Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TEORIA GERAL DO DELITO Prof.º Edigardo Neto Teoria Geral do Delito Conceito de crime Critério material ou substancial Critério legal Obs.: Art. 28, Lei 11.343/06 Critério analítico Fato típico Conduta Resultado Nexo tipicidade Antijurídico ou Ilícito Culpabilidade Imputabilidade Potencial consciência da ilicitude Exigibilidade de conduta diversa Teoria Geral do Delito Sujeitos do crime Ativo Pessoa Jurídica? Passivo Constante/mediato/formal Eventual/imediato/material Objeto do crime Há crime sem objeto? Jurídico material Teoria Geral do Delito Classificação dos crimes Comuns, próprios e de mão própria Simples e complexos Materiais, formais e de mera conduta Instantâneos, permanentes e a prazo Unissubjetivos e plurissubjetivos De dano e de perigo Crimes unissubsistentes e plurissubsistentes Comissivos e omissivos Transeuntes e não transeuntes Vago De atentado ou de empreendimento Teoria Geral do Delito Conduta Teorias Conceito – ação ou omissão humana, consciente e voluntária, dirigida a um fim, consistente em produzir um resultado tipificado em lei como infração penal. Formas Ação Omissão Exclusão da conduta Caso fortuito e força maior Atos ou movimentos reflexos Coação física irresistível Sonambulismo e hipnose Teoria Geral do Delito Resultado – consequência provocada Espécies Jurídico ou normativo Naturalístico ou material Existe crime sem resultado? Observações: Esta presente somente nos crimes materiais. Se tentado, ainda que material, não há resultado. Nos formais, ainda que possível, é dispensável. Nos de mera conduta, jamais existe. Teoria Geral do Delito Nexo ou Relação de Causalidade Conceito – vínculo entre a conduta e o resultado naturalístico Teorias Causalidade adequada Equivalência dos antecedentes “coditio sine qua non” Causa – todo comportamento humano, comissivo ou omissivo, que de qualquer modo concorreu para a produção do resultado naturalístico. “Processo hipotético de eliminação” Críticas: teoria cega – “regressus ad infinitum” Presença da causalidade psíquica – dolo ou culpa. Teoria Geral do Delito O Art. 13 do CP adotou a regra da teoria da equivalência dos antecedentes, mas o seu § 1º, adotou a teoria da causalidade adequada, o que nos remete as CONCAUSAS. Conceito – convergência de uma causa externa à vontade do autor, influindo na produção do resultado naturalístico por ele desejado e posicionando-se paralelamente ao seu comportamento. Preexistentes – responde pelos seus atos Concomitantes - responde pelos seus atos Supervenientes - responde pelos seus atos Preexistentes – responde pelo resultado naturalísticos Concomitantes - responde pelo resultado naturalísticos Supervenientes - responde pelo resultado naturalísticos, se não produziram por si sós o resultado. Se produziram por si sós o resultado, rompem o nexo. Teoria Geral do Delito Relevância da Omissão – dever de agir (critério legal) Teoria Geral do Delito Tipicidade – juízo de subsunção Subordinação imediata Subordinação imediata – normas integrativas ou de extensão Tentativa – ampliação temporal Participação – ampliação espacial e pessoal Crimes omissivos impróprios – ampliação da conduta criminosa. Teoria Geral do Delito Conceito de Ilicitude – contrariedade com o ordenamento jurídico. Ilicitude Formal – contradição entre o fato e o sistema. Material – caráter antissocial do comportamento. Unitária – junção das anteriores. Genérica – ilicitude fora do tipo penal. Específica – ilicitude no interior do tipo penal (elemento normativo do tipo). Ex.: “indevidamente”... Subjetiva – apenas às pessoas imputáveis. Objetiva – suficiente a contrariedade. (CPB). Teoria Geral do Delito Teoria Geral do Delito Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. Conceito – conflito de interesses lícitos Requisitos - cumulativos Situação de Necessidade Perigo atual Não provocado voluntariamente Ausência de dever legal Fato Necessitado Inevitabilidade do perigo proporcionalidade Teoria Geral do Delito Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. § 2º - causa de diminuição da pena Espécies Justificante Exculpante Próprio De terceiros Agressivo Defensivo Teoria Geral do Delito Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Conceito – reação Requisitos Agressão Injusta Atual ou iminente Contra direito próprio ou alheio Reação Emprego dos meios necessários Uso moderado de tais meios Legítima Defesa X Vingança Teoria Geral do Delito Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Espécies Agressiva Defensiva Própria De terceiros Real Putativa Legítima Defesa da honra ? Teoria Geral do Delito Conceito de Estrito Cumprimento de Dever Legal(Art. 23, III, CP) – dever legal de agir Destinatários Limites Estrito cumprimento de dever legal X Crimes culposos Comunicabilidade Teoria Geral do Delito Conceito de Exercício Regular de Direito (Art. 23, III, CP) – Direito Limites Lesões em atividades esportivas Intervenções médicas ou cirúrgicas Ofendídulas Visíveis Aparelhos ocultos Utilização de cadáveres para estudos e pesquisas Teoria Geral do Delito Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: (...); Excesso punível Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. Conceito – desnecessária intensificação Espécies Doloso Culposo Acidental Exculpante Legítima Defesa X Excesso Teoria Geral do Delito CONCEITO DE CULPABILIDADE – Juízo de censura, juízo de reprovabilidade. Culpabilidade pelo Fato – fato cometido. Fundamento – tem que levar em conta o perfil subjetivo do infrator. Teoria adotada – teoria limitada da culpabilidade, ou seja, é a IMPUTABILIDADE + POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE + EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA. Coculpabilidade – atenuante inominada (Art. 66, CP). Espécies: Formal – em abstrato (para o legislador) Material – em concreto (para o Juiz) Graus de culpabilidade – circunstância judicial (Art. 59, CP) – destinada à dosimetria da pena. Dirimentes – causas de exclusão da culpabilidade Teoria Geral do Delito Conceito de Imputabilidade – é a capacidade mental, inerente ao ser humano de, ao tempo da ação ou omissão, entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento. Elementos: Intelectivo – integridade biopsíquica – perfeita saúde mental; Volitivo – domínio da vontade – o agente controla e comanda seus impulsos relativos à compreensão do caráter ilícito do fato. Critério Cronológico – (18 anos completos) – presunção relativa. Sistema Biopsicológico – salvo prova pericial em sentido contrário revelando a presença de causa mental deficiente (Art. 26, caput, CP). Momento para constatação – teoria da atividade Causas de inimputabilidade Menoridade (Art. 27, CP) Doença mental (Art. 26, caput,CP) Desenvolvimento mental incompleto ou retardado (Art. 26 e 27, CP) Embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior. Teoria Geral do Delito (1)Menoridade – pelo sistema biológico, estabelece presunção de inimputabilidade ABSOLUTA decorrente da CF (Art. 228) e do Art. 27, CP, não admitindo prova em contrário. Crimes permanentes – admite-se a punição a depender da época do fato. (2)Doença Mental – todas as alterações mentais ou psíquicas que suprimem a capacidade de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento. Intervalos de lucidez – são penalmente imputáveis. (3)Desenvolvimento Mental Incompleto – menores de 18 anos e os silvícolas. Para estes, considera-se: Integrados – imputáveis. Parcialmente integrados – semi-imputáveis. Não integrados – inimputáveis. Teoria Geral do Delito (4)Desenvolvimento Mental Retardado – a pessoa não se mostra em sintonia com as demais pessoas que possuem sua idade cronológica. Surdo-mudo – depende do caso concreto. Efeitos da Inimputabilidade. Perícia Médica. Natureza Jurídica – causa obrigatória de diminuição da pena. Fronteiriços – semi-imputáveis. Sentença de Absolvição Imprópria. Emoção e Paixão (Art. 28, I, CP) – Não excluem a imputabilidade penal. Emoção – estado afetivo de perturbação transitória. Paixão – emoção intensa, ou seja, perturbação duradoura do equilíbrio psíquico. Exceções: Coação moral irresistível e Estado Patológico (doença mental). Teoria Geral do Delito (5)Embriaguez – Intoxicação aguda pelo álcool ou por substância de efeitos análogos, que exclua a capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Etapas: 1ª fase – Euforia – “fase do macaco”. 2ª fase – Agitação – “fase do leão”. Perturbações psicossensoriais profundas. Nessas duas fases, é possível a prática de crimes comissivos e omissivos. 3ª fase – Comatosa – “fase do porco”. Somente pode praticar crimes omissivos, próprios ou impróprios. Provas – exames laboratoriais, exames clínicos e prova testemunhal. Teoria da actio libera in causa – ação livre na causa. Teoria Geral do Delito (5)Embriaguez – Intoxicação aguda pelo álcool ou por substância de efeitos análogos, que exclua a capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Espécies: Não acidental – com intenção de embriagar-se. Não excluem a imputabilidade, completa ou incompleta. Voluntária Culposa Acidental ou Fortuita (caso fortuito ou força maior) Completa – Exclui a imputabilidade. Incompleta – Não exclui a imputabilidade, mas diminui a pena (de 1/3 a 2/3) – equivale à semi-imputabilidade. Patológica – equipara-se a Doença Mental (o agente pode ser considerado inimputável ou semi-imputável, conforme a conclusão do laudo médico-legal. Preordenada – Não exclui a imputabilidade e ainda agrava a pena. (Art. 61, CP). Teoria Geral do Delito Conceito de Potencial Consciência da Ilicitude – Exigi-se do autor o conhecimento, ou, no mínimo, a potencialidade de entender o aspecto criminoso do seu comportamento, isto é, os aspectos relativos ao tipo penal e à ilicitude. Critério Intermediário – É suficiente um juízo geral acerca do caráter ilícito do fato, mediante um simples esforço da consciência, ou seja, basta a valoração paralela da esfera do profano. Exclusão: Erro de Proibição – falsa percepção do agente acerca do caráter ilícito do fato típico por ele praticado, de acordo com um juízo profano. Escusável – não poderia evitá-lo – exclui a culpabilidade. Inescusável – poderia ser evitado com o normal esforço de consciência por parte do agente – permanece a culpabilidade, mas a pena deve ser diminuída de 1/6 a 1/3. Teoria Geral do Delito Conceito de Exigibilidade de Conduta Diversa – É a expectativa da sociedade acerca da prática de uma conduta diversa daquela que foi deliberadamente adotada pelo autor de um fato típico e ilícito, ou seja, o agente podia comportar-se em conformidade com o direito, mas preferiu violar a lei penal. Atualmente tem-se sustentado a possibilidade da existência de causas de exclusão da culpabilidade não previstas em lei, ou seja, supralegais. Causas de exclusão: Coação Moral Irresistível – autoria mediata (cumulado com tortura em concurso material) – isenção de pena. Requisitos: Ameaça do coator (promessa de mal grave e iminente, o qual o coagido não é obrigado a suportar); Inevitabilidade do perigo; Caráter irresistível da ameaça; Presença de ao menos três pessoas envolvidas. Teoria Geral do Delito Obediência Hierárquica – quando um funcionário público subalterno pratica uma infração penal em decorrência do cumprimento de ordem, não manifestamente ilegal, emitida pelo superior hierárquico. Requisitos: Ordem não manifestamente ilegal; Ordem originária de autoridade competente; Relação de direito público; Presença de três pessoas; Cumprimento estrito da ordem. Obs.: Se a ordem é legal – Estrito cumprimento do dever legal. Teoria Geral do Delito Teoria Geral do Delito
Compartilhar