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18/02/2014 1 Resistência Elétrica 1. Introdução A corrente elétrica ao circular por um material condutor encontra a oposição resultante das colisões entre elétrons livres e átomos do material e, como conseqüência, parte da energia potencial elétrica é convertida em energia térmica. Esta oposição à passagem da corrente elétrica é chamada de resistência elétrica do material condutor. A resistência elétrica é, então, uma propriedade indesejável para os condutores que conduzem a energia elétrica de uma fonte de alimentação para uma carga, mas pode ser desejável para uma carga se ela produz energia térmica como, por exemplo, chuveiros, ferros de passar roupas, aquecedores, etc. O fenômeno da transformação de energia elétrica em térmica é denominado efeito térmico ou efeito Joule. O elemento de circuito cuja função exclusiva é efetuar a conversão de energia elétrica em energia térmica recebe o nome de resistor. São exemplos de resistores: filamentos de tungstênio em lâmpadas incandescentes, espirais de nicromo em chuveiros elétricos. O símbolo usado para representar um resistor nos diagramas esquemáticos dos circuitos aparece na Figura 1, colocando-se acima o valor de sua resistência elétrica. 18/02/2014 2 NOTA: No transporte da corrente elétrica de um lugar para outro, devem-se utilizar condutores que oferecem o mínimo de resistência elétrica, para que não haja perdas significativas de energia por efeito Joule. Por isso os fios condutores são feitos de cobre ou alumínio. Figura 1 – Simbologia de um resistor 2. Primeira Lei de Ohm Considere o resistor da Figura 2, mantido a uma temperatura constante, percorrido pela corrente elétrica I, quando nos seus terminais é aplicada a tensão V. Figura 2 – Resistor percorrido por uma corrente elétrica 18/02/2014 3 Mudando-se a tensão sucessivamente para V1, V2, ....., o resistor passa a ser percorrido por correntes de intensidades I1, I2...... George Ohm observou, que a razão entre as tensões e correntes correspondentes resultava num valor constante, ou seja: A constante R resultante da relação tensão/corrente é denominada resistência elétrica do material. A resistência elétrica não depende da tensão aplicada ao resistor nem da corrente que o percorre; ela depende da natureza do material, de suas dimensões e da sua temperatura. De um modo geral tem-se: V=R.I Da expressão acima, vem: ( Volt/ Ampère) No SI, a unidade de medida da resistência elétrica é o Ohm, cujo símbolo é Ω (letra grega ômega). 18/02/2014 4 3. Segunda Lei de Ohm George Ohm, realizando experiências com materiais de mesma natureza, analisou a relação entre a resistência elétrica, R, o comprimento, L, e a área da seção transversal, chegando às seguintes conclusões: 1ª) quanto maior o comprimento de um material, maior é a sua resistência elétrica; 2ª) quanto maior a área da seção transversal de um material, menor é a sua resistência elétrica. Posteriormente, ele analisou a relação entre a resistência elétrica, R, de materiais de natureza diferentes, mas com as mesmas dimensões, chegando às seguintes conclusões: 1ª) Cada tipo de material tem uma característica própria que determina sua resistência elétrica, independente de sua geometria; 2ª) Esta característica dos materiais é a resistividade elétrica, representada pelo símbolo ρ (letra grega rô); a unidade para a resistividade elétrica no SI é o ohm-metro, cujo símbolo é Ω.m e é normalmente especificada para 20oC. 18/02/2014 5 Tendo em vista essas análises, George Ohm enunciou a sua segunda lei, ou seja: A resistência elétrica, R, de um material é diretamente proporcional ao produto de sua resistividade elétrica, ρ, pelo seu comprimento, L, e inversamente proporcional à área, A, de sua seção transversal, isto é R = ρ A L A resistividade elétrica de alguns materiais utilizados na fabricação de condutores, isolantes e resistências elétricas é dada na Tabela 1. Tabela 1- A resistividade elétrica de alguns materiais a 20 oC Material ρ ( Ω.m) Classificação Prata 1,64.10-8 Metais Cobre 1,72.10-8 Ouro 2,44.10-8 Alumínio 2,83.10-8 Ferro 12,3.10-8 Constantan (cobre:55%; níquel: 45%) 49.10-8 Ligas Nicromo (níquel: 80%; cromo: 15%; ferro: 5%) 100.10-8 Papel 1010 Isolantes Mica 5.10 11 Quartzo 1017 18/02/2014 6 Nota: um bom condutor possui uma resistividade próxima de 10-8 Ω.m. A prata, que é o melhor condutor metálico, é muito cara para uma larga utilização. Metais como o cobre e o alumínio são mais utilizados. Materiais com uma resistividade maior que 1010 Ω.m são isolantes e podem ser submetidos a elevadas tensões sem que ocorra a circulação de uma corrente considerável. 3.1 Efeitos da temperatura na resistência elétrica Quando ocorre aumento de temperatura em um material condutor, tanto pela circulação de corrente elétrica quanto por absorção de calor do ambiente, o resultado é o aumento na vibração dos átomos do material condutor, dificultando assim a passagem da corrente elétrica. O resultado é que: para a maioria dos materiais condutores, um aumento da temperatura resulta em um aumento no valor da resistência elétrica. 18/02/2014 7 A equação que nos permite calcular a resistência elétrica de um condutor em diferentes temperaturas, é: R = Ro (1+ α (T-To)) onde: R – resistência elétrica do material condutor a uma temperatura T (oC); Ro – resistência elétrica do material condutor na temperatura To (20 oC); α – coeficiente de temperatura do material condutor (oC-1), na temperatura de 20 oC. O coeficiente de temperatura de alguns materiais é apresentado na Tabela 2. Tabela 2 – Coeficiente de temperatura de alguns materiais a 20oC Material α (oC-1) Prata 0,0038 Alumínio 0,0039 Cobre 0,0040 Constantan 0,000008 Nicromo 0,00017 Carbono - 0,0005 18/02/2014 8 4. Potência e energia elétrica consumida no resistor Um resistor transforma a energia elétrica recebida de um circuito em energia térmica ou calor; por isso, ser comum dizer que um resistor dissipa a energia elétrica que recebe do circuito. Assim, a potência elétrica consumida por um resistor é dissipada. Como sabemos, esta potência é dada por: P = V.I se a Lei de Ohm, V = R.I, é substituída na equação da potência, o resultado é: P = R.I2 R V R V 2 e, quando a corrente da Lei de Ohm, I = , é substituída na equação da P = potência o resultado é: Estas duas últimas equações de potência representam uma forma de cálculo de potência se a resistência e a tensão ou corrente são conhecidas. A energia elétrica transformada em energia térmica ao fim de um intervalo de tempo ∆t é dada por: ∆E = R.I2.∆t Esta expressão é conhecida como a Lei de Joule.
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