuo com contração muscular sustentada (Rigidez) ↓ Casos severos: envolvimento do SNAS (disfunção autonômica) * * * Tétano Patogênese: A ligação da toxina é irreversível → a recuperação requer a formação de novas terminações axonais. * * * Tétano Manifestações Clínicas: Tétano Generalizado: Mais comum. Causa: lesões diversas da pele Período de incubação: 7 a 21 (distância do local da lesão do SNC) Período da doença: período entre o primeiro sintoma clínico do tétano até o primeiro espasmo generalizado. * * * Tétano Manifestações Clínicas: Tétano Generalizado: Manifestações primárias: rigidez do masseter, irritabilidade, diaforese, disfagia, hidrofobia, espasmo da musculatura posterior (opistotônus). São comuns ondas de opistotônus. Progressão da doença: envolvimento das extremidades (movimentos dolorosos de flexão e adução do braço, preensão dos dedos e extensão da perna). Estímulos táteis ou barulho podem precipitar em espasmos e convulsões generalizadas. * * * Tétano Manifestações Clínicas: Tétano Generalizado: Envolvimento do SNA: arritmias severas, oscilação da pressão sanguínea, diaforese profunda, hipertermia, rabdomiólise, espasmo laríngeo, retenção urinária. Na maioria dos casos o paciente se mantém lúcido. A condição pode progredir por 2 semanas independente do tratamento anti-toxina (tempo para o transporte da toxina) e a recuperação geralmente dura 1 mês adicional. Complicações: fraturas, embolia pulmonar, infecções bacterianas e desidratação. * * * Tétano Manifestações Clínicas: Tétano Localizado: envolvimento da extremidade com a ferida contaminada. Forma menos comum. Casos leves: fraqueza da extremidade envolvida (Bom prognóstico). Casos severos: espasmo doloroso intenso que geralmente progride para o tétano generalizado. * * * Tétano Manifestações Clínicas: Tétano Cefálico: ocorre em lesões na cabeça ou após infecções do ouvido médio. Forma menos comum. Período de incubação de 1 ou 2 dias, sendo o prognóstico dependente da severidade. Sintomas clínicos: disfunção isolada ou combinada de nervos motores cranianos (principalmente do sétimo par). Pode manter-se localizada ou tornar-se generalizada. * * * Tétano Manifestações Clínicas: Tétano Neonatal: tétano generalizado em neonatos. Período de incubação após o nascimento é de geralmente 3 a 10 dias (“doença do sétimo dia”). Sintomas clínicos: irritabilidade, espasmos severos com o toque. Taxa de mortalidade: maior que 70%. * * * Tétano Diagnóstico: Observação clínica O agente causador não é facilmente encontrado em culturas de amostras das feridas. Diagnóstico diferencial: depende dos achados clínicos dominantes (meningite, abscesso dental, hemorragia subaracnoídea, tontura, reações distônicas (rápida resposta a agentes anti-colinérgicos), envenenamento por estricnina (níveis de estricnina no sangue e na urina). * * * Tétano Tratamento: Cuidados de Suporte: Mais importante: função aérea * * * Tétano Tratamento: Controle dos espasmos musculares : Benzodiazepinos (diazepam, lorazepam, midazolam). Pode haver alta tolerância dos pacientes com tétano a esses medicamentos. Usar altas doses Usar bloqueadores neuro-musculares de longa duração. Risco de Síndrome de Abstinência (continuar a medicação por pelo menos 2 semanas após o término dos sintomas). * * * Tétano Tratamento: Imunização Passiva: Aplicação intra-muscular ou intra-venosa de TIG (imunoglobulina tetânica humana) o quanto antes para neutralizar a toxina. * * * Tétano Tratamento: Imunização Ativa: Vacinação anti-tétano. * * * Tétano Tratamento: Antibióticos: - In vitro: vários antibióticos Estudos clínicos: metronidazole. * * * Tétano Tratamento: Disfunção do SNA: liberação excessiva de catecolaminas. Controle da pressão sanguínea, bradicardia. * * * Tétano Tratamento: Cirurgias: Debridamento de feridas, fraturas, etc. * * * Tétano Prognóstico: Taxa de mortalidade para o Tétano Generalizado: 20 a 25% dos casos, geralmente em pacientes mais idosos. Causa morte mais frequente: pneumonia. Se houver sobrevivência, a recuperação geralmente é completa, com alguns problemas psicológicos devido à duração e à severidade da doença. * * * Tétano Prevenção: Imunização através de vacinação em bebês, crianças (vacinações mais frequentes), adolescentes e adultos (vacinações de 10 em 10 anos).
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