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Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com Princípios Ambientais Veremos a seguir os princípios que norteiam o direito ambiental: a) Princípio do Desenvolvimento Sustentável: De acordo com este princípio, a geração presente deve buscar atender suas necessidades sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades. b) Princípio do Meio Ambiente Ecologicamente Equilibrado como Direito Fundamental: Este princípio preceitua que o meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito fundamental, estando atrelado ao princípio da dignidade da pessoa humana. c) Princípio da Função Socioambiental da Propriedade: Tal princípio implica reconhecer a proibição do uso abusivo da propriedade, bem como a possibilidade de exigir que o proprietário adote condutas concretas para que a propriedade efetivamente se adeque à preservação do meio ambiente. d) Princípio da Prevenção: Já este princípio, determina a atuação preventiva, de modo a se evitar o risco de uma atividade humana que se sabe ser danosa ao meio ambiente. e) Princípio da Precaução: O referido princípio pressupõe a ausência de informações ou a existência de incertezas científicas sobre a potencialidade de danos sérios e irreversíveis de uma intervenção no meio ambiente. Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com d) Princípio do Poluidor-Pagador: De acordo com este princípio, aquela pessoa (física ou jurídica) que causa direta ou indiretamente degradação ao meio ambiente deve arcar com as despesas de prevenção, reparação e repressão dos prejuízos causados. e) Princípio Usuário-Pagador: Decorre do princípio anterior, de modo que, em sendo os recursos naturais escassos e passiveis de valoração econômica, será admitida a cobrança por sua utilização. f) Princípio do Limite: Este princípio é voltado essencialmente para a Administração pública, que no exercício do poder de polícia, tem o dever de fixar parâmetros ou limites para o exercício de determinadas atividades potencialmente nocivas ao meio ambiente, levando em conta a proteção da vida e a manutenção, preservação e restauração dos recursos ambientais. g) Princípio da Informação Ambiental: As informações sobre os procedimentos, públicos ou privados, que intervenham no meio ambiente em regra devem ser tornadas públicas, democratizando-se as discussões sobre o tema e permitindo a participação popular na tomada de decisões sobre o meio ambiente. h) Princípio da Educação Ambiental: Tal princípio possui basicamente dois aspectos: a) a educação ambiental deve existir em todos os níveis de ensino; b) além disso, o poder público deverá promover políticas de conscientização da população sobre questões ambientais. i) Princípio da Cooperação: A todos é dado o dever de preservar o meio ambiente, e isso deve ocorrer por meio de cooperação no âmbito internacional e nacional para atingir este objetivo. Não confundir os princípios da prevenção e da precaução: - Prevenção: o dano é certo e de consequências conhecidas; - Precaução: o dano é incerto e de consequências desconhecidas. ATENÇÃO Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com Conceito e Classificação de Meio Ambiente De acordo com o art. 3°, inciso I da Lei 6.938/ 81, meio ambiente é “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. Classificação de Meio Ambiente a) Meio ambiente natural: engloba os elementos bióticos e abióticos; b) Meio ambiente cultural: compreende os bens de natureza material e imaterial; c) Meio ambiente artificial: compreende o espaço urbano construído; d) Meio ambiente laboral: está relacionado diretamente às condições de saúde e segurança do local em que o trabalhador exerce 1ª Conferência sobre meio ambiente humano (Estocolmo/72) – pela primeira vez o mundo se reúne para discutir as questões ambientais. Desta conferência resultou a Declaração de Estocolmo, nela temos que o meio ambiente é um direito humano. O que é confirmado na nossa Constituição Federal em seu art. 225. Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações . Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com Relatório "nosso futuro comum" relatório Brundtland – escrito por Gro Brundtlad que teve papel fundamental na sua elaboração – traz o conceito clássico de desenvolvimento sustentável: "é aquele que atende às necessidades da presente geração, sem comprometer as necessidades das gerações futuras". Princípio da solidariedade intergeracional. Para a FGV O desenvolvimento sustentável pode ser também chamado de princípio da solidariedade intergeracional. 2ª Conferência mundial sobre meio ambiente e desenvolvimento (ECO/Rio/92) – Declaração do Rio trouxe os princípios ambientais, momento máximo da proteção ambiental. 3ª Conferência sobre o meio ambiente – Cúpula mundial sobre desenvolvimento sustentável (Rio+10/ Johanesburgo/2002) – discutiu o resultado das conferencias anteriores. Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com Competência em Matéria Ambiental • Administrativa (art. 23), competência material, comum da União, dos Estados e dos Municípios. Poder de Polícia, fiscalização. • Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:[...] • VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; [...] • Legislativa (art. 24 da CF) – pela literalidade do dispositivo legal, não cabe ao município legislar sobre meio ambiente. • Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I- direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; II- orçamento; II- juntas comerciais; IV- custas dos serviços forenses; SISNAMA – Sistema nacional do Meio Ambiente: são os entes e órgãos responsáveis pela proteção ambiental no Brasil. Órgão superior: Conselho de Governo – tem função de assessorar o Presidente da República na política governamental para o Meio Ambiente, formado pelos Ministros de Estado e os Secretários Especiais; Órgão consultivo e deliberativo: CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) – auxilia o Conselho de Governo (aspecto consultivo), mas sua principal função se relaciona com seu aspecto deliberativo: "estabelece, no seu âmbito de competência, normas e padrões compatíveis para o Meio Ambiente ecologicamente equilibrado – o CONAMA edita resoluções (ato administrativo típico deste órgão) com estas normas". Os conselheiros do CONAMA não são remunerados. Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com Estrutura a) Plenário – órgão deliberativo, onde há as discussões; b) Comitê de integração de políticas ambientais (CIPAM) – secretaria executiva; c) Câmaras técnicas – câmaras temáticas, iniciam as discussões sobre uma resolução, antes do plenário; d) Grupos de trabalho – responsável por iniciar discussões de novos temas; e) Grupos assessores; f) Câmara especial recursal (criada em novembro de 2008) – última instância em grau administrativo para julgar as multas e penalidades aplicadas pelos fiscais do IBAMA. Multa aplicada por fiscal do IBAMA só chega ao CONAMA se amulta for aplicada por fiscal Federal. → Órgão central: Ministério do Meio Ambiente – tem por finalidade planejar, coordenar, supervisionar e controlar a política nacional para o meio ambiente; → Órgão executor: IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) – autarquia federal – exerce o poder de polícia, executa a Política Nacional de Meio Ambiente. Apesar de na lei apenas aparecer o IBAMA como órgão executor (na Lei da Política Nacional do Meio Ambiente) há um decreto que determina que O ICMBIO (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) é outro órgão executor, também é autarquia federal, responsável palas Unidades de Conservação (Lei 9985/00) no âmbito federal; →Órgãos seccionais: Órgãos Ambientais Estaduais; →Órgãos locais: Órgãos Ambientais Municipais; Instrumentos da Política Nacional do Meio ambiente - Licenciamento ambiental e o EPIA/RIMA Atividade ou obra: Significativa degradação: EPIA/RIMA art. 225, § 1°, IV, CF. Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com O EIA/RIMA é feito pelo empreendedor (sob sua responsabilidade técnica e pago por ele) que envia para o órgão ambiental (é possível também pedir audiência pública), que se a provado confere a licença previa ao empreendedor. Legitimados para pedir audiência pública: órgão ambiental; MP; Entidade da sociedade civil; 50 cidadãos ou mais. Pode haver mais de uma audiência pública, caso o impacto se dê em mais de um Estado. A audiência pública é requisito formal essencial, uma vez solicitada, deve ser realizada. Sob pena de macular a licença concedida. Poluição/degradação não significativa: Licenciamento Ambiental Resolução 237/97 do CONAMA: 1° Licença Prévia 2° Licença de Instalação 3° Licença de Operação Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com Licenciamento Ambiental Ordinário 1. Licença Prévia – aprova a localização da obra ou atividade e atesta a viabilidade ambiental do projeto, prazo máximo de 5 anos, passado este prazo sem passar para a fase seguinte, inicia-se o procedimento novamente; 1. Licença de Instalação – depois de aprovada a obra só pode construir depois dessa licença,licença de edificação, prazo máximo de 6 anos; 3. Licença de Operação – depois de construída a obra, é necessária a licença de operação para iniciar o funcionamento, prazo mínimo de 4 anos e máximo de 10 anos, que deverá ser renovada. Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com Órgão ambiental responsável pelo licenciamento: Órgão federal (IBAMA): Para impacto nacional (Brasil e outros países) e regional (que abrange mais de um Estado da Federação). Atividades nucleares, empreendimento militar e matéria indígena são licenciadas pelo IBAMA. Pré-sal, tudo que se refere à Plataforma Continental também é de competência do IBAMA. Órgão estadual: quando o impacto atingir mais de um município dentro de um mesmo estado. Órgão municipal: quando os impactos de restringirem ao município. Responsabilidade Civil A responsabilidade civil por dano ambiental é sempre objetiva. Art. 225, § 3°, CF e art. 14, §1° da Lei 6938/82. Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. Art. 14. O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de análise diferenciados para cada modalidade de licença (LP, LI e LO), em função das peculiaridades da atividade ou empreendimento, bem como para a formulação de exigências complementares, desde que observado o prazo máximo de 6 (seis) meses a contar do ato de protocolar o requerimento até seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA e/ou audiência pública, quando o prazo será de até 12 (doze) meses. § 1º - A contagem do prazo previsto no caput deste artigo será suspensa durante a elaboração dos estudos ambientais complementares ou preparação de esclarecimentos pelo empreendedor. Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com Classificação 1. Dano ambiental (lato sensu) – ao meio ambiente em sentido amplo; 2. Dano Individual ou ambiental reflexo – o dano reflete-se no âmbito do indivíduo (saúde, subsistência, patrimônio individual) e na natureza (petróleo x fauna e flora marinha); 3. Dano Patrimonial – deterioração dos bens materiais da vítima, dano físico; 4. Dano moral ambiental, dano extrapatrimonial – afeta a qualidade de vida, o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. A reparação do dano ambiental se dará em espécie ou in natura – (preferencial) deve ser feito no local onde ocorreu o dano e integral; caso não seja possível, poderá ser por indenização pecuniária. A ação de reparação de danos ambientais é imprescritível. O crime ambiental e a infração administrativa têm prescrição. A responsabilidade administrativa (art. 70 a 76 da Lei 9605/98). Todos os órgãos e entes do SISNAMA e a Capitania dos Portos, podem lavrar o auto de infração e exercer a competência legislativa. Prazos: - 20 dias – defesa/impugnação - 30 dias – para a autoridade julgar - 20 dias para recorrer - 05 dias para pagar. Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica Requisitos: 1° - uma decisão tomada pelo representante legal, contratual ou pelo colegiado da empresa; 2° que a empresa seja beneficiada por esta decisão. Para a responsabilização deve preencher todos os requisitos. A ação não será intentada apenas contra o ente moral, mas também contra os autores, coautores e partícipes. Base legal art. 3° 9605/98. V - produção e consumo; VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; IX - educação, cultura, ensino e desporto; X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; XI - procedimentos em matéria processual; XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência; XV - proteção à infância e à juventude; XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis. § 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com § 2ºy - A competência daUnião para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. § 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. § 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário Cabe à União editar normas gerais, os Estados e DF editam normas suplementares. Caso a União não edite a norma geral, os Estado poderão ter competência legislativa plena §2°. Em senti amplo o município tem competência para legislar sobre meio ambiente, conforme art. 30 da CF: Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local; II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com Mudanças no Novo Código Florestal → O Código Florestal de 1965 estipulava a proporção de preservação da vegetação nativa em 80% na Amazônia Legal, 35% no Cerrado e 20% em todas as outras regiões e, quanto isso não houve qualquer alteração. A mudança ocorreu na dispensa da área de reserva legal onde não estão sujeitos à constituição da reserva legal, nas atividades elencadas como os empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de esgoto, às áreas adquiridas ou desapropriadas por detentor de concessão, permissão ou autorização para exploração de energia hidráulica e nas áreas adquiridas ou desapropriadas com o objetivo de implantar ou ampliar rodovias e ferrovias. → Redução da perda das áreas agricultáveis, uma vez que, impera agora a autorização ao proprietário rural em compensar as Áreas de Preservação Permanente para calcular a sua Área de Reserva Legal, o que, pelos ambientalistas, é dito como severo dano ao meio ambiente. → Não há mais a obrigatoriedade de averbação da Reserva Legal no Cartório de Registro de Imóveis, bastando a sua inscrição no Cadastro Ambiental Rural. → Imposta a obrigação do proprietário em fazer a manutenção da Reserva Legal mesmo quando esta encontra-se em perímetro urbano. → Introdução da questão da regularização ambiental que, pune o desmatamento em áreas de preservação permanente, assim como a falta de registro da reserva legal, com multas pecuniárias e até mesmo com a paralisação das atividades do produtor na área irregular. Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com → Anistia conferida a todos aqueles que infringiram dano ambiental até julho de 2008, uma vez que, estes estão desobrigados à recomposição do estrago feito. Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com Questões Comentadas dos Últimos Exames XV Exame da Ordem QUESTÃO 1 No curso de obra pública, a Administração Pública causa dano em local compreendido por área de preservação permanente. Sobre o caso apresentado, assinale a opção que indica de quem é a responsabilidade ambiental. A) Em se tratando de área de preservação permanente, que legalmente é de domínio público, o ente só responde pelos danos ambientais nos casos de atuação com dolo ou culpa grave. B) Em se tratando de área de preservação permanente, a Administração Pública responderá de forma objetiva pelos danos causados ao meio ambiente, independentemente das responsabilidades administrativa e penal. C) Em se tratando de dano ambiental cometido dentro de área de preservação permanente, a Administração Pública não tem responsabilidade, sob pena de confusão, recaindo sobre o agente público causador do dano, independentemente das responsabilidades administrativa e penal. D) Trata-se de caso de responsabilidade subjetiva solidária de todos aqueles que contribuíram para a prática do dano, inclusive do agente público que determinou a prática do ato. Comentário: As condutas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados (art. 225, §3º, da CF/88). Alternativa correta: B Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com QUESTÃO 2 Antes de dar início à instalação de unidade industrial de produção de roupas no Município X, Julio Cesar consulta seu advogado acerca dos procedimentos prévios ao começo da construção e produção. Considerando a hipótese, assinale a afirmativa correta. A) Caso a unidade industrial esteja localizada em terras indígenas, ela não poderá ser instalada. B) Caso a unidade industrial esteja localizada e desenvolvida em dois estados da federação, ambos terão competência para o licenciamento ambiental. C) Caso inserida em qualquer Unidade de Conservação, a competência para o licenciamento será do IBAMA. D) Caso o impacto seja de âmbito local, a competência para o licenciamento ambiental será do Município. Comentário: Art. 9o São ações administrativas dos Municípios XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos: a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade. Alternativa correta: D XVI Exame da Ordem QUESTÃO 3 Miguel, empreendedor particular, tem interesse em dar início à construção de edifício comercial em área urbana de uma grande metrópole. Nesse sentido, consulta seu advogado e indaga sobre quais são as exigências legais para o empreendimento. Sobre a situação apresentada, assinale a afirmativa correta. A) Não é necessária a realização de estudo de impacto ambiental, por ser área urbana, ou estudo de impacto de vizinhança, uma vez que não foi editada até hoje lei complementar exigida pela Constituição para disciplinar a matéria. Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com B) É necessário o estudo prévio de impacto ambiental, anterior ao licenciamento ambiental, a ser efetivado pelo município, em razão de o potencial impacto ser de âmbito local. C) É necessária a realização de estudo de impacto de vizinhança, desde que o empreendimento esteja compreendido no rol de atividades estabelecidas em lei municipal. D) É necessária a realização de estudo de impacto ambiental, o qual não será precedido necessariamente por licenciamento ambiental, uma vez que a atividade não é potencialmente causadora de impacto ambiental. Comentário: É um relatório técnico onde se avaliam as conseqüências para o ambiente decorrentes de um determinado projeto. Nele encontram-se identificados e avaliados de forma imparcial e meramente técnica os impactos que um determinado projeto poderá causar no ambiente, assim como apresentar medidas mitigadoras. Alternativa correta: C QUESTÃO 4 Hugo, proprietário de imóvel rural, tem instituída Reserva Legal em parte de seu imóvel. Sobre a hipótese, considerando o instituto da Reserva Legal, de acordo com a disciplina do Novo Código Florestal (Lei nº 12.651/2012), assinale a afirmativa correta. A) As áreas de Reserva Legal são excluídas da base tributável do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), compreendendo esta uma função extrafiscal do tributo. B) Caso Hugo transmita onerosamente a propriedade, o adquirente não tem o dever de recompor a área de Reserva Legal, mesmo que averbada, tendo em vista o caráter personalíssimo da obrigação. C) Hugo não pode explorar economicamente a área de Reserva Legal, conduta tipificada como crime pelo Novo Código Florestal (Lei nº 12.651 /2012). D) A área compreendidapela Reserva Legal é considerada Unidade de Conservação de Uso Sustentável, admitindo exploração somente se inserida no plano de manejo instituído pelo Poder Público. Comentário: A reserva legal é a área do imóvel rural que, coberta por vegetação natural, pode ser explorada com o manejo florestal sustentável, nos limites estabelecidos em lei para o bioma em que está a propriedade. Alternativa correta: A Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com XVII Exame da Ordem QUESTÃO 5 O Município Z deseja implementar política pública ambiental, no sentido de combater a poluição das vias públicas. Sobre as competências ambientais distribuídas pela Constituição, assinale a afirmativa correta. A) União, Estados, Distrito Federal e Municípios têm competência material ambiental comum, devendo leis complementares fixar normas de cooperação entre os entes. B) Em relação à competência material ambiental, em não sendo exercida pela União e nem pelo Estado,o Município pode exercê-la plenamente. C) O Município só pode exercer sua competência material ambiental nos limites das normas estaduais sobre o tema. D) O Município não tem competência material em direito ambiental, por falta de previsão constitucional, podendo, porém, praticar atos por delegação da União ou do Estado. Comentário: CF.88 Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora. Alternativa correta: A QUESTÃO 6 Determinado Município, por intermédio de lei que contemplou questões como potencial construtivo, zoneamento de bairros e complexos esportivos, reduziu os limites de uma determinada Unidade de Conservação. Considerando o caso hipotético em tela, assinale a opção que se harmoniza com a legislação ambiental. A) A lei municipal em questão será considerada válida e eficaz, pois a redução dos limites de uma Unidade de Conservação pode ser feita até mesmo por Decreto. Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com B) A redução de limites, assim como a desafetação de uma Unidade de Conservação, não demanda lei específica, exigindo apenas a necessária e prévia aprovação de Estudo de Impacto Ambiental e respectivo relatório (EIA-RIMA). C) A redução operada pela lei, para produzir efeitos, dependerá da aprovação do Conselho Gestor da Unidade de Conservação impactada, garantindo-se a participação pública direta no referido procedimento de deliberação e aprovação. D) A redução dos limites da Unidade de Conservação, conquanto possa evidenciar os efeitos concretos da lei, somente pode ser feita mediante lei específica, regra esta que também se aplica à desafetação. Comentário: De acordo com o art. 22, parágrafo 7° da lei 9985/2000.Art. 22.As unidades de conservação são criadas por ato do Poder Público. § 7o A desafetação ou redução dos limites de uma unidade de conservação só pode ser feita mediante lei específica. Alternativa correta: D XVIII Exame da Ordem QUESTÃO 8 Determinada sociedade empresária consulta seu advogado para obter informações sobre as exigências ambientais que possam incidir em seus projetos, especialmente no que tange à apresentação e aprovação de Estudo Prévio de Impacto Ambiental e seu respectivo Relatório (EIA/RIMA). Considerando a disciplina do EIA/RIMA pelo ordenamento jurídico, assinale a afirmativa correta. A) O EIA/RIMA é um estudo simplificado, integrante do licenciamento ambiental, destinado a avaliar os impactos ao meio ambiente natural, não abordando impactos aos meios artificial e cultural, pois esses componentes, segundo pacífico entendimento doutrinário e jurisprudencial, não integram o conceito de “meio ambiente”. B) O EIA/RIMA é exigido em todas as atividades e empreendimentos que possam causar impactos ambientais, devendo ser aprovado previamente à concessão da denominada Licença Ambiental Prévia. Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com C) O EIA/RIMA, além de ser aprovado entre as Licenças Ambientais Prévia e de Instalação, tem a sua metodologia e o seu conteúdo regrados exclusivamente por Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), podendo a entidade / o órgão ambiental licenciador dispensá- lo segundo critérios discricionários e independentemente de fundamentação, ainda que a atividade esteja prevista em Resolução CONAMA como passível de EIA/RIMA. D) O EIA-RIMA é um instrumento de avaliação de impactos ambientais, de natureza preventiva, exigido para atividades/empreendimentos não só efetiva como potencialmente capazes de causar significativa degradação, sendo certo que a sua publicidade é uma imposição Constitucional (CRFB/1988). Comentário: O EIA/RIMA é exigido para atividades que causem SIGNIFICATIVO impacto ambiental, logo não é para todas as atividades. Vejam o que diz o art. 225, § 1º, IV, da CF/88: “Incumbe ao Poder Público exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade. Alternativa correta: D QUESTÃO 9 João acaba de adquirir dois imóveis, sendo um localizado em área urbana e outro, em área rural. Por ocasião da aquisição de ambos os imóveis, João foi alertado pelos alienantes de que os imóveis contemplavam Áreas de Preservação Permanente (APP) e de que, por tal razão, ele deveria buscar uma orientação mais especializada, caso desejasse nelas intervir. Considerando a disciplina legal das Áreas de Preservação Permanente (APP), bem como as possíveis preocupações gerais de João, assinale a afirmativa correta. A) As APPs não são passíveis de intervenção e utilização, salvo decisão administrativa em sentido contrário de órgão estadual integrante do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA, uma vez que não há preceitos legais abstratamente prevendo exceções à sua preservação absoluta e integral. Licenciado para Jacqueline Mont Alvão de Oliveira, E-mail: jacquelineamontalvao@hotmail.com B) As hipóteses legais de APP, com o advento do denominado “Novo Código Florestal” – Lei nº 12.651/2012 –, foram abolidas em âmbito federal, subsistindo apenas nos casos em que os Estados e Municípios assim as exijam legalmente. C) As APPs são espaços territoriais especialmente protegidos, comportando exceções legais para fins de intervenção, sendo certo que os Estados e os Municípios podem prever outras hipóteses de APP além daquelas dispostas em normas gerais, inclusive em suas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas, sendo que a supressão irregular da vegetação nela situada gera a obrigação do proprietário, possuidor ou ocupante a qualquer título de promover a sua recomposição, obrigação esta de natureza propter rem. D) As APPs, assim como as reservas legais, não se aplicam às áreas urbanas, sendo certo que a Lei Federal nº 12.651/2012 (“Novo Código Florestal”), apesar de ter trazido significativas mudanças no seu regime, garantiu as APPs para os imóveis rurais com mais de 100 hectares. Comentário: A APP é definida pelo Código como a área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo genético de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. Alternativa correta: C
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