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JUSTIÇA DO TRABALHO

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ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA DA 
JUSTIÇA DO TRABALHO
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 DA ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
A Justiça do Trabalho está estruturada fundamentalmente da seguinte forma (art. 111, da CF/88):
 
 Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
 I - o Tribunal Superior do Trabalho; 
 II - os Tribunais Regionais do Trabalho; 
 III- Juízes do Trabalho.
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 TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – TST 
 O Tribunal Superior do Trabalho, sediado em Brasília, com jurisdição em todo território nacional, conforme art. 92, §§ 1º e 2º, da CF/88;
A EC 45/2004, dispondo sobre TST, criou o art. 111-A da CF/1988, cuja redação é a seguinte: 
 Art. 111-A/CF. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
 I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;
 II – os demais dentre juízes do Trabalho dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior.
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O art. 111-A da CF/1988 criou, ainda, dois órgãos, que funcionarão junto ao TST, e
 que também estão previstos no parágrafo único do art. 59 do Regimento Interno do TST, quais sejam:
  I - Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; - ENAMAT; e
  II – Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante – CSJT.
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Ainda convém lembrar o TST editou a resolução administrativa 1.295/2008 ( regimento interno TST), definindo, em seu art. 59, os órgãos que compõe o próprio TST, quais sejam:
 I - Tribunal Pleno;
 A Lei 7.701/1988 (em função do disposto no § 3.° do art. 111 da CF/1988) dispõe sobre a competência atual do TST, estabelecendo no art. 4.°, que é da competência do Tribunal Pleno.
 II - Seção Especializada em Dissídios Coletivos;
 Nos termos do art. 2.° da Lei 7.701/1988, compete à seção especializada em dissídios coletivos – SDC ou seção normativa.
 III - Seção Especializada em Dissídios Individuais, dividida em duas subseções; e
 A mesma Lei 7.701/1988, no art. 3.°, estabelece que compete à seção de dissídios julgar – SDI.
 IV – Turmas;
Por último, o art. 5.° da Lei 7.701/1998 dispôs que as Turmas do TST terão, cada uma, sua respectiva competência.
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 TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO
A EC 45/2004 conferiu nova redação ao art. 115 da Carta Maior, dispondo sobre os
TRTs. Vejamos a redação do dispositivo constitucional em comento:
 “Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete
 juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
 I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;
 II – os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento, alternadamente.
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 § 1.° Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
 § 2.° Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo”.
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Os Tribunais Regionais do Trabalho, com jurisdição nas respectivas regiões, em número de 24, conforme redação do art. 674 e seu parágrafo único, da CLT:
 Art. 674. Para efeito da jurisdição dos Tribunais Regionais, o território nacional é dividido nas vinte e quatro Regiões seguintes:
1ª Região – Estado do Rio de Janeiro, com sede na Cidade do Rio de Janeiro;
2ª Região – Estado de São Paulo, com sede na Cidade de São Paulo;
3ª Região – Estado de Minas Gerais, com sede na Cidade de Belo Horizonte; 
4ª Região – Estado do Rio Grande do Sul, com sede na Cidade de Porto Alegre;
5ª Região – Estado da Bahia, com sede na Cidade de Salvador; 
6ª Região – Estado de Pernambuco, com sede na Cidade de Recife;
7ª Região – Estado do Ceará, com sede na Cidade de Fortaleza;
8ª Região – Estados do Pará e do Amapá, com sede na Cidade de Belém;
9ª Região – Estado do Paraná, com sede na Cidade de Curitiba;
10ª Região – Distrito Federal e Tocantins, com sede no Distrito Federal;
11ª Região – Estados do Amazonas e de Roraima, com sede em Manaus;
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12ª Região – Estado de Santa Catarina, com sede na Cidade de Florianópolis;
13ª Região – Estado da Paraíba, com sede na Cidade de João Pessoa;
14ª Região – Estados de Rondônia e Acre, com sede da Cidade de Porto Velho;
15ª Região – Estado de São Paulo (área não abrangida pela jurisdição estabelecida na 2ª Região), com sede na Cidade de Campinas;
16ª Região – Estado do Maranhão, com sede na Cidade de São Luis;
17ª Região – Estado do Espírito Santo, com sede na Cidade de Vitória;
18ª Região – Estado de Goiás, com sede na Cidade de Goiânia;
19ª Região – Estado de Alagoas, com sede na Cidade de Maceió;
20ª Região – Estado de Sergipe, com sede na Cidade de Aracaju;
21ª Região – Estado do Rio Grande do Norte, com sede na Cidade de Natal; 
22ª Região – Estado do Piauí, com sede na Cidade de Teresina;
23ª Região – Estado do Mato Grosso, com sede na Cidade de Cuiabá;
24ª Região – Estado do Mato Grosso do Sul, com sede na Cidade de Campo Grande.
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Ainda convém lembrar, que o art. 678 da CLT estabelece que compete aos Tribunais Regionais, quando divididos em Turmas:
 I – ao Tribunal Pleno, especialmente; (Incluído pela Lei nº 5.442, de 24.5.1968) 
 II – às Turmas; (Incluído pela Lei nº 5.442, de 24.5.1968) 
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 JUÍZES DO TRABALHO 
Estabelece o art. 112 da Carta Maior (com redação dada pela EC 45/2004) que “a lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho”.
A Súmula 10 do STJ dispõe que, instalada a Vara do Trabalho, cessa a competência do juiz de direito em matéria trabalhista, inclusive para a execução das sentenças por ele proferidas.
Por sua vez, determina o art. 113 da Carta Maior que a lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho.
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O art. 650 da CLT estabelecia que a jurisdição de cada Vara do Trabalho abrangia todo o território da Comarca em que tinha sede, somente podendo ser estendida ou restringida por lei federal.
Todavia, a Lei 10.770/2003 passou a estabelecer que cabe a cada TRT, no âmbito de sua região, mediante ato próprio, alterar e estabelecer a jurisdição das Varas do Trabalho, bem como transferir-lhes a sede de um Município para outro, de acordo com a necessidade de agilização da prestação jurisdicional trabalhista.
A Lei 6.947/1981 estabelece normas para criação de uma vara do trabalho, definindo como requisito que a frequência de reclamações trabalhistas em cada órgão já existente exceda, seguidamente,
a 1500 reclamações trabalhistas por ano.
Nas comarcas onde não houver juiz do trabalho, por lei, os Juízes de Direito poderão ser investidos da jurisdição trabalhista. Das sentenças que proferirem caberá recurso ordinário para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho (art. 112 da CF/1988 e art. 668 da CLT).
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Assim, reza o art. 652 da CLT que compete às Varas do Trabalho:
“a) conciliar e julgar: 
 I – os dissídios em que se pretenda o reconhecimento da estabilidade de empregado; 
 II – os dissídios concernentes à remuneração, férias e indenização por motivo de rescisão do contrato individual do trabalho;
 III – os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice; 
 IV – os demais dissídios concernentes ao contrato individual de trabalho;
 V – as ações entre trabalhadores portuários e os trabalhadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão de Obra – OGMO decorrentes da relação de trabalho; 
processar e julgar os inquéritos para apuração de falta grave; 
 julgar os embargos opostos às suas próprias decisões; 
 impor multas e demais penalidades relativas aos atos de sua competência.”
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 COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATERIA E DA PESSOA
No âmbito da Justiça laboral, a competência é definida em razão da matéria e tem como fundamento jurídico principal o art. 114 da Carta Maior, artigo este alterado pela EC 45/2004, a qual ampliou, significativamente, a competência material da Justiça do Trabalho. Vejamos a nova redação do art. 114 da Carta Maior:
“Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
 I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
 II – as ações que envolvam exercício do direito de greve; 
 III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; 
 IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
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 V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; 
 VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; 
 VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; 
 VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; 
 IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. 
 § 1.° Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
 § 2.° Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.
 § 3.° Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito”.
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 COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR 
A competência em razão do lugar ou territorial é a determinada à Vara do Trabalho para apreciar litígios trabalhistas no espaço geográfico de sua jurisdição. É a limitação territorial da competência. A CLT determina em seu artigo 651 que a Vara do Trabalho é competente para a propositura de ação que envolva questões oriundas dos contratos de trabalho.
Art. 651. A competência das Varas do Trabalho é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro lugar ou no estrangeiro.
§ 1º Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Vara da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Vara da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.
§ 2º A competência das Varas do Trabalho, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário.
§ 3º Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.
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 COMPETÊNCIA HIERARQUICA OU FUNCIONAL
A atividade jurisdicional é exercida em dois graus. O primeiro é composto por órgão monocrático; o segundo, por órgão colegiado – Princípio do Duplo Grau de Jurisdição.
Normalmente, as ações são propostas em primeira instância, relegando-se ao Tribunal apenas a competência recursal. Excepcionalmente, porém, o Tribunal desfruta de competência originária. Tal ocorre, por exemplo, com a ação rescisória. Outro exemplo: mandado de segurança contra ato do Governador do Estado. Os casos de competência originária do STF encontram-se no art. 102 da CF; do ST J no art. 105 da CF; dos Tribunais Regionais Federais, no art. 108 da CF.
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 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
 
 Constituição Federal de 1988.
 SARAIVA, Renato; Curso de Direito Processual do Trabalho; 11ª edição; 2014; Ed. Método; São Paulo .
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