Buscar

Prevenção e Minimização de Riscos Trabalhistas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 118 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 118 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 118 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Prevenção e Minimização de Riscos Trabalhistas - 118
www.guiatrabalhista.com.br
PREVENÇÃO E MINIMIZAÇÃO DE RISCOS TRABALHISTAS 
Autor: Paulo Henrique Teixeira
Distribuição: www.GUIATRABALHISTA.com.br
SOBRE O AUTOR E A OBRA
Paulo Henrique Teixeira é Contador e mora em Curitiba - PR. Auditor e Consultor Tributário de várias empresas no Estado do Paraná e Santa Catarina, autor de várias obras, entre as quais: Auditoria Tributária, Defesa do Contribuinte, Auditoria Contábil, Auditoria Gerencial, Controladoria Empresarial, Contabilidade Introdutória, Auditoria Trabalhista, Blindagem Fiscal, Contabilidade Tributária e Gestão Tributária (as duas últimas, em co-autoria com Júlio César Zanluca).
 Atenção: esta obra é atualizável. Recomendamos baixá-la periodicamente em seu computador, utilizando a mesma senha, no endereço www.portaltributario.com.br/downloads 
Para pesquisar rapidamente uma palavra, tecle CTRL+L
Sumário: (clique no título para acessar o tema desejado)
Siglas Utilizadas
Introdução
1. DOCUMENTOS
Contrato de trabalho incompleto que não atende as necessidades da empresa 
Aditivo ao contrato de trabalho para evitar desembolsos necessários
Contratos por prazo determinado – observando prazos para não pagar indenizações
Acordo de compensação de horário de trabalho
Acordo de compensação jornada normal não existente e não observa corretamente os intervalos é devido 01 hora extra diária
Acordo de compensação jornada 12x36, evitando pagar de 06 a 04 horas extras diárias
Não observação dos intervalos caracteriza nulidade do Acordo de Compensação e pagamento das horas compensadas
Salário Família – evitando autuações previdenciárias
Exames Médicos – evitando multas trabalhistas
Acordo de prorrogação de jornada de trabalho
Comprovante de entrega e devolução da CTPS – evitando multas trabalhistas
Declaração de encargos de família par fins de I.R - prevenindo a devolução ao funcionário
Declaração de utilização do vale-transporte para não integrar ao salário como benefício
Outros documentos
Falta de documento de nomeação em função gratificada – devidas horas extras e DSR
Proteção do trabalho do menor – norma para o trabalho menor
Pagamento do salário até o 5º útil – multa revertida ao funcionário
Ficha registro do funcionário da filial – prevenindo multas trabalhistas e reclamatórias
Livro de inspeção de trabalho - obrigatoriedade
Comprovante de entrega EPIs e regulamento interno - precavendo-se de condenações trabalhistas
Ficha de registro de funcionários incompleta e desatualizada – multas trabalhistas
2. REGISTRO DE JORNADA DE TRABALHO
Excesso de jornada de trabalho – multas trabalhistas
Intervalo mínimo de 11 horas entre uma jornada e outra – devido o pagamento de horas extras
Trabalho nos dias destinados ao descanso semanal – minimizando infrações trabalhistas
Intervalo mínimo de 01 hora para alimentação e repouso – nulidade do acordo de compensação e contingência de 01 hora extra diária
Intervalo de 15 minutos em jornada de 06 horas – falta de marcação e estipulação do pagamento 
Marcação da jornada com antecedência - condenação da empresa no pagamento dos minutos antecedentes
Autorização para horas extras para evitar jornada desnecessária e dispendiosa
Compensação de início de trabalho antecipado com saída antecipada ou vice-versa, causando contingência trabalhista pelo fato que a justiça não a reconhece
Não preenchido o cabeçalho do cartão ponto
Horas extras em atividades insalubres – prevenindo multas trabalhistas
Registro em papeleta de trabalho externo
a) Necessidade de registro da papeleta de trabalho externo para minimizar reclamatórias
b) Trabalho externo sem marcação de jornada em papeleta, para caracterizar o inicio I, art. 62 da CLT, não sendo devidas horas extras para o funcionário
Marcação do ponto para funcionários em cargos de supervisão – prova a favor da empresa
Horário de trabalho em desacordo com a pré-assinalação no cabeçalho do cartão ponto 
Ponto com rasuras - invalidade
Ponto não assinado - invalidade
Marcação repetitiva - invalidade
Plantões à distância - anotação
Caracterização de turno ininterrupto de revezamento – trabalho 06 horas diárias – minimizando o pagamento de horas extras
Compensação de atrasos e faltas com horas extras – devido o pagamento das horas compensadas
Banco de horas – evitando invalidade e conseqüente pagamento das horas extras
Supressão de horas extras para evitar integração no salário do funcionário
Telefonista - jornada de 06 horas
Troca de plantões
Serviços fora do horário – devidos como horas extras
Funcionários com jornada de 180 horas e que trabalham 220 horas mensais – reduzindo o custo
Horas extras do cartão para fechar com a folha de pagamento – horas anotadas no cartão e não pagas serão devidas 
3. FOLHA DE PAGAMENTO
Conferência da folha de pagamento com o cartão ponto e demais relatórios para o pagamento das verbas salariais
Cálculos na folha de pagamento que devem ser averiguados para evitar pagamento indevido de INSS, FGTS e outros encargos.
Desconto do vale – transporte
Desconto do IRRF – conferência por amostragem
Desconto do INSS – conferência por amostragem
Salário família – observações para o pagamento
Descontos de farmácia, mercado, associação para não serem devolvidos ao funcionário em reclamatória 
Desconto da contribuição sindical - observações
Equiparação salarial - evitando 
Reajuste salarial
Redução jornada noturna
Recibos de salários complementares – pagos “por fora” - conseqüências trabalhistas e previdenciárias relevantes
4. INSS
Conferência das guias de recolhimento par evitar o recolhimento a maior de contribuições
Outros procedimentos e testes 
Arquivos digitais exigidos pelo INSS – base de dados
Registro contábil do INSS – cuidados na contabilidade
Aposentadoria especial – laudos para evitar futuras condenações
Pagamento do salário-maternidade
FGTS
5. SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO
CIPA – constituição e obrigatoriedade
Outros assuntos (PPRA - PCMSO - EPIs) – laudos e equipamentos exigidos que visam a segurança ao trabalhador 
Exames médicos obrigatórios
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário – minimizando risco do pagamento de contribuições previdenciárias relativas à aposentadoria especial
Documentação à disposição da fiscalização
Multas pela infração das normas de segurança e medicina do trabalho
6. AUTÔNOMOS ( PESSOAS FÍSICAS)
Bases de cálculo IRRF - 
Retenção INSS e IRRF dos freteiros autônomos – redução das bases de cálculo
Recolhimento INSS, SEST e SENAT – freteiros autônomos
Vínculo empregatício dos autônomos – a falta de observação de algumas considerações trará à empresa enormes desembolsos trabalhistas e previdenciários
Retenção do INSS devido por contribuintes autônomos – observação das normas de retenção para evitar a autuação em processo de fiscalização
Folha de pagamento dos autônomos – obrigações acessórias com multas correspondentes
Relação de autônomos na GFIP – observações para evitar multas previdenciárias
Falta do número do INSS ou PIS – observações para evitar multas previdenciárias
INSS sobre serviços prestados por cooperativas de trabalho – evitando multas e juros
Verificação dos cálculos sobre cooperativa médica – evitando multas e juros
7. RESCISÃO DE CONTRATO DE TRABALHO
Cálculos e procedimentos a serem observados por ocasião da rescisão contrato de trabalho para evitar pagamento a maior de verbas trabalhistas e previdenciárias e multas
8. RECLAMATÓRIAS
Contribuição previdenciária s/ parcelas pagas ao reclamante - recolhimento
Reclamatórias trabalhistas –contribuição do segurado
Recolhimento e retenção do imposto na fonte - procedimento
Diferenças salariais recebidas acumuladamente na reclamatória trabalhista
Verbas pagas em reclamatórias trabalhistas - evitar erros, pagamentos indevidos ou a menor, nas reclamatórias trabalhistas
Preposto – observações gerais e cuidados que o preposto deve ter ao representar a empresa em audiências trabalhistas
9.FÉRIAS
Férias indenizadas e não gozadas ou gozadas em parcelas - prova testemunhal – pagamento em dobro
Férias - média de variáveis, descrição das medias evita novo pagamento
Férias na rescisão – forma de cálculos e pagamento
Integração das férias na folha de pagamento 
Antecipação de férias 
Férias - outros procedimentos
10. DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO
Cálculos – verificando cálculos para evitar pagamentos indevidos
Verbas variáveis período integral (12 meses)
Médias de comissões – descrição das médias
Conferência do cálculo das variáveis – período proporcional
Reembolso do INSS referente 13º salário do período em que a funcionária esteve em licença maternidade.
11. OUTROS
Programa de alimentação do trabalhador – PAT, vale refeição e vale transporte – cuidados para evitar integração do benefício ao salário, por determinação judicial
Provisão de férias e 13º salário – manter o pagamento correto das verbas e como obter redução do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o lucro da empresa
Contribuição sindical – categorias diferenciadas - observações
Empréstimos a funcionários - controles
CAGED e RAIS
Controle de vale-transporte e vale-alimentação para evitar a falta do desconto e fraudes
Autorização para descontos - para evitar devolução dos valores cobrados ao funcionário
Seguro desemprego 
Folha negativa – arredondamento 
12. TERCEIRIZAÇÃO
Planejamento para terceirização – para evitar e minimizar riscos trabalhistas
Fatores comprometedores na terceirização - para evitar e minimizar riscos trabalhistas
Observações nos contratos de terceirização - para evitar e minimizar riscos trabalhistas
13. CONTROLES INTERNOS NA ÁREA DE PESSOAL
Controles internos para evitar fraudes no Setor Pessoal
Controles internos da área de recursos humanos para evitar fraudes e pagamentos indevidos de verbas trabalhistas
14. PROCEDIMENTOS PARA EVITAR RECLAMATÓRIAS TRABALHISTAS NA DEMISSÃO DO FUNCIONÁRIO
SIGLAS UTILIZADAS
CAGED: Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
CIPA: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
CLT: Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei 5.452/43)
CTPS: Carteira de Trabalho e Previdência Social
DSR: Descanso Semanal Remunerado
EPIs: Equipamentos de Proteção Individual
GFIP: Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social.
GPS: Guia da Previdência Social
HE: horas extras
IN: Instrução Normativa
INSS: Instituto Nacional de Seguridade Social
IR ou I.R.: Imposto de Renda
IRF ou IRRF: Imposto de Renda Retido na Fonte
LC: Lei Complementar
MTb ou MTE: Ministério do Trabalho e Emprego
NR: Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho
OS: Ordem de Serviço
PAT: Programa de Alimentação do Trabalhador
PIS: Programa de Integração Social (Lei Complementar 7/70)
SRF: Secretaria da Receita Federal
VT: Vale Transporte
INTRODUÇÃO
Nesta obra é apresentada a base prática de como evitar e minimizar riscos em reclamatórias trabalhistas, bem assim exemplo do ônus em que a empresa terá que assumir devido a inobservância da legislação laboral vigente.
É de vital importância para o Setor de Recursos Humanos e o Setor de Pessoal da empresa, pois visa prevenir contingências trabalhistas e previdenciárias.
 
O Setor de Pessoal da empresa deve estar atento em todas as rotinas que desenvolve, o simples afrouxamento das normas e rotinas trabalhistas existentes na empresa traz como conseqüência o aumento de reclamatórias trabalhistas.
Enquanto trabalhando, o empregado defende a empresa e seus interesses, todavia, principalmente, ao ser demitido explora as deficiências do Setor de Pessoal e reivindica na justiça trabalhista, não só o que pensa ter direito, mas tudo o que pode lograr êxito.
Esta obra tem como objetivo orientar para que um Setor de Pessoal doentio e deficiente, se transforme em uma ferramenta saudável e eficaz para evitar e minimizar os riscos com reclamatórias e multas trabalhistas.
A finalidade, também, é de repassar por todas as atividades básicas do Setor de Pessoal, alertando sobre seus riscos.
É uma obra com direitos autorais REGISTRADOS, não podendo ser reproduzida, distribuída, comercializada por qualquer meio sem autorização por escrito do detentor dos direitos autorais. Permitida a reprodução de apenas 1 (uma) cópia para uso exclusivo e pessoal do adquirente.
A íntegra da legislação básica trabalhista você poderá encontrar em: http://www.planalto.gov.br/leg.asp
Súmulas do TST você encontra em http://apolo.tst.gov.br/brs/bden.shtml 
Jurisprudência (decisões dos tribunais trabalhistas):
http://apolo.tst.gov.br/jurisprudencia/brs/genep.html 
Portarias, Ordens de Serviços e demais regulamentações do Ministério do Trabalho: www.mte.gov.br 
No caso da legislação do INSS, obtenha a mesma em http://www81.dataprev.gov.br/sislex/ 
Em alguns casos, incluímos a referência diretamente á internet, bastando clicar sobre a área marcada (neste caso você deverá estar conectado á internet para poder acessar a legislação respectiva).
1. DOCUMENTOS
CONTRATO DE TRABALHO
As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes. (art. 444 CLT)
Significa que todas as condições acertadas com os funcionários, e não contrárias à lei e à norma, devem constar no contrato de trabalho. Todavia, muitas vezes esta situação não é observada por ocasião da contratação do funcionário, ficando deficiente o contrato no seguinte:
	Não é efetivado de forma escrita;
	Assinado em branco pelo empregado;
	Não consta que o horário pode vir a ser alterado por necessidade do empregador;
	Não consta cláusula que o funcionário poderá trabalhar em outro turno;
	Não consta horário de trabalho;
	Não consta cláusula autorizando o desconto em folha de pagamento, tais como: de vales, farmácia, seguros, associações, mercado;
	Outros assuntos específicos e característicos relacionados à atividade da empresa.
O contrato de trabalho é um instrumento de acordo entre as partes e constam cláusulas, tais como: horário de trabalho, alteração do horário de trabalho, compensação e prorrogação de jornada de trabalho, autorização para descontos, dentre outras, que posteriormente o funcionário não poderá alegar que não estava ciente. E em eventual reclamatória trabalhista poderá fazer prova a favor da empresa, devido ao aceite do funcionário.
Lembramos que, se não existe documento assinado entre as partes, a justiça do trabalho considera tácito o contrato de trabalho acordado verbalmente, o qual será regido pela CLT. 
Sem a previsão contratual que permita os referidos descontos, qualquer desconto em folha poderá ser questionado e o funcionário solicitar devolução dos valores descontados (exceto referente aos descontos legais: INSS, IRRF...). Se a empresa não mencionou cláusula de desconto em contrato de trabalho, deverá fazer um aditivo contratual, para que a empresa tenha a documentação contratual hábil autorizando os descontos.
Entendemos que as autorizações constantes no tíquete da lanchonete, no tíquete da farmácia ou na adesão do plano de saúde e seguro de vida em grupo constituem apenas assinaturas para comprovar a qualquer tempo que foi o funcionário o adquirente dos medicamentos, produtos ou do plano de saúde, não tendo igual força de contrato de trabalho ou aditivo, até mesmo, porque não é celebrado entre o empregador e o empregado.
Conforme o disposto no Artigo 462 da Consolidação das Leis do Trabalho, a empresa somente poderá efetuar descontos dos vencimentos dos funcionários, não decorrentes de lei, acordo ou convenção coletiva, se expressamente por eles autorizados, para tanto entendemos ser necessária a autorização da parcela a ser descontada.
A empresa deve confeccionar o documento de autorização para desconto, o qual deverá constar em cláusula contratual, na ocasião da admissão do funcionário,ou através de termo aditivo do contrato de trabalho.
Ao ser contratado foi estipulado um determinado horário de trabalho, qualquer horário diferente do contratado poderá ser caracterizado como quebra de contrato (a não ser que a alteração de horário de trabalho esteja prevista no contrato). O funcionário poderá alegar que a empresa, por pressão, o forçou a trabalhar em horário diferente do combinado trazendo-lhe prejuízo. Quando houver previsão de que o funcionário poderá mudar de horário, mencionar no contrato de trabalho.
Quando o funcionário foi contratado anteriormente e não foi celebrado por escrito o contrato de trabalho, deverá ser feito um aditivo ao contrato de trabalho constando todas as cláusulas necessárias, porém a partir da data do Aditivo.
ADITIVO AO CONTRATO DE TRABALHO
No decorrer do tempo trabalhado na empresa é normal que o funcionário altere seu horário de trabalho, horário de almoço e também venha a ter outros descontos que no início, dentre outros. 
Toda a alteração que não for acordada por escrito entre as partes, pode ser questionada em juízo sob alegação de alteração unilateral de contrato, obrigando a empresa a remunerar como jornada extraordinária, o tempo trabalhado fora da jornada originalmente contratada.
Também, deve ser realizada por meio de aditivo contratual qualquer alteração do contrato a pedido do funcionário, onde por primeiro, o funcionário fará a solicitação da alteração desejada e depois confeccionar o respectivo termo de aditivo contratual. De forma, que fique evidenciada a iniciativa do empregado, para não se alegar posteriormente que o funcionário foi obrigado; não lhe restando alternativa, para que fique claro que a iniciativa de alteração partiu do empregado e não da empresa.
CONTRATOS POR PRAZO DETERMINADO
Os contratos por prazo determinado não podem ter seu prazo extrapolado. Caso excedam o tempo determinado, a empresa arcará com aviso prévio, multa de FGTS, 1/12 de férias indenizadas, 1/12 de 13º salário indenizado, dentre outras.
Por exemplo, se o contrato de experiência ultrapassou os 90 dias (incluído o 1º dia), é devido ao funcionário aviso prévio, multa FGTS e demais verbas trabalhistas provenientes a demissão do funcionário, pois o contrato de experiência passa a vigorar por prazo indeterminado.
ACORDO DE COMPENSAÇÃO
a) Acordo de compensação jornada normal
Na maioria das vezes, os funcionários trabalham de segunda a sexta 8hs48min para compensar o sábado, há a diminuição do trabalho de um dia da semana ou algumas horas em um dia e o respectivo aumento da carga horária em outros dias da semana. Todos os funcionários que aderem a esse tipo de compensação devem manter o acordo de compensação por escrito com a empresa.
Salientamos que, se não houver acordo escrito para compensação de horas de trabalho, as horas excedentes a 7:20 horas serão devidas com o acréscimo de, no mínimo, cinqüenta por cento sobre a hora normal, mesmo que haja a correspondente supressão do trabalho no sábado, de acordo com o artigo 7º, inciso XVI da Constituição Federal.
Em uma reclamatória trabalhista, se a empresa não mantiver o acordo de compensação, as horas superiores ás 08 horas diárias serão consideradas como horas extras, ou seja o funcionário reivindicará 48 minutos extras todos os dias.
Abaixo demonstramos quanto custa para a empresa deixar de observar este item.
Dados para o cálculo
 
- 48 minutos diários correspondem a 17,6 horas extras mensais; o reflexo em 05 anos, no caso em que o funcionário recebe R$ 2.000,00 por mês: 
Descrição
Cálculos
 
 
Salário mensal
 2.000,00 
Horas trabalhadas no mês
 220,00 
Valor da hora normal
 9,09 
Adicional de hora extra
50%
Valor do adicional do adicional de HE
 4,55 
Valor da hora extra
 13,64 
Quantidade de horas extras no mês
 17,60 
Valor total das horas extras no mês
 240,00 
DSR - 20% sobre o valor das horas extras
 48,00 
Total mensal das verbas salariais
 288,00 
1/12 avos-13º salário
 23,99 
1/12 avos-Férias c/ adicional constitucional
 31,91 
FGTS - 8,5% sobre total verba salarial
 24,48 
FGTS - 8,5% sobre 13º salário 
 2,04 
FGTS - 40%
 10,61 
Total mensal das verbas trabalhistas
 381,03 
60 meses (05 anos)
 60,00 
Total da Reclamatória
 22.861,66 
 
 
INSS s/ verbas salariais - 36,8%
 6.359,04 
INSS s/ 13º salário - 36,8%
 529,71 
Total INSS
 6.888,75 
 
 
Total do ônus para a empresa em 5 anos
 29.750,41 
b) Acordo de compensação jornada 12x36
Normalmente, vigias, porteiros e profissionais de enfermagem cumprem jornada 12 X 36, a qual é prevista na Convenção Coletiva de Trabalho da classe, no entanto, deverá ser mantido o acordo individual ou coletivo firmado com os funcionários.
Se não houver acordo escrito para compensação de horas de trabalho, as horas excedentes a 7:20 horas serão devidas com o acréscimo de, no mínimo, cinqüenta por cento sobre a hora normal, mesmo que haja a correspondente supressão do trabalho em outro dia da semana, de acordo com o artigo 7º, inciso XVI da Constituição Federal. 
Assim, serão devidas 04 horas extras em um único dia de trabalho, devido a uma desatenção legal , onerando pesadamente a empresa.
Dados para o cálculo de reclamatória de um funcionário contratado em uma função com jornada 12x36, sem ter assinado o acordo de compensação, sendo consideradas extras, as horas após a 8ª hora trabalhada: 12 – 8 = 4 horas. 
- 04 horas diárias em 16 dias correspondem a 64 horas extras mensais; o reflexo em 05 anos, no caso em que o funcionário recebe R$ 900,00 por mês: 
Descrição
Cálculos
 
 
Salário mensal
 900,00 
Horas trabalhadas no mês
 220,00 
Valor da hora normal
 4,09 
Adicional de hora extra
50%
Valor do adicional do adicional de HE
 2,05 
Valor da hora extra
 6,14 
Quantidade de horas extras no mês
 64,00 
Valor total das horas extras no mês
 392,73 
DSR - 20% sobre o valor das horas extras
 78,55 
Total mensal das verbas salariais
 471,27 
1/12 avos-13º salário
 39,26 
1/12 avos-Férias c/ adicional constitucional
 52,22 
FGTS - 8,5% sobre total verba salarial
 40,06 
FGTS - 8,5% sobre 13º salário 
 3,34 
FGTS - 40%
 17,36 
Total mensal das verbas trabalhistas
 623,50 
60 meses ( 05 anos)
 60,00 
Total da Reclamatória
 37.409,99 
 
 
INSS s/ verbas salariais - 36,8%
 10.405,70 
INSS s/ 13º salário - 36,8%
 866,79 
Total INSS
 11.272,50 
 
 
Total do ônus para a empresa em 5 anos
 48.682,48 
Dados para o cálculo de um funcionário contratado em uma função de 06 horas diárias (enfermagem, turno de revezamento ininterrupto, outros):
 
- Sendo consideradas extras, as horas após a 6ª hora trabalhada: 12 – 6 = 6 horas 
- 06 horas diárias em 12 dias correspondem a 96 horas extras mensais; o reflexo em 05 anos, no caso em que o funcionário recebe R$ 900,00 por mês: 
Descrição
Cálculos
 
 
Salário mensal
 900,00 
Horas trabalhadas no mês
 180,00 
Valor da hora normal
 5,00 
Adicional de hora extra
50%
Valor do adicional do adicional de HE
 2,50 
Valor da hora extra
 7,50 
Quantidade de horas extras no mês
 96,00 
Valor total das horas extras no mês
 720,00 
DSR - 20% sobre o valor das horas extras
 144,00 
Total mensal das verbas salariais
 864,00 
1/12 avos-13º salário
 71,97 
1/12 avos-Férias c/ adicional constitucional
 95,73 
FGTS - 8,5% sobre total verba salarial
 73,44 
FGTS - 8,5% sobre 13º salário 
 6,12 
FGTS - 40%
 31,82 
Total mensal das verbas trabalhistas1.143,08 
60 meses ( 05 anos)
 60,00 
Total da Reclamatória
 68.584,98 
 
 
INSS s/ verbas salariais - 36,8%
 19.077,12 
INSS s/ 13º salário - 36,8%
 1.589,12 
Total INSS
 20.666,24 
 
 
Total do ônus para a empresa
 89.251,22 
O setor de Pessoal deverá atentar seriamente ao assunto e regularizar a situação do funcionário. A solução, quando não for a atividade principal da empresa, pode ser a contratação de uma empresa terceirizada, na qual conste a previsão da jornada de trabalho específica na Convenção Coletiva de Trabalho de sua classe. Como exemplo, na indústria e comércio de alimentos, os funcionários recolhem a Contribuição Sindical para o Sindicato dos Trabalhadores no Comércio, a empresa terá problemas trabalhistas se contratar vigias/vigilantes com jornada 12 x36, sendo que na convenção da classe dificilmente terá a previsão dessa jornada. 
Outra solução, no exemplo acima, seria aderir os vigias/vigilantes à classe sindical própria.
c) Não observação dos intervalos caracteriza nulidade do Acordo de Compensação
A justiça trabalhista vem considerando nulos os acordos de compensação em que o funcionário não observa o intervalo mínimo de 01 hora para repouso e alimentação em atividades acima de 06 horas diárias (caput do art. 71 - CLT) ou de 15 minutos em atividades com até 06 horas diárias (§1º, do art. 71 – CLT).
Isto significa que o acordo de compensação deixa de existir, não tem valor, por determinação judicial, sendo devida como extra, a hora superior a 8ª ou superior a 6ª. Em alguns casos, nas reclamatórias trabalhistas, o juiz determina a nulidade do acordo de compensação, simplesmente pelo fato que o funcionário faz intervalo de apenas 55 ou 57 minutos.
Todo o cuidado é pouco, com relação aos intervalos de repouso de alimentação, pois se o empregado deixá-los de cumprir ou cumpri-los parcialmente há a probabilidade de nulidade do acordo de compensação, tendo como conseqüência a descaracterização do referido acordo e sendo devidas as horas extras. O valor do contencioso trabalhista, caso a empresa não observe os intervalos de repouso alimentação estão discriminados nos itens “a”e “b” acima.
SALÁRIO FAMÍLIA
Em alguns casos, não são observados os documentos necessários para a percepção do salário-famíla:
	Ficha de Salário Família, devidamente preenchida;
	Termo de Responsabilidade para fins de salário família, assinado pelo funcionário;
	Apresentar anualmente cópia do Cartão de vacinação para filhos até 06 anos de idade;
	Apresentar semestralmente comprovante de freqüência escolar para filhos a partir dos 07 anos de idade, nos meses de maio e novembro de cada ano.
Caso a empresa pague o salário família sem que o funcionário apresente os documentos acima, em uma fiscalização, o INSS autuará a empresa no valor do salário-família acrescido de juros e multas (de ofício).
Conforme o disposto no Decreto 53.153/63, na Ordem de Serviço do INSS 48/92 e Artigos 81 a 92 do Decreto 3.048/99, o pagamento da cota do salário família é devido quando da apresentação da cópia da certidão de nascimento dos filhos, do termo de responsabilidade, condicionado, ainda, a apresentação anual da cópia do cartão da criança (Caderneta de Vacinação ) atualizado, bem como o empregador deverá manter em seus arquivos, a ficha de salário família e comprovante da freqüência escolar do filho a partir dos 07 anos de idade, sob as seguintes penalidades:
	Suspensão do pagamento do benefício ao funcionário, considerando os valores pagos como remuneração, exigindo-se os encargos previdenciários sobre os mesmos.
Devolução, aos cofres do INSS, dos valores deduzidos na GRPS a título de salário família, neste caso, considerados como indevidos.
A empresa está sujeita, a partir de 01/abril/2006, à multa administrativa variável, já atualizada pela Portaria MPS nº 119/2006, que corresponderá no mínimo a R$ 1.156,83 e no máximo de R$ 115.683,40, conforme a gravidade da infração.
De 01/mai./2005 até 31/mar.2006 a multa variável ficou entre R$ 1.101,75 e R$ 110.174,67, conforme art. 8º da Portaria MPS 822/2005.
Periodicamente deve ser feito um levantamento do setor de Pessoal, com o intuito de verificar a existência de pendências relativas à documentação do Salário-Família. 
EXAMES MÉDICOS 
De acordo com o Artigo 168 da Consolidação das Leis do Trabalho, e Item 7.4.1 da Norma Regulamentadora Relativa à Segurança e Medicina no Trabalho NR 7 - Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional, é obrigatória a realização de exames médicos admissionais, periódicos e demissionais:
	Admissional - na admissão do funcionário é obrigatório o exame médico admissional;
Periódicos - a cada ano ou em intervalos menores (normalmente é semestral) para trabalhadores expostos a riscos;
	Periódicos - anual, quando menores de dezoito anos e maiores de quarenta e cinco anos de idade;
	Periódicos - cada dois anos, para os trabalhadores entre dezoito anos e quarenta e cinco anos de idade;
	Demissional - na saída do funcionário da empresa é obrigatório o exame médico demissional.
O não cumprimento da NR- Regulamentadora resulta em multa administrativa de 378,2847 UFIR’s a 6.304,0000 UFIR’s, de acordo com a gravidade da infração.
ACORDO DE PRORROGAÇÃO DE JORNADA DE TRABALHO
Em atendimento ao disposto no Art. 59 da Consolidação das Leis do Trabalho, o acordo de prorrogação de jornada de trabalho, vem sendo promovido através de cláusula específica no contrato de trabalho, porém o texto da mesma determina a obrigatoriedade do funcionário prestar jornadas suplementares, desde que exigidas pela empregadora.
Alerta-se que a obrigatoriedade instituída através daquele parágrafo poderá ser interpretada em eventual reclamatória trabalhista, como tempo à disposição da empresa, sendo exigido o pagamento de jornada extraordinária, independente do cumprimento da mesma.
Tendo em vista evitar questionamentos trabalhistas, reformular o referido dispositivo contratual, dando opção ao funcionário em aceitar ou não trabalhar em jornada extraordinária, dando seu aceite através da marcação do cartão ponto.
COMPROVANTE DE ENTREGA E DEVOLUÇÃO DA CTPS
Relativo aos Comprovantes de entrega e devolução da CTPS, os funcionários devem entregar a CTPS à empresa e esta devolvê-la em 48 horas, mediante recibo. O Setor de Pessoal deverá verificar se há o comprovante de entrega e devolução da CTPS na ocasião da admissão, na saída para férias e na saída do funcionário da empresa. 
Não é suficiente ter apenas o comprovante de devolução da CTPS, é necessário que a empresa mantenha também cópia do comprovante de entrega (no qual a empresa protocola o recebimento da CTPS ao funcionário), pois somente com o comprovante de entrega e de devolução, a empresa comprova que permaneceu apenas 48 horas com a CTPS do funcionário. 
De acordo com o Artigo 29, da Consolidação das Leis do Trabalho, a carteira de trabalho será obrigatoriamente apresentada, contra recibo, pelo trabalhador ao empregador que o admitir, o qual terá o prazo de quarenta e oito horas para anotação.
O Parágrafo 1º, do referido artigo, determina que as atualizações da carteira de trabalho, serão feitas:
a)		na data-base;
b)	a qualquer tempo, por solicitação do trabalhador;
c)	no caso de rescisão contratual; ou
d)	necessidade de comprovação perante a Previdência Social.
Tendo em vista o artigo acima citado, a empresa deverá manter cópia do comprovante de entrega da CTPS, datar o recibo de devolução, e proceder às anotações na Carteira mediante recibos de entrega e de devolução, sob penalidade de multa de 378,2847 UFIR’s
DECLARAÇÃO DE ENCARGOS DE FAMÍLIA PAR FINS DE I.R.
Declaração de Encargos de Família para fins de I.R. – é obrigatória para os funcionários que tenham retenção de I.R. e deduzam dependentes, os quais deverão apresentar esta Declaração, senão a empresa terá que reembolsar, com juros e multas, o valor dos dependentes deduzidos sem a referida declaração, em uma eventual fiscalização. Também, a Receita Federal vemexigindo essa Declaração até mesmo para os funcionários que não tenham dependentes, sob pena de multa administrativa. 
Conforme disposto no Artigo 642, do Decreto nº 3.000 de 26/mar./99, este documento é obrigatório para comprovação dos dependentes no cômputo do imposto de renda retido na fonte, independente de existir retenção.
No caso de funcionários que deduzam dependentes no cálculo do imposto de renda e não apresentem a Declaração de Encargos de Família para fins de I.R., haverá glosa na dedução promovida no cálculo do imposto de renda na fonte, exigindo-se os recolhimentos complementares, os quais assumidos pela empresa na forma do Artigo 722 do Decreto nº 3000/99. 
Também, se a empresa não deduzir os dependentes informados na referida declaração, o juiz pode determinar o reembolso do Imposto de Renda Retido a maior do funcionário. No exemplo abaixo, a empresa esqueceu de deduzir um dependente em cada mês:
Descrição
Cálculos
 
 
Valor mensalmente não deduzido do IRRF
 117,00 
Alíquota do I.R - 27,5%
27,50%
Valor mensal a ser reembolsado
 32,18 
60 meses ( 05 anos)
 60,00 
Total em 05 anos por funcionário
 1.930,50 
DECLARAÇÃO DE UTILIZAÇÃO DO VALE-TRANSPORTE
Todo funcionário admitido deverá fazer a opção pela UTILIZAÇÃO ou NÃO Utilização do Vale Transporte, mediante declaração.
Os funcionários que optaram em receber o Vale-Transporte deverão fazer ANUALMENTE a declaração de trajeto, atualizando o trajeto e as linhas de ônibus utilizadas, sob pena do benefício ser considerado como rendimento tributável do trabalhador, incidindo INSS, FGTS, IRRF. 
De acordo com o Decreto 95.247/87, para obtenção do referido benefício, o funcionário deverá declarar, por escrito, na ocasião da admissão, anualmente ou sempre que houver alteração, o seu endereço residencial, os meios e itinerários de transporte coletivo, e o número de vezes utilizados no dia para o deslocamento residência/trabalho/residência. Outrossim, alertamos que a empresa deverá obter declaração negativa quando o funcionário não exercer a opção deste benefício.
A Falta de documentação necessária à concessão do benefício será considerada como remuneração do empregado na forma do Artigo 214 do Decreto 3.048/99, sendo exigidas as contribuições previdenciárias sobre tais valores.
Se a empresa não mantiver a Declaração de utilização do vale-transporte e não renovar anualmente a declaração de trajeto, o vale – transporte integrará as verbas, como demonstramos:
Dados: o funcionário recebe diariamente 02 V.T.(s) para se locomover ao trabalho e 02 V.T.(s) para voltar para casa, total 04 por dia; ainda, o funcionário trabalha uma média de 30 horas extras mensais.
Descrição
Cálculos
 
 
Valor diário do benefício
 8,00 
Dias trabalhados no mês
 22,00 
Diferença salarial mensal do benefício
 176,00 
Horas trabalhadas no mês
 220,00 
Valor da hora normal
 0,80 
Adicional de hora extra
50%
Valor do adicional do adicional de HE
 0,40 
Valor diferença da hora extra
 1,20 
Quantidade de horas extras no mês
 30,00 
Valor total das horas extras no mês
 36,00 
DSR - 20% sobre o valor das horas extras
 7,20 
Total Diferença das horas extras
 43,20 
1/12 avos-13º salário s/ diferença horas extras
 3,60 
1/12 avos-Férias c/ ad. Const.- dif. horas extras
 4,79 
FGTS - 8,5%- verba salarial - dif. horas extras
 3,67 
FGTS - 8,5% -13º salário - dif. horas extras
 0,31 
FGTS - 40% s/ diferença horas extras
 1,59 
Subtotal - diferença horas extras
 57,15 
1/12 avos-13º salário s/ diferença benefício
 14,66 
1/12 avos-Férias c/ ad. Const.- dif. benefício
 19,50 
FGTS - 8,5%- verba salarial - dif. benefício
 14,96 
FGTS - 8,5% -13º salário - dif.benefício
 1,25 
FGTS - 40% s/ diferença benefício
 6,48 
Subtotal - diferença s/ benefício
 56,85 
Total mensal das verbas trabalhistas
 114,00 
60 meses ( 05 anos)
 60,00 
Total da Reclamatória
 6.840,26 
 
 
INSS s/ diferença benefício - 36,8%
 3.886,08 
INSS s/ diferença benefício - 36,8%
 323,71 
INSS s/ diferença horas extras - 36,8%
 1.261,96 
INSS s/ diferença horas extras - 36,8%
 323,71 
Total INSS
 5.795,46 
 
 
Total do ônus para a empresa em 05 anos
 12.635,73 
Para se concretizar esse gasto, basta que na petição trabalhista seja solicitada integração do vale transporte ao salário e que a empresa não apresente a declaração de utilização ou não do Vale-Transporte.
OUTROS DOCUMENTOS- ANUÊNCIA PARA FECHAMENTO DA FOLHA ANTES DO TÉRMINO DO MÊS 
Quando a empresa efetua o fechamento de horas extras, comissões, descontos de faltas, etc., no período, a título de exemplo, compreendido entre o dia 25 do mês anterior até o dia 24 do mês em curso, sendo os eventos posteriores ao dia 24 contabilizados na folha do mês seguinte. ( ou seja a folha de pagamento não tem como base o dia 01 ao dia 30 de cada mês),verificar se a empresa possui termo de anuência, descrevendo no referido documento os procedimentos adotados, e que o mesmo seja autenticado pelos funcionários. 
Não existindo o termo de anuência para o fechamento da folha antes do término do mês, as horas pagas a menor em um determinado mês, mesmo que pagas no mês seguinte, serão consideradas não pagas e poderão ser reivindicadas pelo novamente pelo funcionário.
FALTA DE DOCUMENTO DE NOMEAÇÃO EM FUNÇÃO GRATIFICADA
O funcionário que recebe gratificação por exercer a função de gerência ou supervisão, a empresa deve manter o documento de nomeação para o referido cargo em comissão.
A falta do documento nomeação de cargo comissionado fará com que a gratificação de função integre o salário do funcionário, podendo reivindicar o pagamento de horas extras. 
Destaca-se, ainda que o valor da gratificação não integra o cálculo do DSR, hora atividade e outros adicionais, mantendo a empresa o documento de nomeação.
PROTEÇÃO DO TRABALHO DO MENOR
Caso trabalhem menores na empresa deverá constar quadro da proteção do trabalho do menor, conforme artigo 433 da CLT. 
Observação: Tal obrigação comentada neste item foi revogada pela Lei nº 10.097/2000, não sendo mais exigida pela fiscalização.
PAGAMENTO DO SALÁRIO ATÉ O 5º ÚTIL
Para evitar multa administrativa de 160,0000 UFIR’s, por empregado, em eventual reclamatória trabalhista ou fiscalização do trabalho a empresa deverá quitar o débito trabalhista até o 5º dia útil do mês seguinte ao vencido, conforme determina Parágrafo Único, do Artigo 459 da CLT. 
Também, a empresa poderá depositar o dinheiro na conta do funcionário e manter cópia do comprovante de depósito.
FICHA REGISTRO DO FUNCIONÁRIO DA FILIAL
Em algumas empresas, o registro de funcionários contratados para trabalhar nas filiais, fica centralizado na matriz da empresa, sujeito à multa de 378,2840 UFIR’s, por empregado, dobrada na reincidência 
De acordo com o Artigo 2º da Portaria 3.626/91 do Ministério do Trabalho e Previdência Social, o registro de funcionários deverá ser por estabelecimento.
A centralização de que trata o Artigo 3º da Portaria 1.121/95, refere-se somente a documentação sujeita a inspeção, à exceção do registro de funcionários, registro de horário e livro de inspeção do trabalho, os quais deverão permanecer em cada estabelecimento.
LIVRO DE INSPEÇÃO DE TRABALHO
De acordo com o Art. 628 da Consolidação das Leis do Trabalho, é obrigatória a manutenção do referido livro, o qual deverá permanecer à disposição do fisco.
O não cumprimento deste dispositivo pode ocasionar multa administrativa de 189,1424 UFIR’s a 1.891,4236 UFIR’s.
COMPROVANTE DE ENTREGA EPIs E REGULAMENTO INTERNO
a) comprovante de entrega dasEPIs ( Equipamento de Proteção Individual) – a empresa deverá manter em arquivos protocolos que comprovem que a empresa entregou os Equipamentos de Proteção Individual ( protetor auricular, calçados, roupas, etc);
b) comprovante de entrega do Regulamento da empresa aos funcionários. 
Se a empresa não comprovar a entrega dos Equipamentos de Proteção Individual deverá pagar o adicional de insalubridade ao funcionário, em grau mínimo, médio ou máximo.
FICHA DE REGISTRO DE FUNCIONÁRIOS INCOMPLETA E DESATUALIZADA
A empresa não pode deixar de preencher alguns dados indispensáveis nas Fichas de Registros dos Funcionários, com relação a:
	nome;
	nº da CTPS e série;
	nº da RG e do CPF;
	nº do PIS;
	data de admissão;
	horário e local de trabalho;
	endereço do funcionário;
	filiação.
As Fichas não poderão estar desatualizadas quanto a:
	atualização salarial;
	férias gozadas;
	contribuição sindical;
	alteração do horário de trabalho;
	anotação da comunicação de acidentes de trabalho – CAT;
	anotação de interrupção do contrato de trabalho. 
De acordo com as Portarias 3.626/91 e 1.121/95, ambas do Ministério do Trabalho, alguns destes quesitos são indispensáveis para o registro dos funcionários, e outros são necessários à manutenção atualizada do cadastro do funcionário.
A falta de atualização e a omissão de dados indispensáveis na ficha de registro de funcionários pode propiciar multa administrativa de 189,1424 UFIR’s por caso detectado pela fiscalização, dobrada na reincidência.
2. REGISTRO DE JORNADA DE TRABALHO
EXCESSO DE JORNADA DE TRABALHO
Funcionários não podem exceder sua jornada de trabalho em mais de duas horas diárias. A Constituição Federal e as Leis Trabalhistas permitem ao funcionário trabalho de no máximo 10 horas diárias, mediante acordo de prorrogação de jornada de trabalho. Qualquer excesso superior a 10 horas diárias, em uma fiscalização, terá multa de até 3.782,8472 UFIR. No sábado compensado ou no domingo/feriado haverá excesso de jornada, para fins de infração, somente se o funcionário trabalhar mais de 10 horas diárias.
 
De acordo com o Artigo 59 da Consolidação das Leis do Trabalho, a jornada normal de trabalho somente poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente de duas, desde que não ultrapasse o limite máximo de dez horas diárias, computando-se a jornada normal e extraordinária. 
Assim, no sábado compensado ou no domingo/feriado haverá excesso de jornada somente se o funcionário trabalhar mais de 10 horas diárias. Nesses dias todas as horas serão consideradas como extras, pois já foram trabalhados outros dias na semana para não trabalhar aos sábados e o domingo é a folga.
A hora extra é cara, improdutiva e se excedida nos termos deste item tem sanção, por isso deve ser evitada.	
INTERVALO MÍNIMO DE 11 HORAS ENTRE UMA JORNADA E OUTRA
O funcionário deve observar o intervalo mínimo para repouso, entre uma jornada e outra, de 11 (onze) horas consecutivas, o qual será destinado para o seu descanso, conforme determina o artigo 66 da Consolidação das Leis do Trabalho.
O não cumprimento do disposto acarretará à empresa multa de 37,8285 UFIR’s a 3.782,8472 UFIR’s, bem como o funcionário poderá reclamar como horas extras se trabalhar nesse intervalo.
Exemplo: No dia 10/02, o funcionário trabalha até às 23:00 hs; no dia seguinte , em 11/02 inicia suas atividades às 6:00 hs da manhã. Este funcionário teve um descanso entre uma jornada e outra de apenas 7horas, portanto 4 horas a menos do que a lei determina. Essas horas não descansadas serão consideradas como horas extras.
Admitindo que em cada mês o funcionário deixe de descansar 07 horas, por não observar o intervalo mínimo entre uma jornada de outra, sendo seu salário de R$ 1.000,00. Se o empregado questionasse na justiça, ônus para o empregador seria:
Descrição
Cálculos
 
 
Salário mensal
 1.000,00 
Horas trabalhadas no mês
 220,00 
Valor da hora normal
 4,55 
Adicional de hora extra
50%
Valor do adicional do adicional de HE
 2,27 
Valor da hora extra
 6,82 
Quantidade de horas extras no mês
 7,00 
Valor total das horas extras no mês
 47,73 
DSR - 20% sobre o valor das horas extras
 9,55 
Total mensal das verbas salariais
 57,27 
1/12 avos-13º salário
 4,77 
1/12 avos-Férias c/ adicional constitucional
 6,35 
FGTS - 8,5% sobre total verba salarial
 4,87 
FGTS - 8,5% sobre 13º salário 
 0,41 
FGTS - 40%
 2,11 
Total mensal das verbas trabalhistas
 75,77 
60 meses ( 05 anos)
 60,00 
Total da Reclamatória
 4.546,35 
 
 
INSS s/ verbas salariais - 36,8%
 1.264,58 
INSS s/ 13º salário - 36,8%
 105,34 
Total INSS
 1.369,92 
 
 
Total do ônus para a empresa
 5.916,27 
Trabalho nos dias destinados ao descanso semanal
Funcionários vêm trabalhando nos dias destinados ao descanso semanal. Multa de até 3.782,8472 UFIR. O funcionário deve descansar no dia estipulado no seu cartão ponto ou no máximo trocar esse descanso por outro dia, desde que seja anterior ao dia do próximo descanso.
De acordo com o Artigo 67 da Consolidação das Leis do Trabalho, é assegurado a todo o trabalhador um descanso semanal de 24 horas consecutivas, mais 11 horas entre uma jornada e outra, perfazendo assim 35 horas, o qual, salvo por motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo.
Alertamos que, independente do pagamento de jornada extraordinária, se o procedimento em pauta for detectado pela fiscalização do trabalho, a empresa estaria sujeita à multa estabelecida pelo Artigo 75 da Consolidação das Leis do Trabalho, cujo valor varia de 37,8285 UFIR’s até 3.782,8472 UFIR’s, dobrada na reincidência, oposição ou desacato.
Também, como no exemplo acima, se o funcionário não descansar 35 horas (11 horas +24horas), entre o término de sua jornada e o início da próxima jornada após a sua folga, serão devidas como extras as horas não descansadas.
	Nota
De acordo com a Lei 11603/2007, Artigo 6o  Fica autorizado o trabalho aos domingos nas atividades do comércio em geral, observados a legislação municipal, nos termos do art. 30, inciso I, da Constituição.
Parágrafo único.  O repouso semanal remunerado deverá coincidir, pelo menos uma vez no período máximo de três semanas, com o domingo, respeitadas as demais normas de proteção ao trabalho e outras a serem estipuladas em negociação coletiva.” (NR
De acordo com as Leis nº. 605/49, 7.415/85 e Enunciado de Súmula nº 27, do Tribunal Superior do Trabalho, a remuneração do descanso semanal será equivalente a um dia de serviço, computados os adicionais e as variáveis, como abaixo demonstramos, a título de exemplo:
Intervalo mínimo de 01 hora para alimentação e repouso
Não é observado o intervalo para alimentação e repouso. Para jornada de trabalho superior a 06 horas diárias o funcionário terá no mínimo de 01 hora e no máximo de 02 horas de intervalo. Haverá multa se a empresa não observar o mínimo de 01 hora, no caso de concessão de mais de 02 horas a empresa deverá pagar hora extraordinária.
Destaca-se que o pagamento do período trabalhado, como horas extraordinárias, não elimina o risco da empresa ser autuada por não conceder o referido intervalo. Multa de 37,8285 UFIR’s a 3.782,8472 UFIR’S, dobrada na reincidência, oposição ou desacato.
De acordo com o Artigo 71 da Consolidação das Leis do Trabalho, em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda a seis horas, é obrigatória a concessão de intervalo para refeição e repouso de no mínimo uma hora.	
São três situações a serem consideradas:
	Se o funcionário trabalha no horário de almoço, mesmo que conclua uma hora antes sua jornada de trabalho, lhe é devida uma hora extra. Ou mesmo, que trabalhe durante o horário do almoço e perceba 01 hora extra,ainda lhe é devida outra hora extra, a hora relativa ao intervalo não cumprido.
Exemplo: Reclamatória em que o funcionário percebe R$ 1.500,00, em cada mês, trabalha 06 intervalos para repouso e alimentação, em cinco anos:
Descrição
Cálculos
 
 
Salário mensal
 1.500,00 
Horas trabalhadas no mês
 220,00 
Valor da hora normal
 6,82 
Adicional de hora extra
50%
Valor do adicional do adicional de HE
 3,41 
Valor da hora extra
 10,23 
Quantidade de horas extras no mês
 6,00 
Valor total das horas extras no mês
 61,36 
DSR - 20% sobre o valor das horas extras
 12,27 
Total mensal das verbas salariais
 73,64 
1/12 avos-13º salário
 6,13 
1/12 avos-Férias c/ adicional constitucional
 8,16 
FGTS - 8,5% sobre total verba salarial
 6,26 
FGTS - 8,5% sobre 13º salário 
 0,52 
FGTS - 40%
 2,71 
Total mensal das verbas trabalhistas
 97,42 
60 meses ( 05 anos)
 60,00 
Total da Reclamatória
 5.845,31 
 
 
INSS s/ verbas salariais - 36,8%
 1.625,89 
INSS s/ 13º salário - 36,8%
 135,44 
Total INSS
 1.761,33 
 
 
Total do ônus para a empresa em 05 anos
 7.606,64 
	Se o funcionário tem intervalo de jornada de trabalho superior a duas horas, a totalidade do horário de descanso deve ser pago como horas extras, entendendo-se que o funcionário ficou à disposição da empresa. Exemplo: funcionário tem 03 horas de intervalo para descanso e alimentação, como a lei determina que no máximo esse intervalo deve ser de 02 horas, a empresa ao descumprir esta determinação deverá pagar o total do intervalo como extraordinário (três horas).
	Se o funcionário cumpre parcialmente o intervalo. Exemplo: 45 minutos, 55 minutos e 59 minutos. Recentemente em decisões trabalhistas, os juízes do trabalho estão determinando que a empresa pague integralmente 01 hora extra, mesmo que o funcionário tenha feito o intervalo de 59 minutos. Em outros casos, o juiz determina que sejam remuneradas apenas a diferença entre os minutos trabalhados e a hora do descanso. Exemplo: intervalo de 45 minutos, calcula-se 15 minutos extras ( 60 min menos 45 minutos). O Departamento Pessoal deverá controlar os intervalos para que sejam cumpridos.
Exemplo: Reclamatória em que o funcionário percebe R$ 1.500,00 mensais e em 15 dias no mês não cumpre o intervalo integral de 01 hora para repouso e alimentação, sendo que em alguns dias fez intervalo de 55 minutos e 59 minutos, como citado neste tópico, o juiz poderá determinar o pagamento integral do repouso, mesmo que falte apenas alguns minutos para cumprir o intervalo para o repouso. Em cinco anos o desembolso será de:
Descrição
Cálculos
 
 
Salário mensal
 1.500,00 
Horas trabalhadas no mês
 220,00 
Valor da hora normal
 6,82 
Adicional de hora extra
50%
Valor do adicional do adicional de HE
 3,41 
Valor da hora extra
 10,23 
Quantidade de horas extras no mês
 15,00 
Valor total das horas extras no mês
 153,41 
DSR - 20% sobre o valor das horas extras
 30,68 
Total mensal das verbas salariais
 184,09 
1/12 avos-13º salário
 15,33 
1/12 avos-Férias c/ adicional constitucional
 20,40 
FGTS - 8,5% sobre total verba salarial
 15,65 
FGTS - 8,5% sobre 13º salário 
 1,30 
FGTS - 40%
 6,78 
Total mensal das verbas trabalhistas
 243,55 
60 meses ( 05 anos)
 60,00 
Total da Reclamatória
 14.613,28 
 
 
INSS s/ verbas salariais - 36,8%
 4.064,73 
INSS s/ 13º salário - 36,8%
 338,59 
Total INSS
 4.403,32 
 
 
Total do ônus para a empresa em 05 anos
 19.016,60 
O Departamento Pessoal deverá ter rigoroso controle do cartão ponto relativo ao horário de intervalo para repouso e alimentação, inclusive mecanismos de bloqueios.
Também, cabe ressaltar, que em um processo trabalhista, o perito trabalhista recalcula dia a dia, as horas extras, os intervalos e outras verbas desde o início da ação, limitado aos últimos 05 anos. 
Os cálculos trabalhistas são efetuados algumas vezes por 03 profissionais distintos: um perito contratado pelo empregado, outro pela empresa, e havendo divergências o juiz nomeia um terceiro perito, sendo que as partes envolvidas na lide terão 05 dias para se pronunciar sobre o cálculo, não ocorrendo contestação prevalece o cálculo do perito nomeado pelo juiz.
Intervalo de 15 minutos em jornada de 06 horas - marcação
No cartão ponto deve estar assinalado (no cabeçalho) ou registrado o intervalo de 15 minutos de descanso obrigatório para jornadas de trabalho com 06 horas de duração. 
O parágrafo 1º, do artigo 71, da CLT determina 15 minutos de intervalo para jornadas de trabalho com 6 horas de duração. Para tanto, a empresa deve manter o referido intervalo pré-assinalado no cartão de ponto, desta forma o registro de suas jornadas seria 5 horas e 45 minutos de jornada trabalhada e 15 minutos de descanso para lanche, perfazendo 6 horas diárias.
Multa de 37,8285 UFIR’s a 3.782,8472 UFIR’S, dobrada na reincidência, oposição ou desacato, no caso de fiscalização.
Em reclamatórias trabalhistas a ausência da pré-assinalação no cabeçalho do cartão ponto ou o efetivo registro do intervalo será considerado como hora extraordinária. No entanto, mesmo pré-assinalando ou registrando o ponto, se o funcionário realmente não cumprir o referido intervalo, mediante prova testemunhal, poderá ser comprovado o não cumprimento do dispositivo legal, sendo-lhe devido o intervalo, como horário extraordinário.
Abaixo demonstramos quando custa para a empresa deixar de observar este item.
Dados para o cálculo
 
- 15 minutos diários correspondem a 5,5 horas extras mensais; o reflexo em 05 anos, no caso em que o funcionário recebe R$ 1.000,00 por mês: 
Descrição
Cálculos
 
 
Salário mensal
 1.000,00 
Horas trabalhadas no mês
 180,00 
Valor da hora normal
 5,56 
Adicional de hora extra
50%
Valor do adicional do adicional de HE
 2,78 
Valor da hora extra
 8,33 
Quantidade de horas extras no mês
 5,50 
Valor total das horas extras no mês
 45,83 
DSR - 20% sobre o valor das horas extras
 9,17 
Total mensal das verbas salariais
 55,00 
1/12 avos-13º salário
 4,58 
1/12 avos-Férias c/ adicional constitucional
 6,09 
FGTS - 8,5% sobre total verba salarial
 4,68 
FGTS - 8,5% sobre 13º salário 
 0,39 
FGTS - 40%
 2,03 
Total mensal das verbas trabalhistas
 72,77 
60 meses ( 05 anos)
 60,00 
Total da Reclamatória
 4.365,94 
 
 
INSS s/ verbas salariais
 1.214,40 
INSS s/ 13º salário
 101,16 
Total INSS
 1.315,56 
 
 
Total do ônus para a empresa
 5.681,50 
Recentemente os juízes do trabalho, mesmo que o funcionário tenha intervalo de 14 minutos, estão condenando a empresa a pagar integralmente 15 minutos extras, pelo não cumprimento do intervalo para repouso.
Também, nos casos em que se trabalha 04 horas no sábado, é devido o intervalo de 15 minutos, o qual deve ficar demonstrado no cartão ponto, senão é devido como hora extra.
Marcação da Jornada com antecedência
Funcionários que iniciam sua jornada de trabalho 12 a 15 minutos, devido efetuarem registro ponto com antecedência, ou no mesmo tempo após o horário de trabalho, sendo que não são computados no cálculo das horas extras.
Esse fato acorre quando funcionários chegam 10 minutos antes do horário e batem o cartão ponto, bem assim na saída, mais 2 a 5 minutos após o horário definido.
De acordocom o § 1º, do artigo 58 da CLT(redação dada pela Lei 10.243/2001) não serão descontadas nem computadas como jornada extra-ordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de 05(cinco) minutos, observado o limite máximo de 10(dez) minutos diários. No entanto, 10min e 01 segundo devem ser pagos integralmente como hora extra, pois ultrapassou o limite máximo estipulado pela Lei
Os referidos registros poderão ser considerados, em eventuais reclamatórias trabalhistas, como tempo à disposição da empresa e, por conseguinte, exigido o pagamento das horas suplementares.
De acordo com o § 1º, do artigo 58 da CLT(redação dada pela Lei 10.243/2001) não serão descontadas nem computadas como jornada extra-ordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de 05(cinco) minutos, observado o limite máximo de 10(dez) minutos diários.
Abaixo demonstramos quando custa para a empresa deixar de observar este item.
Dados para o cálculo:
 
- 12 minutos diários em 22 dias correspondem a 4,4 horas extras mensais; o reflexo em 05 anos, no caso em que o funcionário recebe R$ 1.500,00 por mês: 
Descrição
Cálculos
 
 
Salário mensal
 1.500,00 
Horas trabalhadas no mês
 220,00 
Valor da hora normal
 6,82 
Adicional de hora extra
50%
Valor do adicional do adicional de HE
 3,41 
Valor da hora extra
 10,23 
Quantidade de horas extras no mês
 4,40 
Valor total das horas extras no mês
 45,00 
DSR - 20% sobre o valor das horas extras
 9,00 
Total mensal das verbas salariais
 54,00 
1/12 avos-13º salário
 4,50 
1/12 avos-Férias c/ adicional constitucional
 5,98 
FGTS - 8,5% sobre total verba salarial
 4,59 
FGTS - 8,5% sobre 13º salário 
 0,38 
FGTS - 40%
 1,99 
Total mensal das verbas trabalhistas
 71,44 
60 meses ( 05 anos)
 60,00 
Total da Reclamatória
 4.286,56 
 
 
INSS s/ verbas salariais - 36,8%
 1.192,32 
INSS s/ 13º salário - 36,8%
 99,32 
Total INSS
 1.291,64 
 
 
Total do ônus para a empresa
 5.578,20 
O Departamento de Pessoal não deve permitir que o funcionário comece a trabalhar antes ou termine sua jornada depois do horário de trabalho constante no cartão ponto (o qual consta no contrato de trabalho). Não haverá problemas trabalhistas se ele iniciar depois e sair antes da jornada contratada.
Autorização para horas extras
Os funcionários que trabalham horas extras devem estar autorizados para realização das mesmas. O objetivo é verificar se há ou não a necessidade do empregado trabalhar depois do horário normal (o qual é oneroso para a empresa), a solicitação para que o responsável autorize a hora extra, ajuda a inibir a realização de atividades desnecessárias ou que poderiam ficar para o dia seguinte. 
As horas extras devem ser feitas somente mediante autorização por escrito dos chefes de seção, para que se certifiquem da necessidade do trabalho. Salientamos, também, que a autorização permaneça arquivada com os cartões ponto de cada mês, para fácil consulta à mesma.
O departamento pessoal deve inteirar-se do motivo pelo qual vêm sendo feitos os minutos extras por dia e, se for o caso, providenciar mecanismos de bloqueio ao cartão ponto.
Compensação de início de trabalho antecipado com saída antecipada ou vice-versa
É feita a compensação do horário na entrada com horário na saída do funcionário. Ocorre que alguns funcionários costumam chegar ao trabalho antes do horário previsto e em contrapartida saem antes do término o horário previsto no cartão ponto. Essa prática não é aconselhável, pois legalmente a empresa tem 02 a 03 meses para descontar faltas e atrasos do funcionário, no entanto o funcionário tem 05 anos para reclamar a hora extra em atraso. Dessa forma, em uma reclamatória trabalhista, o funcionário exige as horas que trabalhou com antecedência e a empresa fica impedida de descontar as horas não trabalhadas, até porque, se não descontou, concedeu como benefício ao funcionário.
De acordo com o § 1º, do artigo 58 da CLT (redação dada pela Lei 10.243/2001) não serão descontadas nem computadas como jornada extra-ordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de 05(cinco) minutos, observado o limite máximo de 10(dez) minutos diários.
Alertamos que os referidos registros, quando a soma de horários antecipados ou postecipados superarem a soma de 10 minutos, em eventuais reclamatórias trabalhistas, poderão ser considerados como tempo à disposição da empresa e, por conseguinte, exigido o pagamento das horas suplementares. 
Abaixo demonstramos quanto custa para a empresa deixar de observar este item.
Dados para o cálculo:
- O funcionário inicia o trabalho com 10 minutos de antecedência e sai para almoço 10 minutos antes; reinicia à tarde com 10 minutos de antecedência e sai 10 minutos antes do horário previsto.Exemplificando:
Horário de Trabalho: 8:00 às 12:00 e das 13:00 às 17:00
Horário trabalhado: 7:50 às 11:50 e das 12:50 às 16:50
- 20 minutos diários em 22 dias correspondem a 7,33 horas extras mensais; o reflexo em 05 anos, no caso em que o funcionário recebe R$ 1.100,00 por mês: 
Descrição
Cálculos
 
 
Salário mensal
 1.100,00 
Horas trabalhadas no mês
 220,00 
Valor da hora normal
 5,00 
Adicional de hora extra
50%
Valor do adicional do adicional de HE
 2,50 
Valor da hora extra
 7,50 
Quantidade de horas extras no mês
 7,33 
Valor total das horas extras no mês
 54,98 
DSR - 20% sobre o valor das horas extras
 11,00 
Total mensal das verbas salariais
 65,97 
1/12 avos-13º salário
 5,50 
1/12 avos-Férias c/ adicional constitucional
 7,31 
FGTS - 8,5% sobre total verba salarial
 5,61 
FGTS - 8,5% sobre 13º salário 
 0,47 
FGTS - 40%
 2,43 
Total mensal das verbas trabalhistas
 87,28 
60 meses ( 05 anos)
 60,00 
Total da Reclamatória
 5.236,75 
 
 
INSS s/ verbas salariais - 36,8%
 1.456,62 
INSS s/ 13º salário - 36,8%
 121,34 
Total INSS
 1.577,95 
 
 
Total do ônus para a empresa em 05 anos
 6.814,70 
O controle do cartão ponto deve ser levado muito a sério pelo Setor de Pessoal, de forma que o funcionário cumpra os horários contratados.
A empresa pode autorizar o funcionário a entrar depois do horário ou a sair antes do horário sem respectivamente descontar de seu salário. Neste caso, é concedido um benefício ao funcionário.
No entanto, entrar antes ou sair depois do horário contratado com o funcionário, mesmo que haja a referida compensação de horário, em uma reclamatória a empresa fica desprovida da prova do cartão ponto pelos fatos expostos neste item.
Observação: a alteração do horário de trabalho em relação ao horário contratado, necessita ser documentada através de Aditivo de contrato de trabalho, para que o horário em que o funcionário trabalha esteja em conformidade com o contratado.
não preenchido o cabeçalho do cartão ponto
Caso não conste a jornada de trabalho no cabeçalho do cartão ponto ou a empresa não utilize o cartão ponto deverá manter quadro de horário de trabalho.
Multa de 37,8285 UFIR’s a 3.782,8472 UFIR’S, dobrada na reincidência, oposição ou desacato.
Horas extras em atividades insalubres
Funcionários que trabalham em atividades insalubres estão prorrogando a jornada de trabalho. Multa de até 3.782,8472 UFIR.
Conforme determinação contida no Artigo 60 da Consolidação das Leis do Trabalho, os funcionários que exercem atividades insalubres somente poderão prorrogar sua jornada de trabalho, a título de jornada extraordinária, se previamente autorizado pela autoridade competente em segurança e medicina do trabalho.
Registro em papeleta de trabalho externo
a) Necessidade de registro da papeletade trabalho externo
A empresa possui vendedores e promotores executando trabalhos externos, os quais têm sua jornada de trabalho controlada pela empresa, chefia, encarregado , supervisor diretor, ou até mesmo estipulada no seu contrato de trabalho. Devendo, assim, esses funcionários registrarem a jornada de trabalho e o intervalo para refeição e descanso em ficha ou papeleta de trabalho externo.
O parágrafo único, do artigo 13, da Portaria nº 3.626, de 13/nov./91, do Ministério do Trabalho e Previdência Social, dispõe que, quando a jornada de trabalho for executada integralmente fora do estabelecimento do empregador, o horário de trabalho constará também de ficha, papeleta ou registro de ponto, que ficará em poder do empregado.
Dessa forma, em uma reclamatória trabalhista a empresa não tem prova a seu favor, para comprovar a efetiva jornada de trabalho do funcionário.
A falta de anotação no cartão ponto ou na papeleta de trabalho externo, mesmo que conste a anotação na Carteira de Trabalho que o funcionário executa trabalho externo, deixa a empresa sem o valor probante do controle de jornada de trabalho. Em uma lide trabalhista basta que o reclamante apresente uma ou duas testemunhas (normalmente é um colega que também foi despedido) e afirma que trabalhava além do horário contratado, sendo exigidas horas extraordinárias e reflexos.
Vamos apresentar um cálculo, a título de exemplo, onde o funcionário pede 02 horas extras por dia, o qual recebe R$ 800,00 por mês, para verificar qual o ônus da empresa:
Descrição
Cálculos
 
 
Salário mensal
 800,00 
Horas trabalhadas no mês
 220,00 
Valor da hora normal
 3,64 
Adicional de hora extra
50%
Valor do adicional do adicional de HE
 1,82 
Valor da hora extra
 5,45 
Quantidade de horas extras no mês
 44,00 
Valor total das horas extras no mês
 240,00 
DSR - 20% sobre o valor das horas extras
 48,00 
Total mensal das verbas salariais
 288,00 
1/12 avos-13º salário
 23,99 
1/12 avos-Férias c/ adicional constitucional
 31,91 
FGTS - 8,5% sobre total verba salarial
 24,48 
FGTS - 8,5% sobre 13º salário 
 2,04 
FGTS - 40%
 10,61 
Total mensal das verbas trabalhistas
 381,03 
60 meses ( 05 anos)
 60,00 
Total da Reclamatória
 22.861,66 
 
 
INSS s/ verbas salariais - 36,8%
 6.359,04 
INSS s/ 13º salário - 36,8%
 529,71 
Total INSS
 6.888,75 
 
 
Total do ônus para a empresa em 05 anos
 29.750,41 
Esta situação é bem real no dia a dia da empresa, até porque, as petições trabalhistas são unânimes em reivindicar tudo o que é possível receber em cada caso, tendo o funcionário direito ou não, pois cabe a empresa provar o contrário.
b) Trabalho externo sem marcação de jornada em papeleta, conforme inicio I, art. 62 da CLT.
Devido a complexidade do assunto, comentamos como o Departamento Pessoal de uma empresa deve operacionalizar o trabalho externo, sem que os funcionários marquem a jornada de trabalho e não tenha dificuldade probante em litígio trabalhista:
	Em primeiro lugar, na data de admissão do funcionário deverá constar na Carteira de Trabalho e Previdência Social e na Ficha de Registro de empregados que o funcionário exerce atividade externa incompatível com a fixação de horário. Caso não contenha essa anotação nos citados documentos, é devido o controle de jornada de trabalho, como não é feita fica a empresa descoberta de provas a seu favor. Assim, mediante testemunha(s), ficará provado que realmente laborava em trabalho excedente. (inciso I, art. 62, CLT).
	A empresa não poderá ter controle algum sobre a jornada de trabalho do funcionário, nem por relatório de prestação de contas; nem utilizando contato indireto por telefone; muito menos estipular horário de início, intervalo e saída; nem mesmo no início do dia apresentar relatório do dia anterior e no final da tarde passar na empresa; proibido então marcar o ponto ou assiná-lo. (Cartão ponto assinado pelo funcionário, mesmo que em branco, comprova o controle de jornada de trabalho).
 
	 O funcionário terá total liberdade sobre seu horário de trabalho, podendo, por exemplo iniciar às 10:00 hs e encerrar às 15:00 hs, bem assim iniciar às 7:00 hs e findar às 18:00 hs. A empresa, logicamente, deve pedir os respectivos relatórios de empresas visitadas, vendas, etc., de preferência sem anotação de horário, cobrar eficiência e desempenho, marcar reuniões, prestações de contas, etc, atribuições normais do empregador, menos o controle de jornada de trabalho. O Departamento Pessoal deve, ao mesmo tempo, atentar ao fato de que não sejam dadas ordens verbais de seus chefes para cumprir o horário (chefes devem “bater” na tecla da produtividade, eficiência, etc), pois o funcionário pode recorrer à prova testemunhal, por ocasião da lide, confirmando, assim, a exigência do cumprimento do horário.
A questão principal é se no trabalho externo cobra-se ou não o cumprimento de horário. Se há a cobrança (tácita ou por escrito) faz-se necessário anotar o ponto e pagamento das respectivas horas extras anotadas; não existindo a cobrança do cumprimento de horário não se anota o cartão ponto. Não exigir o horário, porém determinar que o funcionário inicie suas atividades sempre as 08:00 hs da manhã e a encerre às 17:00 hs, é uma forma de horário fixo. Exemplos em que o funcionário deve ou não anotar o ponto:
	O promotor de vendas em um supermercado está sob o controle de horário (entra determinada hora e sai no horário estipulado), sendo-lhe imposto o cumprimento do horário de trabalho, nesta situação o que alterna é o local de trabalho, devendo anotar o ponto;
	O motorista de transportadora trabalha externamente, porém tem horário de saída (carregamento da carga) e horário de chegada (entrega), até mesmo, há o controle via-satélite do caminhão. As empresas não exigem a marcação das horas de seus motoristas, pelo motivo que se marcassem, só de horas extras seria um absurdo, além das multas do Ministério do Trabalho. Por outro lado, a empresa seria improdutiva se mantivesse os horários exigidos pela lei. O que pode amenizar um pouco a situação, e que muitas empresas de transportes adotam é o pagamento de seus motoristas exclusivamente por comissões, aplicando-lhe as normas do trabalho externo sem controle de jornada. Por outro lado, seria interessante a empresa efetivamente controlar a jornada do funcionário, através de cartão ponto, exigindo os intervalos legais e remunerando as horas extras;
	O vendedor externo não está sujeito ao controle de jornada de trabalho, porém se a empresa passar a controlar seu horário de trabalho deverá adotar cartão ponto, senão serão devidas as horas extras;
	Motoristas e ajudantes que fazem entregas, mesmo que trabalhem externamente, mas tendo que apanhar o veículo de manhã na empresa e a tarde devolvê-lo, deverão anotar o ponto;
	Trabalho em diversas empresas, quando o empregado está sujeito ao controle de horário, deve haver o registro do ponto, por exemplo: Entrada às 8:00hs, uma hora de intervalo, saída às 17:00hs, com exceção, se o funcionário não está sujeito ao controle da jornada de trabalho (inicia e encerra sua jornada de trabalho por sua conta)
Para a exclusão da marcação do ponto, conforme inciso I, do art. 62 da CLT, é importante ficar bem claro, que além de ser externo o trabalho, o funcionário deve ter jornada de trabalho flexível: não existindo horário para começar nem para terminar a jornada, o horário de trabalho é liberalidade do funcionário, desde que seja produtivo para a empresa.
Também, vale lembrar, que a maioria das empresas quer controlar a jornada de trabalho dos funcionários externos, mesmo que não por documentos, mas por ordens tácitas de seus gerentes, diretores, etc, isso fica facilmente provado por testemunhas. Se a empresa não quer abrir mão do controle da jornada deverá adotar a marcação da papeletade controle de jornada de trabalho externo e remunerar as horas extras quando devidas.
Marcação do Ponto para funcionários em cargos de supervisão
Na maioria das empresas, os funcionários em cargos de supervisão e gerência estão dispensados de marcar o ponto, porém a dispensa da marcação do ponto é somente para funcionários que percebem a gratificação de função (no mínimo 40%) no holerite, aqueles que não percebem a gratificação de função, mesmo sendo supervisores e gerentes, podem reclamar horas extras a qualquer momento, por essa razão devem anotar o ponto.
Outrossim, lembramos que, a dispensa de marcação deverá atender ao disposto no Artigo 62, Inciso II, da Consolidação das Leis do Trabalho, o qual estabelece que deverá ter uma gratificação de função no mínimo de 40% do seu salário. Desta forma, concluímos que, se não atendidas as disposições comentadas acima, a empresa estaria obrigada a promover o controle da jornada diária de trabalho destes funcionários, na forma do artigo 74 da Consolidação das Leis do Trabalho.
Citamos como exemplo, um gerente que percebe R$ 4.000,00 mensais e reivindica 02 horas extras diárias, sendo que no seu holerite não consta a gratificação de função no mínimo de 40% do seu salário:
Descrição
Cálculos
 
 
Salário mensal
 4.000,00 
Horas trabalhadas no mês
 220,00 
Valor da hora normal
 18,18 
Adicional de hora extra
50%
Valor do adicional do adicional de HE
 9,09 
Valor da hora extra
 27,27 
Quantidade de horas extras no mês
 44,00 
Valor total das horas extras no mês
 1.200,00 
DSR - 20% sobre o valor das horas extras
 240,00 
Total mensal das verbas salariais
 1.440,00 
1/12 avos-13º salário
 119,95 
1/12 avos-Férias c/ adicional constitucional
 159,55 
FGTS - 8,5% sobre total verba salarial
 122,40 
FGTS - 8,5% sobre 13º salário 
 10,20 
FGTS - 40%
 53,04 
Total mensal das verbas trabalhistas
 1.905,14 
60 meses ( 05 anos)
 60,00 
Total da Reclamatória
 114.308,30 
 
 
INSS s/ verbas salariais - 36,8%
 31.795,20 
INSS s/ 13º salário - 36,8%
 2.648,54 
Total INSS
 34.443,74 
 
 
Total do ônus para a empresa em 05 anos
 148.752,04 
A solução, neste caso, seria registrar o gerente percebendo a função gratificada, mediante documento de nomeação de função gratificada, bem como a empresa não poderá controlar o horário de trabalho do funcionário:
Salário R$ 2.857,16
40% função gratificada R$ 1.142,84 
Total			 R$ 4.000,00		
HORÁRIO DE TRABALHO EM DESACORDO COM A PRÉ-ASSINALAÇÃO NO CABEÇALHO DO CARTÃO PONTO
 A marcação no cartão de ponto deve corresponder a jornada pré-assinalada no mesmo. Lembrando que o cartão ponto substitui o quadro de horário, se funcionário trabalhar período antes ou depois do seu horário normal pode reclamar essas horas como extraordinárias, sem que o empregador tenha tempo hábil descontar o horário não trabalhado (o funcionário faz reclamação trabalhista após sua saída da empresa). A questão do horário de trabalho anotado no cartão ponto é relevante, pois qualquer mudança no horário estipulado no contrato de trabalho deverá ser feita mediante aditivo contratual, caso contrário o funcionário poderá alegar que foi obrigado a cumprir outro horário, diferente do estipulado em contrato.
Alertamos que o referido procedimento poderá ser considerado em eventual reclamatória trabalhista como alteração unilateral de contrato, podendo a entidade vir a ser condenada ao pagamento das horas trabalhadas em desconformidade com o pré-assinalado como horas extraordinárias.
Exemplo:
Horário no Cabeçalho do Cartão Ponto: 8:00hs às 12:00hs, das 13:00 hs às 17:00 hs
Horário que o funcionário trabalha: 7:00hs às 11:00hs, das 12:00 hs às 16:00 hs
Como o horário de trabalho diverge da jornada contratada pela empresa, caberá neste caso 01 hora extra diária para o funcionário, sendo que demonstramos o cálculo abaixo, em uma situação que o funcionário perceba R$ 500,00 mensais:
Descrição
Cálculos
 
 
Salário mensal
 500,00 
Horas trabalhadas no mês
 220,00 
Valor da hora normal
 2,27 
Adicional de hora extra
50%
Valor do adicional do adicional de HE
 1,14 
Valor da hora extra
 3,41 
Quantidade de horas extras no mês
 22,00 
Valor total das horas extras no mês
 75,00 
DSR - 20% sobre o valor das horas extras
 15,00 
Total mensal das verbas salariais
 90,00 
1/12 avos-13º salário
 7,50 
1/12 avos-Férias c/ adicional constitucional
 9,97 
FGTS - 8,5% sobre total verba salarial
 7,65 
FGTS - 8,5% sobre 13º salário 
 0,64 
FGTS - 40%
 3,31 
Total mensal das verbas trabalhistas
 119,07 
60 meses ( 05 anos)
 60,00 
Total da Reclamatória
 7.144,27 
 
 
INSS s/ verbas salariais - 36,8%
 1.987,20 
INSS s/ 13º salário - 36,8%
 165,53 
Total INSS
 2.152,73 
 
 
Total do ônus para a empresa
 9.297,00 
Reforçamos a idéia de que todas as alterações de horário de trabalho devem ser feitas mediante aditivo contratual.
Ponto com rasuras
Em alguns casos funcionários registram suas jornadas de trabalho com rasuras, e em outros casos o registro é feito no cartão ponto e posteriormente é posto corretivo sobre o mesmo. 
Em eventual reclamatória trabalhista, o registro de ponto poderá ser desclassificado como prova a favor da empresa, sob alegação de ter sido rasurado ou não corresponder com a realidade.
O ponto com rasuras, não assinado e com marcação repetitiva é desclassificado pelo juiz, permanecendo a empresa sem a prova que o documento lhe assegura. Desclassificado o ponto, a comprovação será feita por meio de testemunhas. Se o cartão ponto não for aceito pelo julgador prevalece a alegação do funcionário. 
Como o ônus da prova, no processo trabalhista, é da empresa e não havendo a comprovação mediante o cartão ponto, a empresa é condenada ao pagamento das verbas relativas às horas extras reivindicadas pelo funcionário, mesmo que o funcionário não as tenha realizado, mas por fragilidade probante.
Abaixo demonstramos as conseqüências financeiras, para a empresa, de um ponto desclassificado, em que a testemunha alega que foram realizadas diariamente 1,5 horas extras, sendo o salário, neste exemplo, de R$ 650,00:
Descrição
Cálculos
 
 
Salário mensal
 650,00 
Horas trabalhadas no mês
 220,00 
Valor da hora normal
 2,95 
Adicional de hora extra
50%
Valor do adicional do adicional de HE
 1,48 
Valor da hora extra
 4,43 
Quantidade de horas extras no mês
 33,00 
Valor total das horas extras no mês
 146,25 
DSR - 20% sobre o valor das horas extras
 29,25 
Total mensal das verbas salariais
 175,50 
1/12 avos-13º salário
 14,62 
1/12 avos-Férias c/ adicional constitucional
 19,45 
FGTS - 8,5% sobre total verba salarial
 14,92 
FGTS - 8,5% sobre 13º salário 
 1,24 
FGTS - 40%
 6,46 
Total mensal das verbas trabalhistas
 232,19 
60 meses ( 05 anos)
 60,00 
Total da Reclamatória
 13.931,32 
 
 
INSS s/ verbas salariais - 36,8%
 3.875,04 
INSS s/ 13º salário - 36,8%
 322,79 
Total INSS
 4.197,83 
 
 
Total do ônus para a empresa
 18.129,15 
Ponto não assinado
Cartões pontos que estão sem a assinatura do funcionário poderão ser desqualificados.
Alertamos que em eventual reclamatória trabalhista, somente serão aceitos como prova em favor da empresa os documentos autenticados pelos funcionários.
O custo financeiro do ponto não assinado pelo funcionário, segue o mesmo exemplo do ponto com rasuras.
Marcação repetitiva
A marcação

Outros materiais