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DIREITODIREITODIREITODIREITO TRIBUTÁRIOTRIBUTÁRIOTRIBUTÁRIOTRIBUTÁRIO ROTEIRO DAS AULAS Prof. Alexandre Lugon Atualizada pela LC 118/05 Revisada em julho de 2008 Admim Textbox 2012 DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 2 PROGRAMA UNIDADE I 1. Introdução ao estudo do Direito Tributário: a) Receitas Públicas 2. Direito Tributário X Direito Financeiro 3. Definição de Tributo 4. Espécies tributárias: a) Imposto b) Taxas c) Contribuições de Melhoria d) Empréstimos Compulsórios e) Contribuições Especiais 5. Determinação da natureza jurídica dos tributos. UNIDADE II 1. Competência Tributária: a) Competência para estabelecer normas gerais de Direito Tributário b) Competência para instituir Tributos. 2. Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar: a) Princípios tributários b) Imunidades tributárias. UNIDADE III 1. Legislação Tributária: a) Leis � Emendas à Constituição � Leis Delegadas � Leis Complementares � Leis Ordinárias � Medidas Provisórias � Decretos Legislativos � Resoluções do Senado Federal b) Tratados e Convenções Internacionais c) Decretos d) Normas Complementares DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 3 2. Vigência da Legislação Tributária 3. Aplicação da Legislação Tributária- a) Eficácia b) Exceções à Irretroatividade 4. Regras de interpretação e de integração da legislação tributária UNIDADE IV 1. Obrigação Tributária: a) Elementos estruturais � Fato Gerador � Sujeito Ativo e Sujeito Passivo � Prestações b) Classificação da Obrigação Tributária � Obrigação Tributária Principal � Obrigação Tributária Acessória 2. Princípio do "Non Olet" 3. Convenções Particulares 4. Solidariedade 5. Capacidade Tributária Passiva 6. Domicílio Tributário 7. Responsabilidade Tributária: a) Responsabilidade por Substituição e por Transferëncia b) Responsabilidade dos Sucessores c) Responsabilidade de Terceiros d) Responsabilidade por Infrações UNIDADE V 1. Crédito Tributário: b) Natureza Jurídica 2. Lançamento Tributário: b) Definição c) Regência do Lançamento Tributário d) Hipóteses de Alteração e) Modalidades do Lançamento Tributário 3. Hipóteses de suspensão da exigibilidade do Crédito Tributário: a) Moratória b) Depósito do Montante Integral c) Reclamações e Recursos d) Liminares e Tutelas Antecipadas DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 4 e) Parcelamento 4. Extinção do Crédito Tributário a) Pagamento b) Compensação c) Transação d) Remissão e) Prescrição e Decadência f) Ação de consignação em pagamento g) Conversão do depósito em renda h) Pagamento antecipado sob condição resolutória de ulterior homologação i) Decisão administrativa irreformável j) Decisão judicial transitada em julgado k) Dação em pagamento em bens imóveis 5. Exclusão do Crédito Tributário a) Isenção b) Anistia 6. Garantias e Privilégios do Crédito Tributário UNIDADE VI Administração Tributária – Fiscalização DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 5 FUNDAMENTAÇÃO LEGAL UTILIZADA 1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1.1 art. 24 C.F; art.145 a 167 C.F. ( SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL ); art. 167 C.F; art. 195; art. 198; art. 212 C.F; 239 C.F 1.2 EMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 03/93; 12/96; 20/98, 21/99, 29/00, 31/00, 32/01, 33/01, 37/02, 39/02, 41/03, 42/03, 44/04; 45/05; 55/07 1.3 ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS (art. 34 , art. 40 a 42, art. 70, art. 75, 76, e art. 79 a 94 da ADCT) 2. CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL ( Lei n.º 5172/66, LC 104/01, LC 105/01 e LC118/05 ) LIVRO I 2.1. art. 1.º a 16.º CTN. a) os art. 1.º e 2.º CTN são regidos atualmente pelo novo SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL, disposto na atual CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA BRASILEIRA) b) art. 9, I (as ressalvas estão regidas pelo art. 153 § 1.º C.F.) c) art. 13 (agora está regido pelo art. 150 § 3.º C.F.) d) o art. 15,III CTN não foi recepcionado 2.2. art. 17 e 18 CTN ( regido pelo SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL- art 145 a 167 C.F.) a) art. 18 ( agora está regido pelo art. 147 C.F./88) 2.3. art. 19 a 34 CTN a) art 21 e 26 CTN derrogados pelo art. 153 § 1.º C.F b) art. 22,II CTN não recepcionado 2.4.art. 35 a 36 CTN ( regidos pelo SISTEMA TRIBUTARIO NACIONAL –art 155 a 156 C.F) 2.5. 37 a 51 CTN a) não se aplicam os art. 46,III CTN; 47,III CTN e 51, IV CTN 2.6.art. 52 a 62 CTN ( regidos pela LC 87/96 e LC 116/03 ) 2.7.art. 63 a 67 CTN a) art. 65 CTN derrogado pelo art. 153 § 1 C.F 2.8. art. 68 a 73 CTN ( regidos pela LC 87/96 e LC 116/03 ) 2.9. art.74 a 75 CTN ( não recepcionados ) 2.10. art. 76 a 82 CTN- recepcionados 2.11. os art. 83 a 95 CTN estão regidos no capítulo da Repartição das Receitas Tributárias da Constituição Federal ( portanto, estudar exclusivamente nos art. 157 a 162 CF ) LIVRO II 2.12. art. 96 a 217 CTN DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 6 UNIDADE I 1. INTRODUÇÃO DIREITO ADMINISTRATIVO ADMIN. PÚBLICA DIREITO FINANCEIRO ATIV. FINANCEIRA ESTADO DIREITO TRIBUTÁRIO TRIBUTO RECEITAS PÚBLICAS DESPESAS PÚBLICA CRÉDITO PÚBLICOS ORÇAMENTO TRIBUTOS INGRESSOS PÚBLICOS espécie: RECEITAS PÚBLICAS espécie: TRIBUTOS DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 7 1.1. INGRESSOS PÚBLICOS ( Direito Financeiro ) O Estado, na busca de recursos para desempenhar suas funções, procura obtê-los de fontes variadas, conforme classificação a seguir: INGRESSOS OU ENTRADAS PRÓPRIOS OU RECEITAS PÚBLICAS PATRIMONIAIS EMPRESARIAIS OU PREÇOS PÚBLICOS DERIVADAS TRIBUTOS PENALIDADES PECUNIÁRIAS REPARAÇÕES DE GUERRA RECEITAS CREDITÍCIAS DE TERCEIROS OU IMPRÓPRIOS ORIGINÁRIAS DIREITO TRIBUTÁRIO DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 8 Vejamos os conceitos aplicados acima: 1.1 Ingressos ou Entradas: São todos os recursos financeiros que entram nos cofres públicos, tenham ou não o caráter de serem restituíveis ( retorno à origem). Enfoque: entradas lícitas ou devidas. 1.1.1 Empréstimos (restituíveis apesar de lícitos) 1.1.2. Receitas Públicas ( ingressos não restituíveis quando devidos) 1.1.2.1- Originárias: Decorrem de atividade atípica de Estado. O Estado angaria recursos administrando seu próprio patrimônio (ex. alienações) ou prestando serviços não essenciais de Estado (ex. tarifas públicas ) 1.1.2.1.1.Patrimoniais : o "Estado" administra o seu próprio patrimônio, extraindo dele os seus recursos. Ex: aluguéis, alienações de imóveis, etc... 1.1.2.1.2 Empresariais: O Estado presta serviços públicos de caráter não essencial de Estado. Ex: tarifas de energia elétrica, tarifa telefônica e etc. São serviços remunerados, via de regra, por prestações de caráter contratual. 1.1.2.2. Derivadas: Decorrem de atividade típica de Estado. O Estado angaria recursosaos cofres públicos provenientes de fontes externas ao próprio Estado. • Tributos • Penalidades pecuniárias • Reparações de Guerra • Receitas creditícias ou impróprias DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 9 2. O DIREITO TRIBUTÁRIO NO MUNDO JURÍDICO 2.1. DIREITO TRIBUTÁRIO X DIREITO FINANCEIRO X CIÊNCIA DAS FINANÇAS 2.1.1. A Ciência das Finanças : É a ciência que estuda o fenômeno financeiro, ou seja, a atividade financeira do Estado: as receitas públicas, as despesas públicas, o orçamento público e o crédito público. 2.1.2. O Direito Financeiro: É o ramo do Direito Público que normatiza a atividade financeira do Estado. 2.1.3. O Direito Tributário: É o ramo didaticamente autônomo do Direito Público que estuda e normatiza as relações jurídicas entre o Estado e o contribuinte, relativas à instituição, fiscalização e arrecadação da receita pública derivada específica referente ao conceito de tributo. CIÊNCIA DAS FINANÇAS E DIREITO FINANCEIRO DIREITO TRIBUTÁRIO RECEITA PUBLICA TRIBUTO DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 10 2.1.4. Características do Direito Tributário: É uma disciplina didaticamente autônoma. Relaciona-se com os demais ramos do Direito, pois este é uno e indivisível. Possui autonomia didática = é ramificação do Direito para facilitar seu estudo Possui autonomia dogmática= princípios próprios Possui autonomia estrutural= institutos próprios Sua autonomia dogmática ou estrutural é relativa uma vez que não se utiliza somente de princípios e institutos próprios, valendo-se de princípios e institutos de Direito Privado. CONSTITUCIONAL CIVIL TRIBUTÁRIO O DIREITO ( É UNO E INDIVISÍVEL ) RAMIFICAÇÃO/ DISCIPLINA JURÍDICA ( AUTONOMIA DIDÁTICA) DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 11 2. TRIBUTO NOÇÕES PRELIMINARES- RELAÇÃO JURÍDICA NO DIREITO TRIBUTÁRIO OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA LEI FATO GERADOR SUJEITO ATIVO SUJEITO PASSIVO DEVER JURÍDICO = PRESTAÇÃO 1) Prestação DE DAR: • TRIBUTO • PENALIDADE PECUNIÁRIA 2)Prestações de FAZER 3) Prestações de não FAZER DESCUMPRIMENTO DAS PRESTAÇÕES DE FAZER OU NÃO FAZER = ATO ILÍCITO SANÇÃO DO ATO ILÍCITO DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 12 3.1. A definição de tributo: Sentido primitivo = imposições de guerra Sentido atual = recursos voltados à manutenção do Estado. TRIBUTO ( art. 3.º do CTN.) • é toda prestação pecuniária • compulsória • em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir • instituída em lei ("ex-lege" - art. 150,I C.F. e art. 97 CTN ) • que não constitua sanção de ato ilícito • cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada ( entenda-se = ato vinculado, oposto a ato discricionário ) Observações complementares: Dação em pagamento é o pagamento de tributos com bens. Não era aceito para para a maioria dos doutrinadores, senão para doutrina minoritária (Luis Emydio e Paulo de B. Carvalho) . No entanto, a lei complementar n.º 104 de 2001, que alterou dispositivos do CTN, incluiu no art 156, XI CTN, “dação em pagamento em bens imóveis, na forma estabelecida em lei” como modalidade nova de extinção do crédito tributário.. DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 13 Não se aceita, no entanto, extinção do crédito tributário mediante tributos in ¨natura ¨ ( ex: 1 kg em espécie para cada tonelada) e tributos ¨in labore ¨ (exemplo: um dia de serviço ) Os tributos diferem das indenizações ( por lesão) e das doações, heranças jacentes , prescrição aquisitiva e etc...; distinguem-se ainda dos deveres compulsórios de ordem privada (ex. seguros automobilísticos, obrigações de alimentos e etc...) e ainda das apropriações de dinheiro abandonado ( estas últimas não causam relação jurídica) Quanto à função que exerçam, os tributos poderão ser: a) fiscais (função meramente arrecadatória para o cumprimento das prerrogativas e incumbências de Estado). Ex: IR , ICMS, IPTU... b) extrafiscais ( além da função fiscal, nestes predomina a função de controle ou intervenção na economia) . Ex: II, IE, IPI, IOF, ITR; c) parafiscais ( arrecadados para que o Estado cumpra funções paralelas às funções típicas de Estado). Ex. contribuições da seguridade social art. 195 C.F. 4. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS art. 5.º CTN : São tributos os impostos, taxas e contribuições de melhoria ( possuem função tributária básica ). Os empréstimos compulsórios e as contribuições especiais, após sua inclusão no Sistema Tributário Nacional ( ex: Empréstimo Compulsório incluído no STN pela EC 01/69), passam a ter natureza tributária segundo o STF, pois, apesar de não serem tributos básicos novos, no entanto, são dotados de características especiais as quais lhe atribuem função tributária autônoma além de comporem o STN. Natureza tributária para STF IMPOSTOS TAXAS CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 14 4.1 IMPOSTO Art. 145, I C.F. e art. 16 CTN Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I - impostos; Características: 4.1.1. FATO GERADOR: manifestação exterior de riqueza decorrente da capacidade econômica do contribuinte. 4.1.2. FUNÇÃO: redistributiva 4.1.3. BASE DE CÁLCULO: grandeza de dimensiona a manifestação econômica do contribuinte. 4.1.4. TRIBUTO NÃO VINCULADO: São tributos cujo fato gerador é uma situação que não tem como contrapartida nenhuma atividade imediata do Estado em relação ao contribuinte. (Ex: quando o Estado cobra I.R. , não oferece nenhum serviço de imediato em troca. Portanto, afirmamos que o imposto é um tributo NÃO VINCULADO . (vide art. 16 CTN) Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte 4.1.5. TRIBUTO DE RECEITA NÃO VINCULADA: Em regra, a receita arrecadada não pode estar vinculada, por lei, a nenhuma despesa específica, fundo ou órgão predeterminados, isto é , tem que ser redestinada ao “ bolo do orçamento”, de onde será repartida segundo os critérios da lei orçamentária. Portanto, é um tributo de RECEITA NÃO VINCULADA , ou seja, de ARRECADAÇÃO NÃO VINCULADA. Veja a proibição no art. 167, IV da Constituição Federal – alterado pela E.C. 43/03. Há, no entanto, exceções previstas no próprio artigo 167,IV C.F que serão estudadas no capítulo de Competência Tributária. Art 167 CF- são vedados: IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária,como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 15 operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; 4.1.6. Diversos são os impostos instituídos pela União, Estados, D.F e Municípios, segundo a competência tributária que lhes for atribuída pela própria Constituição. ( vide capítulo de Competência Tributária) 4.1.7. Algumas classificações importantes dos impostos: a) Quanto à forma de percepção: diretos e indiretos � São DIRETOS quando o sujeito passivo de direito (aquele que tem a obrigação legal de recolher o tributo aos cofres públicos ) é idêntico ao sujeito passivo de fato (aquele que efetivamente desembolsa). Não há transferência do encargo tributário. Ex: IPTU, onde o proprietário tem obrigação legal de recolher aos cofres públicos e ele próprio arca com o ônus tributário. Neste caso não há transferência de ônus financeiro a terceiros. Dá-se o fenômeno da percussão tributária; � São INDIRETOS quando o sujeito contribuinte de direito é diverso do suejeito passivo de fato. Ex: ICMS, IPI, ISS. Nesta hipótese há transferência de ônus tributário a terceiros, há o fenômeno da repercussão ou translação, uma vez que o sujeito passivo de direito transfere o encargo tributário ao sujeito passivo de fato, como, por exemplo, quando o comerciante já engloba o montante do tributo a arrecadar no preço final da mercadoria, transferindo o desembolso efetivo do tributo, portanto , para o consumidor final. Vale ressaltar que o consumidor, no exemplo, não se diz contribuinte ( nome reservado aos contribuites de direito e não aos contribuintes de fato ). b) Quanto ao objeto de incidência: reais ou pessoais � São PESSOAIS quando atingem a pessoa, isto é, levam em consideração características subjetivas do sujeito passivo. Incidem sobre a pessoa do contribuinte. Ex: I.R. � São REAIS quando restringem sua incidência à coisa, à ¨res¨ ( = coisa), objeto do imposto, desconsiderando, em regra, a figura do contribuinte. Ex: IPTU DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 16 c) Quanto à alíquota: fixos ou proporcionais: � FIXOS quando o valor do tributo a ser recolhido for estabelecido, fixado em valor pré- determinado, segundo o estabelecido em lei. Ex. ISS dos autônomos, o ICMS por estimativa das Micro-empresas. A metodologia de cálculo é feita sem aplicação de alíquotas sobre base de cálculo. � PROPORCIONAIS quando a alíquota for um percentual a ser aplicado sobre um valor, isto é, sobre uma Base de Cálculo. Podendo, por sua vez, ser ainda progressivos, caso a alíquota aumente em função do aumento da respectiva Base de Cálculo. Ex: IR d) Quanto à base econômica: ( classificação adotada pelo Código Tributário Nacional )- � impostos sobre o COMÉRCIO EXTERIOR. Ex: II e IE; � impostos sobre o PATRIMÔNIO E A RENDA: IR,ITR, IPVA, IGF, ITD, ITBI, IPTU ; � impostos sobre a PRODUÇÃO E CIRCULAÇÃO: IPI, ISS, ICMS e IOF ( estas siglas correspondem aos impostos exemplificados na UNIDADE II, tópico n.4) DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 17 4.2 TAXAS: A Constituição, no art. 145,II, elenca a existência de taxa sobre dois fatos geradores distintos, denominadas respectivamente taxa de serviço e taxa de polícia, conforme veremos a seguir: CF- Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:...........II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; Vide CTN no art. 77. “As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.” FATO GERADOR DAS TAXAS UTILIZAÇÃO EFETIVA OU POTENCIAL DE SERVIÇOS PÚBLICOS ESPECÍFICOS E DIVISÍVEIS POSTOS A DISPOSIÇÃO OU EXERCÍCIO REGULAR DO PODER DE POLÍCIA TAXAS DE SERVIÇO TAXAS DE POLÍCIA PRESTADOS AO CONTRIBUINTE DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 18 4.2.1. TAXA DE SERVIÇO 4.2.1.1. SERVIÇO PÚBLICO: As Taxas de serviços remuneram serviços públicos essenciais de Estado ou ainda serviços típicos de Estado. Já em se tratando de serviços públicos não essenciais, estes deverão ser remunerados por preços públicos, os quais diferem das taxas. Exemplos de taxas de serviço: TCLU (taxa de coleta domiciliar de lixo urbano ); TI (taxa de incêndio); taxa judiciária a) Diferenças entre Taxas e Preços Públicos: as taxas são instituídas por lei, compulsórias, cobradas pelo Poder Público, remunerando, via de regra, serviços públicos essenciais de Estado. Admitem terceirização. Já os preços públicos são facultativos, de natureza contratual e remuneratórios, via de regra, de serviços públicos não essenciais de Estado, podendo sua cobrança ser delegada à pessoas jurídicas de direito privado (concessionárias e permissionárias de serviços públicos = neste caso, alguns doutrinadores preferem a denominação específica de tarifas, enquanto outros não fazem distinção entre preço público e tarifa). SUMULA STF: 545- Taxas e preços públicos não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são COMPULSÓRIAS e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação À LEI QUE AS INSTITUIU E o pedágio será taxa ou preço público?. A doutrina diverge. Para Sacha Calmon é preço público, para Baleeiro e Luis Emydio é taxa e, finalmente, para Bernardo Ribeiro de Morais será um tributo novo, cujo fato gerador, segundo o art. 150, V da Constituição Federal , seria o uso de via conservada pelo Poder Público. Quanto ao STF, há decisões como preço público ( ADIM 800/RS-1992 ) e como taxa ( RE-181475/RS- 1999 ), dependendo das características apresentadas por cada caso em particular. Varia, portanto, em função da natureza de sua instituição ( instituída por lei será taxa; natureza contratual será preço público). Em prova, é usual considerar-se como sendo preço público, uma vez predominar, nos dias de hoje, a natureza contratual. DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 19 4.2.1.2. SERVIÇO ESPECÍFICOS E DIVISÍVEIS: quanto aos serviços públicos objeto de taxas, somente são passíveis de tributação os serviços públicos específicos e divisíveis Art. 79 CTN. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas; III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários a) ESPECÍFICOS- As taxas se referem a serviços públicos específicos, isto é, aqueles que podem beneficiar indivíduos ou grupos determinados, ou seja, aqueles que se destacamdos demais, individualizando-se. Ao contrário dos serviços específicos, os Serviços Gerais da Administração , como por exemplo, os serviços de turismo, estatística e segurança nacional não poderiam ser objeto de taxas por serem inespecíficos. Vide art. 79 C.T.N. b) DIVISÍVEIS- As taxas exigem também, para sua instituição, que os serviços públicos sejam divisíveis, isto é, passíveis de terem seu custo divido pelos usuários. Ex: coleta de lixo domiciliar. Ao contrário dos serviços divisíveis, seriam exemplos de serviços indivisíveis, portanto, não objeto de taxas, os serviços de diplomacia, forças armadas, segurança pública e etc. Vide art.79 C.T.N. 4.2.1.3. FATO GERADOR: Art. 79 CTN. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: I - utilizados pelo contribuinte: a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 20 a) UTILIZAÇÃO EFETIVA: o fato gerador diz-se utilização efetiva quando exaurido o serviço, utilizado pelo contribuinte. Vide art. 79 CTN. b) UTILIZAÇÃO POTENCIAL: No entanto há também fato gerador quando o serviço estiver a disposição do contribuinte, embora não utilizado efetivamente por este. Diz-se utilização potencial. Vide art. 79 CTN. 4.2.2. TAXA DE POLÍCIA 4.2.2.1. FATO GERADOR: a Taxa de Polícia está relacionada ao exercício regular do Poder de Polícia. Vide art. 77 CTN. a) PODER DE POLÍCIA: Poder de Polícia Administrativa, isto é, vigilância , fiscalização, controle administrativo no que concerne aos assuntos de interesse coletivo, a exemplo dos mencionados no art. 78 do CTN. O rol de atividades aí enumerado é exemplificativo. Art. 78 CTN. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de 28.12.1966) b) EXERCÍCIO REGULAR: b.1) Conotação do CTN: vale ressaltar que será regular o exercício do Poder de Polícia quando feito pelo órgão competente, nos termos da lei ( vide art.78 , § único CTN ). Art. 78 CTN Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. b.2) Outra conotação: efetivo ( STF) DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 21 4.2.2.2. São exemplos de taxas de polícia: as taxas de alvará ( de inspeção ou fiscalização para funcionamento de estabelecimentos comerciais e industriais), as taxas de publicidade, taxa de inspeção sanitária, as taxas de inspeção de motores, as taxas de verificação de pesos e medidas, as taxas de fiscalização de obras em logradouros públicos e etc... 4.2.3 CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS TAXAS 4.2.3.1. TRIBUTO VINCULADO, isto é, o Estado oferece uma contrapartida, uma contraprestação de imediato ao contribuinte em função do tributo cobrado. O art. 16 CTN somente se aplica aos impostos. 4.2.3.2. TRIBUTO DE RECEITA NÃO VINCULADA , ou seja, de ARRECADAÇÃO NÃO VINCULADA, pois nem a Constituição, nem o CTN prevêem exigência para que a lei instituidora destine obrigatoriamente a receita arrecadada com a respectiva taxa para o custeio de algum tipo de serviço. Esta é a prática legislativa. Apesar disso, alguns autores, como o prof. Luís Emydio, entendem o contrário, mas é posição minoritária. Obs: Vale ressaltar que a Constituição, no entanto, não veda, ao contrário dos impostos, que a lei instituidora vincule a receita das taxas. 4.2.3.3. FUNÇÃO: é um tributo retributivo ( custo/ benefício), isto é, tem função ressarcitiva, pois visa ressarcir os cofres públicos, do custo que o Estado teve com o serviço prestado ou com o exercício regular do Poder de Polícia. 4.2.3.4. BASE DE CÁLCULO: CF- 145 § 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos CTN- art. 77- Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas. A base de cálculo das taxas não pode ser a mesma de impostos. O capital das empresas também não pode ser utilizado como base de cálculo das taxas. Vide art.145,§2.ºC.RFB. e art. 77, § único do CTN. Algumas taxas foram declaradas inconstitucionais por este motivo: taxas de conservação de estradas de rodagem ( BC = ITR ) , taxas de licenças com BC = valor dos imóveis, em alguns Estados a taxa de incêndio por usarem base de cálculo de imposto., a taxa de lixo quando usa como base de cálculo o valor do imóvel. Isto se justifica, pois a Base de Cálculo das taxas tende a refletir uma grandeza relacionada com o Custo da atuação Estatal relativa ao contribuinte, ao contrário dos impostos. 4.2.3.5. A taxa rodoviária única, Decreto-Lei 999/69, incidia sobre o valor dos veículos licenciados em todo o território nacional, tendo sido substituída pelo IPVA. DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 22 4.3. CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA: Contribuição de melhoria ( art. 145, III C.F e art.81 e 82 CTN): 4.3.1 FATO GERADOR a) O Código Tributário Nacional, publicado em 1966, cita como fato gerador: Art. 81 CTN - A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. c) Decreto-Lei 195/67- Art 1º A Contribuição de Melhoria, prevista na Constituição Federal tem como fato gerador o acréscimo do valor do imóvel localizado nas áreas beneficiadas direta ou indiretamente por obras públicas. c) No entanto, a Emenda Constitucional n.º 23/83 estabeleceu como fato gerador o " benefício" . d) Em 1988, a CRFB/88 ao dispor sobre a contribuição de melhoria, cita: Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:..........................III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas A CF deixou o fato gerador em aberto. Portanto, o Fato Gerador agora está em aberto na nossa constituição. Em função disso, decide o STF: FATO GERADOR STF VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA DECORRENTE DE OBRA PÚBLICA DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 23 4.3.2. OUTRAS CARACTERÍSTICAS 4.3.2.1.LIMITES: A contribuição de melhoria deve respeitar, ao mesmo tempo, dois limites: ( art. 81 CTN ) a) Limite individual é o valor máximo que cada contribuinte poderá ser cobrado em relação ao seu imóvel: é o montante de valorização sofrida pelo seu imóvel. b) Limite total é o valormáximo que o ente público pode arrecadar com determinada contribuição instituída: é o valor total do custo da obra. Obs: O Decreto Lei 195/67 ainda menciona que ainda a observância de um limite de 3% ao ano sobre o valor do imóvel, 4.3.2.2.EDITAL PRÉVIO ( art. 82 CTN ): Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos: I - publicação prévia dos seguintes elementos: a) memorial descritivo do projeto; b) orçamento do custo da obra; c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição; d) delimitação da zona beneficiada; e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas; II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior; III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial. § 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização. § 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo. DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 24 Anteriormente à publicação da lei que vier a instituir a contribuição de melhoria, deverá haver a publicação de um edital com dados, informando à população sobre a cobrança da contribuição. Uma vez publicados, poderão estes dados ser objeto de impugnação por qualquer interessado durante um prazo a ser fixado, que não poderá ser inferior a trinta dias (o Decreto- Lei 195/67, em seu art. 6º, fixa exatamente em trinta dias o prazo dentro do qual poderão ser formuladas as impugnações). Constarão do edital as seguintes informações, segundo o art. 82 CTN: o memorial descritivo do projeto; o orçamento da obra; a parcela do custo que será financiada ou amortizada pela contribuição, a fixação dos coeficientes de valorização e a delimitação da área beneficiada . O Decreto Lei n.º 195/67, que estipula normas gerais sobre a contribuição de melhoria- adquiriu força de lei complementar. Ele relaciona as obras públicas que, provocando valorização imobiliária, justificam instituição de contribuição de melhoria. O STF o tem como auto executável. Algumas determinações oriundas do referido Decreto-lei: a) cabe contribuição de melhoria tendo sido o imóvel valorizado direta ou indiretamente pela obra pública; b) a contribuição de melhoria pode ser cobrada depois da obra pública ter sido realizada ou quando realizada em parte suficiente para valorizar determinado imóvel ( não exige, portanto, o término da obra); c) cabe um limite de 3% do valor do imóvel, respeitando-se também o limite individual previsto no CTN. ( essa alíquota não está no CTN...apenas curiosidade!) 4.3.2.3. TRIBUTO VINCULADO, isto é, o Estado oferece uma contrapartida, uma contraprestação de imediato ao contribuinte em função do tributo cobrado: a valorização decorrente de obra pública. 4.3.2.4. TRIBUTO DE RECEITA NÃO VINCULADA , ou seja, de ARRECADAÇÃO NÃO VINCULADA, pois nem a Constituição, nem o CTN prevêem exigência para que a lei instituidora destine obrigatoriamente a receita arrecadada com a respectiva contribuição para a manutenção da obra. Esta é a prática legislativa, ou seja, a não vinculação da receita. Obs: A Constituição Federal, no entanto, não veda, ao contrário dos impostos, que a lei instituidora vincule a receita das contribuições de melhoria. 4.3.2.5. FUNÇÃO: é um tributo retributivo ( custo/ benefício), isto é, tem função ressarcitiva, pois visa ressarcir os cofres público do custo que o Estado teve com a respectiva obra. 4.3.2.6. BASE DE CÁLCULO: Dimensão da contraprestação do Estado, ou seja, o custo da contrapartida- custo da obra, que sofrerá rateio pelos contribuintes em função da respectiva valorização de cada imóvel. DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 25 4.4. EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS (art. 148, CRFB; art. 15, I e II do CTN): 4.4.1. NATUREZA JURÍDICA: São prestações que, desde a EC 01/69, têm natureza tributária, apesar da classificação já estudada relativa às Receitas Públicas. A partir de então, o STF lhes atribui natureza de tributo, dado o enquadramento no art. 3.º CTN, bem como dada a sua disciplina no Sistema Tributário Nacional, vide art. 148 C.F. CUIDADO! Vide súmula 418 STF: ¨... não são tributos, não estando sujeitos a prévia autorização orçamentária.¨ EFICÁCIA SUSPENSA CARACTERÍSTICA ESPECIAL: Compete exclusivamente à União a sua instituição. È tributo que deve ser restituído, mesmo que devido, o que configura exceção à regra, devendo, portanto, retornar à origem.. Art. 148 C.F. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 26 4.4.1. CIRCUNSTÂNCIAS AUTORIZADORAS ( FUNDAMENTOS PARA INSTITUIÇÃO ). 148, I C.F • em caso de guerra externa ou sua iminência- • em caso de calamidade pública ( ambas são exceção ao princípio da anterioridade - art. 150,III., b C.F.) 148, II C.F. • em caso de investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional (há que se respeitar o princípio da anterioridade, art.150, III, b C.F) PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA CF art. 150 . Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; obs: O art. 15, III do CTN não fora recepcionado pela atual CF/88 Art. 15 CTN. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos compulsórios: I - guerra externa, ou sua iminência; II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis; III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo. CIRCUNSTÂNCIAS AUTORIZADORAS 148 CF. DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 27 4.4.2. OUTRAS CARACTERÍSTICAS: 4.4.2.1. A competência para instituí-lo é privativa da União mediante LEI COMPLEMENTAR. .......em qualquer caso! 4.4.2.2. Prazo e restituição- art. 15 parágrafo único CTN. Art. 15 CTN- Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente oprazo do empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei 4.4.2.3. Fato Gerador e base de cálculo: definidos em lei. 4.4.2.3. TRIBUTO DE RECEITA VINCULADA , ou seja, de ARRECADAÇÃO VINCULADA . A afetação da receita é elemento estrutural, seu descumprimento acarreta inconstitucionalidade de todo o tributo. Art. 148, § único CRFB. Art. 148 C.F- Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. PERIGO! SEMPRE CAI NA PROVA. DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 28 4.5 CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS 4.5.1 ESPÉCIES DE CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS ( art. 149 C.F.): CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS SOCIAIS INTERVENTIVAS CORPORATIVAS STF NATUREZA TRIBUTÁRIA Disciplinadas no Sistema Tributário Nacional- art. 149 CF. ATÍPICAS/ Sui generis - CIP 149-A CF TÍPICAS- 149 CF DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 29 4.5.1.1 REGRAS IMPORTANTES : Art. 149. C.F Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo REGRAS art. 149 C.F. EXCEÇÕES são instituídas pela União * 149 § 1.º C.F. através de lei ordinária ** 195 § 4.º C.F. devem observar o princípio da anterioridade *** 195 § 6.º C.F. e 177§4, I, b C.F CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS ( TÍPICAS ) PREVISTAS NO ART. 149 CF: I- SOCIAIS- a) PARA A SEGURIDADE SOCIAL a. 1) PARA O REGIME GERAL DE SEGURIDADE SOCIAL art. 195 C.F a 2) PARA O REGIME PREVIDENCIARIO DO SERVIDOR PÚBLICO- art. 149 parágrafo único C.F b) OUTRAS ( FGTS, SAL EDUCAÇÃO, SAT...) II- CIDE - CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO a. 1) IAA e IBC a. 2) AFRMM a. 3) CIDE do petróleo – art. 177 §4 CF a. 4) CIDE na importação de tecnologia e outras II- Contribuições Corporativas- a) CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS b) CONTRIBUIÇÕES INSTITUÍDAS EM FAVOR DE ENTIDADES REPRESENTATIVAS DE CATEGORIA ECONÔMICA OU PROFISSIONAL. Ex.: contribuições em favor da OAB, CRC, CRO. c) contribuições em favor de entidades privadas ligadas às entidades sindicais. Ex. SESI, SESC, SENAI, SENAC. DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 30 4.5.1.2. Características das Contribuições Especiais: 4.5.1.2.1. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS São contribuições instituídas para cumprir função social, vide o financiamento dos Sistemas Oficiais de Previdência e Assistência Social. Caráter parafiscal. CONTRIBUIÇOES SOCIAIS: a) PARA A SEGURIDADE SOCIAL b. 1) PARA O REGIME GERAL DE SEGURIDADE SOCIAL art. 195 C.F a 2) PARA O REGIME PREVIDENCIARIO DO SERVIDOR PÚBLICO- art. 149 parágrafo único C.F b) OUTRAS ( FGTS, SAL EDUCAÇÃO, SAT...) a) SEGURIDADE SOCIAL a. 1 ) CONTRIBUIÇÕES PARA O REGIME GERAL DE SEGURIDADE SOCIAL: O art. 195, CRFB estabelece as contribuições voltadas à Seguridade Social. Dispõe: "Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I- do empregador, da empresa e da entidade a ele equiparada na forma da lei sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; • EC 20/98 - Amplia a competência privativa da União referente às contribuições da seguridade social pagas pelos empregadores sobre a respectiva folha salarial, ampliando a sua esfera de abrangência para incluir também, na respectiva folha salarial, os trabalhadores sem vínculo empregatício. Logo a folha salarial, base da respectiva contribuição há de relacionar trabalhadores com ou sem vínculo empregatício que prestarem serviços à respectiva pessoa jurídica. Art 195,I,a C.F b) receita ou faturamento – ex: COFINS instituída pela LC 70/91 e alterada pela Lei 9718/98- (% sobre receita ou faturamento), PIS ( -art. 239 C.F; Lei 9715/98; x% s/ receita ou faturamento, y% DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 31 sobre a folha salarial para algumas instituições como Templos, Partidos Políticos, Inst. Educação e Assistência Social e outras); PASEP ( x% sobre a folha de salários, receitas arrecadadas e transferências recebidas) Art. 239 CF. A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de Integração Social, criado pela Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, criado pela Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970, passa, a partir da promulgação desta Constituição, a financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa do seguro- desemprego e o abono de que trata o § 3º deste artigo. c) sobre o lucro - CSLL-( Lei 7689/88 e Lei 10637/02; x% sobre o lucro antes do I.R ) II- do trabalhador e demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição social sobre aposentadorias e pensões concedidas pelo regime geral de previdência social do art. 201 C.F. EC 20/98- Imunizou os trabalhadores aposentados do regime geral da previdência. Art 195,II C.F . O STF estendeu esta interpretação aos servidores públicos aposentados com fundamento no art. 40 par.12 C.F. Recentemente a EC 41/03 passou a autorizar a incidência de contribuição social para aposentados e pensionistas servidores públicos a partir dos limites dos benefícios concedidos ao regime geral- art. 40 par. 18 CF vide art. 40 par. 12 C.F 40 § 12. Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência social Após a EC 41/03 surge um novo quadro normativo: 40 § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) III - sobre a receita de concursos de prognósticos. DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 32 IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003). Vale ressaltar que o art. 149 §2.º, II dispõe que as contribuições sociais incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços.( EC 42 de 2003). 149 § 2º CF As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; II - incidirão também sobre a importaçãode produtos estrangeiros ou serviços; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) a.1.1) OBSERVAÇÃO 1.- EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE: As Contribuições da Seguridade Social ( art. 195 CRFB ), incluindo-se a CPMF, não respeitam o princípio da anterioridade art.150,III, b, CRFB, podendo ser cobradas 90 dias após a publicação da lei instituidora ou majoradora. (vide art. 195 § 6.º C.F. ) 195 § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". a.1.2) OBSERVAÇÃO II- A única contribuição social que exige lei complementar- CONTRIBUIÇÃO SOCIAL RESIDUAL ( a ser estudada melhor no capítulo de competência tributária): Art. 195 § 4º CF- A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I a.2. ) CONTRIBUIÇÕES PARA O REGIME PÚBLICO DE SEGURIDADE SOCIAL- SERVIDOR PÚBLICO: Em regra, são de competência da União, mas há exceção vista no quadro DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 33 acima: (*Os Estados, DF e Municípios as instituirão, para que sejam cobradas de seus respectivos servidores públicos para custeio em benefício destes dos respectivos Regimes Previdenciários ) 149 § 1º CF Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) a.2.1) OBSERVAÇÃO : Aplica-se aqui também o disposto no item a. 1.2. – anterioridade nonagesimal. b) OUTRAS CONTRIBUIÇÕES ( natureza não securitária ): destacam-se outras contribuições sociais, denominadas por alguns como contribuições sociais genéricas: FGTS ( art. 7,III C.F; Lei 8036/90 - x% sobre a remuneração paga ao trabalhador, incluindo o 13.º salário ); Contribuição para o Salário Educação ( art. 212, §5.º C.F; lei 9424/96; x% sobre o total da remuneração paga aos segurados -empregados); Contribuição para o SAT , Seguro de Acidente do Trabalho, art. 7, XXVIII C.F; Lei 8212/91 ) 4.5.1.2.2. CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO- CIDE a) CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO a. 1) IAA e IBC a. 2) AFRMM a 3) outras CIDEs ( ex: combustível; importação de tecnologia...-) a) CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO: São contribuições que visam controle econômico, isto é, financiar ou custear a intervenção do Estado na economia. Caráter extrafiscal. Ex.: contribuições a favor da IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool)-já extinta, IBC (Instituto Brasileiro do Café) também já extinta, o atual AFRMM (Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante) e outras CIDE's ( contribuições de intervenção no domínio econômico sobre situações diversas- ex: lei 10336/96- CIDE sobre os combustíveis- vide art. 177 § 4.º C.F.). 177 § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos: I - a alíquota da contribuição poderá ser: DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 34 a) diferenciada por produto ou uso; b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b; II - os recursos arrecadados serão destinados: a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes."(NR Observação- o 177,par.4.º ,I, b CF traduz uma exceção ao princípio da anterioridade. Vale ressaltar que o art. 149 §2.º, II CF, já transcrito na pág 31, dispõe que as contribuições interventivas incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços.(EC 42 de 2003). 4.5.1.2.3. CONTRIBUIÇÕES CORPORATIVAS Visam o custeio de uma de uma entidade corporativa. Caráter parafiscal. Há três sub-espécies: a) as CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS ( não confundir com o art. 8.º, IV C.F.-contribuições confederativas ! estas últimas não são tributos) art. 8, IV C.F- a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; b) as CONTRIBUIÇÕES INSTITUÍDAS EM FAVOR DE ENTIDADES REPRESENTATIVAS DE CATEGORIA ECONÔMICA OU PROFISSIONAL. Ex.: contribuições em favor da OAB, CRC, CRO. c) bem como também as contribuições em favor de entidades privadas ligadas às entidades sindicais. Ex. SESI, SESC, SENAI, SENAC. DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 35 4.5.1.3. Observações complementares- CPMF ( CONTRIBUIÇÃO PROVISÓRIA SOBRE MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA )- CONTRIBUIÇÃO SOCIAL! A CPMF é contribuição social cuja competência tributária fora atribuída à União pela Emenda Constitucional n.º 12/96, tendo sido instituída pela lei 9311/96. Antes da CPMF fora atribuída à União em 1993 pela EC 3/03 competência para o IPMF ( imposto provisório sobre movimentação financeira) considerado inconstitucional pelo STF. Foi extinta em 31/12/2007 por decurso de prazo. No que se refere à CPMF atribuída à União pela EC 12/96, o prazo de validade era de 24 meses, com alíquota constitucional máxima de 0,25%, tendo a referida lei utilizado o teto de 0,20% apenas. A receita era destinada ao Fundo Nacional da Saúde. Segundo a respectiva Emenda, poderia o Poder Executivo, por ato infralegal, alterar a alíquota, reduzindo total ou parcialmente e restabelecendo respectiva alíquota. Vide art. 74 ADCT. Com a aprovação da E.C 21/99, prorrogou-se a competência PRIVATIVA da União para a cobrança da referida contribuição social, com alíquota estipulada em 0,38% para os 12 primeiros meses e 0,30% para os 24 meses restantes, sendo a diferença das atuais alíquotas em relação a anterior destinada ao custeio do Sistema de Previdência e Assistência social. Vide art. 75 da A.D.C.T. A EC 31/00, que instituiu o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, para vigorar até 2010, incluiu, dentre outras fontes de recursos, uma parcela de adicional de 0,08% sobre a CPMF, aplicável de 18 de junho de 2000 até 17 de junho de 2002 ( vide artigos 79 a 83 do Ato das Disposições Constitucionais Transitória s- ADCT ). A EC 37/2002, prorrogou a competência da União para a CPMF até 31/12/2004, bem como a vigência da própria lei n.º 9311/96, introduzindo o art. 84 da ADCT. A alíquota de 0,38% fica mantida até 31/12/2003, com a mesmo destino aos recursos vigente anteriormente, ou seja: 0,20% ao Fundo Nacional da Saúde, 0,10% ao custeio da previdência social e 0,08% ao Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza. Em 2004 seria cobrado somente 0,08% destinado ao Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza. A EC 37/2002 não exigiu observância ao art. DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon36 195 § 6.º CF (os 90 dias ) princípio da anterioridade nonagesimal, o que havia sido exigido quando da prorrogação da competência para a CPMF através da EC 21/99. O STF acatou a continuidade da referida cobrança sem respeito à Anterioridade nonagesimal, visto que, no seu entender, não houve descontinuidade nem majoração quando desta prorrogação de competência. A E.C 42/03, prorrogou em 19/12/03 a CPMF até 31/12/07, fixando alíquota de 0,38%, revogando-se o art. 84, §3.º, II da ADCT. ( vide art. 90 ADCT) Vide quadro ilustração sobre a CPMF. 24 MESES 12 24 MESES 2002 DEZ-2003 DEZ 2007 E.C 12/96 Art. 74 ADCT EC 21/99 Art. 75 ADCT EC 37/02 Art. 84 ADCT % 0,20 lei 9311/96 Destinada ao F.N.S % 0,38 % 0,30 dest: 0,20% dest. ao FNS 0,20% ao FNS diferença diferença nova nova à Prev.Social a Prev Soc. Assist Soc. Assist Soc. + 0,08% (FCEP)em 2000 Mantida a destinação anterior (total 0,38%) em 2002 e 2003. Em 2004 apenas será cobrado 0,08 % destinado ao Fundo de Combate e Erradicação à Pobreza. E.C 42/03 Art.90 ADCT Prorroga CPMF Até 31/12/07 alíquota 0,38% Em 2004 0,38% até 2007 DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 37 4.6 CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA: Tributo novo cuja competência fora atribuída aos Municípios e ao Distrito Federal pela E.C. 39/02 "Art. 149 -A C.F Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III C.F. Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica." 4.6.1. NATUREZA JURÍDICA DA CIP/COSIP: Tributo ( contribuição especial ), não se confunde com taxas. 4.6.2. FATO GERADOR E BASE DE CÁLCULO: a ser definido na lei instituidora 4.6.3. Obs: Portanto, a partir de dezembro de 2002, fora atribuída na Constituição competência para tributo especial destinado ao custeio da iluminação pública, tendo neste custeio a justiticativa da suas instituição, não cabendo portanto taxas para a respectiva finalidade, uma vez se tratar de serviço inespecífico e indivisível. DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 38 5. O ARTIGO 4º DO CTN- ( DETERMINAÇÃO DA NATUREZA JURÍDICA DOS TRIBUTOS) 5.1. A natureza jurídica específica de um tributo é determinada pelo seu fato gerador. Vale dizer a classificação do tributo em espécies (se imposto, taxa ou contribuição de melhoria) é feita através do conhecimento do fato gerador. Sendo irrelevantes o nome adotado em lei bem como a destinação do produto da arrecadação. Art. 4.º CTN Art. 4º CTN A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria Ex: LEI N.º X institui o tributo: NOME Y- irrelevante FATO GERADOR W- relevante DESTINO DO PRODUTO ARRECADADO Z- irrelevante 5.2.Em se tratando de empréstimos compulsórios e contribuições especiais, que são tributos especiais, outras características deverão ser computadas, por serem integrantes de sua estrutura, como a vinculação da receita para os empréstimos e sua restituição obrigatória, bem como a função de custeio das contribuições. Art. 5 CTN SÃO TRIBUTOS: IMPOSTO, TAXA E CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 39 5.3. A base de cálculo é fator que influencia, não sendo fator determinante de forma isolada, salvo se num contexto compreendido também com o fato gerador. UNIDADE II 1. Competência Tributária: “ A Competência Tributária é fruto da descentralização política;é manifestação do Poder Político na esfera tributária, é sinônimo de Poder de Tributar.” 1.1. Considerações iniciais: “A função das normas jurídicas no Direito Tributário.” 1.1.1. Constituição Federal e suas Emendas: A Constituição e as Emendas Constitucionais têm função de atribuir competência tributária, descentralizando o Poder Político, podendo também extinguir competência. Portanto, caberia às Emendas Constitucionais reformar o Sistema Tributário Nacional, sem, no entanto, criar alterações prejudiciais tendentes a abolir cláusulas pétreas ( art 60 § 4.º C.F), com, por exemplo, criando exceções ao princípio da anterioridade. Cabe ao ente político a quem fora atribuída a competência, exercê-la ou não, isto é, a instituição de tributos será por conveniência do referido ente, portanto, facultativa. CF e E.C PODER POLÍTICO ENTES POLÍTICOS ( recebem parcela de autonomia política) são denominados FACULDADE ENTE TRIBUTANTE LEI FICA INSTITUÍDO O TRIBUTO FG, %, BC, SP ESTADO DF UNIÃO MUNIC. DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 40 Não obstante o exercício da competência ser facultativo, cabe observar o disposto no art. 149 §1.º CRFB, cujo texto fora alterado pela EC 42/03, ressaltando-se a faculdade dos Estados, DF e Municípios adotarem regime próprio de Previdência para os seus servidores públicos. Cabe ressaltar ainda que o exercício da competência tributária sofrerá limitações constitucionais representadas por princípios e imunidades a serem observados pelos Entes Tributantes. 1.1.2. Lei Complementar: Dentre as principais funções das Leis Complementares, destacam-se aquelas atribuídas pela art. 146 C.F assim dispostas: Art. 146 C.F. Cabe à lei complementar: I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, ..................... I- Art. 146, I C.F: DISPOR sobre conflitos de competência em matéria tributária. Quem dispõe sobre competência é a Constituição Federal! A lei complementar apenas vai dirimir os conflitos de competência. Ex: vide art. 155 par. 1.º, III C.F II- Art. 146, II C.F: REGULAMENTAR as limitações constitucionais ao poder de tributar. Não se deve confundir regulamentação das limitações com a própria criação destas limitações. Quem dispõe sobre tais limites, que são as imunidades e os princípios constitucionais, é a Constituição Federal! A lei complementar apenas regulará o seu exercício. Ex: art. 150, VI, “c”, in fine C.F. c.c art. 146, II C.F C.F PRINCÍPIOS E IMUNIDADES DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 41 CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; INSTITUIÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS SEM FINS LUCRATIVOS CTN Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; (Redação dada pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. III- 146, III C.F: ESTABELECER normas gerais de Direito Tributário. São normas básicas estabelecidas para o exercício da competência tributária atribuída pela Constituição e aplicáveis aos Entes Tributantes quando da instituição dos respectivos tributos . LEI INSTITUIÇÃO DO TRIBUTO ELEMENTOS LEI COMPLEMENTAR ESTABELECE NORMAS GERAIS DEFINIÇÃO DE FG, BC E SUJEITO PASSIVO A NÍVEL DE NORMAS GERAIS DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 42 O Código Tributário Nacional é lei que versa sobre normas gerais, tendo sido editado na forma de lei ordinária em 1966, adquirindo status de lei complementar, uma vez que a exigência de lei complementar para a elaboração de normas gerais de Direito Tributário surgiu com a Constituição Federal de 1967, tendo sido mantida tal exigência no art. 146, III de nossa atual Constituição. O CTN é a lei ordinária n.º 5172/66, recepcionada pela Constituição Federal de 1967 com força de lei complementar, dada a exigência, a partir de então, de lei complementar para criar norma geral de Direito Tributário. Fora denominada Código Tributário Nacional pelo Ato complementar n.º 36/67. 1.1.3. Lei Ordinária: Têm função de instituir tributos. Embora haja alguns tributos que, por força da Constituição, precisem ser instituídos por lei complementar, objeto de estudo do capítulo III, a função de instituir tributos, em regra , será exercida por lei ordinária, salvo quando a C.F expressamente exigir lei complementar. 1.1.4. Atos Infralegais: São atos normativos que emanam do Executivo e regulamentam as leis. Esses atos normativos infralegais objetivam dar cumprimento fiel aos ditames legais. LEI NACIONAL CTN Lei 5172/66 C.F. ( 1946 )- não exigia que Normas Gerais fossem através de Lei complementar. C.F. ( 1967 ) Normas Gerais passam a exigir Lei Complementar C.F (1988 ) Normas Gerais continuam a exigir Lei NORMAS GERAIS FORMA DE LEI ORDINARIA MATERIA DE LEI. COMPLE- MENTAR CF 67 e 88 DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 43 1.2. Competência Tributária e suas características: 1.2.1. Primeiro enfoque: Competência para legislar sobre Direito Tributário (art. 24, I e §§1 a 4.º, CF): estabelecer NORMAS GERAIS- chamada COMPETÊNCIA CONCORRENTE Trata-se da Competência concorrente da União, dos Estados e Distrito Federal e se refere ao estabelecimento de normas gerais em Direito Tributário. Significa o poder de traçar as regras básicas, normas gerais sobre a tributação. Em se tratando de Competência Concorrente, cabe à União estabelecer as normas gerais, podendo os Estados e DF suplementar esta legislação para atender às suas peculiaridades. O exercício da “Competência Concorrente” é aceita pacificamente para União, Estados e D.Federal. Quanto aos Municípios, há grande dissenso, uma vez que não possuem em momento algum a competência legislativa plena para criar normas gerais de Direito Tributário suprindo a omissão da União. Outro argumento para lhes negar a competência concorrente é a sua exclusão do art. 24 C.F/88, UNIÃO 24 § 1.C.F 146, III CF ´ESTADOS DF- 24 § 2C.F MUNICIPIO Não têm competência concorrente ESTADOS 24 § 3 C.F MUNICIPIO Não UNIÃO 24 § 4 C.F EST/ D.F MUNICIPIO NÃO OMISSA LEI Federal superveniente NORMA GERAL Competência Suplementar Competência Legislativa Plena DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 44 que trata da competência concorrente. Outros, no entanto, embasam posição de atribuir competência concorrente aos Municípios face ao art. 30, II C.F. Há grande dissenso sobre o assunto. O STF ainda não se posicionou. Em concurso público, SOMENTE banca de Direito Tributário , o posicionamento tem sido no sentido da doutrina majoritária no Direito Tributário, não atribuindo aos municípios a competência concorrente. Sendo omissa a União em emitir normas gerais, podem os Estados fazê-lo, suprindo a omissão da União, mas, em sobrevindo lei federal sobre normas gerais, a lei estadual que lhes for incompatível ficará com a sua eficácia suspensa Art. 24 C.F . Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; ......................................................... § 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. § 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. § 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. § 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 45 1.2.2. Segundo enfoque: Competência Tributária propriamente dita como sendo o Poder indelegável, advindo da descentralização do Poder Político, conferido pela Constituição Federal aos entes políticos para instituir e exigir tributos atribuídos pela CF ou Emendas à C.F. O exercício da referida competência há de ser compreendido desde a criação do tributo por lei até a sua exigência do sujeito passivo tributário, conforme ilustração a seguir: Trata-se da COMPETENCIA PARA LEGISLAR SOBRE TRIBUTOS- Analisando o Código Tributário Nacional, nos art. 6.º a 8.º CTN, verificamos que esta competência refere-se ao poder de instituir tributo através de lei, sendo ela atribuída à União, Estados, DF e Municípios. Cumpre ressaltar, no entanto, que a competência tributária abrange quatro funções básicas: instituir propriamente os tributos ou seja, legislar, bem como outras três funções referentes a fiscalizar, arrecadar e executar as normas inerentes à respectiva legislação tributária. Vide CTN COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA ENTE TRIBUTANTE- art.6a 8.º CTN INDELEGÁVEL INSTITUIR ou LEGISLAR FISCALIZAR ARRECADAR EXECUTAR OUTRA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO- OUTRA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO SUJEITO ATIVO Art. 119 CTN = EXIGIR O CUMPRIMENTO DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 46 Art. 6º CTN A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei. Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos. Art. 7º CTN A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição. § 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir. § 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido. § 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos. Art. 8º CTN O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído. A competência tributária aqui referida é indelegável. No entanto, são passíveis de serem transferidas a outras pessoas jurídicas de direito Público as atribuições de fiscalizar, arrecadar tributos e executar leis, normas e atos. Trata-se da transferência da Capacidade Tributária Ativa, que é o poder transferível de exigir o cumprimento do tributo que já foi instituído. O art. 119 CTN define Sujeito Ativo como pessoa jurídica de Direito Público titular da competência ( = capacidade ) para exigir o cumprimento da obrigação. Vale ressaltar que na prática há situações em que se discute a possibilidade da existência de pessoas jurídicas de direito privado no polo ativo, como por exemplo as entidades corporativas. No entanto, na prova vamos adotar a posição do art 119 C.TN, regra geral. Tal atribuição para fiscalizar, arrecadar e exigir pode ser transferida pelo ente político que instituiu o tributo a qualquer outra pessoa jurídica de direito público (art.7º, CTN). Logo a capacidade tributária ativa é transferível, incluindo-se a transferência das garantias e privilégios processuais do respectivo ente tributante para o destinatário da referida capacidade ativa, podendo esta atribuição de funções ser revogada por ato unilateral a qualquer tempo ( art. 7, §§ 1 e 2.º CTN). DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 47 ISTO NÃO SE CONFUNDE COM DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA A COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA É SEMPRE INDELEGÁVEL Portanto, a capacidade tributária ativa é transferível, mas a competência tributária é indelegável. Cumpre ressaltar que a competência tributária compreende a competência legislativa plena, onde se atribui ao ente tributante a possibilidade de legislar de forma ampla sobre o tributo, desde sua instituição por lei até os atos infra-legais, com as ressalvas das Constituições Federal, Estadual e Leis Orgânicas Distrital , Municipal e do CTN. Por último, cabe ressaltar que a repartição de receitas tributárias exigida pela Constituição Federal também não altera a competência tributária, isto é, em caso do não exercício da competência tributária, verificado diante da não instituição de um tributo pelo Ente Tributante, caso a outra entidade política, diversa da entidade tributante, à qual eventualmente a Constituição tenha atribuído determinada percentagem em repartição de receita tributária, deseje fazê-lo, esta não poderá instituir o respectivo tributo no lugar da entidade tributante ao qual fora atribuída a competência legislativa originária. Portanto, o não exercício da competência tributária pelo titular de uma competência tributária, não justifica invasão de competência com o seu exercício por outra entidade política. Cabe ressaltar ainda que o simples cometimento da função de arrecadar tributos de forma isolada a outra pessoa jurídica de direito privado não constitui delegação de competência DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 48 1.2.3. CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA obs: Importante não fazer comparação rígida entre as denominações usadas pelo Direito Tributário e pelo Direito Constitucional, uma vez que o Direito Tributário usa denominações próprias para competência que às vezes não coincidem com o Dir. Constitucional! a) Competência Compartilhada ou Comum. (art. 145, II e III, CRFB): é o poder que têm a União, Estados, DF e Municípios para instituir taxas e contribuições de melhoria, no âmbito de suas respectivas atribuições. (vide art. 77 e 81 CTN ). Vale o critério da predominância do interesse, pois a CF não traduz rol específico de taxas ou contribuições de melhoria para cada ente tributante. Quando um serviço estiver no âmbito das atribuições de interesse local, serão prestados pelos Municípios, se nacional, pela União, sendo que na ausência de previsão poderão os Estados prestar os serviços. Daí, segue-se que quem vier a prestar o respectivo serviço, terá a respectiva competência legislativa exclusiva para a instituição daquela taxa; quem realiza a obra que acarrete valorização imobiliária, terá a competência para instituir a respectiva contribuição de melhoria. A terminologia COMPETÊNCIA COMUM, distorcida em relação ao Direito Constitucional, é específica para a situação descrita pela Doutrina no Direito Tributário. No entanto, alguns dizem competência compartilhada. Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas UNIÃO EST/D.F MUNICÍPIOS Taxas e Contribuições de Melhoria b) Competência Privativa: é basicamente o poder que têm os entes federativos para instituírem os impostos que são enumerados na CF. É dita privativa no sentido de que a própria Constituição já determina o rol dos impostos relativos a cada Ente Tributante. Incluem-se também na competência privativa da União o Empréstimo Compulsório e as Contribuições Especiais. Alguns autores preferem denominar a competência do empréstimo compulsório e das contribuições especiais de competência especial, dada a discussão de sua natureza tributária. Hoje, no entanto, o STF considera ambos como tendo natureza jurídica tributária. DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Alexandre Lugon 49 Art. 145 C.F. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I - impostos; Art. 148 C.F. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios Art. 149 C.F. Compete exclusivamente à União institir contribuições
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