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A´LGEBRA I Maria Lu´cia Torres Villela Instituto de Matema´tica Universidade Federal Fluminense Junho de 2007 Revisa˜o em Fevereiro de 2008 Suma´rio Introduc¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Parte 1 - Preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Sec¸a˜o 1 - Noc¸o˜es sobre conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 Sec¸a˜o 2 - Func¸o˜es . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Sec¸a˜o 3 - Relac¸o˜es de Equivaleˆncia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Parte 2 - Ane´is . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Sec¸a˜o 1 - Conceito de anel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 Sec¸a˜o 2 - Propriedades elementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 Sec¸a˜o 3 - Polinoˆmios com coeficientes em um anel comutativo 53 Sec¸a˜o 4 - Ane´is ordenados e ane´is bem ordenados . . . . . . . . . 63 Sec¸a˜o 5 - Induc¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 Sec¸a˜o 6 - Divisa˜o euclidiana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 Parte 3 - Domı´nios Principais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 Sec¸a˜o 1 - Divisibilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 Sec¸a˜o 2 - Ideais e ma´ximo divisor comum . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 Sec¸a˜o 3 - Domı´nios principais e a fatorac¸a˜o u´nica . . . . . . . . . 99 Sec¸a˜o 4 - Propriedades do Domı´nio Principal Z . . . . . . . . . 107 Sec¸a˜o 5 - Congrueˆncias mo´dulo n e os ane´is Zn . . . . . . . . . 117 Sec¸a˜o 6 - Homomorfismos de ane´is comutativos com unidade 137 Introduc¸a˜o A Matema´tica faz parte do nosso cotidiano e, em particular, recorremos aos nu´meros para descrever diversas situac¸o˜es do dia a dia. Contamos com os nu´meros naturais, repartimos um bolo usando os nu´meros racionais, medimos comprimentos com os nu´meros reais, contabili- zamos preju´ızos com nu´meros negativos. Comparamos dois nu´meros inteiros, dois nu´meros racionais e dois nu´meros reais. Calculamos ra´ızes de polinoˆmios com coeficientes reais com os nu´meros complexos. Estamos familiarizados com nu´meros naturais, inteiros, racionais, reais e complexos, que esta˜o relacionados pelas seguintes incluso˜es: N ⊂ Z ⊂ Q ⊂ R ⊂ C. Esses conjuntos esta˜o munidos com operac¸o˜es de adic¸a˜o e multiplicac¸a˜o, que teˆm diversas propriedades. O objetivo deste texto e´ introduzir o estudo de estruturas alge´bricas, abordando os conceitos de anel, domı´nio, corpos, domı´nio ordenado, corpo ordenado e domı´nio principal. O conjunto dos inteiros e´ o primeiro exemplo de domı´nio principal, sera´ estudado sob o ponto de vista alge´brico e aritme´tico e faremos um estudo detalhado das suas propriedades no contexto dos domı´nios principais. Outro exemplo de domı´nio principal que sera´ introduzido e´ o anel K[x] de polinoˆmios com coeficientes no corpo K. Estudaremos congrueˆncias de inteiros e introduziremos os ane´is Zn dos inteiros mo´dulo n. Mostraremos que Q e´ um corpo ordenado e e´ o corpo de frac¸o˜es de Z e faremos a construc¸a˜o dos nu´meros racionais a partir dos nu´meros inteiros no contexto dos domı´nios ordenados. Mostraremos que, a menos de isomorfismo, Z e´ o u´nico domı´nio bem ordenado. Na˜o faremos a construc¸a˜o axioma´tica dos nu´meros naturais e dos nu´meros inteiros, usaremos apenas as suas noc¸o˜es intuitivas. Instituto de Matema´tica 3 UFF M.L.T.Villela UFF 4 Parte 1 Preliminares Consideraremos que a linguagem e as notac¸o˜es da teoria de conjuntos sa˜o bem conhecidas, assim como as noc¸o˜es elementares de func¸o˜es. Relembramos alguns conceitos elementares da teoria de conjuntos e propriedades de func¸o˜es que faremos uso no texto. Introduziremos os conceitos de relac¸a˜o de equivaleˆncia e de conjunto quociente, que teˆm aplicac¸o˜es em diversas a´reas da Matema´tica, desempe- nham um papel importante no contexto das estruturas alge´bricas e apresen- taremos muitas aplicac¸o˜es interessantes. Instituto de Matema´tica 5 UFF M.L.T.Villela UFF 6 Noc¸o˜es sobre conjuntos PARTE 1 - SEC¸A˜O 1 Noc¸o˜es sobre conjuntos Denotamos conjuntos por letras maiu´sculas A, B, C, . . . e elementos de um conjunto por letras minu´sculas a, b, c, . . . . Para dizer que a e´ elemento do conjunto A ou a pertence a A, escre- vemos a ∈ A. Para dizer que a na˜o e´ elemento do conjunto A ou a na˜o pertence a A, escrevemos a 6∈ A. Chamamos de conjunto vazio o conjunto que na˜o tem nenhum elemento e denotamos por ∅ ou { }. Descrevemos um conjunto listando os seus elementos entre chaves ou dando a propriedade dos seus elementos. Exemplo 1 O conjunto dos nu´meros naturais, denotado por N, e´ N = { 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, . . . }. Exemplo 2 A e´ o conjunto dos nu´meros naturais menores do que 5. A = {0, 1, 2, 3, 4} = {x ∈ N ; x < 5}. Exemplo 3 B e´ o conjunto dos nu´meros naturais entre 5 e 11. B = { 6, 7, 8, 9, 10 } = { x ∈ N ; 5 < x < 11 } = { x ∈ N ; 6 ≤ x ≤ 10 }. Exemplo 4 C e´ o conjunto dos nu´meros reais menores ou iguais a 11. C = {x ∈ R ; x ≤ 11} = (−∞, 11]. Exemplo 5 D e´ o conjunto dos nu´meros inteiros mu´ltiplos de 2 entre −3 e 15. D = {x ∈ Z ; −3 < x < 15 e 2 divide x} = {−2, 0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14} Instituto de Matema´tica 7 UFF Noc¸o˜es sobre conjuntos Definic¸a˜o 1 Dizemos que A esta´ contido em B ou A e´ um subconjunto de B se, e somente se, todo elemento de A e´ elemento de B. Nesse caso, escrevemos A ⊂ B. A ⊂ B se, e somente se, para todo a ∈ A temos a ∈ B.O s´ımbolo ∀ significa para todo. Tambe´m dizemos que B conte´m A e escrevemos B ⊃ A. Escrevemos A 6⊂ B, para dizer que A na˜o esta´ contido em B. Nesse caso, existe a ∈ A tal que a 6∈ B. O s´ımbolo ∃ significa existe. A 6⊂ B se, e somente, existe a ∈ A tal que a 6∈ B. Tambe´m dizemos que B na˜o conte´m A e escrevemos B 6⊃ A. Exemplo 6 Temos as seguintes relac¸o˜es entre os conjuntos dos exemplos anteriores: A ⊂ N, A ⊂ C, B ⊂ N, B ⊂ C, A ⊂ C, D 6⊂ C, B 6⊂ D. Escreva outras relac¸o˜es usando ⊂ ou 6⊂ e os conjuntos dos Exemplos 1 a 5. Se os conjuntos A e B teˆm exatamente os mesmos elementos, dizemos que A = B.Para demonstrar a afirmac¸a˜o A = B devemos provar, primeiramente, que A⊂ B e depois que B⊂ A. Exemplo 7 Seja A = { |x| ; x ∈ Z }, onde |x| = { x, se x ≥ 0 −x, se x < 0 Facilmente, verificamos que A = N. Exemplo 8 Seja A o conjunto dos triaˆngulos retaˆngulos iso´sceles e seja B o conjunto dos triaˆngulos retaˆngulos cujos aˆngulos dos catetos com a hipotenusa sa˜o iguais. Enta˜o, A = B. Definic¸a˜o 2 Se A ⊂ B, mas A 6= B, enta˜o A e´ chamado um subconjunto pro´prio de B. Quando consideramos subconjuntos de um conjunto fixado, chamamos esse conjunto de conjunto universo e denotamos por U . Exemplo 9 Se estamos considerando figuras geome´tricas planas, podemos tomar U como o conjunto dos pontos do plano. Nos Exemplo 2 e Exemplo 3 podemos considerar U = N. M.L.T.Villela UFF 8 Noc¸o˜es sobre conjuntos PARTE 1 - SEC¸A˜O 1 As operac¸o˜es com conjuntos sa˜o unia˜o, intersec¸a˜o e complementar e sa˜o utilizadas para construir outros conjuntos. Definic¸a˜o 3 O conjunto A unia˜o B, denotado por A ∪ B, e´ o conjunto dos elementos de pelo menos um dos conjuntos A ou B. A ∪ B = { x ; x ∈ A ou x ∈ B }. x ∈ A∪B⇐⇒ x ∈ A ou x∈ B. O conjunto A intersec¸a˜o B, denotado por A ∩ B, e´ o conjunto dos elementos que esta˜o, simultaneamente, em ambosos conjuntos A e B. x ∈ A∩B⇐⇒ x ∈ A e x∈ B. A ∩ B = { x ; x ∈ A e x ∈ B }. Definic¸a˜o 4 Os conjuntos A e B sa˜o disjuntos se, e somente se, A ∩ B = ∅. Definic¸a˜o 5 O complementar CU(A) de A ⊂ U e´ o conjunto dos elementos de U que na˜o esta˜o em A. CU(A) = { x ∈ U ; x 6∈ A }. O complementar de A em B tambe´m e´ chamado de diferenc¸a de A e B. O complementar de A em B, denotado por A\B (ou A−B), e´ o conjunto dos elementos de A que na˜o esta˜o em B. A\B = { x ∈ A ; x 6∈ B }. Exemplo 10 Sejam A = { 1, 2, 3, 4, 5, 6 }, B = {−2, 0, 2, 4, 6 } e C = {−2,−1, 0, 7}. Enta˜o, A ∪ B = {−2, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 }, A ∩ B = { 2, 4, 6 }, A\B = { 1, 3, 5 }, B\A = {−2, 0 }, A ∩ C = ∅, B ∩ C = {−2, 0 } e C\B = {−1, 7 }. Instituto de Matema´tica 9 UFF Noc¸o˜es sobre conjuntos Proposic¸a˜o 1 Valem as seguintes propriedades para as operac¸o˜es: (1) Comutativa: A ∪ B = B ∪A A ∩ B = B ∩A (2) Associativa: A ∪ (B ∪ C) = (A ∪ B) ∪ C A ∩ (B ∩ C) = (A ∩ B) ∩ C) (3) Distributiva: A∩ (B∪C) = (A∩B)∪ (A∩C) A∪ (B∩C) = (A∪B)∩ (A∪C) (4) Leis de Morgan: CU(A ∪ B) = CU(A) ∩ CU(B) CU(A ∩ B) = CU(A) ∪ CU(B) (5) Idempotente: A ∪A = A A ∩A = A (6) Dupla negac¸a˜o: CU(CU(A)) = A Demonstrac¸a˜o: Para ilustrar, vamos verificar (3). x ∈ A ∩ (B ∪ C) ⇐⇒ x ∈ A e x ∈ B ∪ C⇐⇒ x ∈ A e (x ∈ B ou x ∈ C)⇐⇒ (x ∈ A e x ∈ B) ou (x ∈ A e x ∈ C)⇐⇒ x ∈ A ∩ B ou x ∈ A ∩ C⇐⇒ x ∈ (A ∩ B) ∪ (A ∩ C) x ∈ A ∪ (B ∩ C) ⇐⇒ x ∈ A ou x ∈ B ∩ C⇐⇒ x ∈ A ou (x ∈ B e x ∈ C)⇐⇒ (x ∈ A ou x ∈ B) e (x ∈ A ou x ∈ C)⇐⇒ x ∈ A ∪ B e x ∈ A ∪ C⇐⇒ x ∈ (A ∪ B) ∩ (A ∪ C) � Proposic¸a˜o 2 Valem as seguintes propriedades para o conjunto vazio ∅ e para o conjunto universo U : Para qualquer conjunto A temos ∅ ⊂ A (i) A ∪ ∅ = A A ∩ ∅ = ∅. (ii) A ∪ U = U A ∩ U = A. M.L.T.Villela UFF 10 Noc¸o˜es sobre conjuntos PARTE 1 - SEC¸A˜O 1 Definic¸a˜o 6 O produto cartesiano dos conjuntos A e B e´ o conjunto A × B de pares ordenados (a, b), tais que a ∈ A e b ∈ B. Se A ou B e´ vazio, enta˜o A× B = ∅A× B = { (a, b) ; a ∈ A e b ∈ B }. Exemplo 11 Sejam A = {1, 2, 3} e B = {4, 5}. Enta˜o, A× B = {(1, 4), (1, 5), (2, 4), (2, 5), (3, 4), (3, 5)} e B×A = {(4, 1), (4, 2), (4, 3), (5, 1), (5, 2), (5, 3)}. Exemplo 12 Sejam A = {a, b} e B = {b, c}. Enta˜o, A× B = {(a, b), (a, c), (b, b), (b, c)} e B×A = {(b, a), (b, b), (c, a), (c, b)}. Os exemplos acima mostram que em geral A× B 6= B×A. Podemos generalizar a definic¸a˜o acima a n conjuntos. Definic¸a˜o 7 Sejam n ≥ 2 um nu´mero natural e A1, A2, . . . , An conjuntos. O produto cartesiano A1 × A2 × · · · × An e´ o conjunto das n-uplas ordenadas (a1, a2, . . . , an), tais que a1 ∈ A1, a2 ∈ A2, . . . , an ∈ An. A1×A2× · · · ×An = { (a1, a2, . . . , an) ; a1 ∈ A1, a2 ∈ A2, . . . , an ∈ An }. Quando A = Ai para i = 1, 2, . . . , n, denotamos A n = A× · · · ×A︸ ︷︷ ︸ n conjuntos . Exemplo 13 Sejam A = {a, b}, B = {c, d} e C = {e}. Enta˜o, A× B× C = {(a, c, e), (a, d, e), (b, c, e), (b, d, e)}. Sejam I um conjunto na˜o-vazio e, para cada i ∈ I, Ai um conjunto. Dizemos que {Ai, i ∈ I} e´ uma famı´lia de conjuntos indexada por I. As operac¸o˜es de unia˜o e intersec¸a˜o de conjuntos podem ser generaliza- das a uma famı´lia de conjuntos. Instituto de Matema´tica 11 UFF Noc¸o˜es sobre conjuntos Definic¸a˜o 8 Seja a famı´lia de conjuntos {Ai, i ∈ I}. Enta˜o, definimos a unia˜o dessa famı´lia como o conjunto dos elementos que esta˜o em algum Ai ⋃ i∈I Ai = {x ; x ∈ Ai, para algum i ∈ I}. e definimos a intersec¸a˜o dessa famı´lia como o conjunto dos elementos que esta˜o em todos Ai ⋂ i∈I Ai = {x ; x ∈ Ai, para todo i ∈ I}. Uma subdivisa˜o de um conjunto em subconjuntos disjuntos e na˜o-vazios e´ chamada uma partic¸a˜o. Definic¸a˜o 9 Seja A um conjunto. Uma famı´lia F de subconjuntos na˜o-vazios de A e´ chamada uma partic¸a˜o de A se, e somente se, (i) A = ⋃ X∈F X. (ii) Se X, Y ∈ F e X 6= Y, enta˜o X ∩ Y = ∅. Exemplo 14 Tomando X = {x ∈ Z ; x e´ par }, Y = {x ∈ Z ; x e´ ı´mpar }, F = {X, Y } vemos que Z = X ∪ Y e X ∩ Y = ∅. Logo, F e´ uma partic¸a˜o de Z. Lembre que . . . A∩B = B∩A. Exemplo 15 Os conjuntos X1 = { 1, 2, 4, 5, 6 }, X2 = { 3, 7, 8 } e X3 = { 9, 10 } definem uma partic¸a˜o de A = { 1, 2, . . . , 10 }, pois A = 3⋃ i=1 Xi e Xi∩Xj = ∅, para quaisquer i, j tais que 1 ≤ i < j ≤ 3. Exerc´ıcio 1. Determine os conjuntos descritos a seguir: (a) { x ∈ N ; 2x > 10 e 3x < 28 }; (b) { x ∈ Z ; 2x = n2, para algum n ∈ N }; M.L.T.Villela UFF 12 Noc¸o˜es sobre conjuntos PARTE 1 - SEC¸A˜O 1 (c) { x ; x, y ∈ Z, x2 = 2y+ 1 e x + 1 = 4y }. 2. Deˆ uma descric¸a˜o de cada um dos conjuntos: (a) { 1, 3, 5, 7, . . . , 25 }; (b) { 8 2 , 8 3 , 8 4 , 8 5 , 8 6 , . . . } ; (c) { 1 5 , 2 4 , 3 3 , 4 2 , 5 1 } . 3. Sejam U = {x ∈ Z ; 0 < x < 8}, A = {1, 3, 5, 7}, B = {2, 3, 5, 6} e C = {3, 4, 5, 6}. Determine: (a) A ∪ B. (b) CU(A ∩ B). (c) CU(A ∪ (B ∩ C)). (d) A ∩ (B ∪ C). (e) (A ∩ B)\(A ∩ C). 4. Consideremos A = {x ∈ Z ; x divide 40} e B = {x ∈ Z ; x divide 60}. Determine: (a) A ∩ B. (b) A ∪ B. (c) A\B. (d) B\A. 5. Consideremos A = {x ∈ Z ; 2 divide x }, B = {x ∈ Z ; 18 divide x }, C = {x ∈ Z ; 12 divide x } e D = {x ∈ Z ; 36 divide x }. (a) Mostre que B ⊂ A, C ⊂ A, D ⊂ A, D ⊂ B e D ⊂ C. (b) Mostre que D = B ∩ C. 6. Mostre que se A ⊂ B e B ⊂ C, enta˜o A ⊂ C. 7. Mostre que A∪B = (A\B)∪ (B\A)∪ (A∩B) e a unia˜o do lado direito e´ disjunta. 8. Sejam A,B conjuntos. Mostre que (A\B)∪ (B\A) = (A ∪B)\(A∩B). 9. Mostre que A ⊂ B se, e somente se, A ∩ B = A. 10. Mostre que A ⊂ B se, e somente se, A ∪ B = B. Instituto de Matema´tica 13 UFF Noc¸o˜es sobre conjuntos 11. Mostre que A ∪ B = A ∩ B se, e somente se, A = B. 12. Indicamos por |A| o nu´mero de elementos de um conjunto finito A. Mostre que se B e C sa˜o conjuntos finitos, enta˜o |B ∪ C| = |B| + |C| − |B ∩ C|. 13. Seja A um conjunto com n elementos, isto e´, |A| = n. Seja P(A) = { B ; B ⊂ A }. Mostre que P(A) tem 2n elementos. Sugesta˜o: Para cada natural r com 0≤ r≤ n determine o nu´mero mr de subconjuntos de A com r elementos. Conclua que |P(A)| = n∑ r=0 mr e determine a soma. 14. Sejam A,B, C conjuntos. (a) Mostre que (A ∪ B)× C = (A× C) ∪ (B× C). (b) Mostre que (A ∩ B)× C = (A× C) ∩ (B× C). 15. Demonstre as propriedades (1), (2), (4), (5) e (6) da Proposic¸a˜o 1. 16. Demonstre a Proposic¸a˜o 2. 17. Mostre que se A e B sa˜o subconjuntos na˜o-vazios de U com A 6⊂ B e B 6⊂ A, enta˜o A∪B e´ um subconjunto na˜o-vazio de U , tal que A∪B 6= A e A ∪ B 6= B. 18. Sejam B um conjunto e Ai, i ∈ I, uma famı´lia de conjuntos. (a) Mostre que (⋃ i∈I Ai ) × B = ⋃ i∈I (Ai× B). (b) Mostre que (⋂ i∈I Ai ) × B = ⋂ i∈I (Ai× B). (c) Mostre que B\ (⋃ i∈I Ai ) = ⋂ i∈I (B\Ai). (d) Mostre que B\ (⋂ i∈I Ai ) = ⋃ i∈I (B\Ai). M.L.T.Villela UFF 14 Func¸o˜es PARTE 1 - SEC¸A˜O 2 Func¸o˜es Veremos alguns resultados importantes sobre func¸o˜es. Definic¸a˜o 10 (Func¸a˜o, dom´ınio e contradom´ınio) Sejam A e B conjuntos na˜o-vazios. Uma func¸a˜o f de A para B, denotada por f : A −→ B, associa a cada a ∈ A exatamente um elemento b ∈ B; b e´ dito o valor da func¸a˜o f em a ou a imagem de a e escrevemos b = f(a). Tambe´m costumamos denotar a func¸a˜o f por f : A −→ B a 7−→ f(a) O conjunto A e´ o domı´nio e o conjunto B e´ o contradomı´nio de f. Definic¸a˜o 11 (Igualdade de func¸o˜es) Sejam f : A −→ B e g : A −→ B func¸o˜es. f e g sa˜o iguais se, e somente se, para cada a ∈ A temos f(a) = g(a). Portanto, duas func¸o˜es sa˜o iguais se, e somente se, teˆm mesmos domı´nios e contradomı´nios e teˆm valor igual em cada elemento dodomı´nio. Exemplo 16 Sa˜o exemplos de func¸o˜es: (1) f : Z −→ Z definida por f(x) = 2x, para cada x ∈ Z. (2) g : Z −→ {0, 1} definida por g(x) = { 0 , se x e´ par 1 , se x e´ ı´mpar (3) h : Z\{0} −→ Q definida por h(x) = 1 x , para cada x ∈ Z\{0}. (4) u : R −→ R definida por u(x) = 4x+ 3, para cada x ∈ R. Exemplo 17 A associac¸a˜o entre os conjuntos A = {0, 1, 2} e B = {3, 4, 5} definida a seguir na˜o e´ uma func¸a˜o: 0 → 3ց 5 1 → 4 2 → 3 Instituto de Matema´tica 15 UFF Func¸o˜es Nesse caso, o elemento x = 0 de A esta´ associado aos elementos de B y1 = 3 e y2 = 5. Definic¸a˜o 12 (Composic¸a˜o) Sejam f : A −→ B e g : B −→ C func¸o˜es. A composic¸a˜o ou func¸a˜o composta de g e f, indicada por g ◦ f, e´ a func¸a˜o g ◦ f : A −→ C definida por (g ◦ f)(x) = g(f(x)), para cada x ∈ A. Observamos que a func¸a˜o g ◦ f tem o mesmo domı´nio de f, o mesmo contradomı´nio de g e so´ esta´ definida quando o contradomı´nio de f coincide com o domı´nio de g. Exemplo 18 (1) Sejam f : R −→ R e g : R −→ R definidas, respectivamente, por f(x) = 3x − 5 e g(x) = e(2x+1), para cada x ∈ R. Nesse caso, podemos determinar ambas as compostas. Temos que f ◦ g : R −→ R e g ◦ f : R −→ R sa˜o dadas por (f ◦ g)(x) = f(g(x)) = 3e(2x+1) − 5, para cada x ∈ R e (g ◦ f)(x) = g(f(x)) = e(2(3x−5)+1) = e(6x−9), para cada x ∈ R. (2) Sejam f : Z −→ N e g : N −→ {0, 1, 2} dadas por f(x) = |x| e g(x) = r, onde r e´ o resto da divisa˜o de x por 3. So´ faz sentido determinar a composta g ◦ f : Z −→ {0, 1, 2}. Temos (g ◦ f)(x) = g(f(x)) = 0, se x ∈ {0,±3,±6, . . .} 1, se x ∈ {±1,±4,±7, . . .} 2, se x ∈ {±2,±5,±8, . . .} Definic¸a˜o 13 (Func¸a˜o Identidade) Seja A um conjunto na˜o-vazio. A func¸a˜o IA : A −→ A definida por IA(a) = a, para cada a ∈ A, e´ chamada de func¸a˜o identidade. Proposic¸a˜o 3 Consideremos as func¸o˜es f : A −→ B, g : B −→ C, h : C −→ D e as func¸o˜es identidades IA : A −→ A e IB : B −→ B. Enta˜o, A composic¸a˜o de func¸o˜es e´ associativa. (i) h ◦ (g ◦ f) = (h ◦ g) ◦ f; (ii) IB ◦ f = f; (iii) f ◦ IA = f. M.L.T.Villela UFF 16 Func¸o˜es PARTE 1 - SEC¸A˜O 2 Demonstrac¸a˜o: (i) E´ claro que o domı´nio de ambas as func¸o˜es e´ A = Dom(f), assim como o contradomı´nio e´ D, o contradomı´nio de h. Ale´m disso, para cada x ∈ A, temos: (h◦ (g◦ f))(x) = h((g◦ f)(x)) = h(g(f(x))) = (h◦g)(f(x)) = ((h◦g)◦ f)(x). Logo, h ◦ (g ◦ f) = (h ◦ g) ◦ f. (ii) A func¸a˜o IB ◦ f tem domı´nio A, igual ao domı´nio de f e contradomı´nio B, o mesmo de f. Para cada x ∈ A, temos (IB ◦ f)(x) = IB(f(x)) = f(x). Portanto, IB ◦ f = f. (iii) A func¸a˜o f ◦ IA tem domı´nio A, igual ao domı´nio de f e contradomı´nio B, o mesmo de f. Para cada x ∈ A, temos (f ◦ IA)(x) = f(IA(x)) = f(x). Portanto, f ◦ IA = f. � Definic¸a˜o 14 (Imagem) Seja f : A −→ B uma func¸a˜o. A imagem de f e´ o conjunto Imagem(f) = {f(a);a ∈ A} = f(A). A imagem de f e´ um subconjunto de B, a saber, Se f : A−→ B e´ uma func¸a˜o, enta˜o Imagem(f) = f(A)⊂ B. Imagem(f) = {b ∈ B ; b = f(a) para algum a ∈ A}. Exemplo 19 Seja h : Z\{0} −→ Q definida por h(x) = 1 x , para cada x ∈ Z\{0}. Enta˜o, Imagem(h) = {±1,±1 2 ,±1 3 ,±1 4 , . . . } . Definic¸a˜o 15 (Injetora, sobrejetora ou bijetora) Seja f : A −→ B uma func¸a˜o. f e´ injetora se, e somente se, para a, a′ ∈ A a 6= a′ =⇒ f(a) 6= f(a′). f e´ injetora se, e somente se,para a,a′ ∈ A, f(a) = f(a′)implica a = a′. f e´ sobrejetora se, e somente se, a imagem de f e´ o seu contradomı´nio. f e´ sobrejetora se, e somente se, B = f(A); em outras palavras, para cada b ∈ B, existe a ∈ A tal que b = f(a). f e´ bijetora se, e somente se, e´ injetora e sobrejetora. Exemplo 20 (1) Segue, imediatamente, das definic¸o˜es acima, que IA : A −→ A e´ bijetora. (2) f : Z −→ Z definida por f(x) = 2x, para cada x ∈ Z, e´ injetora e na˜o e´ sobrejetora. De fato, para x, x′ ∈ Z temos Instituto de Matema´tica 17 UFF Func¸o˜es f(x) = f(x′)⇐⇒ 2x = 2x′ ⇐⇒ x = x′, mostrando que f e´ injetora. Ale´m disso, qualquer inteiro ı´mpar na˜o esta´ na imagem de f, que se constitui dos inteiros pares. Logo, Imagem(f) = 2Z 6= Z = contradomı´nio(f) e f na˜o e´ sobrejetora. (3) g : Z −→ {0, 1} definida por g(x) = { 0 , se x e´ par 1 , se x e´ ı´mpar claramente, na˜o e´ injetora e e´ sobrejetora. (4) h : Z\{0} −→ Q definida por h(x) = 1 x , para cada x ∈ Z\{0}, e´ injetora e na˜o e´ sobrejetora. Essa func¸a˜o na˜o e´ sobrejetora pois, por exemplo, o nu´mero racional 2 3 na˜o pertence a` imagem de h. Por outro lado, para x, x′ ∈ Z\{0}, h(x) = h(x′)⇐⇒ 1 x = 1 x′ ⇐⇒ x = x′, mostrando que h e´ injetora. Exemplo 21 A func¸a˜o f : Z −→ Z definida por f(x) = −x+ 3 e´ bijetora. Dado y ∈ Z, existe x ∈ Z tal que y = f(x), pois y = −x + 3 se, e somente se, x = 3 − y. Logo, dado y, tomamos x = −y + 3 e f(x) = f(3 − y) = −(3− y) + 3 = y. Portanto, f e´ sobrejetora. Da unicidade de x, obtida acima, temos que f e´ injetora. Teorema 1 Seja f : A −→ B uma func¸a˜o. (i) f e´ injetora se, e somente se, existe uma func¸a˜o g : B −→ A, tal que g ◦ f = IA. Nesse caso, dizemos que g e´ uma inversa a` esquerda de f. M.L.T.Villela UFF 18 Func¸o˜es PARTE 1 - SEC¸A˜O 2 (ii) f e´ sobrejetora se, e somente se, existe uma func¸a˜o h : B −→ A, tal que f ◦ h = IB. Nesse caso, dizemos que h e´ uma inversa a` direita de f. Demonstrac¸a˜o: (i) (⇐=:) Suponhamos que existe g : B −→ A, tal que g ◦ f = IA. Sejam a, a′ ∈ A, tais que f(a) = f(a′). Enta˜o, a = IA(a) = (g ◦ f)(a) = g(f(a)) = g(f(a′)) = (g ◦ f)(a′) = IA(a′) = a′. Logo, f e´ injetora. (=⇒:) Suponhamos que f : A −→ B e´ injetora. Enta˜o, para cada b ∈ Imagem(f) = f(A) existe um u´nico a ∈ A, tal que b = f(a). Escolhemos a1 ∈ A e definimos g : B −→ A por { g(b) = a, se b = f(a) g(b) = a1, se b ∈ B\f(A) Para cada a ∈ A temos (g ◦ f)(a) = g(f(a)) = a = IA(a). Logo, g ◦ f = IA. (ii) (⇐=:) Suponhamos que existe h : B −→ A, tal que f ◦ h = IB. Enta˜o, para cada b ∈ B temos b = IB(b) = (f ◦ h)(b) = f(h(b)) ∈ Imagem(f), mostrando que f e´ sobrejetora. (=⇒:) Suponhamos que f : A −→ B e´ sobrejetora. Enta˜o, para cada b ∈ B existe a ∈ A, tal que b = f(a). Escolhemos ab ∈ A com f(ab) = b. Seja h : B −→ A definida por h(b) = ab. Portanto, para cada b ∈ B temos (f ◦ h)(b) = f(h(b)) = f(ab) = b = IB(b), mostrando que f ◦ h = IB. � Vamos analisar o que ocorre quando f : A −→ B e´ bijetora. Pelo Teorema 1, f tem uma inversa a` esquerda g : B −→ A e uma inversa a` direita h : B −→ A, tais que g ◦ f = IA e f ◦ h = IB. Portanto, g = g ◦ IB = g ◦ (f ◦ h) = (g ◦ f) ◦ h = IA ◦ h = h. E´ claro, pelo mesmo Teorema, que g tambe´m e´ bijetora. Obtivemos parte do seguinte Corola´rio. Instituto de Matema´tica 19 UFF Func¸o˜es Corola´rio 1 Seja f : A −→ B uma func¸a˜o. Enta˜o, f e´ bijetora se, e somente se, existe uma func¸a˜o g : B −→ A tal que g ◦ f = IA e f ◦ g = IB. Demonstrac¸a˜o: Falta apenas mostrar que a condic¸a˜o e´ suficiente. Da com- posic¸a˜o g ◦ f = IA e do item (i) do Teorema 1, segue que f e´ injetora e, da composic¸a˜o f ◦g = IB e do item (ii) do Teorema 1, segue que f e´ sobrejetora. � Definic¸a˜o 16 (Func¸a˜o inversa) Seja f : A −→ B uma func¸a˜o. Dizemos que f e´ invert´ıvel se, e somente se, f e´ bijetora. Nesse caso, a func¸a˜o g : B −→ A tal que g ◦ f = IA e f ◦ g = IB e´ chamada de inversa de f e a denotamos por f−1. f−1 : B−→ A, a inversa de f : A−→ B, e´ definida por f−1(b) = a⇐⇒ f(a) = b Exerc´ıcio 1. Sejam f : R\{−3} −→ R e g : R\{−3} −→ R definidas por f(x) = x − 2 e g(x) = x 2+x−6 x+3 . Mostre que f e g sa˜o func¸o˜es iguais. 2. Sejam f : R −→ [0,+∞) e g : [0,+∞) −→ R definidas por f(x) = x2, se x ∈ R, e g(x) = √x, se x ∈ [0,+∞). (a) Mostre que f na˜o e´ injetora e e´ sobrejetora. (b) Mostreque g e´ injetora e na˜o e´ sobrejetora. (c) Determine as func¸o˜es f ◦ g e g ◦ f. 3. Sejam s : [0,+∞) −→ [0,+∞) e t : [0,+∞) −→ [0,+∞) definidas por s(x) = x2 e t(x) = √ x, para x ∈ [0,+∞). (a) Mostre que s e´ bijetora. (b) Mostre que t e´ bijetora. (c) Determine as func¸o˜es s ◦ t e t ◦ s. 4. Sejam r : (−∞, 0] −→ [0,+∞) e t : [0,+∞) −→ [0,+∞) definidas por r(x) = x2, se x ∈ (−∞, 0] e t(x) = √x, se x ∈ [0,+∞) . (a) Mostre que r e´ bijetora. (b) Determine a func¸a˜o t ◦ r. (c) Determine r−1. M.L.T.Villela UFF 20 Func¸o˜es PARTE 1 - SEC¸A˜O 2 5. Mostre que a func¸a˜o f : R −→ R definida por f(x) = 3x+ 2, para cada x ∈ R, e´ bijetora. 6. Mostre que a func¸a˜o f : Z −→ Z definida por f(x) = 3x+ 2, para cada x ∈ Z, e´ injetora e na˜o e´ sobrejetora. Determine a imagem de f. 7. Sejam f, g, h : Z −→ Z definidas por f(x) = −x, g(x) = 3x e h(x) = x2. (a) Mostre que f e´ bijetora. (b) Mostre que g e´ injetora e na˜o e´ sobrejetora. (c) Mostre que h na˜o e´ injetora nem sobrejetora. (d) Determine f−1. 8. Sejam f : A −→ B e g : B −→ C func¸o˜es e considere a func¸a˜o composta g ◦ f : A −→ C. Mostre que: (a) se f e g sa˜o injetoras, enta˜o g ◦ f e´ injetora; (b) se f e g sa˜o sobrejetoras, enta˜o g ◦ f e´ sobrejetora; (c) se g ◦ f e´ injetora, enta˜o f e´ injetora; (d) se g ◦ f e´ sobrejetora, enta˜o g e´ sobrejetora. 9. Seja A um conjunto na˜o-vazio com n elementos. Seja f : A −→ A uma func¸a˜o. Mostre que : (a) f e´ injetora se, e somente se, f e´ sobrejetora; (b) ha´ n! func¸o˜es bijetoras f : A −→ A. 10. Sejam f : A −→ B uma func¸a˜o e S ⊂ A. A imagem de S por f e´ f(S) = {f(a) ; a ∈ S} = {b ∈ B ; b = f(s) para algum s ∈ S}. Determine f(S), para cada f e S dados: (a) f : R −→ R definida por f(x) = x2, S = [−5, 2). (b) f : R −→ R definida por f(x) = |x|, S = (−5, 2). (c) f : Z\{0} −→ Q definida por f(x) = 1 x , S = {−2,−1, 1, 2, 3, . . .}. (d) f : N −→ {0, 1, 2} definida por f(x) = r, onde r e´ o resto da divisa˜o de x por 3 e S = {a ∈ N ; a ≥ 6}. 11. Sejam f : A −→ B uma func¸a˜o e T ⊂ B. A imagem inversa de T pela func¸a˜o f e´ Instituto de Matema´tica 21 UFF Func¸o˜es f−1(T) = {a ∈ A ; f(a) ∈ T }. Determine f−1(T), para cada f e T dados. (a) f : R −→ R definida por f(x) = x2, T = (−3, 7]. (b) f : R −→ R definida por f(x) = |x|, T = (−3,+∞). (c) f : Z\{0} −→ Q definida por f(x) = 1 x , T = {y ∈ Q ; −3 7 < y ≤ 2 3 }. (d) f : N −→ {0, 1, 2} definida por f(x) = r, onde r e´ o resto da divisa˜o de x por 3, T = {1}. 12. Seja f : A −→ B uma func¸a˜o. Mostre que: (a) se S ⊂ A, enta˜o f−1(f(S)) ⊃ S; (b) se T ⊂ B, enta˜o f(f−1(T)) ⊂ T ; (c) se {Ti ; i ∈ I} e´ uma famı´lia de subconjuntos de B, enta˜o f−1 (⋃ i∈I Ti ) = ⋃ i∈I f−1(Ti) e f −1 (⋂ i∈I Ti ) = ⋂ i∈I f−1(Ti) . M.L.T.Villela UFF 22 Relac¸o˜es de equivaleˆncia PARTE 1 - SEC¸A˜O 3 Relac¸o˜es de equivaleˆncia Frequentemente, temos relac¸o˜es entre dois objetos de um conjunto. Ve- jamos alguns exemplos: - No conjunto dos nu´meros inteiros: menor ou igual, divide, mu´ltiplo. - Numa famı´lia de conjuntos: inclusa˜o. - No conjunto dos triaˆngulos: semelhanc¸a, congrueˆncia. - No conjunto das retas no plano: paralelismo, perpendicularismo. - No conjunto dos moradores de um edif´ıcio: residir no mesmo andar, residir em apartamento de frente, residir na mesma coluna. Definic¸a˜o 17 Dados um conjunto A, denotaremos por ∼ uma relac¸a˜o bina´ria em A. Dados a, b ∈ A indicamos que a esta´ relacionado com b escrevendo a ∼ b. Caso contra´rio, dizemos que a na˜o esta´ relacionado com b e escrevemos a 6∼ b. Exemplo 22 Sejam A = {1, 2, 3} e a, b ∈ A. Definimos a ∼ b⇐⇒ a ≤ b. Enta˜o, 1 ∼ 1, 1 ∼ 2, 1 ∼ 3, 2 ∼ 2, 2 ∼ 3 e 3 ∼ 3. Tambe´m, 2 6∼ 1, 3 6∼ 2 e 3 6∼ 1. Exemplo 23 Sejam A = {1, 2, 3} e a, b ∈ A. Definimos a ∼ b⇐⇒ a < b. Enta˜o, 1 ∼ 2, 1 ∼ 3, 2 ∼ 3. Tambe´m, 1 6∼ 1, 2 6∼ 2, 2 6∼ 1, 3 6∼ 3, 3 6∼ 2 e 3 6∼ 1. Exemplo 24 Seja A o conjunto das retas do plano. Sejam r, s ∈ A. Definimos r ∼ s⇐⇒ r ‖ s. Nesse caso, duas retas do plano na˜o esta˜o relacionadas se, e somente se, se intersectam em um u´nico ponto. Instituto de Matema´tica 23 UFF Relac¸o˜es de equivaleˆncia Exemplo 25 Seja Z o conjunto dos nu´meros inteiros. Sejam a, b ∈ Z. Definimos a ∼ b⇐⇒ a− b e´ par. Temos que 1 ∼ 3, −2 ∼ 4 e 135 ∼ −1, enquanto 1 6∼ 2 e −2 6∼ 3. Observamos que : a ∼ b ⇐⇒ { a e b sa˜o pares ou a e b sa˜o ı´mpares a 6∼ b ⇐⇒ { a e´ par e b e´ ı´mpar ou a e´ ı´mpar e b e´ par Exemplo 26 Sejam Π um plano e O um ponto fixado de Π. Para cada ponto P ∈ Π consideramos d(O, P) a distaˆncia entre os pontos O e P. Dados P,Q ∈ Π definimos P ∼ Q⇐⇒ d(O, P) = d(O,Q). O u´nico ponto relacionado a O e´ o ponto O. Dois pontos P e Q, tais que P 6= O e Q 6= O, esta˜o relacionados se, e somente se, d(O, P) = d(O,Q) > 0 se, e somente se, P,Q esta˜o situados no mesmo c´ırculo de centro O e raio r = d(O, P) = d(O,Q). Exemplo 27 Sejam Π um plano e r uma reta fixada. Dados P,Q ∈ Π, definimos: P ∼ Q⇐⇒ existe s, uma reta paralela a r, tal que P,Q ∈ s . Nesse caso, dois pontos distintos do plano esta˜o relacionados se, e somente se, a u´nica reta determinada por eles e´ paralela a r. Fixado um ponto P do plano, sabemos que existe uma u´nica reta s paralela a r passando por P. Todos os pontos Q ∈ s esta˜o relacionados com P, inclusive P. A seguir definimos treˆs tipos de propriedades que uma relac¸a˜o bina´ria pode ter. Definic¸a˜o 18 (Relac¸a˜o reflexiva, sime´trica ou transitiva) Seja ∼ uma relac¸a˜o bina´ria no conjunto A. Dizemos que ∼ e´ reflexiva se, e somente se, a ∼ a, para todo a ∈ A; M.L.T.Villela UFF 24 Relac¸o˜es de equivaleˆncia PARTE 1 - SEC¸A˜O 3 ∼ e´ sime´trica se, e somente se, para quaisquer a, b ∈ A, tais que a ∼ b, enta˜o b ∼ a; ∼ e´ transitiva se, e somente se, para quaisquer a, b, c ∈ A, tais que a ∼ b e b ∼ c, enta˜o a ∼ c. Exemplo 28 A relac¸a˜o bina´ria do exemplo 22 e´ reflexiva e transitiva e na˜o e´ sime´trica. A relac¸a˜o bina´ria de exemplo 23 e´ transitiva e na˜o e´ reflexiva nem sime´trica. Exemplo 22: 1∼ 2, mas 2 6∼ 1. Exemplo 23: 1 6∼ 1 e 1∼ 2, mas 2 6∼ 1. Basta exibir treˆs pontos P,Q,R, tais que d(P,Q)≤ 1 e d(Q,R)≤ 1 com d(P,R) > 1. Exemplo 29 A seguinte relac¸a˜o bina´ria em um plano Π e´ reflexiva e sime´trica, mas na˜o e´ transitiva: P,Q ∈ Π, P ∼ Q se, e somente se, d(P,Q) ≤ 1. Desempenham um papel importante as relac¸o˜es bina´rias que teˆm, si- multaneamente, as treˆs propriedades: reflexiva, sime´trica e transitiva. Definic¸a˜o 19 (Relac¸a˜o de equivaleˆncia) Dizemos que uma relac¸a˜o bina´ria ∼ em A e´ uma relac¸a˜o de equivaleˆncia se, e somente se, para quaisquer a, b, c ∈ A (i) (reflexiva) a ∼ a; (ii) (sime´trica) se a ∼ b, enta˜o b ∼ a; (iii) (transitiva) se a ∼ b e b ∼ c, enta˜o a ∼ c. Exemplo 30 Vamos verificar que a relac¸a˜o bina´ria ∼ do exemplo 25 e´ uma relac¸a˜o de equivaleˆncia em Z. De fato, se a, b, c ∈ Z, enta˜o (i) como 0 = a− a e´ par, enta˜o a ∼ a; (ii) se a ∼ b, enta˜o a − b e´ par, logo b− a = −(a− b) e´ par, provando que b ∼ a; (iii) se a ∼ b e b ∼ c, enta˜o a − b e b − c sa˜o ambos pares e a− c = (a− b) + (b− c) e´ par, logo a ∼ c. Exemplo 31 Sa˜o relac¸o˜es de equivaleˆncia as relac¸o˜es bina´rias dos exemplos 24, 26 e 27. Na˜o sa˜o relac¸o˜es de equivaleˆncia as relac¸o˜es bina´rias dos exemplos 22 e 23. Em geral visualizamos um conjunto pelos seus elementos. Uma relac¸a˜o de equivaleˆncia em um conjunto permite visualizar o conjunto por meio dos seus subconjuntos chamados classes de equivaleˆncia. Com esse objetivo, in- troduzimos o conceito de classe de equivaleˆncia. Instituto de Matema´tica 25 UFF Relac¸o˜es de equivaleˆncia Definic¸a˜o 20 (Classe de equivaleˆncia)Seja ∼ uma relac¸a˜o de equivaleˆncia em A. Para cada a ∈ A, a classe de equivaleˆncia a de a e´ a = { x ∈ A ; x ∼ a }. Exemplo 32 No exemplo 24, onde A e´ o conjunto de todas as retas do plano, a classe de equivaleˆncia de cada reta r ∈ A e´ r = { s ∈ A ; s ‖ r }. Exemplo 33 No exemplo 25 a relac¸a˜o de equivaleˆncia foi definida no conjunto dos nu´meros inteiros, que e´ a unia˜o dos subconjuntos dos inteiros pares com os inteiros ı´mpares, a saber Z = { 0,±1,±2,±3, . . . } = { 0,±2,±4, . . . } ∪ {±1,±3,±5 . . . }. Para cada a ∈ Z, temos que: ou a e´ par ou a e´ ı´mpar. Logo, a = { x ∈ Z ; 2 divide x− a } = { { 0,±2,±4, . . . }, se a e´ par {±1,±3,±5 . . . }, se a e´ ı´mpar Exemplo 34 No exemplo 26 o conjunto e´ um plano Π, onde fixamos um ponto O para definir a relac¸a˜o de equivaleˆncia entre os pontos do plano. Temos: O = {P ∈ Π ; d(O, P) = d(O,O) = 0 } = {O } e P = c´ırculo de centro O e raio r = d(O, P), para todo P ∈ Π com P 6= O. Exemplo 35 No exemplo 27 o conjunto e´ um plano Π, onde fixamos uma reta r para definir a relac¸a˜o de equivaleˆncia entre os pontos do plano. Nesse caso, para cada P ∈ Π, temos: P = reta s passando por P e paralela a` reta r. Exemplo 36 Consideremos um edif´ıcio com 6 andares, 3 apartamentos por andar dis- tribu´ıdos em 3 colunas, sendo a coluna 01 de frente e com treˆs quartos, as colunas 02 e 03 de fundos com um e dois quartos, respectivamente. Seja A o conjunto dos apartamentos desse edif´ıcio. M.L.T.Villela UFF 26 Relac¸o˜es de equivaleˆncia PARTE 1 - SEC¸A˜O 3 Para a, b ∈ A, consideremos as seguintes relac¸o˜es bina´rias em A: a ∼1 b⇐⇒ a e b esta˜o no mesmo andar. a ∼2 b⇐⇒ a e b esta˜o na mesma coluna. a ∼3 b⇐⇒ a e b sa˜o ambos de frente ou ambos de fundos. Cada uma das relac¸o˜es bina´rias acima e´ uma relac¸a˜o de equivaleˆncia em A. Sabendo que cada apartamento e´ identificado por n01, n02 ou n03, onde n = 1, . . . , 6 e´ o andar em que esta´ situado e os dois u´ltimos d´ıgitos corres- pondem a` sua coluna, temos que: 601 1 = { x ∈ A ; x ∼1 601 } = { 601, 602, 603 }, 602 1 = { x ∈ A ; x ∼1 602 } = { 601, 602, 603 }, 601 2 = { x ∈ A ; x ∼2 601 } = { 601, 501, 401, 301, 201, 101 }, 602 2 = { x ∈ A ; x ∼2 602 } = { 602, 502, 402, 302, 202, 102 } 601 3 = { x ∈ A ; x ∼3 601 } = { 601, 501, 401, 301, 201, 101 }, 602 3 = { x ∈ A ; x ∼3 602 } = { 602, 603, 502, 503, 402, 403, 302, 303, 202, 203, 102, 103 }. Observamos que 603 1 = 602 1 = 601 1 , enquanto 601 2 ∩ 6022 = ∅. Por queˆ? As seguintes propriedades de uma relac¸a˜o de equivaleˆncia desempe- nham um papel muito importante. Proposic¸a˜o 4 Seja ∼ uma relac¸a˜o de equivaleˆncia em A. Valem as seguintes propriedades: (i) Se a ∩ b 6= ∅, enta˜o a ∼ b. (ii) a ∼ b se, e somente se, a = b. (iii) A = ⋃ a∈A a. Demonstrac¸a˜o: (i) Como a ∩ b 6= ∅, enta˜o existe c ∈ A tal que c ∈ a ∩ b. Logo, c ∼ a e c ∼ b. Pela simetria, a ∼ c e, pela transitividade, obtemos a ∼ b. Lembre que . . . Os conjuntos X e Y sa˜o iguais se, e somente se, X⊂ Y e Y ⊂ X. (ii) (=⇒ :) Suponhamos que a ∼ b. Vamos mostrar que a ⊂ b. Seja x ∈ a. Enta˜o, x ∼ a. Como a ∼ b, pela transitividade, temos x ∼ b. Logo, x ∈ b. A outra inclusa˜o e´ ana´loga, usando a simetria. (⇐= :) Suponhamos a = b. Enta˜o, a ∩ b 6= ∅ e, pelo item (i), a ∼ b. Instituto de Matema´tica 27 UFF Relac¸o˜es de equivaleˆncia (iii) E´ claro, por definic¸a˜o de classe de equivaleˆncia, que a ⊂ A. Logo,⋃ a∈A a ⊂ A. Por outro lado, pela propriedade reflexiva, a ∈ a, mostrando que A ⊂ ⋃ a∈A a. � A propriedade (ii) da proposic¸a˜o anterior motiva a seguinte definic¸a˜o. Definic¸a˜o 21 (Representante) Seja A um conjunto e ∼ uma relac¸a˜o de equivaleˆncia em A. Dizemos que b ∈ A e´ representante de uma classe de equivaleˆncia a se, e somente se, b ∼ a. As classes de equivaleˆncia de uma relac¸a˜o de equivaleˆncia ∼ em A sa˜o subconjuntos de A na˜o-vazios, pois para cada a ∈ A temos a ∈ a. Mais ainda, pelo item (iii) da proposic¸a˜o anterior, cobrem A e, pelo item (ii), classes distintas sa˜o conjuntos disjuntos. Portanto, as classes de equivaleˆncia distintas de uma relac¸a˜o de equi- valeˆncia de um conjunto A da˜o uma subdivisa˜o de A em subconjuntos dis- juntos e na˜o-vazios, isto e´, definem uma partic¸a˜o de A. Com a observac¸a˜o acima obtivemos a primeira parte do seguinte teo- rema. Teorema 2 Se ∼ e´ uma relac¸a˜o de equivaleˆncia no conjunto A, enta˜o as classes de equi- valeˆncia distintas de ∼ definem uma partic¸a˜o de A. Reciprocamente, dada uma partic¸a˜o de A, digamos A = ⋃ i∈I Ai, onde Ai 6= ∅ e Ai ∩ Aj = ∅, para quaisquer i, j ∈ I, i 6= j, existe uma u´nica relac¸a˜o de equivaleˆncia ∼ em A, tal que as classes de equivaleˆncia distintas de ∼ sa˜o os subconjuntos Ai, i ∈ I. Demonstrac¸a˜o: Falta apenas demonstrar a rec´ıproca. Digamos que a famı´lia {Ai ; i ∈ I} e´ uma partic¸a˜o do conjunto A. Como A = ⋃ i∈I Ai, enta˜o para cada a ∈ A existe i ∈ I, tal que a ∈ Ai, seguindo a unicidade do ı´ndice i do fato de Ai e Aj serem disjuntos para i 6= j. Para a, b ∈ A definimos a ∼ b se, e somente se, para algum i ∈ I, a, b ∈ Ai. E´ fa´cil a verificac¸a˜o de que ∼ e´ uma relac¸a˜o de equivaleˆncia em A. M.L.T.Villela UFF 28 Relac¸o˜es de equivaleˆncia PARTE 1 - SEC¸A˜O 3 Com a definic¸a˜o de ∼ temos a = Ai, onde i e´ o u´nico ı´ndice de I tal que a ∈ Ai. � Definic¸a˜o 22 (Conjunto quociente) Seja A um conjunto na˜o-vazio e ∼ uma relac¸a˜o de equivaleˆncia em A. O conjunto quociente A/ ∼ e´ definido por A/ ∼ = { a ; a ∈ A}. Exemplo 37 Consideremos em Z a relac¸a˜o de equivaleˆncia a, b ∈ Z, a ∼ b⇐⇒ a− b e´ mu´ltiplo de 2. Temos apenas duas classes de equivaleˆncia, a saber, P a classe dos nu´meros pares e I a classe dos nu´meros ı´mpares. Logo, Z/ ∼ = { P, I }. Exemplo 38 Consideremos a relac¸a˜o de equivaleˆncia no plano Π do Exemplo 26, dada por P,Q ∈ Π, P ∼ Q⇐⇒ d(O, P) = d(O,Q), onde O e´ um ponto fixado em Π. Vimos que O = {O} e P = c´ırculo de centro O e raio r = d(O, P) }, se P 6= O. Para cada nu´mero real r > 0 seja Cr o c´ırculo de centro O e raio r. Enta˜o, Π/ ∼ = { {O} ; Cr, r > 0 }. Exerc´ıcios 1. Mostre que sa˜o relac¸o˜es de equivaleˆncia as relac¸o˜es bina´rias dos Exem- plos 24, 26 e 27. 2. Mostre que na˜o sa˜o relac¸o˜es de equivaleˆncia as relac¸o˜es bina´rias dos Exemplos 22 e 23, indicando quais das propriedades (reflexiva, sime´trica ou transitiva) na˜o teˆm. 3. Seja A = {x ∈ N ; x ≤ 15}. Para x, y ∈ A definimos x ∼ y⇐⇒ 3 divide x− y. Instituto de Matema´tica 29 UFF Relac¸o˜es de equivaleˆncia (a) Mostre que ∼ e´ uma relac¸a˜o de equivaleˆncia em A. (b) Determine as classes de equivaleˆncia: 0, 1 e 2. (c) Ha´ quantas classes de equivaleˆncia distintas? 4. Seja A o conjunto dos triaˆngulos no plano. Seja ∼ a congrueˆncia de triaˆngulos. Mostre que a congrueˆncia de triaˆngulos e´ uma relac¸a˜o de equivaleˆncia. 5. Seja A o conjunto dos triaˆngulos no plano. Seja ∼ a semelhanc¸a de triaˆngulos. Mostre que a semelhanc¸a e´ uma relac¸a˜o de equivaleˆncia. 6. Seja A = Z× (Z\{0}) = {(a, b) ; a, b ∈ Z e b 6= 0}. Para (a, b), (c, d) ∈ A definimos (a, b) ∼ (c, d)⇐⇒ a · d = b · c. (a) Mostre que ∼ e´ uma relac¸a˜o de equivaleˆncia em A. (b) Determine a classe de equivaleˆncia de (a, b). 7. Seja A = R2\{(0, 0)}. Para (x, y), (x′, y′) ∈ A definimos (x, y) ∼ (x′, y′)⇐⇒ x = λx′ e y = λy′, para algum λ ∈ R\{0}. (a) Mostre que ∼ e´ uma relac¸a˜o de equivaleˆncia em A. (b) Interprete, geometricamente, a classe de equivaleˆncia de (x, y). 8. Sejam V um espac¸o vetorial real e W um subespac¸o de V. Para u, v ∈ V definimos u ∼ v se, e somente se, u − v ∈W. (a) Mostre que ∼ e´ uma relac¸a˜o de equivaleˆnciaem V. (b) Determine a classe de equivaleˆncia de v, para cada v ∈ V. (c) Sejam V = R2, (a, b) 6= (0, 0) e W = {(x, y) ∈ R2 ; ax+ by = 0}. Interprete, geometricamente, a classe de equivaleˆnvia de (x0, y0). (d) Sejam V = R3 e (a, b, c) 6= (0, 0, 0). Consideremos o subespac¸oW = {(x, y, z) ∈ R3 ; ax+by+cz = 0}. Interprete, geometricamente, a classe de equivaleˆnvia de (x0, y0, z0). M.L.T.Villela UFF 30
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