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PLANO DE EFICÁCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO Quando se fala em efeitos do negócio jurídico, falase sobre uma constituição, extinção ou modificação de uma relação jurídica, assim, a eficácia de um negócio jurídico pode ser afetada por outros elementos denominados acidentais, uma vez que são elementos facultativos, introduzidos exclusivamente pela vontade das partes, e não indispensáveis a validade do negócio. Apesar de não serem elementos essenciais ao negócio, uma vez instituídos, passam a ser considerados como tais, portanto, devem ser observados e cumpridos. São elementos acidentais do negócio jurídico: CONDIÇÃO 1) Conceito: Preceitua o artigo 121 do código civil ‘’Considerase condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.’’ 2) Elementos: Assim, para que uma condição seja estipulada, é necessário que a cláusula seja voluntária, que o acontecimento a que se subordina a eficácia ou a resolução do ato jurídico seja futuro e que esse acontecimento também seja incerto. 3) Classificação: ● Quanto a licitude (art. 122CC): Lícitas: Aquelas que derivam da liberdade das partes e de sua boafé. Ilícitas: Aquelas que contrariam a liberdade de uma pessoa, como por exemplo, obrigar alguém a mudar de religião ou que a proíba de se casar. ● Quanto a possibilidade ( art. 124CC): Possíveis: quando seu objeto for conforme a lei e possível de alcance por qualquer ser humano. Impossíveis: quando o objeto for contrário a lei e impossível de alcançar por qualquer ser humano. Um exemplo é de quem estipula como condição a plantação de maconha ou a compra de um unicórnio. ● Quanto a fonte por onde promanam: Casuais: derivam do acaso, do fortuito, ou seja, de um evento ao qual não se tem controle, como a chuva e outro fenômenos naturais, sorte, etc. Potestativas: São as que decorrem da vontade ou do poder de umas das partes, podendo ser puramente potestativas ou simplesmente potestativas. A) Puramente potestativas (art. 122, 2 parte): quando o negócio se subordina a vontade de quem estabeleceu a condição. São consideradas ilícitas por já nascerem viciadas. Ex: Se eu ganhar a corrida, te darei um anel de ouro. Note que a condição deriva exclusivamente da vontade de apenas uma das partes, a que estabeleceu e que pode cumprir com a cláusula imposta, tentando de fato ganhar a corrida ou simplesmente optar por não correr e não ter que arcar com o ônus. B) Simplesmente potestativas (art. 420 CC): o negócio está subordinado a vontade da outra parte, que não estabeleceu a condição e que pode ou não se submeter a realização da mesma. Ex: Se você for ao supermercado te pagarei R$50,00. Mistas: aquelas que dependem simultaneamente da vontade de uma das partes e da vontade de um terceiro. Ex: Te darei uma casa se você se casar com Maria. Perplexas (art 123, III): aquelas que não fazem sentido e que causam perplexidade e confusão ao intérprete. Ex: Deixo você ser meu herdeiro universal se João também for. Promíscuas: é a condição potestativa frustrada. A parte que se submete a condição não a cumpre pela ausência de vontade, mas sim, por uma circunstância alheia a sua vontade. Ex: Se você escalar o prédio 1 da Unimontes, te pago um almoço. O agente vai até a Unimontes para escalar o prédio, mas ao chegar, o demoliram. Note que o agente aceitou a condição e se propôs a escalar, mas por uma circunstância alheia a sua vontade não o pôde fazêlo. ● Quanto ao modo de atuação: SUSPENSIVAS (art. 125 CC): a condição suspensiva impede que o ato produza efeitos até a realização do evento futuro e incerto. Ex: Te dou outro livro se você terminar de ler este. È necessário que o agente termine o livro que ele já está lendo para poder ganhar outro. RESOLUTIVAS ( art. 128 CC): a condição resolutiva é aquela que resolve, extingue, o direito transferido pelo negócio jurídico, após a ocorrência do evento futuro e incerto. Ex: Te dou uma casa se você não cursar medicina. Após recebido o bem, o agente vai e cursa medicina. Assim, conferese a eventual doação o caráter de condição resolutiva, podendo a casa ser devolvida ao doador. 1) Estados da condição: Pendência (art. 125): enquanto o evento futuro e incerto ainda não ocorreu. Implemento (art. 128): quando a condição é verificada, ou seja, o evento ocorreu. Frustração (art. 129): quando não se verificou a condição, ou seja, o evento não ocorreu. CONDIÇÃO SUSPENSIVA CONDIÇÃO RESOLUTIVA PENDÊNCIA Não produz efeitos Produz efeitos IMPLEMENTO Produz efeitos Cessam os efeitos FRUSTRAÇÃO Não produz efeitos Os efeitos são produzidos e se tornam definitivos TERMO 1) Conceito: é o dia ou momento em que começa ou se extingue a eficácia do negócio jurídico, podendo ser medida em horas, dias, meses ou anos. 2) Espécies: Termo inicial: é o que fixa o momento em que a eficácia do negócio deve ter início, retardando o exercício do direito. Termo final: é o que o fixa a data em que os efeitos do negócio jurídico serão cessados, extinguindo assim, as obrigações dele oriundas. Termo convencional: é o estabelecido por meio da convenção e vontade das partes. Termo Legal: é o decorrente da lei. Termo de graça: é a prorrogação do prazo concedido ao devedor. Termo certo: quando estipulado uma determinada data ou lapso de tempo.T Termo incerto: quando ainda que certo e inevitável no futuro, é incerto quanto a data de sua verificação. Um exemplo é quando se estabelece a transmissão de determinado bem após a morte de seu titular. Sabese que um dia o titular irá morrer, mas não se sabe quando. 3) Considerações: O termo difere da condição, pois esta subordina a eficácia do negócio jurídico a um evento futuro e incerto. È o acontecimento certo, no qual inexiste a pendência. O titular do direito a termo pode exercer atos conservatórios sobre ele. Podese conjugar uma condição e um termo em um mesmo negócio jurídico. Ex: Se você se formar em direito em 5 anos, montarei um escritório de advocacia para você. Nem todos os negócios jurídicos permitem o termo, como por exemplo, a renúncia ou aceitação de herança, a adoção, o casamento, entre outros. Termo é diferente de prazo, uma vez que este é o intervalo entre o termo inicial e o termo final. Na contagem dos prazos, excluise o dia do começo e incluise o dia do vencimento e prazos que tem os dias como unidade de tempo, contamse por inteiro, da meianoite à meianoite seguinte. (Art. 132 CC) ENCARGO 1) Conceito: È a cláusula acessória, determinada e que imposta pelo autor da liberalidade, gera uma obrigação a ser cumprida pelo beneficiário. 2) Considerações: Gera direito adquirido a seu destinatário, que pode exercer o direito desde já, ainda que o cumprimento da obrigação imposta esteja pendente. Não podem ser incluídas em negócios a título oneroso, uma vez que equivaleriam a uma contraprestação. È coercitivo e não suspensivo ou resolutivo como as condições, pois não suspende a aquisição nem o exercício do direito e nem conduz, por si só, à revogação do ato. Pode ser imposto como condição suspensiva e com efeitos próprios deste elemento acidental. (art.136, 2 parte CC) Uma vez imposto, deve ser cumprido, sob pena de revogação ou imposição da liberalidade pelo autor.
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