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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 16ª REGIÃO. Processo nº ______/______ Antônio, devidamente qualificado nos autos da reclamação trabalhista em epígrafe, por seu advogado que esta subscreve, em sede de Recurso Ordinário interposto pela Recorrida, a Empresa Maranhão Modas, que teve ratificado o venerável acórdão de folhas __. Diante de decisão contraria à Lei Federal, vem tempestiva e respeitosamente à presença de Vossa Excelência, interpor RECURSO DE REVISTA com fulcro no artigo 896, alínea “a” e “c” da CLT, de acordo com as razões em anexo, as quais requer que sejam recebidas e remetidas ao Egrégio Tribunal Superior do Trabalho. No presente recurso encontram-se presentes os pressupostos de admissibilidades. Também foram recolhidos: Depósito Recurso nos termos da Súmula 245 e 426 do TST; assim como as custas processuais e feito o devido prequestionamento da matéria, nos moldes da Sumula 297 TST. Contudo deixo de anexar os comprovantes das custas e depósito recursal, por ser beneficiário da Justiça Gratuita. Diante do exposto, requer o recebimento do presente recurso, a intimação do polo passivo do recurso para, querendo, apresentar contrarrazões no prazo legal. E a posterior remessa dos autos ao Egrégio Tribunal Superior do Trabalho. Nestes termos, Pede deferimento. Local e Data Advogado OAB nº ÉGREGIO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO COLENDA TURMA ÍNCLITOS JULGADORES Origem: Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região. Processo nº Recorrente: Antônio Recorrido: Empresa Maranhão Modas RAZÕES DE RECURSO DE REVISTA RESUMO DA DEMANDA Em acórdão, o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho de 16ª Região, ratificou a r. Sentença em que julgava improcedente da Reclamação Trabalhista, pelo fato do Reclamante (ora Recorrente) não ter se desincumbido de provar o alegado, pois sua testemunha não falava português, tendo a mesma sido ouvida apenas como Ouvinte. Ocorre que o Juizo a quo, deveria ter nomeado interprete para que a colheita de provas pela testemunha fosse feita de maneira correta. Consta ainda que Recorrente nunca recebeu pelas horas in itinere e nem por horas extras e ate presente momento não foram expedidas as Guias do Seguro Desemprego, haja vista que ruptura do contrato de trabalho se deu sem justa causa. Fato este que ficou demonstrado nos documentos anexos acostados aos autos. DO CABIMENTO DO RECURSO DE REVISTA O presente recurso no que tange em sua matéria, já foi pré-questionada, conforme Súmula 297 do TST, ou seja, a recorrente buscou reformar de todas as maneiras legais o venerável Acórdão de folhas ___. Só restando o Recurso de Revista para o reexame da matéria. Nesta esteira, a transcendência do artigo 896, alínea “a” e “c” da CLT, está respeitada, tendo em vista que a matéria afronta literalidade de Súmula do TST ou/e lei federal. O art. 818 da CLT prescreve que a prova cabe a quem alega. Desta forma, percebe-se que o Recorrente colacionou vários documentos com proposito de provar o alegado. Desta forma a r. Sentença não poderia ter declarado que o Reclamante, ora Recorrente, não se desincumbiu de provas o alegado. Já o art. 819 da CLT diz que quando a testemunha não falar língua nacional, o juiz deverá nomear interprete. Consolidação das Leis Trabalhistas Art. 819 - O depoimento das partes e testemunhas que não souberem falar a língua nacional será feito por meio de intérprete nomeado pelo juiz ou presidente. No caso em tela, o art. 819 da CLT, não foi respeitado, assim como Súmulas 90 e 389 do TST. Caso em que a testemunha não sabendo falar a língua pátria, deverá o Magistrado nomear interprete para que sua oitiva não seja prejudicada. A Súmula 221 do TST garante a propositura do Recurso de Revista quando indicado o dispositivo de lei federal ou constitucional que foi ferido. In verbis: Súmula 221 TST A admissibilidade do recurso de revista por violação tem como pressuposto a indicação expressa do dispositivo de lei ou da Constituição tido como violado. DO CABIMENTO DE HORA EXTRA AO RECORRIDO O v. Acórdão considerou improcedente a ação. No entanto, o Recorrente trabalhava duas horas extras por dia e tais horas nunca foram pagas. A comprovação pode-se extrair do depoimento pessoal do Recorrente e da Testemunha que por ele foi arrolada. Além do mas, o art. 58 da CLT garante expressamente que a duração normal da jornada de trabalho é de oito horas diárias. CLT Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite. Da mesma forma, a OJ – 415 SDI-1 diz que as horas extras reconhecidas em juízo devem ser todas pagas, até o período não prescrito. 415. Horas extras. Reconhecimento em Juízo. Critério de dedução/abatimento dos valores comprovadamente pagos no curso do contrato de trabalho. (Divulgada no DeJT 14/02/2012) A dedução das horas extras comprovadamente pagas daquelas reconhecidas em juízo não pode ser limitada ao mês de apuração, devendo ser integral e aferida pelo total das horas extraordinárias quitadas durante o período imprescrito do contrato de trabalho. DAS HORAS IN ITINERE E DO ACORDO COLETIVO Reza a Constituição Federal, em seu art. 7º, inciso XXVI que os acordos coletivos de trabalho devem ser respeitados. Constituição de 1988 Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; Neste viés, ficou demonstrado que há acordo coletivo estabelecendo o pagamento de 01 (hum) hora itinere por dia. Desta feita, deve-se reformar o v. Acórdão que julgou improcedente o pedido de Horas in Itinere. Além do mas, o tema esta disciplinado na Sumula 90 do TST. Súmula nº 90 do TST HORAS "IN ITINERE". TEMPO DE SERVIÇO I - O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador, até o local de trabalho de difícil acesso, ou não servido por transporte público regular, e para o seu retorno é computável na jornada de trabalho. DA NÃO LIBERAÇÃO DAS GUIAS DE SEGURO DESEMPREGO - INDENIZAÇÃO O fim com contrato de trabalho no caso em tela, se deu de forma unilateral por parte do Recorrido, que achou por bem encerrar o vínculo trabalhista. Porém, tal fato se deu sem justa causa, devendo dessa forma emitir as Guias de Seguro Desemprego em favor do Recorrente. A Súmula 389 TST, garante indenização quando o empregador não emitir as Guias de Seguro Desemprego ao empregado. Verbis. SUM-389 SEGURO-DESEMPREGO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. DIREITO À INDENIZAÇÃO POR NÃO LIBERAÇÃO DE GUIAS; I - Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre empregado e empregador tendo por objeto indenização pelo não-fornecimento das guias do seguro-desemprego. II - O não-fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do seguro-desemprego dá origem ao direito à indenização. Com base nos documentos acostados nos autos, e na Súmula em apresso, fica claro o dever de indenizar, o Recorrente por parte do empregador, pelo fato da não liberação das Guias de Seguro Desemprego. DOS PEDIDOS Requer que o presente Recurso de Revista seja conhecido e provido; Que seja deferido o pedido de duas Horas Extras por dia de serviço durante período não prescrito do contrato trabalho; Que seja deferido o pedido das horas in itinere; Que o Recorrido seja condenado a indenizar o Recorrente por não ter emitido as Guias de Seguro Desemprego; Requer que seja reformado a sentença que determinou a testemunha apenas como Ouvinte, e lhe dê status de testemunha própria, por preencher todos os requisitos exigidos em lei. O Recorrente protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito. Nestes Termos; Pede e espera deferimento. Local e Data Advogado OAB nº
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