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Atividade Estruturada - 2016/1

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO: PEDAGOGIA
DISCIPLINA: ASPECTOS ANTROPOLÓGICOS E SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO
PROFESSOR (A) TUTOR (A): JOANA DARC VENANCIO 
“ENTRANDO NO CLIMA”, UMA ANÁLISE SOCIOLÓGICA DAS RELAÇÕES 
ENTRE A SOCIEDADE E O MEIO AMBIENTE.
 
 ALUNA AUTORA DA ATIVIDADE: JEISEANNE HELLEN GERALDO DE MEDEIROS
 DATA: MAIO/2016
Através da proposta desta Atividade Estruturada, passei a observar com mais atenção esta relação ambiente X sociedade. Optei por analisar mais a fundo a realidade da minha cidade natal, Navegantes/SC.
Navegantes é uma cidade litorânea com 12 km de praias. Sua história iniciou através da colonização açoriana e seu desenvolvimento, principalmente, através da pesca artesanal. A definição de pesca artesanal segundo o Movimento Nacional dos Pescadores (Monape) é a seguinte:
“Pesca artesanal é a que é exercida nas águas interiores e no mar territorial e em embarcações de pequeno e médio porte ou desembarcadas, por pescadores ou pescadoras profissionais, grupo familiar ou mediante a colaboração de pescadores de igual categoria, fazendo a partilha equitativa do produto no final de cada jornada, com a finalidade de prover, prioritariamente, o sustento da própria família, com a comercialização do pescado excedente” (GUIMARÃES, 1994).
Até os dias de hoje, no bairro onde minha família se instalou, a pesca artesanal é altamente difundida e praticada. Mas, infelizmente, os tempos não são mais os mesmos. O peixe não chega mais em abundância.
Meu pai pesca com tarrafa. Não vende, mas o que pesca serve para alimentar a família. O peixe de hoje é bem menor e escasso. Isto se deve em boa parte, a pesca predatória. Atualmente, Navegantes juntamente com Itajaí é um importante polo pesqueiro. Mas a pesca industrial, em sua maioria esmagadora, não é feita de forma consciente e muito menos sustentável.
Os pescadores artesanais “embora busquem as suas presas em locais específicos dos rios ou mares, adquirem conhecimentos essenciais sobre a natureza e seus ciclos, estabelecendo e mantendo interações profundas com o ambiente” (Moura, 2007). Esta relação que ele tem com o meio ambiente poderia ser explorada pelo poder público de forma a desenvolver políticas e campanhas de sustentabilidade para atividade pesqueira artesanal e preservação do meio ambiente.
Mas não é isso que vemos na prática. A maioria das ações estatais nesse âmbito, são voltadas para os interesses da pesca industrial e a da aquicultura de grande porte. O que torna o segmento artesanal muito frágil e com níveis altos de dificuldades. Esta atitude “significa comprometer, ao mesmo tempo, políticas de emprego, de urbanização menos caótica e de exploração sustentada e sustentável”. 
Com o desenvolvimento das tecnologias, ficou mais fácil localizar e capturar os grandes cardumes, em consequência a oferta de peixes vai caindo, pois, o ciclo de reprodução e maturação não é respeitado. O peixe não tem tempo de se desenvolver e procriar. Segundo a organização americana Save The Seas (Superinteressante, 2015) houve uma redução de 90% nos estoques comerciais de peixes devido a pesca industrial. Mas isso não significa apenas o fim de uma alimentação a base de peixes, mas também inclui o impacto socioeconômico causado pela escassez do pescado.
As indústrias pesqueiras mandam os seus barcos cada vez mais longe para conseguir capturar o pescado. Aqui vale fazer uma ressalva que esta realidade é sentida pelos pescadores artesanais que, por não possuíram barcos estruturados para pesca em águas mais profundas, veem a produção diminuir vertiginosamente. O peixe não consegue chegar ao litoral, pois os grandes barcos o alcançam primeiro.
Por outro lado, a indústria pesqueira necessita investir cada vez mais em tecnologias e operações caras para chegar aonde o peixe está. Muitas delas fazem isto cortando gastos para viabilizar a operação, principalmente demitindo funcionários. Outras não conseguem custear estas operações e acabam falindo. Logo, mais desempregos. Sendo assim, a economia da cidade também é afetada. Afinal, aumento do desemprego, diminui o capital circulante na economia local.
No caso de Navegantes, muitas indústrias fecharam as portas, outras se fundiram. Hoje, não se pode dizer que a economia da cidade gire em torno da pesca como há alguns anos atrás. O que salvou a cidade foi a instalação do Porto de Navegantes, de propriedade privada e que tem movimentado a economia da região.
Mas os pescadores artesanais, que viveram e sustentaram suas famílias por anos através desta atividade, sentem o impacto que o desenvolvimento impensado causou em suas vidas. Muitos deles migraram para outras atividades e não querem que os seus filhos continuem nesta profissão. Não há como mensurar quando, mas em alguns anos, corremos o risco de apenas ouvir histórias sobre a pesca artesanal.
Referências:
Bibliografia
GUIMARÃES, R. J. R. Realidade e Desafios dos Pescadores Artesanais Brasileiros. Revista Desenvolvimento e Cidadania, v. 3, n. 11, 1994.
MOURA, F. DE B. P. Conhecimento tradicional e estratégias de sobrevivência de populações brasileiras. Maceió: EDUFAL, 2007.
Superinteressante. –. Pesca predatória. Disponível em: <http://super.abril.com.br/ciencia/pesca-predatoria>. Acesso em: 29 maio. 2016.

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