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Transições de Fase Disciplina COEQ0062 – Química de Polímeros Prof. Dr. Paulo Henrique S. L. Coelho Engenharia Química Centro de Ciências Exatas e Tecnologia Universidade Federal do Maranhão 2 Transições de fase Comportamento térmico A mobilidade das cadeias poliméricas em polímero determina suas características físicas, seja este um plástico duro e frágil, borrachoso e tenaz, ou um fluido viscoso. A mobilidade das moléculas é diretamente proporcional a temperatura. A temperaturas suficientemente baixas todos os polímeros são sólidos duros e rígidos. 3 Transições de fase Comportamento térmico À medida que a temperatura aumenta, cada tipo de polímero obtém suficiente energia térmica, permitindo às suas cadeias moverem-se livremente e comportando-se como um líquido viscoso. 4 Transições de fase Temperaturas de transição características em polímeros Temperatura de transição vítrea – Tg. Temperatura de fusão cristalina – Tm. Temperatura de cristalização – Tc. Estas temperaturas determinam características estruturais dos polímeros e delimitam seu comportamento mecânico. 5 Transições de fase Temperatura de transição vítrea - Tg Temperatura em que o polímero passa do estado “borrachoso” ou “maleável” para o estado vítreo. A transição vítrea ocorre com polímeros amorfos ou não cristalizáveis que, quando resfriados a partir de um líquido fundido, tornam-se sólidos rígidos e ainda mantém a estrutura desordenada característica do estado líquido. 6 Transições de fase Temperatura de transição vítrea - Tg Abaixo da Tg, o material não tem energia interna suficiente para permitir deslocamento de uma cadeia com relação a outra por mudanças conformacionais. Portanto, quanto mais cristalino for o material, menor será a representatividade da Tg. 7 Transições de fase Temperatura de transição vítrea - Tg A Tg de um polímero é importante porque determina o ponto em que muitas propriedades são alteradas, o material pode ser facilmente deformado ou ficar dúctil acima da Tg. A Tg é uma transição de segunda ordem, ou seja, as mudanças que ocorrem são muito suaves, por exemplo, variações do coeficiente de expansão térmica. 8 A transição vítrea, em um processo de resfriamento, um material passa de um líquido, ou um estado “borrachoso”, para um estado sólido. A Tg também ocorre no sentido inverso, no aquecimento Transições de fase Temperatura de transição vítrea - Tg 9 Transições de fase Temperatura de fusão cristalina - Tm Temperatura acima da qual um polímero cristalino, passa do estado sólido ou para o estado líquido viscoso (após ser submetido a aquecimento). A mudança do estado sólido para líquido viscoso ocorre porque a energia do sistema é suficiente para vencer as forças intermoleculares secundárias entre as cadeias da fase cristalina. 10 A Tm é uma transição de primeira ordem, ou seja, há mudança abrupta da energia interna e do volume específico, envolve absorção ou regeneração de calor (Entalpia) e temperatura de fusão. Transições de fase Temperatura de fusão cristalina - Tm 11 Transições de fase Tg e Tm As temperaturas de transição vítrea e fusão cristalina, Tg e Tm, são importantes parâmetros relativos à aplicações dos polímeros. Definem os limites de temperatura, máximo e mínimo, para inúmeras aplicações, especialmente para polímeros semi-cristalinos. 12 Transições de fase Tg e Tm Tg e Tm influenciam os procedimentos de fabricação e processamento de polímeros. Como materiais poliméricos podem conter várias proporções de regiões ordenadas (cristalinas) e desordenadas (amorfas), os polímeros semicristalinos usualmente apresentam Tg e Tm . 13 Transições de fase Tg e Tm Um polímero semicristalino no seu estado líquido viscoso está completamente amorfo. Ao reduzir a temperatura seu volume diminui gradativamente até passar pela temperatura de fusão dos cristais (Tm). Neste ponto inicia a cristalização e ocorre uma redução abrupta e descontinua do seu volume. 14 Transições de fase Tg e Tm Volume específico versus temperatura, após resfriamento e um líquido fundido, para polímero totalmente amorfo (curva A), semicristalino (curva B) e cristalino (curva C). Abaixo da Tm o volume específico diminui gradualmente, surgir uma pequena alteração na inclinação da curva V x T verifica-se a temperatura de transição vítrea Tg A Tg pode ser entendida pelo conceito do volume livre (espaço não ocupado pelas moléculas do polímero). 15 Transições de fase Tg e Tm para alguns polímeros Polímero Tg [ºC (ºF)] Tm [ºC (ºF)] Polietileno baixa densidade -110 (-165) 115 (240) Polietileno alta densidade -90 (-130) 137 (279) Poli(tetrafluor-etileno) -97 (-140) 327 (620) Polipropileno -18 (0) 175 (347) Nylon 6,6 57 (135) 265 (510) Poliéster (PET) 69 (155) 265 (510) Poli(cloreto de vinila) 87 (190) 212 (415) Poliestireno 100 (212) 240 (465) Policarbonato 150 (300) 265 (510) 16 Transições de fase Tg dos polietilenos Importante: A Tg dos polietilenos (ex: PEBD e PEAD) é tema de muitas discussões porque as amostras são, em geral, altamente cristalinas o que torna difícil a medida da Tg, valores têm sido apresentados entre 140 K (–133°C) e 270 K (–3°C). 17 Transições de fase Fatores que influenciam na Tg e Tm dos polímeros Estrutura química (unidade repetitiva): Influenciam na capacidade das cadeias sofrerem rearranjos durante a fusão ou resfriamento, e consequentemente afetam a Tg e a Tm. Ligações químicas, tenacidade das cadeias é controlada pela rotação em torno das ligações: duplas ligações reduzem flexibilidade das cadeias e causa aumento da Tg e da Tm. 18 Transições de fase Fatores que influenciam na Tg e Tm dos polímeros Tamanho e tipo do grupo lateral: grupos aromáticos também reduzem a flexibilidade das cadeias e aumentam Tg e Tm. A presença de um grupo lateral volumoso tende a ancorar a cadeia polimérica, exigindo maiores níveis de energia para que a cadeia adquira mobilidade, aumentando Tg e Tm, por outro lado dificulta a cristalização (reduzindo os valores de fração cristalina). 19 Transições de fase Fatores que influenciam na Tg e Tm dos polímeros Valores aproximados de Tg em função da unidade repetitiva de vários polímeros Unidade repetitiva Tg/K 140-270 206 357 353 CH2 CH2 CH2 CH2 O CH2 CH2 O 20 Transições de fase Fatores que influenciam na Tg e Tm dos polímeros Valores aproximados de Tg em função do grupo lateral de vários polímeros Unidade repetitiva Grupo lateral Tg/K 250 249 233 323 373 354 358 370 CH2 CHX CH3 CH2 CH3 CH2 CH2 CH3 Cl CH2 CH(CH3)2 OH CN 21 Transições de fase Fatores que influenciam na Tg e Tm dos polímeros Valores aproximados de Tm em função da unidade repetitiva de vários polímeros Unidade repetitiva Tm/K 410-419 340 395 670 603 533 531 CH2 CH2 CH2 CH2 O CH2 CH2 CH2 CH2 CO O CH2 CH2 CO NH CH2 CH2 CH2 CO NH CH2 CH2 CH2 CH2 CO NH 22 Transições de fase Fatores que influenciam na Tg e Tm dos polímeros Valores aproximados de Tm em função do grupo lateral de vários polímeros Unidade repetitiva Grupo lateral Tm/K 460 398 351 508 450 CH2 CHX CH3 CH2 CH3CH2 CH2 CH3 CH2 CH(CH3)2 23 Transições de fase Fatores que influenciam na Tg e Tm dos polímeros Polaridade A existência de grupos polares (Cl, OH e CN) nas macromoléculas poliméricas tende a aproximar mais fortemente as cadeias entre si, aumentando Tg e Tm. Isto pode ser confirmado comparando-se valores de Tg e Tm para PVC e PP. Polímero Tg (ºC) Tm (ºC) PVC 87 212 PP -18 175 24 Transições de fase Fatores que influenciam na Tg e Tm dos polímeros Grupos polares comuns envolvem a carbonila, o valor da sua polaridade será maior ou menor em função do tipo do átomo ligado lateralmente ter a tendência de doar (N) ou retirar (O) elétrons respectivamente. Quanto maior o numero de CH2, menor a concentração de grupos funcionais por comprimento unitário de molécula, portanto é menor seu efeito de atração. 25 Transições de fase Fatores que influenciam na Tg e Tm dos polímeros Peso molecular Aumentando peso molecular aumenta Tg e Tm. Dependência das propriedades dos polímeros com Tg e Tm sobre o peso molecular. 26 Transições de fase Fatores que influenciam na Tg e Tm dos polímeros Grau de ramificações Ramificações causam defeitos na estrutura cristalina e abaixam a Tm. Ex. PEAD sendo linear tem Tm 137ºC que é maior que do Tm do PEBD 115ºC, que contém ramificações. Pequena quantidade de ramificações tendem a abaixar Tg, porém uma alta densidade de ramificações reduz mobilidade das cadeias e eleva Tg. 27 Transições de fase Fatores que influenciam na Tg e Tm dos polímeros Reticulações Alguns polímeros amorfos são reticulados, os quais tem sido observado elevação na Tg. Reticulações restringem movimentos moleculares.
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