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TGPp8_Principios Gerais do processo

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR - UCSAL
FACULDADE DE DIREITO
TEORIA GERAL DO PROCESSO
 Tema 08: 	Princípios Gerais do Processo. Volta à oralidade e simplificação formal do processo. Condições Técnico-Jurídicas do processo.
PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO
Estudando o Direito Processual como disciplina autônoma, superado o conceito velho que o colocava nos estreitos limites de normas adjetivas, buscou-se, em sistematização analítica, encontrar princípios fundamentais atuantes nos ramos do processo, seguindo a sua evolução histórica.
Assim, examinado o seu percurso no tempo e no espaço, nas várias legislações que se sucederam e à luz do culturalismo jurídico, foram anotados princípios que, embora variantes em sua medida e prevalência, estiveram sempre presentes nos vários códigos de processo civil e penal. Princípios esses que tanto atendem à normativa do procedimento no processo, como também, e principalmente, acodem e se enquadram sob valores éticos e sócio-políticos, de convivência social, retratados pelo culturalismo jurídico.
Ao examinarmos esses princípios, não vamos nos reportar aos elaborados sob inspiração de Manfredini, que legitimam o processo em termos ideais e sentido lógico-jurídico amplo, muito embora saliente-se a sua marcante influência na elaboração desses princípios gerais, atuantes e vivos, precisamente voltados para o pragmatismo processual. Por isso, cabe aqui a afirmação de que “A doutrina distingue os princípios gerais, do direito processual, daquelas normas ideais que representam uma aspiração de melhoria do aparelhamento processual; por esse ângulo, quatro regras foram apontadas, sob o nome de “princípios informativos” do processo : a) o princípio lógico (seleção dos meios mais eficazes e rápidos de procurar e descobrir a verdade e de evitar o erro); b) o princípio jurídico (igualdade no processo e justiça na decisão); c) o princípio político (o máximo de garantia social, com o mínimo de sacrifício individual da liberdade; d) o princípio econômico ( o processo acessível a todos, com vistas ao seu custo, e à sua duração).
Apesar de distintas dos princípios gerais, contudo, tais normas ideais os influenciam, embora indiretamente - de modo que os princípios gerais, apesar do forte conteúdo ético de que dotados, não se limitam ao campo da deontologia e perpassam toda a dogmática jurídica apresentando-se ao estudioso do direito nas suas projeções sobre o espírito e a conformação do direito positivo” ( In Teoria Geral do Processo - obr. cit. pags. 50/51).
São assim princípios gerais do processo :
1)		Da imparcialidade do juiz;
2)		Da igualdade;
3)		Do contraditório e da ampla defesa;
4)		Da ação - processos inquisitivo e acusatório ;
5)		Da disponibilidade e da indisponibilidade ;
6)		Dispositivo e da livre investigação probatória - na verdade formal e verdade real;
7) 	 Do impulso oficial;
8)	 Da oralidade e da documentação dos atos processuais;
9) 		Da persuasão racional do juiz;
10)		Da motivação das decisões judiciais;
11)		Da publicidade;
12)		Da lealdade processual;
13)		Da economia e da instrumentalidade das formas;
14)		Do duplo grau de jurisdição.
Princípio da imparcialidade do juiz - este princípio se constitui em dogma inafastável do conceito de justiça que se acopla, de forma inalienável, ao fim específico do processo.
Transcende das linhas do processo para erigir-se como condição de exercício do Poder Judiciário, resguardada na Constituição como fator de independência deste Poder.
A imparcialidade se revela tanto pela situação de eqüidistância do juiz para com as partes, como ainda, em relação deste para com os outros poderes. Significa liberdade de ação, fora de pressões subjetivas ou objetivas. A imparcialidade, sob o aspecto subjetivo, é regrada pela lei do processo, que determina o afastamento do Juiz suspeito de parcialidade, ou impedido por fatores que possam interferir, em favor ou contra uma das parte, no julgamento da lide. Sob o ângulo objetivo, regras constitucionais, de superdireito, garantem a independência do juiz e assim, a sua imparcialidade, vedando tribunais de exceção e assegurando o julgamento por Juiz natural, além de assegurar a vitaliciedade, a inamovibilidade, etc. É a lei processual que delimita a competência do juiz.
Princípio da igualdade - este princípio tem sua base no art. 5º, “caput”, da Constituição Federal. A igualdade das pessoas e/ou partes perante o juiz, no processo, é a mesma assegurada por esse dispositivo constitucional, e seus incisos. Vale ressaltar, aqui, a disposição do inciso II desse artigo, afirmando que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” ; Consoante registra Ada Pellegrini, etc., “As partes e os procuradores devem merecer tratamento igualitário, para que tenham as mesmas oportunidades de fazer valer em juízo as suas razões”.
Assim também disciplina o CPC, art. 125, inciso I, compelindo ao juiz “assegurar às partes igualdade de tratamento”.
Princípio do contraditório e da ampla defesa - consubstanciado no direito subjetivo da parte ré, demandada, chamada a juízo, de defender-se a fim de que o juiz possa examinar tanto as razões do acionante como do acionado, em posição eqüidistante de um e outro.
Reflete a igualdade, no processo, de um e de outro, encontrando correspondência no ensinamento romano, enunciado no “audiatur et altera parte” (que se ouça também a outra parte). A bilateralidade da ação impõe a bilateralidade no processo, como fator indeclinável de justiça. O juiz atua provocado pela ação, que pede tutela a uma pretensão dirigida contra ou em frente ao acionado (bilaterelidade da ação). A prestação jurisdicional só poderá ser completa com o chamamento do réu ao processo, para integrar a relação jurídica processual e defender-se (bilateralidade no processo). Toma o processo uma estrutura mais ou menos dialética, com o confronto das razões do autor (tese) com as do réu (antítese), para que a sentença seja a síntese. Este princípio está insculpido na Constituicão Federal, art. 5º, inciso LV: “Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;”.
Princípio da ação - processos inquisitivo e acusatório - como já se disse, atuando o juiz no processo em situação eqüidistante das partes, cabendo-lhe examinar as razões de um e outro, não pode atuar de ofício, a moto próprio, sem provocação. O princípio da ação reflete esse posicionamento do juiz. Assim, atua o órgão judicante por via de provocação da parte autora, que exercita o direito de ação. Estabelecido o contraditório, com a citação e/ou defesa do réu, tanto o autor como o réu têm direito a uma sentença definidora da lide. Daí o ensinamento romano : nemo judex sine actore - (não há juiz sem autor) vide art. 2º do CPC: “Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e formas legais”.
Na idade média, surgiu o processo inquisitivo (inquisitório), em que se confundiam no mesmo órgão as funções de acionar, contestar e julgar, com a negação de todos os princípios de legitimação do processo, além de secreto e escrito, longe de ser um instrumento assegurador da dignidade do indivíduo, retratando um veículo de opressão. O processo acusatório eqüivale ao processo penal, encontrando-se acusador e acusado em pé de igualdade, com a garantia da imparcialidade do juiz, no direito moderno.
Princípio da disponibilidade e da indisponibilidade - as pessoas podem, em regra, dispor de seus direitos, exercendo-os ou não. Desse modo, são livres para provocar a atuação do juiz visando a tutela desses direitos. Têm, certamente, a faculdade de pedir a tutela jurisdicional, como a de defender-se no processo da ação.São direitos subjetivos públicos, endereçados ao estado-juiz.
Evidentemente que podem dispor desses direitos, inclusive no curso do processo já instalado. Pode o autor desistir da ação e do processo e até mesmo renunciar ao direito material questionado. Enquanto ao réu é permitido deixar o processo sem defesa e mesmo confessar os fatos e os fundamentos da ação.
Contudo, existem direitos materiais indisponíveis, por afetarem mais de perto os interesses gerais. “Esse poder dispositivo é quase absoluto no processo civil, com vistas à natureza do direito material que visa atuar. Sofre limitações quando o direito material é de natureza indisponível” (quando há interesse público). No campo do processo penal a indisponibilidade é a regra. No campo civil, porém, a regra é a disponibilidade. Saliente-se, ainda, que a indisponibilidade não quer dizer deva a parte, necessariamente acionar, para garantir o direito indisponível, nem mesmo que a ação possa ser promovida de ofício. Embora não possa a parte dispor do direito material, pode deixar de exercê-lo, não propondo a ação, quando seja titular do direito material, ou deixando de defender-se, pela contestação da lide, quando réu.
Princípio dispositivo e da livre investigação probatória - consiste este princípio na presunção de que cabe o impulso processual às partes. Isto, em relação à ação e às provas. Estas visam fornecer ao juiz os elementos indispensáveis ao julgamento. 
Com a visão publicista do processo, entretanto, atribuindo ao juiz interesses que se apresentam relevantes, no sentido da justa composição da lide, mitigou-se o princípio dialético com maior dose de autoridade do juiz no comando do processo, podendo, para seu esclarecimento, determinar as provas necessárias à instrução do processo, inclusive diligências probatórias, acareações de testemunhas e oitiva de pessoas referidas por testemunhas em seus depoimentos, etc.
No particular, assim dispõe o CPC: 
 “Art.130. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias à instrução do processo, indeferindo as diligências inúteis ou meramente protelatórias.”
A livre investigação probatória, ao contrário do princípio dispositivo, atribui ao juiz plena liberdade na instrução probatória, atendendo ao máximo à investigação da verdade real e evitar erros. 
Do impulso oficial - como já foi aqui explicitado, o juiz não promove ação, de ofício, devendo ser provocado pelo acionamento (ato de agir) da parte, seja no processo civil ou penal. Dispõe nesse sentido o art. 2º do Código de Processo Civil, in verbis : “nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e formas legais”.
Mas, além da provocação inicial, cabe às partes promoverem o andamento do processo, diligenciando a realização dos atos procedimentais. E quando não se mostram diligentes, pode o juiz extinguir o processo, sem resolução do mérito. Todavia, por outro lado, tem, o juiz, o poder de impulsionar o processo, visando o seu fim que é a composição da lide : (art. 125, II e 130, do CPC). Ademais, em várias outras oportunidades, a lei processual autoriza o juiz a proceder de ofício. 
O ponto fundamental desse princípio tem sede no art. 262 do CPC, que assim disciplina: “ o processo civil começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial.”
Princípio da oralidade e da documentação dos atos processuais - a oralidade foi a forma primitiva do processo, por óbvios motivos. Com o desenvolvimento da escrita, decorrente de novas técnicas (fabricação do papel) o processo tornou-se essencialmente escrito, retomando à oralidade, depois dos impulsos de modernização, na busca da verdade e de maior celeridade e pronta solução das demandas.
Assim, embora as peças fundamentais do processo sejam escritas - petição inicial, contestação, requerimentos, laudos, recursos, despachos, decisões, sentenças e acórdãos - a instrução probatória é oral, como fator de celeridade, admitindo-se até sentenças proferidas oralmente. Esses atos orais, contudo, ficam documentados nos autos.
Atualmente, há uma tendência, no processo, voltada para o princípio da oralidade, conjugado ao princípio da documentação escrita dos atos processuais, para alguns desses atos.
Princípio da persuasão racional do juiz - esse princípio se relaciona ao livre convencimento do juiz, ou livre convicção. O juiz, ante as provas e a instrução do processo, inclusive pelo contato direto com as partes e testemunhas, etc., é persuadido sobre a verdade real, ou não. E segundo dito por Ada Pellegrini, este princípio “situa-se entre o sistema da ‘prova legal’ e do julgamento ‘secundum conscientiam’ ”. No primeiro sistema, os elementos probatórios têm valor inalterável. O segundo está situado em pólo oposto, porquanto o juiz pode decidir sem prova ou contra ela. No jurí popular, encontramos um exemplo de julgamento “secundum conscientiam”.
Princípio da motivação das decisões judiciais - é o que obriga ao juiz (órgão jurisdicional) a fundamentar as suas decisões, sob pena de nulidade, consoante prescrito no art. 93, inciso IX, da Constituição Federal : “todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes”.
Princípio da publicidade - passada a noite medieval, em que predominou o processo inquisitório, totalmente escrito e secreto, voltou o processo à clareza da luz, com o reingresso da publicidade dos atos, que se devem realizar à “luz do dia”, das seis às vinte horas, como dispõe o artigo 172 do C.P.C., verbis : “Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das seis (6) às vinte (20) horas”. Enquanto o artigo 155 dispõe que “Os atos processuais são públicos”, diz também que correm, porém, em segredo de justiça, os processos em que o exigir o interesse público ou disserem respeito a casamento, filiação, separação dos conjugues, conversão desta em divórcio, alimentos e guarda de menores (art.155 - CPC), o que se combina com o art. 93, IX, da C.F.
Princípio da lealdade processual - consiste no relacionamento leal das partes e seus procuradores, em juízo, como expressa o inciso II do art. 14 do CPC: “proceder com lealdade e boa-fé”.. Este princípio se acomoda ao da concentração que obriga as partes, na petição inicial e na contestação, oferecerem os seus motivos e razões, quanto a “causa petendi” e a defesa, concentrados, não sendo possível surpreender-se a outra parte com novas argüições escamoteadas maliciosamente, inclusive no que diz respeito aos meios de prova que devem ser apontados naquelas duas peças constitutivas do contraditório.
Desse modo, depois de citado o réu, o autor não poderá modificar a causa pretendida, nem o réu, modificar a sua defesa depois de vencido o prazo de sua apresentação. Além disso, a prova documental essencial deve ser requerida pelo autor, com a petição inicial, e pelo réu com a contestação. (vide art. 294 do CPC)
Princípio da economia e da instrumentalidade das formas - consiste na redução das custas e atos processuais na medida do que seja indispensável, isto é, as custas não devem tornar o processo ao alcance apenas dos que têm recursos para sustentar as cerimônias procedimentais, com excessos formais inúteis. A justiça deve ser elevada à categoria de um bem comum, colocada à disposição de todas as pessoas, sem distinção entre ricos e pobres. A economia atinge também os atos processuais, a fim de evitar-se repetições inúteis, ou prática de atos desnecessários. Refere-se também, e por isso mesmo, à celeridade racional do processo.
Princípio do duplo grau de jurisdição - o duplo grau de jurisdição consiste no fato dos julgamentosde primeira instância, juiz singular, poderem ser confirmados ou reformados em julgamento de segunda instância, por órgão jurisdicional colegiado. O segundo diz respeito aos julgamentos em grau de recurso, pelos Tribunais. Observe-se que são graus distintos de jurisdição e a jurisdição plúrima quando o recurso sai da esfera estadual para tribunais federais. Tanto no âmbito interno do estado quanto na esfera federal, há sempre jurisdição dupla (mesmo quando o recurso segue a tribunal federal). Os Recursos “ex-officio” são os obrigatórios, quando o Juiz decide contra a Fazenda Pública, caracterizam o duplo grau de jurisdição.
VOLTA À ORALIDADE 
O tópico é relacionado diretamente ao procedimento e sua formalidade. 
No passado, como no processo moderno dos dias atuais, o procedimento tanto poderia seguir a forma oral como a escrita, como também a combinação de ambas as duas formas.
As alegações ou as provas orais, no procedimento onde prepondera a oralidade, podem ser conservadas em gravações magnéticas ou gráficas tão só para atender a questões da documentação. Isto como precaução procedimental, para que não se percam e que sejam tais atos conservados no tempo necessário à sua existência.
No direito brasileiro, muito embora já haja uma acentuada tendência à volta da oralidade, a exemplo da legislação que informa os juizados de pequenas causas, juizados especiais cíveis e criminais, pratica-se o processo misto que encerra a prática de atos orais, documentados, conjuntamente com a prática de atos escritos.
Um outro exemplo de tendência ao retorno à oralidade, é o procedimento sumário adotado pelo CPC. Contudo, este exemplo pouco contribui para o que se propõe, em razão da forma imperfeita pelas omissões descuidadas e sem qualquer previsibilidade e criatividade.
Nesse ponto, de bom alvitre lembrar as Ordenações Afonsinas que disciplinavam, já àquela época, de maneira melhor, sempre atual, o rito das causas de pequeno valor. Vale aqui repetir Rezende Filho, quando comenta: 
 “No reinado de Afonso V, em 1446, foram promulgadas as Ordenações Afonsinas, a primeira codificação da Europa. Compunha-se de cinco (5) livros.
	O processo para as demandas de pequeno valor era, então, exclusivamente oral, devendo os escrivães tomar nota, em seus protocolos, das questões e respectivas sentenças.
	Havia para os Juizes a obrigação de tentar conciliar preliminarmente as partes”.
É este, por certo, o caminho melhor, o rito mais apropriado, coerente com a simplificação e brevidade do processo, diante do condicionamento da vida moderna em seu monumental dinamismo.
 
Hoje, certamente, diante de novas circunstâncias técnicas e científicas, deve o processo retomar a oralidade plena, tornando-se um instrumento escoimado de retardamentos inúteis, dispendioso e quase inoperante, convindo que, de pronto, promova a tutela dos direitos lesados, ameaçados, negados ou resistidos.
CONDIÇÕES TÉCNICO-JURÍDICAS DO PROCESSO
SIMPLIFICAÇÃO FORMAL DO PROCESSO
Partindo-se do pressuposto de que se define o processo como o instrumento pelo qual o Estado, por via de seus órgãos constitucionalmente competentes, administra Justiça, tutelando os direitos individuais e assegurando a paz social pela certeza dos direitos, é de concluir-se deva o processo ajustar-se a esses fins, conjugando atos e formalidades procedimentais adequados.
Assim, colimando fazer justiça nas decisões cabe, ao Estado, por certo, escolher os meios mais acertados e eficientes para investigar a verdade dos fatos controvertidos na lide e sobre estes fazer atuar a vontade concreta da lei, operações que demandam complexidade de atos devidamente formalizados e perfeitamente ajustados. Por outro lado, modernamente, impõe-se a simplificação do rito e a brevidade do curso processual, com a pronta entrega da prestação jurisdicional, ou bem seja, o julgamento da causa.
Contudo, os meios para alcançar-se esses fins, nem sempre se ajustam e por isso impõe o sacrifício de alguns métodos, em benefício de outros que sejam mais relevantes.
A essas preocupações, no delineamento do curso a seguir, acrescentam-se os princípios da economia processual e da clareza das normas de procedimento em sua expressão gramatical e dogmática. O princípio da economia tende a tornar os serviços da Justiça um bem comum, a todos acessível, enquanto a clareza dos textos objetiva afastar as dúvidas, quanto à forma e validade dos atos procedimentais, que tanto prejudicam e retardam o curso da causa.
Isto posto, como bem ensina Rezende Filho, “propugnam, geralmente, os processualistas a adoção de várias medidas destinadas a simplificar o processo, expurgando-o de formalidades inúteis, que só acarretam a demora no julgamento das causas e oneram as partes em despesas supérfluas” ... “Daí a procura em tornar o processo um instrumento ágil, simples, seguro e breve em seu desenvolvimento”. Ainda, em Rezende Filho, encontramos, no mesmo sentido, a síntese perfeita : “simplicidade, brevidade e economia, em suma, são as condições essenciais das leis do processo”.
Contudo, Montesquieu no “Espírito das Leis”, advertia : “é preciso conciliar o interesse que as partes têm na pronta solução de sua demanda com o interesse da sociedade, que reclama uma justa e conscienciosa apreciação dos fatos e do direito sobre que deve recair a sentença.”
As legislações processuais, variando na medida dos valores sociais, culturais, políticos e econômicos, submetem-se a avanços e retrocessos, sem que se firmem em princípios gerais uniformes, nem a métodos e sistematizações definitivas que pelo menos determinem uma evolução certa e constante, em um mesmo sentido, no avançar do tempo e das realidades sociais.
Desse modo, as normas processuais codificadas ou legisladas, em curso evolutivo, no tempo e no espaço, como as marés, avançam e recuam, sem encontrarem o melhor estuário. Voltam sempre ao passado coevo, sem qualquer esforço maior no sentido de se atualizar para acompanhar as conquistas tecnicnológicas e científico.
_________________________________________________________
APOSTILA DE RESPONSABILIDADE DO PROFº. LUIZ SOUZA CUNHA.
AUTORES CITADOS E CONSULTADOS
Antonio Carlos de A. Cintra	Teoria Geral do Processo
Ada Pellegrini Grinover	14ª Edição
Cândido R. Dinamarco
Rezende Filho	Direito Processual Civil
	10ª Edição
 Atenção:	A apostila é, tão somente, um resumo da matéria que pode ser aprendida pelo aluno. Ela deve servir de guia do ensino-aprendizado, sob orientação pedagógica. 
Esta apostila se destina, pois, exclusivamente ao estudo e discussão do texto em sala de aula, como diretriz do assunto, podendo substituir os apontamentos de sala de aula, a critério do aluno. 
Consulte a bibliografia anteriormente indicada além de outros autores. 
Atualizada em novembro/2010
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TGPp8_Princípios Gerais do Processo

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