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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA JÚLIA ALEIXO DE BRITO A PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA JOÃO PESSOA 2016 1 JÚLIA ALEIXO DE BRITO A PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA JOÃO PESSOA 2016 Trabalho apresentado como requisito para a primeira avaliação da disciplina Teorias e Sistemas em Psicologia I, no curso de Psicologia, na Universidade Federal da Paraíba. Prof. Dr. Rodolfo Manabe 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................3 2 HISTÓRIA.................................................................................................................4 3 A PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA............................................................................5 3.1 Funcionalismo...........................................................................................6 3.2 Estruturalismo...........................................................................................6 3.3 Associacionismo.......................................................................................6 4 CONCLUSÃO...........................................................................................................7 REFERÊNCIAS...........................................................................................................7 3 1 INTRODUÇÃO A ciência é um modelo de conhecimento no qual são necessários métodos específicos aplicados para descobrirem-se os fatos, ou seja, objetos e eventos que são descritos de maneira minuciosa, em linguagem arbitrária. De acordo com a definição de Bock, Furtado e Teixeira (1999, p. 19), “esses conhecimentos devem ser obtidos de maneira programada, sistemática e controlada, para que se permita a verificação da sua validade”. Marx e Hills (1973, p. 18) argumentam que podemos usar a palavra “verdade” como sinônimo de fatos se estabelecermos que ambos são relativos, não sendo, consequentemente, absolutos. Isso quer dizer que os fatos podem se aplicar a determinadas situações ou não; e quando não, darão lugar a outros fatos. Entretanto, para assegurar que a melhor definição dos objetos estudados, existe uma série de critérios aos quais um estudo deve obedecer para que seja considerado ciência, entre eles estão: a finalidade, o objeto de estudo, a previsão e o controle, a exatidão, a terminologia, a relação entre as teorias e as aplicações. Ao mesmo tempo que a psicologia é uma das ciências mais novas da modernidade, também é uma das mais antigas, pois o interesse pelo comportamento humano e pelos processos psicológicos possui registros desde a era de Platão. O destaque no desenvolvimento do estudo desses constructos se deve mais aos métodos empregados do que aos tipos de perguntas feitas, ou seja, métodos mais técnicos e científicos, dando à psicologia um caráter próprio, distinto da Filosofia e da Fisiologia, campos das quais a psicologia “descende”. Essa emancipação da psicologia moderna foi produto do Zeitgeist do final do século XIX, que uniu as questões da filosofia, que já se preparava para uma abordagem mais palpável do estudo das questões mentais, com o método e os novos estudos da fisiologia sobre o funcionamento corporal relativo a processos mentais (SCHULTZ & SCHULTZ, 1992, p. 18). Wilhelm Wundt possui o título de fundador da psicologia como ciência por ter criado, em 1879, o primeiro laboratório da área, em Leipzig, Alemanha; além da primeira revista de psicologia dedicada principalmente a procedimentos experimentais. Daí em diante, os laboratórios e revistas se multiplicaram 4 principalmente pelos Estados Unidos, onde foi fundada a American Psychological Association (APA), primeira associação de psicólogos. Na primeira década do século XX, a psicologia ganhou a definição de “ciência do comportamento”. 2 HISTÓRIA A psicologia como área de estudo possui mais de dois mil anos, criada pelos gregos com intenção de estudar a interioridade do homem, a sua “alma” (BOCK, FURTADO & TEIXEIRA, 1999, p. 32). Inclusive, a própria etimologia da palavra psicologia significa “estudo da alma”. Para os gregos, a “alma” agregaria tudo o que hoje conhecemos como processos psicológicos e também os sentimentos, a irracionalidade, os instintos e afins. Com Sócrates, a psicologia ganha maior consistência. Seu estudo apontava principalmente para o que diferencia o homem do animal; e sua resposta foi: a razão, pois somos capazes de raciocinar sobre algo ao invés de simplesmente seguirmos nossos instintos sem antes ponderar. Hoje, podemos ver as teorias da consciência tendo como base essas teorias socráticas. Já Platão, discípulo de Sócrates, deu um passo a mais nesse processo investigando qual seria o “lugar da alma” – ou o lugar da razão – no nosso corpo. Concluiu que esse lugar seria a cabeça; e a medula, por sua vez, seria o que conectaria o corpo e a alma. Seu discípulo, Aristóteles, foi mais a fundo e postulou que a alma e o corpo não poderiam se separar, sendo contrário a Platão que além de dizer que alma e corpo não se separava, alegava a imortalidade da alma; o que Aritóteles também discordava. (BOCK, FURTADO & TEIXEIRA, 1999, p. 33). Os gregos foram os que deram a base a todo o desenrolar histórico da psicologia. Esta que foi relacionada ao conhecimento religioso na Idade Média, teve seus princípios de separação entre mente e corpo mudados de sim para não em vários momentos da linha histórica e esteve sempre na base de outras ciências mesmo quando ainda não era uma por si própria. 5 Quando o primeiro laboratório de psicofisiologia foi fundado, aplicando técnicas e metodologias ao que antes era tido como abstrato e espiritual, estudado apenas por reflexões e debates, a psicologia deu seus primeiros passos rumo à consolidação como ciência. Não houve a estabilização de imediato porque Wundt ainda reforçava a técnica da introspecção como forma de estudar alguns processos da mente. 3 A PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA A psicologia científica é reconhecida desde o último quarto do século XIX. Isso, para uma ciência, é relativamente pouco, já que as mais antigas possuem séculos de história. Dada esta ideia, o recente status de ciência para a psicologia traz consigo algumas obrigações para a produção de conhecimento científico, como: a definição de um objeto de estudo e os métodos utilizados para seu conhecimento; delimitar o campo de estudo; e formular teorias. Por isso, a psicologia enfrenta alguns problemas em sua base, como a definição do seu objeto de estudo. Enquanto alguns falam que esse seria o comportamento humano, outros argumentam que seria a consciência, outros a personalidade, enfim, ainda não se conseguiu chegar a um consenso sobre a questão; fazendo com que cada abordagem se foque naquilo que considera como objeto principal (SCHULTZ & SCHULTZ, 1992, p. 20). Bock, Furtado e Teixeira (1999, p. 22) falam sobre “ciências psicológicas” por trabalharem esse problema do objeto de estudo da psicologia como uma consequência do problema da definição de “homem” pelas ciências humanas como um todo. Para falar da variedade do “homem” assim como da variedade dos fenômenos psicológicos é preciso acompanha-los sendo não só uma Psicologia, mas várias, constantemente em desenvolvimento. Nossa matéria prima, portanto, é o homem em todas as suas expressões, as visíveis (nosso comportamento) e as invisíveis (nossos sentimentos), as singulares (porque somos oque somos) e as genéricas (porque somos todos assim) – é o homem-corpo, homem-pensamento, homem-afeto, homem-ação e tudo isso está sintetizado no termo subjetividade. (BOCK, FURTADO & TEIXEIRA, 1999, p 23). 6 Apesar de ter sido fundada na Alemanha, a psicologia moderna teve seu maior terreno de desenvolvimento e interesse por parte dos estudiosos nos Estados Unidos. Lá surgem as primeiras escolas da psicologia, que são bases para as várias teorias que existem hoje. 3.1 Funcionalismo Esta corrente se interessa, como seu nome sugere, pela função da mente e como ela funciona; e para isso, os funcionalistas consideravam a mente como um “conglomerado de funções ou processos que levam a consequências práticas no mundo real” (SCHULTZ & SCHULTZ, 1992, p. 123). Ou seja, é uma abordagem que visa à aplicação das descobertas científicas ao invés de tê-la puramente em teoria. Foi fundada por William James e foi a primeira escola totalmente americana. Além disso, é, até hoje, a abordagem de base da psicologia estadunidense. 3.2 Estruturalismo Esta escola foca no mesmo fenômeno que o funcionalismo: a consciência, porém procura a compreensão das suas características estruturais. Fundada por Edward Titchener, esse que rompeu com Wundt, modificando o método da introspecção para adequá-lo a sua abordagem. Titchener acreditava que a função da psicologia era investigar e conhecer os processos mentais em suas partes separadas, determinando sua estrutura (SCHULTZ & SCHULTZ, 1992, p. 103). 3.3 Associacionismo Mais um princípio do que uma escola, o associacionismo foca um único processo mental consciente: a aprendizagem. Tendo como principal representante Edward Lee Thorndike, que formulou a Lei do Efeito, também contou com a grande participação de Ivan Pavlov com seus experimentos sobre reflexo condicionado (BOCK, FURTADO & TEIXEIRA, 1999, p. 42). Ambos mantinham o princípio da aprendizagem por associação de ideias, trazendo novas perspectivas ao desenvolvimento do estudo psicológico. 7 4 CONCLUSÃO A psicologia sempre esteve presente nos interesses humanos de conhecimento. Mesmo antes de ser fundada propriamente como uma ciência, com todos os critérios obedecidos, movimentava discussões e estudos sobre a mente, o comportamento, o consciente e o inconsciente humano. Suas abordagens se desenvolvem até hoje e continuarão a se desenvolver. Não existe um só jeito de fazer psicologia. Há o comportamentalismo, o cognitivismo, o gestaltismo, a logoterapia, o humanismo, enfim; um grande número de psicologias que de uma forma ou de outra colaboram para o desenvolvimento umas das outras e do ser humano, como é o esperado. REFERÊNCIAS BOCK, Ana; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria. Psicologias: Uma introdução ao estudo da psicologia. 13° ed. São Paulo: Saraiva, 1999. MARX, Melvin; HILLIX, William. Sistemas e Teorias em Psicologia. 3° ed. São Paulo: Cultrix, 1973. SCHULTZ, Duane; SCHULTZ, Sydney. História da Psicologia Moderna. 5° ed. São Paulo: Cultrix, 1992.
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