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TGPp17_Competencia

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR - UCSAL
FACULDADE DE DIREITO
TEORIA GERAL DO PROCESSO
 Tema 17:	Da competência. Conceito e definição. Órgãos do Poder Judiciário. Critérios determinativos. Competência absoluta e relativa. Fontes normativas da competência . Competência Internacional. 
 (noções).
DA COMPETÊNCIA. CONCEITO E DEFINIÇÃO.
ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO
Jurisdição em sentido etimológico, significa dizer o direito - ius dicere. É o poder de julgar atribuído aos juizes e tribunais, como prescreve o art. 1º do Código de Processo Civil, verbis:
“A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juizes, em todo território nacional, conforme as disposições que este Código estabelece”.
Por isso, vale salientar que, no campo processual, pode-se entender como jurisdição o poder que tem o estado de administrar justiça, compondo os conflitos de interesses articulados nas lides judiciárias, o que fará numa extensão territorial em que o juiz exerce a sua atividade judiciária.
Como poder de julgar, apresenta-se a jurisdição como um atributo da soberania do Estado.
Sob esse ângulo, define-se a jurisdição como o poder que o estado se atribui, pelos seus órgãos constitucionalmente competentes, de julgar as lides e de fazer cumprir coativamente os direitos e obrigações declarados no julgado, atividade exercida em uma delimitada área territorial.
Observada a divisão dos poderes políticos do Estado, cabe especificamente ao judiciário a função jurisdicional. Essa função, obediente às regras constitucionais, é exercida pelos órgãos que estruturam o Poder Judiciário, como reza o artigo 92 da Constituição Federal, in verbis:
	
“Art. 92 São órgãos do Poder Judiciário:
I - 	 O Supremo Tribunal Federal;
I – A - O Conselho Nacional de Justiça
II -	O Superior Tribunal de Justiça;
III -	Os Tribunais Regionais Federais e Juizes Federais;
IV -	Os Tribunais e Juizes do Trabalho;
V -	Os Tribunais e Juizes Eleitorais;
VI -	Os Tribunais e Juizes Militares;
VII-	Os Tribunais e Juizes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
............................................................................................................................................................
§ 2º - O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional ”.
Cabe, assim, aos juizes e tribunais o poder de fazer atuar o direito objetivo nos conflitos que lhe são postos.
Sendo a jurisdição um atributo da soberania nacional, ela se estende por todo o território brasileiro. Por isso, e em razão do princípio de divisão do trabalho, o exercício dessa função deve ser distribuído entre os vários juizes e tribunais, existentes em todo o território nacional, de maneira conveniente e adequada e obedecidos os critérios legais determinantes. A divisão das atribuições dos juizes, no exercício da função que lhes cabe, nos limites territoriais fixados, é o que se denomina de competência. E, por assim ser, define-se a competência como a medida da jurisdição. Consubstancia a delimitação territorial para o exercício das atribuições do juiz na função judicante.
Por outro lado, em razão do pluralismo dos órgãos judiciários, a função jurisdicional se reparte entre várias justiças, federais e locais, regrando-se a competência por normas constitucionais, códigos e leis federais, leis de organização judiciária e regimentos dos tribunais.
Vale ressaltar, por oportuno, o princípio da territorialidade da jurisdição, que se traduz pela limitação da jurisdição em determinado espaço territorial, como analisado adiante.
CRITÉRIOS DETERMINATIVOS
O nosso processo coevo, essencialmente colhido das Ordenações do Reino, buscava-se determinar a competência em razão da matéria, em razão das pessoas e em razão do lugar.
Seria desse modo a competência firmada, em princípio: “ratione materiae”, isto é, em razão do direito articulado na causa (direito material); “ratione personae”, ou seja, em razão das partes componentes (da relação de direito processual em face do direito material,); e “ratione loci”, ou bem seja, em razão da situação do bem objeto do litígio, ou o local onde ocorreu o fato jurídico, etc
Modernamente, os critérios de determinação das competências internas, ou sejam daquelas vinculadas às relações de direito processual, excluídas as relações de direito internacional (competência internacional), são muito mais complexos e podemos encontrar nos ensinamentos de Humberto Theodoro Júnior - obr. cit. pags. 162/163 - uma orientação segura : 
“ A Justiça Federal e as Justiças locais compõem-se de órgãos superiores e inferiores, e, no primeiro grau de jurisdição, dividem-se em várias seções territoriais ou comarcas, cada uma gerida por um órgão judiciário próprio.
	
	Para atribuir o processamento e julgamento de uma determinada causa a um desses órgãos, a doutrina tradicional, que vem de Wach e Chiovenda, baseia-se nos seguintes critérios :
I - 	critério objetivo : que se funda no valor da causa, na natureza da causa ou na qualidade das partes ;
II- 	critério funcional : que atende às normas que regulam as atribuições dos diversos órgãos e de seus componentes, que devam funcionar em um determinado processo, como se dá nas sucessivas fases do procedimento em primeiro e segundo graus de jurisdição. Por esse critério, determina-se não só qual o juiz de primeiro grau, como também qual o tribunal que em grau de recurso haverá de funcionar no feito, além de estabelecer-se, internamente, qual a câmara e respectivo relator que atuarão no julgamento;
III-	critério territorial : que se reporta aos limites territoriais em que cada órgão judicante pode exercer sua atividade jurisdicional. Sua aplicação decorre da necessidade de definir, entre os vários juizes do país, de igual competência em razão da matéria ou em razão do valor, qual o que poderá conhecer de determinada causa. Baseando-se ora no domicílio da parte, ora na situação da coisa, ou ainda no local em que ocorreu o fato jurídico o legislador atribui a competência da respectiva circunscrição territorial. A competência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro;
Em consonância com essa doutrina largamente difundida, está o sistema adotado pelo vigente Código de Processo Civil, que reconhece as seguintes modalidades de definição de competência interna :
a)	competência em razão do valor da causa (art. 91);
b)	competência em razão da matéria (art. 91);
c)	competência funcional (art. 93); e 
d) 	competência territorial (art. 94-95) .
Como se vê, o legislador leva em consideração, em tema de competência, ora elementos da lide, ora dados do processo.
Com base em elementos da lide (interesses, bem e sujeitos), há competências estabelecidas à luz da natureza do direito material controvertido; da qualidade da parte; do valor da causa, do domicílio do réu; da situação do imóvel; do local do ato ilícito ou do cumprimento da obrigação convencional, do foro de eleição etc.
Ocorre, outrossim, competência firmada com base em características do processo, por exemplo : 
a)	competência em razão da natureza do processo: mandados de segurança contra atos do Presidente da República, ou de Governador de Estado, bem como a ação rescisória, casos em que as ações são de competência originária dos Tribunais Superiores;
b) 	competência em razão da natureza do procedimento: a lei processual especifica, segundo esse critério, por exemplo, qual o Tribunal Superior que na fase do procedimento recursal deverá reexaminar a causa ;
c)	competência em razão de relação da causa atual com o processo anterior: ocorre em casos como o da execução da sentença, que compete ao juiz da ação de conhecimento que proferiu o julgado; em casos também de procedimentosacessórios, de causas conexas etc. ”
 	Obs.: O art. 101 do CPC está revogado. Vide art. 100
COMPETÊNCIA ABSOLUTA E RELATIVA
]
Vale distinguir-se entre não ter, o juiz, jurisdição para conhecer determinadas causas, em razão da matéria, ou em razão da qualidade da parte, da hierarquia, e não ter competência por outros motivos, como por exemplo em razão do território e do valor. Deriva daí a INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA e a INCOMPETÊNCIA RELATIVA. No primeiro caso o juiz não tem jurisdição, sendo nulos todos os seus atos decisórios; no segundo, não tem competência, mas tem jurisdição, podendo ser afastado do processo ou mantido, tornando-se competente por aceitação das partes, inclusive. 
Assim, a competência do juiz pode ser absoluta ou relativa. É absoluta quando a lei determina o conhecimento da matéria, por órgãos especiais ou por determinados juizes ou Tribunais, com exclusividade, decorrendo daí a incompetência absoluta dos demais órgãos judiciais por faltar-lhes jurisdição. A competência relativa pressupõe a jurisdição de determinado juiz, sem contudo excluí-la de outros juizes com iguais atribuições. A absoluta se estabelece e se determina em razão da matéria e do grau hierárquico (competência funcional). A relativa é determinada sob o critério territorial, isto é, tem o juiz jurisdição no espaço físico de exercício de suas atribuições como também decorre do valor real da causa. Os outros juizes, embora com a mesma jurisdição, para ações iguais propostas em suas circunscrições (comarcas), são incompetentes para aqueloutro espaço físico. Salvo determinação legal, ou convenção entre as partes ou por prorrogação, tais como conexão ou continência.
A competência de foro (territorial) se divide em geral e especial. A geral seria determinada pelo domicílio do réu, enquanto a especial sujeitar-se-ia a condição das pessoas (partes), em razão das coisas ou em razão dos fatos.
Ainda sobre ser absoluta e relativa a competência, convém absorvermos os modernos ensinamentos do citado Mestre, fls. 177/178, na mesma obra : 
“Competência absoluta e competência relativa
O legislador distribuiu a competência entre os vários órgãos judiciários com base em critérios ligados ora ao interesse público (conveniência da função jurisdicional), ora ao interesse privado (comodidade das partes).
Em princípio, é o interesse das partes que determina a distribuição da competência territorial e é o interesse público que conduz às competência de justiças especializadas, de hierarquia, de varas especializadas, de órgãos internos de tribunais etc.
Assim, admite-se como regra geral que a partes possam modificar as regras de competência territorial, mas o mesmo não ocorre com os foros estabelecidos segundo o interesse público.
Conforme a possibilidade de sofrer ou não alterações, a competência interna classifica-se em absoluta e relativa .
Absoluta é a competência insuscetível de sofrer modificação, seja pela vontade das partes, seja pelos motivos legais de prorrogação (conexão ou continência de causas).
Relativa, ao contrário, é a competência passível de modificação por vontade das partes ou por prorrogação oriunda de conexão ou continência de causas.
São relativas, segundo o Código as competências que decorrem do valor ou do território (art. 102) e as absolutas a ratione materiae e a de hierarquia (art. 111).
Há, no entanto, exceções à relatividade da competência territorial, por ressalvas feitas pelo próprio legislador. Assim, embora se trate de competência de território, são imodificáveis as que se referem às seguintes causas :
a) ações imobiliárias relativas a direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão, demarcação de terra e nunciação de obra nova (art. 95);
b) ações em que a União for autora, ré ou interveniente (art. 99);
c) ações de falência.
Sempre absolutas são as competências funcionais, não só hierárquicas mas também as do órgão judiciário oriundas da perpetuatio iurisdicionis . Fixado o juiz competente para atuar no processo, pelo ajuizamento da causa, outro não poderá decidir o mesmo litígio, a não ser que ocorra algum caso superveniente que desloque a competência pela conexão ou continência (art. 105), ou alguma modificação da organização judiciária, nos termos do art. 87.
É, outrossim, relativa a competência por distribuição, ou seja, a que se dá entre os vários juizes de igual competência, de uma mesma circunscrição territorial ” .
FONTES NORMATIVAS DA COMPETÊNCIA 
O Código de 1939, dispunha no art. 133, elucidando:
“Determinar-se-á a competência:
I - pelo domicílio do réu;
II - pela situação das coisas;
III - pela prevenção;
IV - pela conexão;
V - pelo valor da causa;
VI - pela condição das pessoas”. 
O Código atual. disciplina a competência nos arts. 86 e seguintes, de consulta obrigatória do aluno, dispondo critérios, como seguem em esquema:
 	Internacional (art. 88 e 89)
 Competência em razão do valor (art. 91 )
 	Interna 	em razão da matéria (art. 91 e 92) 
 	em razão da função (art. 93)
 	em razão do território (art. 94)
Mas não é somente o Código que normatiza a competência, mas também, a Constituição Federal, os Códigos leis federais e estaduais de organização judiciária e regimentos dos tribunais.
COMPETÊNCIA INTERNACIONAL
Exercendo o juiz poder destacado da soberania nacional, a sua atividade se estende nos limites dessa soberania. Assim, a função jurisdicional dos juizes abrange todo o território nacional, sem considerar a nacionalidade das partes ou natureza do conflito. Contudo, ao considerar-se a natureza da prestação jurisdicional, ou seja, o conteúdo da prestação, faz-se indispensável medir a extensão do poder nacional em relação a outros países, com vista à execução forçada do julgado. Por isso, os limites objetivos da jurisdição devem atender a princípios de direito internacional privado, explícito na Lei de Introdução do Código Civil, que prescreve:
“Art. 12 - É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação”.
E, adiante: §1º : “Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil”.
O Código de Processo Civil regulamenta a competência internacional dispondo:
“Art. 88 - É competente a autoridade judiciária brasileira quando:
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III - a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil.
Parágrafo Único - Para o fim do disposto no nº I, reputa-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que aqui tiver agência, filial ou sucursal”.
E salienta no artigo seguinte:
“Art. 89 - compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II - proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional”. 
_________________________________________________________
APOSTILA ELABORADA PELOS PROFºS MÁRIO MARQUES DE SOUZA E LUIZ SOUZA CUNHA.
AUTORES CITADOS E CONSULTADOS
José Frederico Marques	Manual de Direito Processual Civil
	1º Vol. - 13ª Edição
Humberto Theodoro Júnior	Curso de Direito Processual Civil 
	1º Vol. - 18ª Edição - 1996
Antonio Carlos Araújo Cintra	Teoria Geral do Processo
Ada Pelligrini Grinover	Volume Único - 9ª Edição
Cândido R.Dinamarco
Atenção:	A apostila é, tão somente, um resumo da matéria que pode ser aprendida pelo aluno. Ela deve servir de guia do ensino-aprendizado, sob orientação pedagógica.
	
	Esta apostila se destina, pois, exclusivamente ao estudo e discussão do texto em sala de aula, como diretriz do assunto, podendo substituir os apontamentos de sala de aula, a critério do aluno.
 	
	Consulte a bibliografia anteriormente indicada além de outros autores.
 
Atualizada em maio/ 2010
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