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Aristóteles
Conteúdo programático:
FELICIDADE E DEVER MORAL
• 	Compreender que existem duas doutrinas morais fundamentais: uma que pretende que o motivo central de nossas decisões e ações é a busca da felicidade, e outra que afirma que o respeito pelas leis, ou seja, o cumprimento dos deveres, é o foco central no comportamento moral.
A Ética Aristotélica
Herdeiro do pensamento de Platão, Aristóteles aprofunda a discussão a respeito das questões éticas. Mas, para ele, o homem busca a felicidade, que consiste não nos prazeres nem na riqueza, mas na vida teórica e contemplativa cuja plena realização coincide com o desenvolvimento da racionalidade.
O que são as paixões para os gregos antigos?
Paixão : 
Desejos, vontades incontroláveis, apetites, 
inclinações, instintos e impulsos. 
O que há de comum no pensamento dos filósofos gregos é a concepção de que a virtude resulta do trabalho reflexivo, da sabedoria, do controle racional dos desejos e paixões.
A importância dada por Aristóteles a vontade racional, a deliberação e a escolha o levou a considerar uma virtude como condição de todas as outras e presente em todas elas: a prudência ou sabedoria prática. O prudente é aquele que, em todas as situações, é capaz de julgar e avaliar qual a atitude e qual a ação que melhor realizarão a finalidade ética, ou seja, entre as varias escolhas possíveis, qual a mais adequada para que o agente seja virtuoso e realize o que é bom para si e para os outros.
Se examinarmos o pensamento filosófico dos antigos, veremos que nele a ética afirma três grandes princípios da vida moral:
Por natureza, os seres humanos aspiram ao bem e a felicidade, que só podem ser alcançados pela conduta virtuosa;
A virtude é uma força interior do caráter, que consiste na consciência do bem e na conduta definida pela vontade guiada pela razão, pois cabe a esta última o controle sobre instintos e impulsos irracionais descontrolados que existe na natureza de todo ser humano;
A conduta ética é aquela na qual o agente sabe o que está e o que não está em seu poder realizar, referindo-se, portanto, ao que é possível e desejável para um ser humano.
Saber o que está em nosso poder significa, principalmente, não se deixar arrastar pelas circunstâncias, nem pelos instintos, nem por uma vontade alheia, mas afirmar nossa independência e nossa capacidade de autodeterminação. O sujeito ético ou moral não se submete aos acasos de sorte, à vontade e aos desejos de um outro, a tirania das paixões, mas obedece apenas a sua consciência que conhece o bem e as virtudes e a sua vontade racional que conhece os meios adequados para chegar aos fins morais. A busca do bem e da felicidade são a essência da vida ética. Os filósofos antigos (gregos e romanos) consideravam a vida ética transcorrendo como um embate contínuo entre nossos apetites e desejo as paixões e nossa razão. Por natureza, somos passionais e a tarefa primeira da ética e a educação de nosso caráter ou de nossa natureza, para seguirmos a orientação da razão. A vontade possuía um lugar fundamental nessa educação, pois era ela que deveria ser fortalecida para permitir que a razão controlasse e dominasse as paixões.
O passional é aquele que se deixa arrastar por tudo quanto satisfaça imediatamente seus apetites e desejos, tornando-se escravo deles. Desconhece a moderação, busca tudo imoderadamente, acabando vítima de si mesmo.
Podemos resumir a ética dos antigos em três aspectos principais:
O racionalismo: a vida virtuosa e agir em conformidade com a razão, que conhece o bem, o desejo e guia nossa vontade até ele;
O naturalismo: a vida virtuosa e agir em conformidade com a Natureza (o cosmos) e com nossa natureza (nosso ethos), que é a parte do todo natural;
A inseparabilidade entre ética e política: isto é, entre a conduta do indivíduo e os valores da sociedade, pois somente na existência compartilhada com outros encontramos liberdade, justiça e felicidade.
A ética, portanto, era concebida como educação do caráter do sujeito moral para dominar racionalmente impulsos, apetites e desejos, para orientar a vontade rumo ao bem e a felicidade, e para formá-lo como membro da coletividade sóciopolítico. Sua finalidade era a harmonia entre o caráter do sujeito virtuoso e os valores coletivos, que também deveriam ser virtuosos.
O QUE É JUSTO MEIO?
“A virtude moral é um meio termo entre dois vícios, um dos quais envolve o excesso e outro a deficiência, e isso porque a sua natureza é visar o meio nas paixões e nos atos”
ARISTOTELES, Ética a Nicômaco, livro II
Podemos dizer Justo meio é o conceito aristotélico segundo o qual nosso comportamento deve ser pautado pelo equilíbrio. Em toda a Ética, Aristóteles frisa a necessidade de nos atermos um justo meio, desta forma, a coragem seria o comportamento adequado, enquanto a covardia, o arrojo e o anônimo ficariam nos extremos. Tanto um extremo como o outro seriam errôneos, assim, tanto o excesso como o defeito deveriam ser evitados em favor de uma equanimidade.
Para ser um bom político é necessário ser antes de tudo, ético, pois não existe sã política fora de uma ética coerente com a condição humana. É que a virtude humana perpassa pela Ética do justo meio e se encaminha para a Política, lugar que deveria ser consagrado aos homens mais virtuosos. A virtude, específica a cada atividade ou ação, em Política estaria intimamente vinculada ao proceder ético.
A virtude por muitas vezes será encontrada no justo meio eqüitativo e equilibrado entre as partes. Alguns prazeres, no entanto, podem recair sobre condições que não permitam de forma alguma este justo meio tal é o caso da mentira, do roubo, do assassinato e como nos lembra Aristóteles, do adultério, dentre outras. Ora, alguém poderia sentir prazer com uma ação má ou não virtuosa, sem que no entanto o prazer em si seja um mal, da mesma forma que alguém poderia sentir prazer sempre associado a coisas virtuosas, sem que por isso o prazer seja um bem em si. 
De fato, para Aristóteles o homem é um animal racional e nesta condição, também animal social e político, sendo o proceder ético decorrente da condição peculiar do homem, enquanto Ser dotado de entendimento e que vive em grupos sociais onde desempenha um papel político. Torna-se, portanto inadmissível, uma sociedade política sem a devida ênfase nos padrões éticos condizentes com a situação humana.
A cultura e o hábito tenderiam a fixar determinados comportamentos como mais aconselháveis eticamente falando. A Ética poderia, num sentido metafórico, ser vista como a própria morada e abrigo do homem, o qual necessita da mesma para o seu desenvolvimento pessoal e social dentro de uma comunidade política. 
No caso de Aristóteles, cabe ao mesmo a sistematização deste saber e a formulação de uma teoria ética adaptável não só ao homem ateniense, como também ao homem de outras épocas e culturas, basta vermos a influência do pensamento ético de Aristóteles sobre a civilização cristã. Podemos identificar na concepção ético política de Aristóteles, o ser político como aquele que é equilibrado e honesto, sendo a maioria dos políticos brasileiros fora destes padrões éticos.
Para obtermos uma sociedade justa, devemos nos preocupar com a atuação política de seus concidadãos, e estes não podem ter uma atuação política eficaz sem um respaldo numa doutrina ética que esteja ligada com a condição de animal racional e política do homem. Evitando os extremos do excesso e do defeito e mantendo-se equânime e livre de comportamentos hediondos que não permitem um justo meio, nos aproximamos de uma medida ética satisfatória.
Aliás, toda a Ética de Aristóteles perpassa a afirmação de que devemos nos abster de determinados comportamentos hediondos (ex.: assassinato, roubo etc.), evitar os extremos em tudo o que façamos e buscarmos sempre um ponto de equilíbrio, justo meio, justa medida, proporcional às referidas partes.
Para Aristóteles e Maquiavel visam atingir um fim e para tal executam asdevidas atividades necessárias, enquanto meios que visam a um fim.
Nem todos os homens, no entanto, estão capacitados às virtudes mais altas, como a contemplação exercida pelo filósofo ou a atividade política exercida pelos cidadãos na administração da cidade. Quanto ao proceder ético, Aristóteles é específico: não basta teorizar sobre o certo ou o errado em termos éticos, torna-se fundamental uma atitude Ética condizente.
A honra: o homem honrado é o homem virtuoso, que cumpre os seus compromissos e mantém um proceder ético constante. Seria impensável falarmos de honra dissociada de virtude, pois, que honra pode haver num homem não virtuoso e que não mantém um proceder ético? 
É inadmissível, pois, dissociarmos honra de virtude e esta da Ética, bem como a Ética da Política. São como nós atados em uma mesma corda. Poucos têm sido os debates em torno de dilemas éticos em que não se discuta a aplicação do conceito de imperativo categórico. No universo da ética política e jornalística, em que por vezes se digladiam intimamente, na pessoa do político e do jornalista, valores como a verdade e o sucesso.
Não roubar pode ser tomado como um princípio racional e universal porque, ao contrário, se todos roubassem de todos, a sociedade se tornaria inviável. Dizer a verdade é um autêntico imperativo categórico kantiano, pois corresponde a um princípio passível de universalização. Se ninguém mentir, tanto melhor. Pois bem: para o jornalista ou ao político dizer a verdade é um imperativo categórico fundamental. Azar das conseqüências. 
A FELICIDADE NÃO DEVE DEPENDER DE FATORES EXTERNOS :DINHEIRO , PODER, SEXO, PARCEIROS, STATUS, E SIM DE FATORES INTERNOS(VIRTUDES).
AQUILO QUE VEM DE DENTRO PARA FORA.
AS CIENCIAS PRÁTICAS
ÉTICA E POLITICA A CIENCIA POLITICA É O MAIS ALTO DE TODOS OS BENS
 ( A SUPREMA FELICIDADE).
 A finalidade da vida política é a honra não as honrarias.
O BEM (Agathon) É O FIM (Telos) DE TODAS AS COISAS
A HONRA É ENCONTRADA PELA VIRTUDE ATRAVÉS DA VIRTUDE
VIRTUDE(Areté)
1º QUALIDADE OU VIRTUDE INTELECTUAL (Dianóia) PRUDÊNCIA (Phronesis) 
 E SABEDORIA(Sophia)
SE DESENVOLVE GRAÇAS AO ENSINO POR ISTO REQUER EXPERIENCIA E TEMPO.
2º QUALIDADE OU VIRTUDE MORAL
É A DISPOSIÇÃO DO ESPIRITO, , DA ALMA EXERCITANDO O HÁBITO (Ethos) SABENDO ESCOLHER EM TODAS AS SITUAÇÕES A JUSTA MEDIDA (Mesótes)
 PESSOAS QUE SABEM ESCOLHER ENTRE O VÍCIO DO EXCESSO E O VÍCIO DA FALTA, PESSOAS EQUILIBRADAS, DE BOM SENSO E MODERAÇÃO (Sophrosýne)
BUSCAMOS PORTANTO SERMOS VIRTUOSOS COM UMA FINALIDADE: QUE É A BUSCA PELA 
FELICIDADE(EUDAIMONIA)
O BEM SUPREMO, QUE É ABSOLUTO, DESEJADO EM SI E NÃO COM INTERESSE EM OUTRA COISA. 
sujeitas as paixões, enquanto que os homens, por mais excelentes que sejam não estão livres delas.
A Justiça em Aristóteles2
                             A justiça, para Aristóteles, é inseparável da pólis, da vida em comunidade. Se o homem é um animal político, isto significa sua necessidade natural de conviver em sociedade, de promover o bem comum e a felicidade. A pólis grega encarnada na figura do Estado é uma necessidade humana, cuidando da vida do homem como o organismo precisa cuidar de suas partes vitais. O homem que vive completamente sozinho, não é humano: ou é um animal ou é um Deus, diz Aristóteles.
                             Estas premissas fundamentam a necessidade de regulação da vida social através da lei, respeitando os critérios da justiça e da equidade. O justo em geral, para os antigos, é dar a cada um o que é seu. Como dizia o Direito Romano, os preceitos jurídicos são viver honestamente, não lesar a ninguém e dar a cada um o que lhe pertence. [1]
                             Ao estudar a questão da justiça, Aristóteles identifica vários tipos. A classificação aristotélica segue o princípio lógico de estabelecer as características ou propriedades do geral, para depois analisar os casos particulares. Há, desse modo, uma justiça geral e uma justiça particular.
                             A Justiça Geral é a observância da lei, o respeito à legislação ou às normas convencionais instituídas pela pólis. Tem como objetivo o bem comum, a felicidade individual e coletiva. A justiça geral é também chamada de justiça legal. Ressalte-se a compreensão dos gregos que consideravam o justo legal não somente sob a forma do ordenamento jurídico positivo, mas principalmente as leis não escritas, universais e não derrogáveis do Direito Natural.
                             A Justiça Particular tem por objetivo realizar a igualdade entre o sujeito que age e o sujeito que sofre a ação. Divide-se em Justiça Distributiva e Justiça Corretiva.
                             A Justiça Distributiva consiste na distribuição ou repartição de bens e honrarias segundo os méritos de cada um.
                             A Justiça Corretiva visa a correção das transações entre os indivíduos, que podem ocorrer de modo voluntário, a exemplo dos acordos e contratos, ou de modo involuntário, como nos delitos em geral. Nesta forma de justiça surge a necessidade de intervenção de uma terceira pessoa, que deve decidir sobre as relações mútuas e o eventual descumprimento de acordos ou de cláusulas contratuais. O juiz, segundo Aristóteles, passa a personificar a noção do justo. A justiça corretiva é também denominada equiparadora ou sinalagmática.   Subdivide-se em:
Justiça Comutativa, que preside os contratos em geral: compra e venda, locação, empréstimo, etc. É essencialmente preventiva, já que a justiça prévia iguala as prestações recíprocas antes mesmo de uma eventual transação. 
Justiça Reparativa, que visa reprimir a injustiça, a reparar ou indenizar o dano, estabelecendo, se for o caso, punições.

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