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DOMÍNIO MARÍTIMO 1 – Convenção de Montego Bay O Direito Internacional Público para disciplinar a liberdade dos mares, sendo a questão do domínio marítimo matéria muito antiga. Assim, ele é inicialmente regulado por normas costumeiras, sendo esta a fonte mais antiga do direito internacional público. O regramento que se tinha do domínio marítimo era de que ele abrangia mar territorial e alto mar. Mar territorial era uma área que o Estado detinha soberania, incluindo o espaço aéreo sobre ele. A sua extensão era definida pelo alcance de uma bala de canhão, sistema que perdurou até o século XX. A partir de 1950, alguns países da América Latina, dentre eles o Chile, aumentou a distância do mar territorial de 3 para 200 milhas através de ato unilateral (exercício de sua soberania), com o fim de proteger os recursos econômicos do Estado. Essa decisão gerou muita confusão, pois os países europeus principalmente não aceitaram essa distância, já que a extensão de seus mares é muito pequena. Esses conflitos dificultavam os transportes, tanto marítimos quanto aéreos. Como uma forma de resolução foi elaborada a Convenção de Montego Bay, que criou vários instrumentos jurídicos que eram inexistentes quando da vigência das normas costumeiras: água interiores, mar territorial, zona contígua, zona econômica, plataforma continental, fundos marinhos, alto mar. 2 – Águas Interiores A rigor, o mar territorial começa no PREAMAR (zona de maré baixa). Mas, a costa marinha não tem um corte retilíneo, motivo pelo qual havia uma dificuldade em definir o seu ponto de início. Para resolver isso, convencionou-se que a partir da parte mais distante do território seria traçada uma linha reta e as água que estão aquém desta linha foram chamadas de águas interiores. Para navegar nas águas interiores, é preciso autorização específica para isso. 3 – Mar Territorial O mar territorial inicia-se a partir das águas interiores. Atualmente o seu alcance é de 12 milhas marítimas (aproximadamente 36 km). Sobre o mar territorial, o Estado detém uma soberania relativizada, em decorrência de 2 institutos: direito de passagem inocente e direito de ancorar. O direito de passagem inocente é concedido às embarcações para que possam transitar no mar brasileiro, mas de forma rápida e contínua com destino a outros Estados, sem autorização do Estado. O direito de ancorar envolve uma situação emergencial, não podendo ancorar para explorar os recursos naturais. O primeiro é diferente do direito de trânsito. Este é reconhecido apenas nos canais e nos estreitos, podendo haver cobrança pela prestação. O direito de passagem inocente não há imposição de uma rota e no direito de trânsito há uma rota previamente fixada. Com o término do mar territorial, acaba a soberania terrestre e marítima do Estado. 4 – Zona Contígua Acabado o mar territorial, inicia-se a zona contígua, que tem extenão de 12 milhas. O Estado possui direito de fiscalização sobre as embarcações que transitam com destino ao mar territorial e às águas internas, de modo que a soberania brasileira não seja ameaçada (normas de vigilância sanitária e de proteção ao meio ambiente). 5 – Zona Econômica A zona econômica inicia-se com o término do Mar territorial (alcançando as 12 milhas da zona contígua) e prolonga-se até 188 milhas. Nessa zona econômica exclusiva, o Estado tem o direito de explorar os recursos econômicos de forma plena. Assim, o domínio econômico é de 200 milhas e essa exploração somente está relacionada à pesca. 6 – Plataforma Continental A plataforma continental é a parte interna que fica “sob” o mar. Na geografia ela é estudada como sendo até 200m de profundidade. Ocorre que alguns países não possuem grande profundidade, motivo pelo qual, no âmbito do DIP, tentou-se criar um conceito jurídico que atendesse aos anseios de todos os países. Assim, fixou-se que a plataforma continental é todo o assoalho do mar na extensão de 200 milhas, independente de profundidade. Chegando-se a essas 200 milhas, sendo a profundidade inferior a 200m, ela pode ser prolongada te o máximo de 350 milhas. OBS: o petróleo tem a ver com plataforma continental e não com zona econômica. 7 – Fundos Marinhos Após a plataforma, chega-se aos fundos marinhos (porção de terra), patrimônio comum da humanidade, que pode ser explorado por qualquer Estado. Entretanto, essa exploração não pode inviabilizar a exploração por parte dos demais Estados. OBS: nenhum país possui, hoje, tecnologia para explorar a mais de 2 mil metros de profundidade. 8 – Alto Mar Região que se situa após a Zona Econômica Exclusiva, também considerado patrimônio comum da humanidade. Todos podem utilizar e explorar, desde que não inviabilize a exploração de outros países. 9 – Navios É objeto de preocupação do domínio marítimo. É toda embarcação flutuante, que, obrigatoriamente, tem que arvorar bandeira para determinar a sua nacionalidade. Por esse motivo, toda embarcação deve ser registrada internamente. Os requisitos exigidos para o registro são livremente determinados pelos Estados, que exercem, deste modo, a sua soberania. Para que adquiram a nacionalidade brasileira, especificamente, são estabelecidos os seguintes requisitos: Tenha sido construído no país; Seja de propriedade brasileira (tem que manter vínculo real). Os Estados da América Central admitem qualquer embarcação como sendo de propriedade de seu Estado, que vai ser beneficiado com o pagamento de impostos.
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