Buscar

Introdução à Sociologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

"
I ciente dos heróis envolvidos, como pensavam os historiadores românticos.Hegel entendia a história como um processo coeso que envolvia diversas
instâncias da sociedade - da religião à economia - e cuja dinâmica se
dava por oposições entre forças antagôn icas - tese e antítese. Desse emba-
te emergia a síntese que fechava o processo "dialético" de conceber a histó-
ria. Marx utilizou esse método de explicação histórica para o qual os agen-
tes sociais, apesar de conscientes, não são os únicos responsáveis pela dinâ-
mica dos acontecimentos - as forças em oposição atuam sobre o devir.
Georg W. Hegel
(1770-1831 )
Filósofo alemão nascido em Stuttgart, estudou teologia e filosofia,
tornando-se professor de diversas universidades. Desenvolveu um mo-o
dela teórico historicista pelo qual cada momento histórico define-se
pela oposição dialética entre tendências opostas. Entre seus princfpios
está também a identidade entre razão e realidade.
11I
Nos primeiros meses de 1842, Karl Marx escreveu um
artigo a respeito da nova censura prussiana, no qual o /.'ç(;>
vemos pela primeira vez exibir suas melhores qualidades; -. ))rJ cc>
nele a lógica implacável e a ironia esmagadora de Marx !-Y \.-...F'
são dirigidas aos eternos inimigos do autor: aqueles que \)}~O O
__n':.gam a seres humanos os direitos humanos. . ,) ~. r(
EDMOND, Wilson. Rumo à Estação Finlândia. ~
São Paulo: Companhia das Letras, 1987. p. 121. P
Também significativo foi o contato de Marx com o pensamento socia-
lista francês e inglês do século XIX, de Claude Henri de Rouvroy, ou conde
de Saint-Simon (1760-1825), François-Charles Fourier (1772-1837) e Robert
Owen (1771-1858). Marx admirava o piQQeidsmo desses críticos da soci-
edade burguesa e suas propostas de transformação social, apesar de julgá-
ãS''UfõpiCãs''7õU-S$~ idealistas e irreais. Esses autoreS; infíuênciããospor'
RõüSSeau :':qü~'ãtrffiuírãã Origem âãsâesigualaaaéS sociais ao advento
da propriedade privada -, propunham transformar radicalmente a socie-
dade, implantando urna-ordem social justa e igualitária, da qual seriam
eliminados o individualismo, a competição e a propriedade privada. Os
métodos para isso variavam do uso massivo da propaganda até a realiza-
ção de experiências-modelo, que deveriam servir de guia para o restante
da sociedade. Entretanto, nenhum deles havia considerado seriamente a
necessidade de luta política entre as classes sociais e o papel revolucioná- .
rio do proletariado na implantação de uma nova ordem social. Era por
esse aspecto que Marx os denominava de utópicos, em contrapartida o
socialismo defendido por ele era denominado de científico.
Há ainda na obra de Marx toda a leitura crítica do pensamento clássi-
co dos economistas ingleses, em particular Adam Smith e David Ricardo,
. trabalho que tomou a atenção de Marx até o final da vida e resultou na
',.._--------------------------------------------------
112 A 5OClO!0GlA clÁS5IO\
maior parte de seu esforço teórico. Essa trajetória é marcada pelo desen-
volvilllento de conceitos importantes como alienação, classes sociais,
valor,"mercadoria, trabalho, mais-valia, modo de produção.
Finálmente, impossível não fazer referência ao seu grande interlocutor
_ Friedrich Engels - economista político e revolucionário alemão que
trabalhou com Marx de 1844 até sua morte, sendo co-fundador do socia-
lismo científico, também conhecido por "comunismo", doutrina que de-
monstrava pela análise científiça e dialética da realidade .social que as
contradições históricas do capitalismo levariam, necessariamente, à sua
superação por u~ ~:gi~gualitário e demo~r:ltíle.s.ê.:
- - Vamos agora trabalhar com os principais conceitos do socialismo ci-
entffico, atualmente conhecido por marxismo, uma teoria social com-
plexa que se destinava a analisar o capitalismo e a entender as forças que
o constituíam e aquelas que levariam à sua superação.
Friedrich Engels
(1820-1895)
Nasceu tem Barmen, na Alemanha, e mor- cional de Trabalhadores, foi co-autor do Ma-
reu em Londres, na Inglaterra. Filho de uma nifesto do Partido Comunista e organizador
família burguesa, dedicada à indústria, foi de O capital. Escreveu trabalhos próprios
"'um revolucionário, grande observador da re- como A situação da c/asse trabalhadora na
alidade do seu tempo. Participou ativamen- Inglaterra e A origem da família, da proptie-
te da formação de uma Associação Interna- dade e do Estado.
11
:::'.;
A idéia de olienocõo -':> \IVV\.U~~ ~t,OI,. ~~l./\/'vOJ\ (Q):)á:5Lc>.~aJa:
A palavra "alienação" tem um conteúdo jurídico que designa a transfe-
rência ou venda de um bem ou direito. Mas, desde a publicação da obra de
Rousseau (1712-1778), passa a predominar para o termo a idéia de [:1riva-
ção, falta ou ,exclusão. FilÓsÕfosalemães, como Hegel e Feuerbach,tam~
--fãí:em uso da palavra,'emprestando-Ihe um sentido de desumanização e
injustiça que será absorvido por Marx. Este faz do conceito uma peça-chave
de sua teoria para a compreensão da exploração econômica exercida sobre
o trabalhador no capital isrno.: A, indústria, a propriedade privada e o
assalariamento alienavam ou separavam o operário dos "meios de produ-
ção" - ferramentas, matéria-prima, terra e máquina - e do fruto de seu
trabalho, que se tornaram propriedade privada do empresário capitalista.
Politicamente, também o homem se tornou alienado, pois o princípio
da representatividade, base do liberalismo, criou a idéia de Estado como
um órgão polftico imparcial, capaz de representar toda a sociedade e
dirigi-Ia pelo poder delegado pelos indivíduos. Marx mostrou, entretan-
to, que na sociedade de classes esse Estado representa apenas a classe
do~inante e age conforme o interesse desta.
KARt MARX E A HlSTéxM DA EXPtORACÃO DO HOWM 113

Outros materiais