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Resumo: Imunidade celular MCH (I – II) – CD4 e CD8 Imunidade celular: Descoberta quando os pesquisadores procuravam um modo de transferir a imunidade adquirida a um determinado antígeno entre dois animais, um animal previamente infectado que já havia adquirido imunidade, e outro que nunca havia entrado em contato com o determinado antígeno. Deste modo os cientistas compreenderam que a resistência contra alguns antígenos poderia ser passada através do soro (entende-se por soro, anticorpos) enquanto a resistência contra outros antígenos somente era possível se houvesse transferência de células, denominada, portanto, imunidade celular. As células principais responsáveis pela imunidade celular são os linfócitos T. Como já sabemos, tal imunidade é adquirida e não Inata. Ocorre, portanto, após um processo inflamatório e consequente atuação de macrófagos e outras células que possuem poder de fagocitose, e, consequentemente a secreção de substâncias (citocinas) que medeiam tanto o processo inflamatório quanto o processo de imunidade celular adquirida que serão abordadas mais tarde. O processo de imunidade celular divide-se basicamente em duas fases: a primeira de reconhecimento e uma segunda efetora. Fase de reconhecimento: A fase de reconhecimento ocorre nos órgãos linfoides secundários (linfonodos). Ocorre inicialmente o bloqueio da saída de linfócitos do linfonodo quando o mesmo se apresenta dolorido e aumentado. Para entendermos o processo de reconhecimento do antígeno pelo linfócito T é necessário que saibamos quais são as APCs (células apresentadoras de antígenos), onde se localizam e como atuam. As APCs executam sua função através de proteínas chamadas MHCs (complexo maior de histocompatibilidade). Essas proteínas tem o poder de representar um antígeno através da membrana plasmática da APC, que pode ser um macrófago, um neutrófilo ou até mesmo um linfócito B. Os antígenos por sua vez podem ser intracelulares (como nos vírus) ou extracelulares (bactérias, ou qualquer substância extracelular interpretada como antígeno). Sendo assim, as APCs devem apresentar ao macrófago tanto os antígenos intracelulares como extracelulares e para tal utiliza dois tipos de MHCs, MHC-I e MHC-II sendo que o MHC I sinaliza antigenos intracelulares enquanto o MHC-II sinaliza antígenos extracelulares. Daí a principal diferença entre linfócitos T CD4 e CD8, os linfócitos CD8 interpretam SOMENTE sinais recebidos por APCs que utilizam MHC-I, logo, os CD8 interpretam sinais de antígenos intracelulares. Já o CD4 interpreta apenas sinais recebidos por APCs que utilizam MHC-II, logo, os CD4 interpretam sinais de antígenos extracelulares. O reconhecimento não se deve apenas ao sinal emitido pelo MHC, dependendo ainda de outros fatores de ativação (segundo sinal de ativação) que é realizado por moléculas coestimuladoras entre as quais estão as CD28 (mais importantes) que ligam-se em sítios específicos na membrana do linfócito T. Uma vez estimulados os linfócitos T sofrerão uma "explosão clonal" que é a liberação de fatores de crescimento (citocinas) que irão fazer com que os linfócitos se multipliquem e se capacitem para combater o antígeno, porém este não é o único papel das citocinas. Segue... Fase efetora (expansão clonal): A liberação de citocinas desencadeia uma série de mecanismos para combater o antígeno, sendo os mais importantes: ativação de macrófagos, ativação de linfócitos T citotóxicos e NKs T dependentes. Um detalhe que deve ser abordado é que "ativar macrófagos" não é aumentar sua quantidade e sim capacitá-los deixando sua vida mais longa. Alguns antígenos continuam ativos mesmo após a fagocitose, os macrófagos ativados possuem maior poder de destruição desses antígenos, para tal ocorre a "explosão respiratória", onde o oxigênio da respiração celular é utilizado para oxidar elementos e criar radicais livres tornando o meio intracelular hostil. Além dos macrófagos, os linfócitos T ativados também irão atuar. Os linfócitos T ativados possuem em sua membrana proteínas capazes de se ligar à célula infectada pelo antígeno, de modo que elas se atraem ocorrendo uma ponte citoplasmática pela qual irão fluir perforinas e granzimas que irão induzir a apoptose celular. As perforinas são as proteínas que fazem este papel enquanto as granzimas são moléculas que tem por função evitar que o linfócito sofra apoptose enquanto as perforinas estão em seu interior. Existe ainda, a atuação de células NKs que são células citotóxicas que não necessitam ativação, uma espécie de "linfócito T pronto", o modo pelo qual as células NK reconhecem as células infectadas é desconhecido.
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