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Direito Penal e Processual Penal

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Didatismo e Conhecimento
DIREITO PENAL
DIREITO PROCESSUAL PENAL
RESUMO PARA CONCURSOS
Conteúdo Resumido dos Principais Concursos
Andréia Agostin
CONTATO
EDITORA NOVA APOSTILA 
FONE: (11) 3536-5302 / 28486366
EMAIL: NOVA@NOVAAPOSTILA.COM.BR
WWW.NOVACONCURSOS.COM.BR
WWW.NOVAAPOSTILA.COM.BR
Didatismo e Conhecimento
DIREITO PENAL
DIREITO PROCESSUAL PENAL
RESUMO PARA CONCURSOS
COORDENAÇÃO GERAL
Juliana Pivotto
Pedro Moura
DIAGRAMAÇÃO
Pollyana Lebrão
DESIGN GRÁFICO
Bárbara Gabriela
Agostin, Andréia
Direito Penal e Direito Processual Penal. Resumo para Concursos / Andréia Agostin. 
São Paulo: Editora Nova Apostila, 2011
1º edição
ISBN........
Didatismo e Conhecimento
Sumário
Direito Penal
1. PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL E INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL......................01
2. DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL............................................................................................04
3. DO CRIME.................................................................................................................................10
 
4. DA IMPUTABILIDADE PENAL..............................................................................................23
5. DO CONCURSO DE PESSOAS...............................................................................................25
6. DAS PENAS...............................................................................................................................27
6.1 DAS ESPÉCIES DA PENA...........................................................................................................................27
6.2 DA COMINAÇÃO DAS PENAS...................................................................................................................34
6.3 DA APLICAÇÃO DA PENA.........................................................................................................................35
6.4 DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA............................................................................................41
6.5 DO LIVRAMENTO CONDICIONAL.........................................................................................................42
6.6 DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO...........................................................................................................44
6.7 DA REABILIATAÇÃO..................................................................................................................................45
7. MEDIDAS DE SEGURANÇA...................................................................................................49
8. DA AÇÃO PENAL.....................................................................................................................52
9. DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE......................................................................................55
10. DOS CRIMES CONTRA A PESSOA......................................................................................58
10.1 DOS CRIMES CONTRA A VIDA..............................................................................................................58
10.2 DAS LESÕES CORPORAIS.......................................................................................................................63
10.3 DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE.........................................................................................65
10.4 DA RIXA........................................................................................................................................................67
10.5 DOS CRIMES CONTRA A HONRA..........................................................................................................67
10.6 DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL.......................................................................69
Didatismo e Conhecimento
11. DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO............................................................................75
11.1 DO FURTO....................................................................................................................................................75
11.2 DO ROUBO E DA EXTORSÃO.................................................................................................................76
11.3 DA USURPAÇÃO.........................................................................................................................................78
11.4 DO DANO......................................................................................................................................................78
11.5 DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA................................................................................................................79
11.6 DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES............................................................................................81
11.7 DA RECEPTAÇÃO......................................................................................................................................84
11.8 DAS DISPOSIÇÕES GERAIS....................................................................................................................85
12. DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA..................................................88
12.1 DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO 
EM GERAL..................................................................................................................................................88
12.2 DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM 
GERAL..................................................................................................................................................93
12.3 DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA.............................................................98
Direito Processual Penal
1. CONCEITO E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL....................113
2. PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL...........................................................114
3. FONTES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL..................................................................116
4. SISTEMAS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL..............................................................118
5. INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL................................122
6. DO INQUÉRITO POLICIAL..................................................................................................125
7. FATOS E ATOS PROCESSUAIS............................................................................................134
8. DA AÇÃO PENAL....................................................................................................................138
9. DA AÇÃO CIVIL......................................................................................................................145
Didatismo e Conhecimento
10. DA COMPETÊNCIA.............................................................................................................147
11. DAS QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES...............................................................153
12. DA PROVA.............................................................................................................................163
13. DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO ACUSADO E DEFENSOR, DOS ASSISTENTES 
E AUXILIARES DA JUSTIÇA.........................................................................................................177
14. DA PRISÃO E DA LIBERDADE PROVISÓRIA.................................................................182
15. DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES.......................................................................................192
16. DA SENTENÇA.....................................................................................................................197
17. TRIBUNAL DOJÚRI............................................................................................................201
18. NULIDADES..........................................................................................................................216
Didatismo e Conhecimento
Andréia Agostin
RESUMO DE CONCURSOS
Conteúdo Resumido dos Principais Concursos
1ª edição
São Paulo
Nova Apostila
2011
1
Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
DIREITO PENAL
1. PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL E INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL
Princípio da Legalidade: O princípio da reserva legal delimita o poder punitivo do Estado e dá ao Direito Penal uma função 
garantista, pois define o delito e a pena, ficando os cidadãos cientes de que só pelos fatos anteriormente delineados como crimes 
poderão ser responsabilizados criminalmente e apenas naquelas sanções previamente fixadas podem ser processados e condenados. 
O referido princípio se desdobra em quatro princípios:
a) nullum crimen, nulla poena sine lege praevia (proibição da edição de leis retroativas que fundamentam ou agravem a 
punibilidade)
b) nullum crimen, nulla poena sine lege scripta (proibição da fundamentação ou do agravamento da punibilidade pelo direito 
consuetudinário);
c) nullum crimen, nulla poena sine lege stricta (proibição da fundamentação ou do agravamento da punibilidade pela analogia);
d) nullum crimen, nulla poena sine lege certa (a proibição de leis penais indeterminadas).
Princípio da Intervenção Mínima: A aplicação abusiva da previsão legislativa penal faz com que ela perca parte de seu mérito 
e, assim, sua força intimidadora. O princípio da intervenção mínima está diretamente ligado aos critérios do processo legislativo 
de elaboração de leis penais, servindo, num primeiro momento, como regra de determinação qualitativa abstrata para o processo 
de tipificação das condutas, e, num segundo momento, juntamente com o princípio da proporcionalidade dos delitos e das penas, 
cominar a sanção pertinente. Destarte, surge como tendência, a idéia de que só se deve criminalizar condutas de efetiva gravidade e 
que atinjam bens fundamentais, valores básicos de convívio social. 
Princípio da Humanidade: A Declaração dos Direitos do Homem disciplina em seu artigo 5º, que: “ninguém será submetido a 
tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano e degradante”. No mesmo sentido, a Convenção Internacional sobre Direitos 
Políticos e Civis, de 1966, dispõe em seu artigo 10, inciso I, que: “o preso deve ser tratado humanamente, e com o respeito que lhe 
corresponde por sua dignidade humana”. A Constituição Federal de 1988 trouxe diversos dispositivos onde se constata a consagração 
do princípio da humanidade. Exemplo: artigo 5, inciso XLIX, da Lei Maior, que: “é assegurado aos presos o respeito à integridade 
física e moral”. O próximo inciso do mesmo artigo assevera que: “às presidiárias são asseguradas as condições para que possam 
permanecer com seus filhos durante o período da amamentação”. Ainda mais enfatizante é o inciso XLVII, do citado artigo, que 
dispõe: “não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do artigo 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) 
de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis”. 
Princípio da Pessoalidade: Aduz que a pena não pode passar da pessoa que praticou o delito. A Carta Magna em vigor disciplina 
no artigo 5º, inciso XLV que: “nenhuma pena passará da pessoa do condenado (...)”.
A pena não se pode estender a pessoas que não participaram do delito, ainda que haja laços de parentesco, afinidade ou amizade 
com o condenado. Não se pode olvidar, contudo, que a pena pode gerar danos e sofrimentos a terceiros, em especial a família. Assim, 
determinadas legislações vêm disciplinando a criação de institutos que auxiliam tanto a família do sentenciado, como a vítima do 
delito.
Princípio da Individualização da Pena: A legislação constitucional pátria consagrou o princípio no artigo 5, inciso XLVI, 
dispondo que: “a lei regulará a individualização da pena”. A individualização da pena passa por três fases distintas: A legislativa, a 
judicial e a executória ou administrativa.
No primeiro momento, a lei delimita as penas para cada tipo de delito, guardando proporcionalidade com a importância do 
bem jurídico defendido e com o grau de lesividade da conduta. Nesta fase, ainda, se estabelece as espécies de penas que podem ser 
aplicadas, de forma cumulativa, alternativa ou exclusiva.
Na segunda fase, ocorre a individualização realizada pelos magistrados. Diante das diretrizes fixadas pela legislação, o juiz 
vai decidir qual das penas deve ser aplicada e qual a sua quantidade, dentro dos limites trazidos no preceito penal secundário, 
determinando, inclusive, o meio de sua execução. As regras básicas da individualização da pena, em nosso Código Penal, estão 
previstas no artigo 59 e não podem deixar de ser observadas pelo juiz.
A terceira e última etapa da individualização da pena ocorre com sua execução e é denominada de individualização administrativa 
ou individualização executória. A Constituição Federal traz alguns preceitos que devem ser respeitados na etapa executória. No 
artigo 5ª, inciso XLIX, diz ser “assegurado aos presos o respeito a integridade física e moral”. Já no inciso XLVIII, do mesmo artigo, 
se impõe que o cumprimento da pena se dará em estabelecimentos que atendam “a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado”.
2
Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
Princípio da Consunção : É o princípio segundo o qual um fato mais amplo e mais grave consome, isto é, absorve outros fatos 
menos amplos e graves, que funcionam como fase normal de preparação ou execução ou mero exaurimento. 
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL
A legislação penal constitui obra humana, suscetível de imperfeições, de obscuridades. Interpreta-se a lei penal, uma vez que, 
ela possui sentido e alcance próprios. A interpretação consiste em extrair da norma o seu verdadeiro significado e conteúdo, face a 
realidade para aplicação ao caso concreto. Espécies de Interpretação:
a) Quanto ao sujeito a interpretação pode ser:
AUTÊNTICA: Quando procede do próprio órgão elaborador da norma. Podendo ser: Contextual - feita pelo próprio sujeito que 
elaborou a norma ou quando está no próprio texto da lei; ou Posterior - interpretação efetuada depois de editada a lei, 
DOUTRINÁRIA: Efetuada pelos escritores de Direito em seus comentários às leis, sendo denominado “Communis Opinio 
Doctorum”. Não tem força obrigatória pela diversidade de pensamentos.
JUDICIAL OU JURISPRUDENCIAL: Efetuada pelos órgãos do Poder Judiciário através de juízes e tribunais, tendo força 
obrigatória para o caso concreto desde que sobrevenha à coisa julgada e esteja coberta pela imutabilidade. Se ultrapassado o prazo 
de recurso faz coisa julgada material.
b) Quanto ao Meio Empregado:
GRAMATICAL: Análise do texto legal verificando o que dizem as palavras da lei. 
LÓGICA OU TELEOLÓGICA: Consiste em indagar a vontade da lei, levando em consideração os motivos que determinaram a 
sua produção. As necessidades, os aspectos históricos, o direito comparado e elementos extra-jurídicos: química, biologia, psiquiatria, 
etc.
c) Quanto ao Resultado:
DECLARATIVA: Quando a eventual dúvida se resolve pela letra e vontade da lei, sem necessidade de conferir um sentido mais 
amplo ou restrito. Não precisa restringir ou estender; porque está escrito.
RESTRITIVA: Quando o texto da lei disser mais que a sua vontade, surgindo a necessidade de restringir o alcance de suas 
palavras.
EXTENSIVA: Nesse caso o texto da lei disse menos do que deveria dizer.
INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA OU INTRA: É permitida toda vez que houver uma fórmula casuística seguindo uma cláusula 
genérica, a qual deve ser interpretada de acordo com os casos anteriormente elencados na interpretação extensiva em que a próprialei 
determina que se estenda o seu conteúdo. Exemplos de fórmulas casuísticas: traição, emboscada e dissimulação. Exemplo de cláusula 
genérica: outro recurso.
EXERCÍCIOS
01. (Secretário de Diligências – MPE/RS – FCC – 2008) Tendo em conta o Princípio da Reserva Legal, é correto afirmar que
a) é lícita a aplicação de pena não prevista em lei se o fato praticado pelo agente for definido como crime no tipo penal. 
b) o juiz pode fixar a pena a ser aplicada ao autor do delito acima do máximo previsto em lei, aplicando os costumes vigentes na 
localidade em que ocorreu. 
c) é vedado o uso da analogia para punir o autor de um fato não previsto em lei como crime, mesmo sendo semelhante a outro 
por ela definido. 
d) fica ao arbítrio do juiz determinar a abrangência do preceito primário da norma incriminadora se a descrição do fato delituoso 
na norma penal for vaga e indeterminada. 
e) o juiz tem o poder de impor sanção penal ao autor de um fato não descrito como crime na lei penal, se esse fato for imoral, 
anti-social ou danoso à sociedade. 
3
Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
02. (Advogado – UDESC – FEPESE – 2010) Assinale a alternativa correta.
a) O princípio da humanidade das penas está consagrado na Constituição Federal.
b) O princípio da aplicação da lei mais benéfica não é utilizado pelo direito penal.
c) O princípio da intervenção mínima não se confunde com o principio da ultima ratio.
d) Por força do princípio da insignificância não são punidos os crimes de menor potencial ofensivo
e) A existência de crimes funcionais ofende o princípio da igualdade
03. (Defensoria Pública – DPE/SP – FCC – 2010) A absorção do crime-meio pelo crime-fim configura aplicação do princípio 
da
a) sucessividade
b) alternatividade
c) consunção
d) especialidade
e) subsidiariedade
04. (Defensoria Pública – DPE/MA – FCC – 2009) Na consideração de que o crime de falso se exaure no estelionato, 
responsabilizando-se o agente apenas por este crime, o princípio aplicado para o aparente conflito de normas é o da
a) subsidiariedade
b) consunção
c) especialidade
d) alternatividade
e) instrumentalidade
05. (Técnico Administrativo – MPE/AP – FCC – 2009) O princípio constitucional que assegura ao acusado o direito de ampla 
defesa, em processo em que seja assegurada a igualdade das partes, denomina-se princípio
a) juiz natural
b) do estado de inocência
c) da verdade real
d) da obrigatoriedade
e) do contraditório
06. (Técnico do Ministério Público – MPE/SE – FCC – 2009) O art. 5º, LVII, da Constituição Federal dispõe que “ninguém 
será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Nesse dispositivo constitucional está consagrado 
o princípio
a) da anterioridade da lei penal.
b) da presunção de inocência.
c) da legalidade.
d) do contraditório
e) do juiz natural
07. (Técnico Administrativo - MPU – FCC – 2007) Dispõe o artigo 1º do Código Penal: “Não há crime sem lei anterior que o 
defina. Não há pena sem prévia cominação legal”. Tal dispositivo legal consagra o princípio da 
a) ampla defesa.
b) legalidade.
c) presunção de inocência.
d) dignidade.
e) isonomia.
GABARITO
01 C
02 A
03 C
04 B
05 E
06 D
07 B
4
Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
2. DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
ANTERIORIDADE DA LEI 
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
LEI PENAL NO TEMPO
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em 
virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. 
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos 
anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
A lei que revoga um tipo incriminador extingue o direito de punir (abolitio criminis). A conseqüência do abolitio criminis é a 
extinção da punibilidade do agente. Por beneficiar o agente, o abolitio criminis alcança fatos anteriores e será aplicado pelo Juiz 
do processo, podendo ser aplicado antes do final do processo, levando ao afastamento de quaisquer efeitos da sentença, ou após a 
condenação transitada em julgado. No caso de já existir condenação transitada em julgado, o abolitio criminis causa os seguintes 
efeitos: a extinção imediata da pena principal e de sua execução, a libertação imediata do condenado preso e extinção dos efeitos 
penais da sentença condenatória (Exemplo: reincidência, inscrição no rol dos culpados, pagamento das custas etc.).
Vale lembrar que os efeitos extrapenais, contudo, subsistem, como a perda de cargo público, perda de pátrio poder, perda da 
habilitação, confisco dos instrumentos do crime etc. A competência para a aplicação do abolitio criminis após o trânsito em julgado 
é do juízo da execução:
Súmula nº 611 do STF: “Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções 
a aplicação da lei mais benigna.
O parágrafo único do artigo 2º trata do fenômeno da extratividade da lei penal, ou seja; a lei pode retroagir SOMENTE quando 
para beneficiar o agente.
Extratividade: É o fenômeno pelo qual a lei produz efeitos fora de seu período de vigência. Divide-se em duas modalidades: 
retroatividade e ultratividade.
Na retroatividade, a lei retroage aos fatos anteriores à sua entrada em vigor, se houver benefício para o agente; enquanto na 
ultratividade, a lei produz efeitos mesmo após o término de sua vigência.
Não há que se falar em conflito de leis entre o artigo primeiro (legalidade) e o parágrafo único do artigo 2º (extratividade). 
Vejamos:
a) No artigo 1º, decretando a irretroatividade da lei, o Código Penal (CP) procurou defender a dignidade humana e a estrutura 
democrática brasileiras, ambos fundamentos cruciais à existência da nossa República federativa (Art. 1º, III e Parágrafo Único da 
CF-88), porque trata-se de uma barreira à discricionariedade estatal no que se refere à punição. Ele reflete o objetivo claro de controle 
dos bens jurídicos da sociedade. O que seria de uma nação se qualquer pessoa com poder pudesse escolher as condutas que devem 
ser punidas e assim fazê-lo do modo que lhe der mais satisfação? 
b) O artigo 2º, por sua vez, em seu parágrafo único, faz exatamente o mesmo do artigo 1º. A retroatividade que valida é restringida 
aos efeitos benéficos do dispositivo penal em questão, o que é relacionado com os objetivos da punição estatal e igualmente ao princípio 
da dignidade humana, porque evitar que as mudanças sociais se estendam àqueles que, por exemplo, têm o direito constitucional de 
ir e vir cerceado por uma conduta que não é mais considerada lesiva, é negar a igualdade de tratamento do Estado a toda a sociedade, 
sobretudo quanto à defesa da dignidade e quanto à justiça, ambos também explicitamente acobertas constitucionalmente.
LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA 
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as 
circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. 
As leis acima citadas são auto-revogáveis, ou seja, são exceções à regra de que uma lei se revoga por outra lei. Subdividem-se 
em duas espécies:
5
Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
•	 leis temporárias: Aquelas que já trazem no seu próprio texto a data de cessação de sua vigência, ou seja, a data do término 
de vigência já se encontra explícito no texto da lei.
•	 leis excepcionais: Aquelas feitas para um período excepcional de anormalidade. São leis criadas para regular um período de 
instabilidade. Neste caso, a data do término de vigência depende do término do fato para o qual ela foi elaborada.
Estas duas espécies são ultrativas, ainda que prejudiquem o agente (Exemplo: Num surto de febre amarela é criado um crime de 
omissão de notificação de febre amarela; caso alguém cometao crime e logo em seguida o surto seja controlado, cessando a vigência 
da lei, o agente responderá pelo crime). Se não fosse assim, a lei perderia sua força coercitiva, visto que o agente, sabendo qual seria 
o término da vigência da lei, poderia retardar o processo para que não fosse apenado pelo crime.
TEMPO DO CRIME
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o 
momento do resultado. 
Trata-se da fixação do tempo em que crime reputa-se praticado. Existem três teorias sobre o tempo do crime:
•	 Teoria da atividade: O tempo do crime é o tempo da ação, ou seja, é o tempo que se realiza a ação ou a omissão que vão 
configurar o crime;
•	 Teoria do resultado: O tempo do crime é o tempo que se produz o resultado, sendo irrelevante o tempo da ação;
•	 Teoria mista ou da ubiqüidade: O tempo do crime será tanto o tempo da ação quanto o tempo do resultado.
A teoria utilizada pelo Código Penal (CP) é a teoria da atividade. Na teoria da atividade o agente, em caso de lei nova, responderá 
sempre de acordo com a última lei vigente, seja ela mais benéfica ou não.
TERRITORIALIDADE
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, 
ao crime cometido no território nacional. 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e 
aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, 
bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se 
achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. 
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações 
estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no 
espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. 
LUGAR DO CRIME 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em 
parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
Para os crimes de espaço máximo ou à distancia (crimes executados em um país e consumados em outro) foi adotada a teoria da 
ubiqüidade, ou seja, a competência para o julgamento do fato será de ambos os países.
Para os chamados “delitos plurilocais” (ação se dá em um lugar e o resultado em outro dentro de um mesmo país), foi adotada 
a teoria do resultado (art. 70 do CPP), ou seja, o foro competente é o foro do local do resultado. Nas infrações de competência dos 
Juizados Especiais Criminais, a Lei 9.099/95 seguiu a teoria da atividade, ou seja, o foro competente é o da ação.
EXTRATERRITORIALIDADE 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de 
Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo 
Poder Público; 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
II - os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
b) praticados por brasileiro; 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando 
em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado 
no estrangeiro. 
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, 
segundo a lei mais favorável. 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do 
Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA: O art. 7º do CP prevê a aplicação da lei brasileira a crimes cometidos no 
estrangeiro. São os casos de extraterritorialidade da lei penal.
	O inciso I refere-se aos casos de extraterritorialidade incondicionada, uma vez que é obrigatória a aplicação da lei brasileira 
ao crime cometido fora do território brasileiro.
	As hipóteses direito inciso I, com exceção da última (d), fundadas no princípio de proteção, são as consignadas nas alíneas 
a seguir enumeradas:
a) Contra a vida ou a liberdade do presidente da república.
b) Contra o patrimônio ou a fé pública da União, do distrito federal, de estado, de território, de município, de empresa pública, 
sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo poder público;
c) Contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) De genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. Nesta última hipótese adotou-se o princípio da justiça 
ou competência universal. Em todas essas hipóteses o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado 
no estrangeiro.
EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA: O inciso II, do art. 7º, prevê três hipóteses de aplicação da lei brasileira a 
autores de crimes cometidos no estrangeiro. São os casos de extraterritorialidade condicionada, pois dependem dessas condições:
a) Crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir. Utilizou-se o princípio da justiça ou competência 
universal;
b) Crimes praticados por brasileiro. Tendo o país o dever de obrigar o seu nacional a cumprir as leis, permite-se a aplicação 
da lei brasileira ao crime por ele cometido no estrangeiro. Trata-se do dispositivo da aplicação do princípio da nacionalidade ou 
personalidade ativa;
c) Crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território 
estrangeiro e aí não sejam julgados. Inclui-se no CP o princípio da representação.
A aplicação da lei brasileira, nessas três hipóteses, fica subordinada a todas as condições estabelecidas pelo § 2º do art. 7º. 
Depende, portanto, das condições a seguir relacionadas:
	A Entrada do agente no território nacional;
	Ser o fato punível também no país em que foi praticado. Na hipótese de o crime ter sido praticado em local onde nenhum 
país tem jurisdição (alto mar, certas regiões polares), é possível a aplicação da lei brasileira. 
	Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição
	Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais 
favorável.
O art. 7º, § 3º, prevê uma última hipótese da aplicação da lei brasileira: A do crime cometido por estrangeiro contra brasileiro 
fora do Brasil. É ainda um dispositivo calcado na teoria de proteção, além dos casos de extraterritorialidade incondicionada. Exige o 
dispositivo em estudo, porém, além das condições já mencionadas, outras duas:
	Que não tenha sido pedida ou tenha sido negada a extradição (pode ter sido requerida, mas não concedida;
	Que haja requisição do ministro da justiça.
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RESUMO DE CONCURSOS 
PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO
 
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando 
diversas, ou nela é computada, quando idênticas. 
Considerandoque, sendo possível a aplicação da lei brasileira a crimes cometidos em território de outro país, ocorrerá também 
a incidência da lei estrangeira, dispõe o código como se deve proceder para se evitar a dupla posição. Cumprida a pena pelo sujeito 
ativo do crime no estrangeiro, será ela descontada na execução pela lei brasileira, quando forem idênticas, respondendo efetivamente 
o sentenciado pelo saldo a cumprir se a pena imposta no Brasil for mais severa. Se a pena cumprida no estrangeiro for superior 
à imposta no país, é evidente que esta não será executada. No caso de penas diversas, aquela cumprida no estrangeiro atenuará a 
aplicada no Brasil, de acordo com a decisão do juiz no caso concreto, já que não há regras legais a respeito dos critérios de atenuação 
que devem ser obedecidos.
EFICÁCIA DE SENTENÇA ESTRANGEIRA 
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas 
conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: 
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; 
II - sujeitá-lo a medida de segurança. 
Parágrafo único - A homologação depende: 
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; 
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária 
emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça.
Quanto à eficácia de sentença estrangeira, o Código Penal, em seu Art. 9°, em consonância com o Art. 105, I, da Constituição 
Federal (CF), prescreve que a sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, 
pode ser homologada no Brasil para: I – obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; II – sujeitá-
lo a medida de segurança. É importante anotar também que a contagem de prazo inclui o dia de começo em seu cômputo. Contam-
se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum (Art. 10, CPB). O fundamento da homologação da sentença estrangeira está 
no entendimento de que nenhuma sentença de caráter criminal que emane de autoridade jurisdicional estrangeira terá eficácia em 
determinado Estado sem o seu consentimento, pois o direito penal é fundamentalmente territorial.
CONTAGEM DE PRAZO 
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo 
calendário comum. 
A contagem do prazo penal tem relevância especial nos casos de duração de pena, do livramento condicional, do sursis, Da 
decadência, da prescrição, etc., institutos de direito penal.
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. Há no caso imprecisão tecnológica. O calendário comum a que 
se refere o legislador tem o nome de gregoriano, em contraposição ao juliano, judeu, árabe, etc.
FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, 
e, na pena de multa, as frações de cruzeiro.
Também se tem entendido que, por analogia com o art. 11, deve ser desprezada a fração de dia multa, como se faz para o dia de 
pena privativa de liberdade. Extintos o cruzeiro antigo e o cruzado, o novo cruzeiro e o cruzeiro real, o real é a unidade monetária 
nacional, devendo ser desprezados os centavos, fração da nova moeda brasileira. 
LEGISLAÇÃO ESPECIAL 
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não 
dispuser de modo diverso. 
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RESUMO DE CONCURSOS 
EXERCÍCIOS
01. (OAB/138º) Sobre norma e lei penal, assinale a alternativa CORRETA:
a) A lei penal pode retroagir em qualquer caso.
b) A lei penal brasileira aplica-se a todos os crimes ocorridos no Brasil.
c) A lei penal brasileira não se aplica a nenhum crime ocorrido fora do território nacional.
d) Admite-se a interpretação extensiva in bonam partem (em favor do acusado).
02. (MPE/RS – Secretário de Diligências – FCC – 2010) Em tema de aplicação da lei penal, é INCORRETO afirmar:
a) Na contagem do prazo pelo Código Penal, não se inclui no seu cômputo, o dia do começo, nem se desprezam na pena de multa, 
as frações de Real. 
b) Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu 
ou deveria produzir-se o resultado. 
c) O princípio da legalidade compreende os princípios da reserva legal e da anterioridade. 
d) A regra da irretroatividade da lei penal somente se aplica à lei penal mais gravosa. 
e) As leis temporárias ou excepcionais são autorrevogáveis e ultrativas. 
03. (Analista Judiciário – TRT 8ª Região – FCC – 2010) João cometeu um crime para o qual a lei vigente na época do fato 
previa pena de reclusão. Posteriormente, lei nova estabeleceu somente a sanção pecuniária para o delito cometido por João. Nesse 
caso,
a) a aplicação da lei nova depende da expressa concordância do Ministério Público. 
b) aplica-se a lei nova somente se a sentença condenatória ainda não tiver transitado em julgado. 
c) não se aplica a lei nova, em razão do princípio da irretroatividade das leis penais. 
d) aplica-se a lei nova, mesmo que a sentença condenatória já tiver transitado em julgado.
e) a aplicação da lei nova, se tiver havido condenação, depende do reconhecimento do bom comportamento carcerário do 
condenado. 
04. (Analista Judiciário – TRT 8ª Região – FCC – 2010) José, brasileiro, cometeu crime de peculato, apropriando- se de 
valores da embaixada brasileira no Japão, onde trabalhava como funcionário público. Em tal situação,
a) somente se aplica a lei brasileira se José não tiver sido absolvido no Japão, por sentença definitiva
b) somente se aplica a lei brasileira se José não tiver sido processado pelo mesmo fato no Japão. 
c) aplica-se a lei brasileira, independentemente da existência de processo no Japão e de entrada do agente no território nacional. 
d) a aplicação da lei brasileira, independe da existência de processo no Japão, mas está condicionada à entrada do agente no 
território nacional.
e) aplica-se a lei brasileira, somente se for mais favorável ao agente do que a lei japonesa.
05. (Procurador – TCE/RO – FCC – 2010) No tocante à aplicação da lei penal,
a) a lei brasileira adotou a teoria da ubiquidade quanto ao lugar do crime.
b) a lei penal mais grave não se aplica ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da 
continuidade ou da permanência, segundo entendimento sumulado do Supremo Tribunal Federal. 
c) a lei brasileira adotou a teoria do resultado quanto ao tempo do crime. 
d) o dia do fim inclui-se no cômputo do prazo, contando- se os meses e anos pelo calendário comum, desprezados os dias. 
e) compete ao juízo da causa a aplicação da lei mais benigna, ainda que transitada em julgado a sentença condenatória, segundo 
entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça. 
06. (Analista de Promotoria – MP/SP – VUNESP – 2010) Considere que um indivíduo, de nacionalidade chilena, em território 
argentino, contamine a água potável que será utilizada para distribuição no Brasil e Paraguai. Considere, ainda, que neste último 
país, em razão da contaminação, ocorre a morte de um cidadão paraguaio, sendo que no Brasil é vitimado, apenas, um equatoriano.
De acordo com a regra do art. 6.º, do nosso Código Penal (“lugar do crime”), considera-se o crime praticado
a) na Argentina, apenas.
b) no Brasil e no Paraguai, apenas.
c) no Chile e na Argentina, apenas.
d) na Argentina, no Brasil e no Paraguai, apenas.
e) no Chile, na Argentina, no Paraguai, no Brasil e no Equador.
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RESUMO DE CONCURSOS 
07. (Magistratura – TJ/SP – VUNESP – 2009) A norma inserida no art. 7.º, inciso II, alínea “b”, do Código Penal - Ficam 
sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro (...) os crimes (...) praticados porbrasileiro - encerra o princípio
a) da universalidade ou da justiça mundial.
b) da territorialidade.
c) da nacionalidade ou da personalidade ativa.
d) real, de defesa ou da proteção de interesses.
08. (Magistratura – TJ /GO – FCC – 2009) Pela regra da consunção,
a) a norma especial afasta a geral. 
b) é admissível a combinação de normas favoráveis ao agente.
c) a norma incriminadora de fato que constitui meio necessário para a prática de outro crime fica excluída pela que tipifica a 
conduta final. 
d) a norma subsidiária é excluída pela principal. 
e) o concurso material prevalece ao formal, se favorável ao agente. 
09. (Analista Judiciário – TER /AP – FCC – 2006) Considerando os princípios que regulam a aplicação da lei penal no tempo, 
pode-se afirmar que 
a) não se aplica a lei nova, mesmo que favoreça o agente de outra forma, caso se esteja procedendo à execução da sentença, em 
razão da imutabilidade da coisa julgada.
b) pela abolitio criminis se fazem desaparecer o delito e todos os seus reflexos penais, permanecendo apenas os civis.
c) em regra, nas chamadas leis penais em branco com caráter excepcional ou temporário, revogada ou alterada a norma 
complementar, desaparecerá o crime.
d) a lei excepcional ou temporária embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, 
não se aplica ao fato praticado durante a sua vigência.
e) permanecendo na lei nova a definição do crime, mas aumentadas suas conseqüências penais, esta norma será aplicada ao autor 
do fato 
10. (Procurador do Estado – PGE/PE – CESPE – 2009) A respeito da aplicação da lei penal, assinale a opção correta. 
a) Quanto ao momento em que o crime é considerado praticado, a lei penal brasileira adotou expressamente a teoria da ubiquidade, 
desprezando a teoria da atividade. 
b) Com relação ao lugar em que o crime é considerado praticado, a lei penal brasileira adotou expressamente a teoria da atividade, 
desprezando a teoria da ubiquidade. 
c) Aplica-se a lei penal brasileira a crimes praticados contra a vida ou a liberdade do presidente da República, mesmo que o crime 
tenha ocorrido em outro país. 
d) Os agentes diplomáticos são imunes à lei civil do Brasil, mas não à lei penal. 
e) Os parlamentares não podem ser processados civilmente pelas opiniões que emitem no exercício de seus mandatos, mas estão 
sujeitos à sanção penal no caso de incorrerem em crime contra a honra.
GABARITO
01 D
02 A
03 D
04 C
05 A
06 D
07 C
08 C
09 B
10 C
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RESUMO DE CONCURSOS 
3. DO CRIME
Crime é a ação ou omissão, imputável a pessoa, lesiva ou perigosa a interesse penalmente protegido, constituída de determinados 
elementos e eventualmente integrada por certas condições ou acompanhada de determinadas circunstâncias previstas em lei. É a 
violação de um bem penalmente protegido. Crime também pode ser conceituado como um fato típico e antijurídico. A culpabilidade 
constitui pressuposto da pena.
Para que haja crime, é preciso uma conduta humana positiva ou negativa. Nem todo comportamento do homem, porém, constitui 
delito, em face do princípio da reserva legal. Logo, somente aqueles previstos na lei penal é que podem configurar o delito.
Pode-se dizer, portanto, que o primeiro requisito do crime é o fato típico (previsto em lei). Contudo, não basta que o fato seja 
típico, é preciso que seja contrário ao direito: antijurídico. Isto porque, embora o fato seja típico, algumas vezes é considerado lícito 
(Exemplo: Legítima defesa). Logo, excluída a antijuridicidade, não há crime.
O tipo é o modelo descritivo da conduta contido na lei. O tipo legal é composto de elementares e circunstâncias.
Elementar: Vem de elemento, que é todo componente essencial do tipo sem o qual este desaparece ou se transforma em outra 
figura típica.
Justamente por serem essenciais, os elementos estão sempre no caput (cabeça) do tipo incriminador (texto da lei penal), por isso 
o caput é chamado de tipo fundamental. (Exemplo: art. 121 matar alguém Matar é elementar do tipo) 
Circunstância: É aquilo que não integra a essência, ou seja, se for retirado, o tipo não deixa de existir. As circunstâncias estão 
dispostas em parágrafos (exemplo: qualificadoras, privilégios etc.), não servindo para compor a essência do crime, mas sim para 
influir na pena.
O crime será mais ou menos grave em decorrência da circunstância, entretanto será sempre o mesmo crime (Exemplo: furto 
durante o sono noturno; o sono é circunstância, tendo em vista que, se não houver, ainda assim existirá o furto).
Espécies de Elemento
1) Elementos objetivos ou descritivos: são aqueles cujo significado depende de mera observação. Para saber o que quer dizer 
um elemento objetivo, o sujeito não precisa fazer interpretação. Todos os verbos do tipo constituem elementos objetivos (exemplo: 
matar, falsificar etc.). São aqueles que independem de juízo de valor, existem concretamente no mundo (exemplo: mulher, coisa 
móvel, filho etc.). Se um tipo penal possui somente elementos objetivos, ele oferece segurança máxima ao cidadão, visto que, 
qualquer que seja o aplicador da lei, a interpretação será a mesma. São chamados de tipo normal, pois é normal o tipo penal que 
ofereça segurança máxima;
2) Elementos subjetivos: compõem-se da finalidade especial do agente exigida pelo tipo penal. Determinados tipos não se 
satisfazem com a mera vontade de realizar o verbo. Existirá elemento de ordem subjetiva sempre que houver no tipo as expressões 
“com a finalidade de”, “para o fim de” etc. (ex.: rapto com fim libidinoso etc.). O elemento subjetivo será sempre essa finalidade 
especial que a lei exige. Não confundir o elemento subjetivo do tipo com o elemento subjetivo do injusto, que é a consciência do 
caráter inadequado do fato, a consciência da ilicitude;
3) Elementos normativos: É exatamente o oposto do elemento objetivo. É aquele que depende de interpretação para se extrair 
o significado, ou seja, é necessário um juízo de valor sobre o elemento. São elementos que trazem possibilidade de interpretações 
equívocas, divergentes, oferecendo um certo grau de insegurança. São chamados de tipos anormais porque possuem grau de incerteza, 
insegurança.
Existem duas espécies de elementos normativos:
•	 Elemento normativo jurídico: É aquele que depende de interpretação jurídica (exemplo: funcionário público, documento 
etc. Todos esses vêm definidos na lei);
•	 Elemento normativo extrajurídico ou moral: É aquele que depende de interpretação não jurídica (ex.: mulher “honesta”).
RELAÇÃO DE CAUSALIDADE
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. 
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
No campo penal, a doutrina aponta três teorias a respeito da relação de causalidade:
a) Da equivalência das condições ou equivalência dos antecedente ou conditio sine que non: Segundo a qual quaisquer 
das condutas que compõem a totalidade dos antecedentes é causa do resultado, como, por exemplo, a venda lícita da arma pelo 
comerciante que não tinha idéia do propósito homicida do criminoso comprador. Contudo, recebe críticas por permitir o regresso ao 
infinito já que, em última análise, até mesmo o inventor da arma seria causador do evento, visto que, se arma não existisse, tiros não 
haveria;
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RESUMO DE CONCURSOS 
b) Da causalidade adequada: Considera causa do evento apenas a ação ou omissão do agente apta e idônea a gerar o resultado. 
Segundo o que dispõe essa corrente, a venda lícita da arma pelo comerciante não é considerada causa do resultado morte que o 
comprador produzir, pois vender licitamente a arma, por si só, não é conduta suficiente a gerar a morte. 
c) Da imputação objetiva: Pela qual, para que uma conduta seja considerada causa do resultado é preciso que: 1)o agente tenha, 
com sua ação ou omissão, criado, realmente, um risco não tolerado nem permitido ao bem jurídico; ou 2) que o resultado não fosse 
ocorrer de qualquer forma, ou; 3) que a vítima não tenha contribuído com sua atitude irresponsável ou dado seu consentimento para 
o ocorrência do resultado.
A teoria adotada pelo Código Penal: “O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu 
causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.”
Ao dispor que causa é a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido, nota-se que Código adotou a teoria da 
equivalência das condições ou conditio sine qua non.
Para se aferir se determinada conduta é causa ou não de um resultado, deve-se fazer o juízo hipotético de eliminação, que 
consiste na supressão mental de determinada ação ou omissão dentro de toda a cadeia de condutas presentes no contexto do crime. Se, 
eliminada, o resultado desaparecer, pode-se afirmar que aquela conduta é causa. Caso contrário, ou seja, se a despeito de suprimida, 
o resultado ainda assim existir, não será considerada conduta.
Atente-se para o fato de que ser causa do resultado não é bastante para ensejar a responsabilização penal. É preciso, ainda, 
verificar se a conduta do agente considerada causa do resultado foi praticada mediante dolo ou culpa, pois nosso Direito Penal não se 
coaduna com a responsabilidade objetiva, isto é, aquela que se contenta com a demonstração do nexo de causalidade, sem levar em 
conta o elemento subjetivo da conduta.
Portanto, dizer que alguém causou o resultado não basta para ensejar a responsabilidade penal. É mister ainda que esteja presente 
o elemento subjetivo (dolo ou culpa) nessa conduta que foi causa do evento.
O art. 13 caput aplica-se, exclusivamente, aos crimes materiais porque, ao dizer “o resultado, de que depende a existência do 
crime”, refere-se ao resultado naturalístico da infração penal (aquele que é perceptível aos sentidos do homem e não apenas ao mundo 
jurídico), e a única modalidade de crime que depende da ocorrência do resultado naturalístico para se consumar (existir) é o material, 
como por exemplo; o homicídio (121 CP), em que a morte da vítima é o resultado naturalístico.
Aos crimes formais (exemplo; concussão - 316 CP) e os de mera conduta (exemplo; violação de domicílio - 150 CP), o art. 13 
caput não tem incidência, pois prescindem da ocorrência do resultado naturalístico para existirem. 
SUPERVENIÊNCIA DE CAUSA INDEPENDENTE
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, 
produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. 
O primeiro parágrafo do art. 13 nos diz que: «a superveniência de causa independente exclui a imputação quando, por si só, 
produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou”. Admite, o referido mandamento legal, a 
interrupção do nexo causal entre a conduta do agente e o resultado, sob determinadas hipótese, quais sejam:
a) a causa que produza o resultado seja superveniente à conduta do agente, isto é, ocorra depois de sua ação;
b) que a causa superveniente seja relativamente independente da conduta do agente, isto é, mantenha relação com a conduta 
inaugurada pelo autor;
c) que a causa superveniente independente produza o resultado por si só, isto é, seja causa bastante para a produção do resultado.
Exemplo: Telma ministra veneno mortal a Clarice, que, socorrida por uma equipe de médicos e enfermeiros, vem a morrer, 
poucos minutos após a ingestão da substância, em função de acidente sofrido pela ambulância a caminho do hospital.
Encontram-se aqui todas as características elencadas acima:
a) o acidente com a ambulância que transportava Clarice ocorreu após a ingestão do veneno ministrado por Telma (superveniência);
b) o acidente não teria acontecido se Clarice não tivesse sido envenenada por Telma (independência relativa);
c) as lesões causadas pelo acidente foram determinantes para a morte de Clarice (“por si só”).
Dessa forma: Telma responderá pelos fatos que praticou, qual seja, tentativa de homicídio.
Não obstante, caso somente aplicássemos o caput do art. 13 ao caso em tela, Telma seria responsável pela morte de Clarice uma 
vez que, eliminando-se o envenenamento, o acidente da ambulância, que provocou a morte de Clarice, não teria ocorrido; logo é 
causa.
Contudo, vejamos outros exemplos:
a) Telma, mesmo sabendo ser Clarice é cardiopata, tendo certeza de que sua conduta não virá a provocar sua morte, aplica, em 
Clarice, um terrível susto, vindo esta a falecer vítima de um infarto fulminante;
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RESUMO DE CONCURSOS 
b) Telma, não sabendo ser Clarice cardiopata, ministra-lhe remédio para descongestionar-lhe as vias respiratórias, porém acelera-
lhe o batimento cardíaco e Clarice vem a sofrer um infarto fulminante;
c) Telma, sabendo ser Clarice cardiopata e desejando o resultado morte, a expõe, deliberadamente, a situação de alta tensão 
emocional (criada por ela mesma, Telma), vindo Clarice a sofrer um infarto fulminante.
Para cada uma dessas situações, teríamos uma situação jurídico-penal distinta para Telma. No primeiro exemplo, a conduta de 
Telma poderia ser tipificada como homicídio culposo; no segundo caso, não haverá crime; na terceira hipótese, haveria homicídio 
doloso. 
Note-se que em todas as soluções apresentadas, o simples estabelecimento do nexo de causalidade entre a conduta de Telma e 
o resultado “morte de Clarice” não são suficientes para resolvermos o problema. Há de se analisar, como estabelece a doutrina, os 
demais elementos do fato típico (além do nexo de causalidade e do resultado morte).
Cabe ainda analisarmos se a conduta humana é dolosa ou culposa e, também, a subsunção do fato à norma penal incriminadora 
- tipicidade.
Voltemos aos nossos exemplos: no primeiro caso, Telma agiu com culpa consciente (o agente esperava levianamente que o 
resultado não ocorresse); no segundo não houve dolo nem culpa na conduta de Telam, sendo, portanto, o fato atípico; na terceira 
houve dolo, com consciência e voluntariedade no preparo da situação que causou o resultado morte.
Não restam dúvidas que soluções apoiadas exclusivamente no estabelecimento de um nexo de causalidade objetivo entre conduta 
e resultado e na simples existência do próprio resultado, que são características necessárias, mas não suficientes, para se construir 
o fato típico, cometem grave erro no que diz respeito a sua formação completa. Dada a superação da Teoria Causal da conduta 
humana e da Responsabilidade Penal Objetiva, não poderíamos aceitar, em nenhuma das três hipóteses acima colocadas, o mesmo 
desfecho jurídico-penal para Telma. Outrossim, além do fato típico, também a antijuridicidade e a culpabilidade são requisitos para 
a existência do crime, estendendo-se, então, a análise para conceitos como a ilicitude do fato e sua reprovabilidade social. 
RELEVÂNCIA DA OMISSÃO
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. 
O dever de agir incumbe a quem: 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. 
Da mesma forma que ação, em Direito Penal, não significa “fazer algo”, mas fazer o que o ordenamento jurídico proíbe, a 
omissão não é um “não fazer”, mas não fazer o que o ordenamento jurídico obriga.
Omissão relevante para o Direito Penal é o não cumprimento de um dever jurídico de agir em circunstâncias tais que o omitente 
tinha a possibilidade física ou material de realizar a atividade devida.
Conseqüentemente, a omissão passa a ter existência jurídica desde que preencha os seguintes pressupostos:
	Dever jurídicoque impõe uma obrigação de agir ou uma obrigação de evitar um resultado proibido;
	Possibilidade física, ou material, de agir.
O primeiro pressuposto (dever jurídico de agir ou de evitar um resultado lesivo) exige o conhecimento dos meios pelos quais o 
ordenamento jurídico pode impor às pessoas a obrigação de não se omitir, em determinadas circunstâncias.
Em segundo lugar, o dever jurídico pode ser imposto ao garantidor, ou seja, a pessoas que, pela sua peculiar posição diante do 
bem jurídico, recebem ou assumem a obrigação de assegurar sua conservação. A posição de garantidor requer essencialmente que o 
sujeito esteja encarregado da proteção ou custódia do bem jurídico que aparece lesionado ou ameaçado de agressão. 
O essencial para compreender a posição de garantidor é o reconhecimento de que determinadas pessoas estabelecem um vínculo, 
uma relação especial com o bem jurídico, criando no ordenamento a expectativa de que o protegerá de eventuais danos. O Direito, 
então, espera a sua ação de garantia. Se não cumprir esse dever, será imputado por omissão imprópria.
No Código Penal, esta regra está no artigo 13,§ 2º: a posição de garantidor pode emanar de:
a) dever legal; Imposto pela lei.
b) aceitação voluntária, Ou seja, quando o sujeito livremente a assume, tal como acontece, por exemplo, nos casos de contrato;
c) ingerência, Quando o sujeito, por sua conduta precedente, cria a situação de perigo para o bem jurídico.
Art. 14 - Diz-se o crime: 
CRIME CONSUMADO 
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;
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RESUMO DE CONCURSOS 
TENTATIVA 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do 
agente. 
PENA DE TENTATIVA
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao 
crime consumado, diminuída de um a dois terços. 
Tentativa é a execução iniciada de um crime, que não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente; seus elementos 
são o início da execução e a não-consumação por circunstâncias alheias à vontade.
Quando o processo executório é interrompido por circunstâncias alheias à vontade do agente, fala-se em tentativa imperfeita ou 
tentativa propriamente dita; quando a fase de execução é integralmente realizada pelo agente, mas o resultado não se verifica por 
circunstâncias alheias à sua vontade, diz-se que há tentativa perfeita ou crime falho.
São infrações que não admitem tentativa:
a) os crimes culposos;
b) os preterdolosos;
c) as contravenções;
d) os omissivos próprios;
e) os unissubsistentes;
f) os crimes habituais;
g) os crime que a lei pune somente quando ocorre o resultado, como a participação em suicídio;
h) os permanentes de forma exclusivamente omissiva;
i) os crimes de atentado.
Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços; a diminuição de uma a dois 
terços não decorre da culpabilidade do agente, mas da própria gravidade do fato constitutivo da tentativa; quanto mais o sujeito se 
aproxima da consumação, menor deve ser a diminuição da pena (1/3); quando menos ele se aproxima da consumação, maior deve 
ser a atenuação (2/3).
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado 
se produza, só responde pelos atos já praticados. 
ARREPENDIMENTO POSTERIOR
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída 
a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida 
de um a dois terços. 
CRIME IMPOSSÍVEL 
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade 
do objeto, é impossível consumar-se o crime. 
A desistência voluntária consiste numa abstenção de atividade: o sujeito cessa o seu comportamento delituoso; assim, só ocorre 
antes de o agente esgotar o processo executivo.
Arrependimento eficaz tem lugar quando o agente, tendo já ultimado o processo de execução do crime, desenvolve nova atividade 
impedindo a produção do resultado.
Quanto ao arrependimento posterior, nos termos do artigo 16 do Código Penal, nos crimes cometidos sem violência ou grave 
ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a 
pena será reduzida de um a dois terços.
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
Crime impossível é também chamado de quase-crime; tem disciplina jurídica contida no artigo 17 do Código Penal, segundo 
o qual “não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível 
consumar-se o crime”; há dois casos de crime impossível:
a) por ineficácia absoluta do meio;
b) por impropriedade absoluta do objeto.
Dá-se o primeiro quando o meio empregado pelo agente, pela sua própria natureza, é absolutamente incapaz de produzir o evento; 
exemplo: o agente, pretendendo matar a vítima mediante propinação de veneno, ministra açúcar em sua alimentação, supondo-o 
arsênico; dá-se o segundo caso quando inexiste o objeto material sobre o qual deveria recair a conduta, ou quando, pela situação ou 
condição, torna impossível a produção do resultado visado pelo agente; nos dois casos não há tentativa por ausência de tipicidade; 
para que ocorra o crime impossível, é preciso que a ineficácia do meio e a impropriedade do objeto sejam absolutas; se forem 
relativas, haverá tentativa.
Art. 18 - Diz-se o crime: 
CRIME DOLOSO
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; 
CRIME CULPOSO
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. 
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como 
crime, senão quando o pratica dolosamente. 
Dolo é a vontade livre e consciente de praticar a conduta descrita no tipo (lei penal incriminadora). Para o Código Penal, o crime 
é doloso quando o agente quis o resultado ou quando assumiu o risco de produzí-lo. Quando quis o resultado, estamos falando de 
dolo direto. Quando assumiu o risco, é o dolo indireto, que pode ser eventual ou alternativo.
O dolo direto é simples de entender: o agente quer o resultado, tem a vontade, a intenção de produzir o resultado.
Já o dolo indireto se divide em dolo eventual, que ocorre quando o agente assume o risco de produzir o resultado; e em dolo 
alternativo, quando o agente visa a um ou outro resultado (matar ou ferir por exemplo).
Então o crime doloso é aquele em que o agente quer produzir um resultado e age de forma a produzir tal resultado (ex. quer matar 
uma pessoa, então pega uma arma, aponta para referida pessoa e aperta o gatilho, efetuando disparos buscando a morte da vítima).
No caso do dolo eventual, seria o caso de alguém que coloque fogo em outro, por “brincadeira”, jogando combustível em todo 
o corpo da vítima. Caso a pessoa venha a morrer queimada, o agente responderá por crime doloso, pois ao colocar fogo em todo o 
corpo de uma pessoa, assumiu o risco de matá-la.
Na culpa, a finalidade da conduta quase sempre é lícita, mas há uma não observância do dever de cuidado por parte do agente, 
causando o resultado. Neste caso, o agente não quer produzir o resultado, mas por um descuidado, o produz.
São três as modalidades de culpa: a imprudência (prática de um ato perigoso, ex. correr com o carro em via pública cheia de 
pessoas), a negligência (falta de cuidados, falta de precaução, ex. deixar o agente sua arma municiada em cima da mesa em local com 
crianças) e a imperícia (ausência de aptidão técnica, teórica ou prática).
AGRAVAÇÃO PELO RESULTADO
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, sóresponde o agente que o houver causado 
ao menos culposamente. 
É um delito qualificado pelo resultado que se caracteriza por uma especial combinação de dolo e negligência. O delito fundamental 
doloso é por si só susceptível de punição, no entanto a pena é substancialmente elevada com base numa especial censurabilidade do 
agente, uma vez que o perigo específico que envolve esse comportamento se concretiza num resultado agravante negligente.
As condutas previstas por este tipo legal são as que correspondem ao preenchimento dos tipos legais de lesões à integridade física 
simples e de lesões à integridade física graves. O comportamento lesivo da integridade física tanto se pode traduzir numa ação, como 
numa omissão; ponto é, que nesta última hipótese, recaía sobre o agente um dever jurídico de garante.
A lesão da integridade física tem que ter sido praticada a título doloso (o dolo eventual é suficiente). Em relação ao resultado 
morte deve o agente ter atuado pelo menos com negligência. A questão que se coloca é a de saber se o evento agravante pode ter sido 
dolosamente produzido. Embora genericamente esta combinação crime fundamental doloso-evento agravante doloso possa ser uma 
possibilidade de acordo com a regra geral do art. 18 CP, a solução mais acertada neste caso consiste em proceder à punição do agente 
de acordo com as normas do concurso legal ou aparente de crimes, vale dizer, por homicídio doloso consumado.
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
ERRO SOBRE ELEMENTOS DO TIPO
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição 
por crime culposo, se previsto em lei. 
DESCRIMINANTES PUTATIVAS
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de 
fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e 
o fato é punível como crime culposo. 
ERRO DETERMINADO POR TERCEIRO 
§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. 
ERRO SOBRE A PESSOA
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, 
neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria 
praticar o crime. 
Erro de Tipo é o que incide sobre as elementares ou circunstâncias da figura típica, sobre os pressupostos de fato de uma causa de 
justificação ou dados secundários da norma penal incriminadora; é o que faz o sujeito supor a ausência de elemento ou circunstância 
da figura típica incriminadora ou a presença de requisitos da norma permissiva; ex: sujeito dispara um tiro de revólver no que supõe 
seja uma animal bravio, vindo a matar um homem; o erro de tipo pode ser essencial e acidental.
O erro de tipo exclui sempre o dolo, seja evitável ou inevitável; como o dolo é elemento do tipo, a sua presença exclui a tipicidade 
do fato doloso, podendo o sujeito responder por crime culposo, desde que seja típica a modalidade culposa.
O erro de tipo essencial ocorre quando a falsa percepção impede o sujeito de compreender a natureza criminosa do fato; recai 
sobre os elementos ou circunstâncias do tipo penal ou sobre os pressupostos de fato de uma excludente da ilicitude; apresenta-se sob 
2 formas:
a) erro invencível ou escusável (quando não pode ser evitado pela norma diligência);
b) erro vencível ou inescusável (quando pode ser evitado pela diligência ordinária, resultando de imprudência ou negligência.
As descriminantes putativas ocorrem quando o sujeito, levado a erro pelas circunstâncias do caso concreto, supõe agir em face de 
uma causa excludente de ilicitude; é possível que o sujeito, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, suponha encontrar-
se em face de estado de necessidade, de legítima defesa, de estrito cumprimento do dever legal ou do exercício regular de direito; 
quando isso ocorre, aplica-se o disposto no artigo 20, § 1º, 1ª parte, do Código Penal, segundo o qual é isento de pena quem, por erro 
plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima; surgem as denominadas 
eximentes putativas ou causas putativas de exclusão da antijuricidade.
No caso de erro provocado por terceiro, responde pelo crime o terceiro que determina o erro (artigo 20, § 2º); o erro pode ser 
espontâneo e provocado; há a forma espontânea quando o sujeito incide em erro sem a participação provocadora de terceiro; existe o 
erro provocado quando o sujeito a ele é induzido por conduta de terceiro; a provocação poder ser dolosa ou culposa; há provocação 
dolosa quando o erro é preordenado pelo terceiro, isto é, o terceiro conscientemente induz o sujeito a incidir em erro; o provocador 
responde pelo crime a título de dolo; existe determinação culposa quando o terceiro age com imprudência, negligência ou imperícia.
Erro acidental é o que não versa sobre os elementos ou circunstâncias do crime, incidindo sobre dados acidentais do delito ou 
sobre a conduta de sua execução; não impede o sujeito de compreender o caráter ilícito de seu comportamento; o erro acidental 
não exclui o dolo; são casos de erro acidental: o erro sobre o objeto; sobre pessoa; na execução; resultado diverso do pretendido 
(aberratio criminis).
Erro sobre objeto (error in objecto) ocorre quando o sujeito supõe que sua conduta recai sobre determinada coisa, sendo que na 
realidade incide sobre outra; é o caso do sujeito subtrair açúcar supondo tratar-se de farinha.
Erro sobre pessoa (error in persona) ocorre quando há erro de representação, em face do qual o sujeito atinge uma pessoa 
supondo tratar-se da que pretendia ofender; ele pretende atingir certa pessoa, vindo a ofender outra inocente pensando tratar-se da 
primeira.
Erro na execução (aberratio ictus) ocorre quando o sujeito, pretendendo atingir uma pessoa, vem a ofender outra; há disparidade 
entre a relação de causalidade pretendida pelo agente e o nexo causal realmente produzido; ele pretende que em conseqüência de seu 
comportamento se produza um resultado contra Antônio; realiza a conduta e causa evento contra Pedro.
Resultado diverso do pretendido (aberratio criminis) significa desvio do crime; há erro na execução do tipo; o agente quer atingir 
um bem jurídico e ofende outro (de espécie diversa).
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
ERRO SOBRE A ILICITUDE DO FATO
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta 
de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. 
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da 
ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. 
Dispõe o artigo 21, em sua primeira parte: “O desconhecimento da lei é inescusável.” O legislador refere-se apenas ao 
“desconhecimento da lei” e não sobre a errada compreensão da lei, como no art. 16. Ignorância é o completo desconhecimento a 
respeito da realidade. O erro é o conhecimento falso, equivocado, a respeito dessa realidade. Embora a palavra desconhecer possa ser 
interpretada também como um falso conhecimento, é visível o intuito do legislador em distinguir a mera ausência de conhecimento 
da lei, inescusável, do erro de proibição, que pode ser escusável. O agente supõe ser lícito seu comportamento, porque desconhece 
a existência da lei penal que o proíba.
Trata-se do princípio ignorantia legis neminem excusat: promulgada e publicada uma lei, torna-se ela obrigatória em relação à 
todos, não sendo pensável que, dentro do mesmo estado, as leis possam ter validade em relação a uns e não em relação a outros que 
eventualmente a ignorem. Não pode escusar-se o agente com a simples alegação formal de que não sabia haver uma lei estabelecendo 
punição para o fato praticado. A segunda parte doartigo 21 refere-se ao erro de proibição, que exclui a culpabilidade do agente pela 
ausência e impossibilidade de conhecimento da antijuridicidade do fato. Não foram incluídos na disposição o desconhecimento 
da lei, tido como não relevante, e o erro sobre os pressupostos fáticos das descriminantes (descriminantes putativas), objeto de 
dispositivo diverso. 
A culpabilidade não é elemento do crime, não integra o conceito de crime. A culpabilidade, também chamada de juízo de 
reprovação, é a possibilidade de se declarar culpado o autor de um fato típico e ilícito, ou seja, é a responsabilização de alguém pela 
prática de uma infração penal.
O pressuposto para se analisar a culpabilidade é que já exista o crime, no entanto, o agente da infração penal não responderá pelo 
crime que cometeu. Atualmente, os requisitos para a culpabilidade são: a imputabilidade, a consciência da ilicitude e a exigibilidade 
de conduta diversa.
Excluem a culpabilidade; 
a) erro de proibição (21, caput);
b) coação moral irresistível (22, 1ª parte);
c) obediência hierárquica (22, 2ª parte);
d) inimputabilidade por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado (26, caput);
e) inimputabilidade por menoridade penal (27);
COAÇÃO IRRESISTÍVEL E OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA 
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente 
ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. 
1) Coação física irresistível: Coação física é o emprego de força física para que alguém faça ou deixe de fazer alguma coisa.
Ex: O sujeito mediante força bruta, impede que o guarda ferroviário combine os binários e impeça uma colisão de trens.
Quando o sujeito pratica o fato sob coação física irresistível, significa que não está agindo com liberdade psíquica. Não há a 
vontade integrante da conduta, que é o primeiro elemento do fato típico. Então não há crime por ausência de conduta. A coação que 
exclui a culpabilidade é a moral. Tratando-se de coação física, o problema não é de culpabilidade, mas sim de fato típico, que não 
existe em relação ao coato por ausência de conduta voluntária.
2) Coação moral irresistível: Coação moral é o emprego de grave ameaça para que alguém faça ou deixe de fazer alguma coisa. 
Moral não é física. Atua na cabeça, na vontade do sujeito.
Ex: O sujeito constrange a vítima sob ameaça de morte, a assinar um documento falso.
Quando o sujeito comete o fato típico e antijurídico sob coação moral irresistível não há culpabilidade em face da inexigibilidade 
de conduta diversa. A culpabilidade desloca-se da figura do coato para a do coator.
A coação moral deve ser irresistível. Tratando-se de coação moral resistível não há exclusão da culpabilidade, incidindo uma 
circunstância atenuante. 
São necessários os seguintes elementos:
	Existência de um coator – responderá pelo crime
	 Irresistível : Não tem como resistir.
	Proporcionalidade : Proporção entre os bens jurídicos.
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
3) Obediência hierárquica: Relação de direito público. Subordinação pública. Ordem de superior hierárquico é a manifestação 
de vontade de um titular de função pública a um funcionário que lhe é subordinado, no sentido de que realize uma conduta positiva 
ou negativa.
Se a ordem é legal, nenhum crime comete o subordinado (e nem o superior), uma vez que se encontram no estrito cumprimento 
de dever legal. Quando a ordem é ilegal, respondem pelo crime o superior e o subordinado.
EX: O soldado receber uma ordem do delegado para torturar o preso. Não é aceitável, pois é ilegal.
São necessários os seguintes elementos:
	Obediência às formalidades legais.
	Não manifestamente ilegal (Ex. Tortura, matar)
	Obediência estrita.
EXCLUSÃO DE ILICITUDE
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I - em estado de necessidade; 
II - em legítima defesa; 
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
 
Estrito Cumprimento do Dever Legal: É o dever emanado da lei ou de respectivo regulamento. O agente atua em cumprimento 
de um dever emanado de um poder genérico, abstrato e impessoal. Se houver abuso, não há a excludente, ou seja, o cumprimento 
deve ser estrito. Exemplo, soldado mata assaltante que faz jovem de refém, por ordem de seu superior hierárquico.
Exercício Regular do Direito
O exercício de um direito não configura fato ilícito. Exceto se a pretexto de exercer um direito, houver intuito de prejudicar 
terceiro. Exemplos:
a) Lesões esportivas: Pela doutrina tradicional, a violência desportiva é exercício regular do direito, desde que a violência seja 
praticada nos limites do esporte. 
b) Intervenções cirúrgicas: Amputações, extração de órgão etc. constituem exercício regular da profissão do médico.
c) Consentimento do ofendido: Exemplo; não há invasão de domicílio se a “vítima” autorizou a entrada em sua casa. Requisitos:
•	 ser o bem jurídico disponível;
•	 que a vítima tenha 18 anos completos ou mais;
•	 ser o consentimento dado antes ou durante o fato;
•	 a consciência do agente de que houve consentimento.
EXCESSO PUNÍVEL 
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso 
ou culposo. 
ESTADO DE NECESSIDADE
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, 
que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo 
sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. 
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de 
um a dois terços. 
O estado de necessidade é uma causa de exclusão de ilicitude, encontra-se tipificado no art. 24 do CP. Consiste em uma conduta 
lesiva praticada para afastar uma situação de perigo. Não é qualquer situação de perigo que admite a conduta lesiva e não é qualquer 
conduta lesiva que pode ser praticada na situação de perigo. Existindo uma situação de perigo que ameace dois bens jurídicos, um 
deles terá que ser lesado para salvar o outro de maior valor. Requisitos para a existência do estado de necessidade:
•	 Perigo deve ser atual ou iminente, ou seja, deve estar acontecendo naquele momento ou prestes a acontecer. Quando, 
portanto, o perigo for remoto ou futuro, não há o estado de necessidade.
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Didatismo e Conhecimento
RESUMO DE CONCURSOS 
•	 Perigo deve ameaçar um direito próprio ou um direito alheio.
•	 Perigo não pode ter sido criado voluntariamente. Quem dá causa a uma situação de perigo não pode invocar o estado de 
necessidade para afastá-la. Aquele que provocou o perigo com dolo não age com estado de necessidade porque tem o dever jurídico 
de impedir o resultado.
•	 Quem possui o dever legal de enfrentar o perigo não pode invocar o estado de necessidade. A pessoa que possui o dever legal 
de enfrentar o perigo deve afastar a situação de perigo sem lesar qualquer outro bem jurídico.
•	 Inevitabilidade do comportamento lesivo, ou seja, somente deverá ser sacrificado outro bem se não houver outra maneira 
de afastar a situação de perigo.
•	 É necessário existir proporcionalidade entre a gravidade do perigo que ameaça o bem jurídico do agente ou alheio e a 
gravidade da lesão causada pelo fato necessitado
LEGÍTIMA DEFESA
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele 
injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 
Requisitos da Legítima Defesa
•	 Agressão: é todo ataque praticado por pessoa humana. Se o ataque é comandado por animais irracionais, não é legítima 
defesa e sim estado de necessidade. 
•	 Atual ou iminente: atual é a agressão que está acontecendo e iminente é a que está prestes a acontecer.

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