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REVISÃO Fundamentos filosoficos da educação

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REVISÃO: FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO
- Mito e Filosofia Pré Socrática: 
“A Filosofia pensa a experiência e o mundo de modo diferente do mito, busca explicações naturais e racionais para o que acontece no mundo. A Filosofia no início voltou-se para o estudo do cosmos e da natureza”.
A Filosofia, como pensamento que busca pensar a experiência humana de modo distinto do pensamento mítico, surgiu primeiramente entre os gregos antigos – as principais especulações filosóficas deles diziam respeito à natureza e aos fenômenos físicos. Já no período clássico, quando Atenas era o centro cultural e intelectual do mundo, os filósofos se voltaram mais para a questão ética e política da vida humana (problema da verdade).
- Sobre a Filosofia Moderna:
“A existência dos preceitos não filosóficos e científicos dificultam o conhecimento e a verdade, mas podem ser superados segundo BACON, pela averiguação cuidadosa das informações que recebemos, pois assim seremos capazes de alcançar um conhecimento seguro da realidade. O Empirismo se coloca assim como um posicionamento crítico em relação ao Racionalismo”.
“As especulações filosóficas da Idade Moderna foram, em parte, reflexo das mudanças que ocorriam na época tanto no campo da cultura quanto no campo da ciência. A ciência moderna buscava estabelecer leis gerais a partir de experiências particulares. Mas o empirismo e o racionalismo explicam cada um a sua maneira, apenas parte da realidade”.
	*Empirismo (método indutivo – com experiência):
	Para o empirismo tudo o que há de verdadeiro na mente humana tem que ter passado primeiramente pela experiência. Desse modo, essa corrente filosófica privilegia o Método Indutivo (o qual diz que por meio de experiências particulares somos capazes de alcançar um conhecimento mais amplo). Os filósofos empiristas não aceitam a teoria das Ideias Inatas. FRANCIS BACON enfatiza a importância de coletarmos informações pela experiência para só então submetê-las a razão. BACON acredita na existência de obstáculos que impedem a razão de alcançar a verdade, ele identifica esses obstáculos como: preconceitos/ídolos – O termo preconceito deve ser entendido não somente no sentido moral, mas como toda idéia preconcebida, tudo aquilo que imaginamos ou achamos antes de confrontar a realidade dos fatos. Segundo o empirismo – o conhecimento não pode ter caráter universal, pois provêm somente da experiência.
	*Racionalismo (método dedutivo – sem experiência):
	Para o racionalismo todo conhecimento verdadeiro deriva da razão. Sendo assim, privilegia o Método Dedutivo (o qual diz que com base em enunciados gerais, chegamos a conclusões de caráter particular sem o auxilio da experiência). RENÉ DESCARTES foi um dos mais influentes filósofos racionalistas. Para ele, a essência do ser humano é o pensamento. Afirmava que: para pensarmos não precisamos de nada material, pois o conhecimento da verdade não depende dos sentidos, as Ideias são Inatas. Para o racionalismo, o conhecimento deriva da pura razão e é ela que garante a Universalidade do conhecimento.
	EMPIRISMO
	RACIONALISMO
	Método Indutivo
	Método Dedutivo
	Com Experiência
	Sem Experiência
	Ideias não são Inatas
	Ideias Inatas
	Não Universalidade
	Universalidade
	Francis Bacon
	René Descartes
- Sobre Rousseau e a Educação:
“No Emilio, Rousseau está mais preocupado com uma educação que estimule a imaginação e desperte o pensamento e a autonomia. Não é, entretanto um manual prático para pais e professores”.
	*Jean Jacques Rousseau (Naturalismo): Pregava, acima de tudo, a liberdade dos grilhões e dos males que a sociedade vem nos assolar. “O homem é bom por natureza, é a sociedade que o corrompe”. Do ponto de vista pedagógico, Rousseau propõe uma educação mais em sintonia com a natureza, de modo que o ser humano possa desenvolver ao máximo suas potencialidades sem comprometer a retidão de seu caráter e a pureza de sua alma.
*Emílio ou Da Educação: Para Rousseau o ideal é que a criança cresça e se desenvolva em alto grau de isolamento, tendo contato somente com seu preceptor, que deve ter um caráter moral irrepreensível. Para o autor, até os 12 anos de idade, a criança deve receber o máximo possível de estímulos dos sentidos, pois sob o ponto de vista de Rousseau, um dos grandes problemas da civilização é que as crianças aprendem a ler muito cedo e, com isso, fecham-se para o rico universo da experiência sensória. Para Rousseau aos 12 anos inicia-se a idade da razão, essa fase é muito importante para evitar que o amor de si (que é bom e natural) se transforme em amor próprio (que é a causa de todos os vícios). A idade da razão é o período em que Emílio pode ter contato também com a ideia de divindade e, portanto, pode iniciar sua educação religiosa. O que Rousseau propõe é uma compreensão de Deus com base na pura razão e somente depois disso é que Emilio pode definir-se por sua confissão religiosa.
	De modo geral, a proposta pedagógica de Rousseau consiste em deixar o educando o máximo possível junto à natureza e afastado da civilização, de modo que seu caráter natural (essencialmente bom) não se corrompa. Após a idade adulta, Emilio, o educando, será capaz de interagir com os outros e perceber seus vícios sem se deixar corromper por eles, uma vez que já tem seu caráter plenamente formado.
	O propósito da obra Emilio: ao escrever Emilio o autor não quis apresentar um roteiro prático para pais e professores, mas sim estimular a imaginação, fazer com que as pessoas pensassem.
“O Naturalismo deriva de uma corrente filosófica mais ampla que é o Iluminismo – cujo autor mais importante é Voltaire. O Naturalismo de Rousseau ao priorizar o papel da experiência na aprendizagem preparava as bases do pensamento pedagógico moderno. Porém, seu pensamento pedagógico é inviável – não possui viabilidade prática.
- Augusto Comte e o Estudo da Sociedade:
“Comte funda o positivismo, elabora uma explicação sobre a sociedade e seu funcionamento. Fala da importância de se criar uma ciência para explicar cientificamente a realidade social”.
	Comte marcou o início da filosofia positivista com seus escritos. Foi um dos primeiros autores a pensar a possibilidade e a importância de uma ciência da sociedade. Segundo ele, as sociedades humanas estão em continuo processo de evolução, no qual elas passam por 3 estágios: teológico, metafísico e positivo (científico).
 *Teológico: nesse estágio as pessoas buscam explicações sobrenaturais para os mistérios da natureza;
*Metafísico: as explicações para os mistérios são dados a partir da natureza e das próprias coisas. Porém, na visão de Comte esse estágio se constitui por explicações metafísicas, que são apenas jogos de palavras que não explicam nada de fato.
*Positivo/científico: nesse estágio as únicas explicações válidas são as de caráter científico.
	Comte acreditava que existem leis que regem o comportamento do ser humano em sociedade, por isso, ele achava que a tarefa mais importante de seu tempo era a criação de uma ciência da sociedade – a Sociologia. 
	No entender do autor, a sociedade apresenta 2 leis fundamentais:
*Lei da Estática: “O desenvolvimento só pode ocorrer se a sociedade se organizar de modo a evitar o caos” – Ordem.
*Lei da Dinâmica: “Uma vez organizada, a sociedade pode dar saltos qualitativos, nisso consiste a dinâmica” – Progresso.
“ORDEM = Estática
PROGRESSO = Dinâmica”
	No plano educacional, o positivismo valoriza a disciplina, pois entende que é a partir da Ordem que a sociedade pode avançar rumo ao Progresso.
- A Filosofia e a Fenomenologia:
“Para Husserl a Filosofia poderia ter um rigor cientifico. Criticava o Naturalismo e o Hitoricismo. Frente ao impasse criado pelo psicologismo do conhecimento, surge o Neokantismo e a segunda proposta veio de Husserl. A Fenomenologia leva em conta os saberes das ciências humanas, enquanto o positivismo transborda para se aproximar exageradamente das ciências da natureza”.
	Fenomenologia e o Neokantismo: foramas duas grandes propostas de superação dos impasses ocasionados pela interpretação psicologista do conhecimento.
	*Neokantismo:
Uma tentativa de retomar e atualizar a filosofia de Kant. Essa proposta situa a questão do conhecimento em um campo transcendental, isto é, acima da experiência imediata, não permitindo que a psicologia empírica se confunda com a reflexão filosófica. Mas o neokantismo trabalha com categorias muito abstratas e distantes da realidade, não atraindo muitos adeptos. 
*Fenomenologia:
Criada por Edmund Husserl, essa proposta parte do conceito filosófico de “fenômeno”, entendido como o objeto tal como aparece na consciência de um sujeito. Husserl se baseou no conceito de “intencionalidade”. Para a filosofia medieval a palavra intencionalidade significava um ato mental em direção a um objeto de conhecimento.
- A Influência de John Dewey na Educação Brasileira – “Escola Nova”
“Dewey acreditava numa educação para a liberdade e democracia. No Brasil, após décadas de regime oligárquico, os educadores da década de 1930 viram no pragmatismo deweryano um sólido fundamento teórico para suas aspirações políticas. Vários intelectuais brasileiros como: Fernando Azevedo, Anísio Teixeira e Lourenço Filho se inspiraram nas idéias de Dewey”.
	Para os pragmatistas Charles Sanders, Wiliam James e John Dewey: “A verdade em si mesma é inatingível pelo intelecto humano, pois não há como nos situarmos “fora da realidade” para avaliá-la objetivamente”. Porém, mesmo afirmando a relatividade dos conceitos e valores, eles nem por isso se tornam relativistas. Os pragmatistas conseguem escapar do relativismo absoluto argumentando que o único critério possível são as conseqüências práticas que determinada idéia ou ação pode vir a produzir.
	John Dewey foi o filosofo pragmatista que mais se debruçou sobre a questão da educação. A principal função da Educação é preparar as pessoas para usar o pensamento adequadamente.
	Para ele, o grande problema do sistema educacional de sua época é que os alunos saiam da escola sem o adequado preparo para a vida. A escola ao dar soluções prontas, por meio de fórmulas a serem decoradas, mas não necessariamente aprendidas, cria um mundo artificial onde tudo é dado pronto de antemão. Para superar esse modelo, Dewey propõe a transformação da sala de aula em uma comunidade de investigação cientifica, em outras palavras, sua proposta é a de apresentar problemas para que os alunos, por si mesmos, busquem soluções. Desse modo, a aprendizagem tem em vista as conseqüências práticas dos conteúdos trabalhados e está em sintonia com a vida dos educandos.
	Talvez o aspecto mais importante da filosofia deweryana para os intelectuais brasileiros tenha sido sua insistência na formação dos educandos para uma sociedade democrática. Depois de décadas de regime oligárquico, os educadores viam no pragmatismo de Dewey um sólido fundamento teórico para suas aspirações políticas.
- Karl Marx, o Capitalismo e os Trabalhadores:
“De um lado existem os capitalistas, que são detentores de capital, isto é, possuem capitais e itens que podem ser convertidos em dinheiro, como equipamentos e títulos de propriedades. Do outro lado, os proletários, trabalhadores desprovidos de capital que vendem sua força de trabalho por salários e tentam sobreviver com sua prole”.
	Karl Marx: filósofo alemão teve intensa vida intelectual e revolucionária em favor do proletariado moderno. Juntamente com seu companheiro Friedrich Engels, fundou o Socialismo Científico.
	Marx viveu no contexto da Revolução Industrial, que aumentou imensamente a produção de riquezas, mas a desigualdade social também se intensificou. A situação era verdadeiramente dramática: baixos salários, longas jornadas de trabalho, insalubridade dos ambientes das fábricas, trabalho infantil, entre outros. Diante dessa situação, diversos pensadores intitulados socialistas, buscavam encontrar soluções para melhorar as condições de vida e trabalho das classes menos favorecidas.
	Para Marx e Engels – os planos socialistas que buscavam meios pacíficos para a transformação da sociedade não passavam de utopias. Segundo eles, a história humana sempre foi marcada pela luta de classes. Eles entendiam que a contínua exploração do trabalho assalariado levaria a sociedade capitalista a uma crise econômica sem precedentes. Chegando nesse ponto, ocorreria necessariamente uma revolução proletária, que substituiria o governo tradicional por um governo proletário. Porém, progressivamente, esse governo proletário também desapareceria, dando origem a um novo tipo de sociedade, na qual todos seriam livres e não haveria mais distinções de classe.
	*Ideologia: segundo Marx, é criada pela classe dominante com o objetivo de diminuir o potencial revolucionário das classes trabalhadoras. E quando são aceitas de maneira irrefletida (sem reflexão) leva a classe trabalhadora a um fenômeno chamado:
	*Alienação: é a aceitação da Ideologia sem refletir, nem questionar. Na Alienação a produção é separada do alcance e do interesse do trabalhador para se transformar em mercadoria. Nesse processo, o próprio ser humano deixa de ser considerado como pessoa e passa a ser tratado como “coisa”. Para superar a alienação é necessário reintegrar o mundo das idéias e das coisas.
	No entender de Marx e Engels, a sociedade é dividida entre os que pensam e os que executam. Mas o ideal é que todos sejam capazes de ambas as atividades: pensamento e execução. Nesse sentido, a educação não pode se desvincular do trabalho. Com base nesse pressuposto, Marx e Engels criticam a educação escolar de seu tempo. Afirmando que a escola serve aos propósitos da classe capitalista, visando formar mão de obra para o trabalho alienante da indústria.
	O projeto de Marx implica conceber o trabalho como princípio educativo para superar a alienação. Marx não condenava o trabalho de jovens nas fábricas, mas condenava o fato de isso impedir que eles tivessem um aprendizado adequado na escola. O que ele enfatiza, é a lenta progressão da carga horária: a criança deve dedicar no máximo 2 horas do seu dia a atividades produtivas e à medida que ela cresce essa carga horária vai se ampliando. Quando chegar a idade adulta, verá a inserção no mercado de trabalho como algo natural.
- A Escola, a Crítica de Althusser e a Pedagogia Crítico – Reprodutivista:
“Em uma perspectiva althusseriana, a educação em geral, e a escola em particular, são veículos de transmissão da ideologia dominante, cujo principal objetivo é o de garantir a manutenção do controle social nas mãos da classe burguesa. Em função disso, a filosofia de Althusser serve de inspiração a uma corrente pedagógica chamada: Crítico – Reprodutivista”.
*Corrente Pedagógica Crítico – Reprodutivista:
	Tem como característica denunciar o caráter ideológico da educação escolar – que é entendida como instrumento da classe dominante para a reprodução das condições sociais e econômicas vigentes, que permitem a dominação de classe. Desse modo, em um processo revolucionário, a eliminação da educação escolar é condição necessária para a emancipação da classe trabalhadora.
	
	
R.U: 1377687
SENHA: 810268

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