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DIREITO CIVIL – Professor: Mario Godoy Tema: Responsabilidade civil (2ª parte) 3. Excludentes da ilicitude. Nos termos do art. 188 do CC, três são as excludentes que eliminam o caráter ilícito do ato: a) Legítima defesa. Ocorre quando a vítima faz uso da força a fim de reagir contra uma ameaça ou agressão injusta, que seja também atual ou iminente; b) Exercício regular de direito. Tem lugar quando o agente norteia seu comportamento dentro de um padrão legalmente acatado; c) Estado de necessidade. Revela-se quando o sujeito provoca deterioração ou destruição de coisa alheia, ou lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. É preciso destacar que se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, não forem culpados do perigo, poderão pleitear, do agente que atuou em estado de necessidade, a indenização do prejuízo que sofreram (CC, art. 929). De se concluir, portanto, que o estado de necessidade, embora funcione como uma causa excludente da ilicitude, não afasta o dever de indenizar. 4. Abuso de direito. Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa- fé ou pelos bons costumes. Observe-se que, para todos os fins, o abuso de direito se encontra equiparado ao ato ilícito. 5. Responsabilidade do incapaz. Via de regra, compete aos pais, tutores e curadores indenizar os prejuízos causados pela pessoa incapaz (CC, art. 932, incs. I e II). Em duas situações, porém, a lei contempla a possibilidade de se responsabilizar subsidiariamente o próprio incapaz (CC, art. 928): a) Se as pessoas por ele responsáveis não tiverem a obrigação de indenizar. É o que sucede, por exemplo, com o dano cometido pelo aluno dentro do estabelecimento escolar, hipótese em que o educandário, ao assumir responsabilidade pelo prejuízo (CC, art. 932, inc. IV), poderá propor ação regressiva contra o educando, ainda que este seja menor de idade; b) Se as pessoas por ele responsáveis não dispuserem de meios suficientes. Assim, se o autor do dano for um menor abastado, que atua, por exemplo, em programas televisivos, porém cuja família vive em situação de pobreza, também aqui será possível que a ação seja proposta pessoalmente contra o incapaz. Não se perca de vista, afinal, que de conformidade com o parágrafo único do art. 928, a indenização prevista no dispositivo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. 6. Desproporção entre a gravidade da culpa e o dano. Art. 944, parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização. O enunciado abre importante exceção ao princípio da máxima reparação do dano, ao permitir que o magistrado reduza a verba indenizatória quando configurada excessiva desproporcionalidade entre o grau de culpa do autor e o prejuízo que a vítima veio a sofrer. 7. Culpa concorrente. Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. Logo, uma vez apurada a culpa concorrente, o juiz deverá calcular o montante indenizatório com base na gradação da culpa de cada um dos envolvidos.
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