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Análise sobre o Livro “A Pesquisa Histórica : teoria e método” Eliza Tafner Miloni 1º - História - Matutino O livro foi escrito pelo professor Júlio Aróstegui, tendo seu lançamento no dia 1 de Janeiro de 2006. A obra conta com 592 páginas em sua versão traduzida para o português. Sua versão original, 432 páginas, foi escrita em Espanhol já que a nacionalidade do autor era espanhola. Aróstegui era um historiador especialista em Idade Contemporânea que estudou principalmente a Guerra Civil Espanhola. Trabalhou em bibliotecas, sendo responsável por várias, e de igual importância, obras. Seu nome tem destaque merecido na historiografia mundial. Assim como afirma o autor, ao se referir a obra como “único y insustituible”, o livro serve como um “manual universitário de teoria e método”, podendo ser lido por estudantes e professores. A relação dos acontecimentos com apenas o ato de “contar historinhas” ganhou nova categoria. Desde Heródoto, considerado o pai da história, até a Idade Contemporânea , mais especificadamente até o século XIX, a cronologia dos fatos e seu modo de pronunciamento variava, destacando sempre a “história político-militar”. Com as mudanças mostradas por autores, como o próprio Aróstegui, houve a criação de métodos discutidos nesse livro. Assim, na vontade de alcançar reconhecimento, alguns historiadores sentem necessidade de criar métodos para organizar seus estudos e para a ciência histórica. No então, a verdadeira historiografia apenas originou-se no século XIX, junto com os Estados nacionais. O pontapé inicial ocorreu na Alemanha, com uma corrente que considerava o processo de cientifização da história e a importância da documentação escrita. Essa ficou conhecida como positivista. Nela constatasse que a história deveria ser imparcial, de total neutralidade, sendo apenas responsável por reproduzir o que diziam as fontes, opondo-se a filosofia. Desde a década de 70, a vida cotidiana e o mundo mental das personagens têm ganhado grande importância e experimentos. Uma visão mais científica sobre o assunto proporcionou uma consciência mais crítica e o limite das possibilidades de seu próprio trabalho. Nesse contexto, ao se definir história como ciência e ofício o enriquecimento e renovação exigiam um método. Esse tipo de estudo sobre a história se iniciou com a Escola dos Annales. Nessa se afirmava que a base do trabalho do historiador é tanto a erudição como a interpretação. Cada nova CONJUNTURA da história tem-se necessário renovar as investigações, quebrar os paradigmas metodológicos, as técnicas de procedimento e o estudo e observações do que a constrói. O livro tem como objetivo abrir um espaço para criar-se uma discussão “teórica e metodológica” sobre o decorrer da investigação histórica e sobre a área norte americana desde sua grade presença na história das relações mundiais. O conteúdo pode ser dividido em três partes. A primeira refere-se aos fundamentos e a disciplina e suas relações com a ciência ( principalmente com as ciências sociais ) e com a renovação contemporânea. A segunda estuda a teoria própria da história, levando em consideração a natureza do historiador, seu objeto em questão de análise, a temporalidade, a explicação do fato dentro da história, e seu objetivo. A terceira e última parte refere-se ao estudos dos instrumentos que serão utilizados para a análise como : o processo de investigação, as informações, ou fontes, que serão colhidas e “julgadas” como relevantes. O propósito do autor é contribuir para o progresso da historiografia e da história como disciplina. Com o exercício do pensamento e da reflexão podemos quebrar conceitos e verdades construídas pelos pós-modernistas. De acordo com o autor, essa ação de superar o estado atual que dita os fundamentos da historiografia exige concentrar o ataque e as duvidas desde a sua formação até a atualidade. O método utilizado pela historiografia é uma parte dos estudos utilizados para descrever a história das relações sociais. Desse modo, o método utilizado pelo historiador é o mesmo que o utilizado pelas áreas como a economia, o da sociologia e o da antropologia. O que diferencia o trabalho do historiador com o trabalho dos estudiosos das demais áreas é a relação que os fatos ocorridos tem que ter com o espaço temporal. A ação ou o ocorrido é sempre “julgado” de acordo com a época em que ocorre. Isso significa que não é possível analisar um acontecimento “de modo direto” sem que se identifique o que aconteceu no passado e seu impacto na ação do presente. O método que o autor se refere na obra, responsável pelo estudo da historiografia contemporânea, deveria ser constituído pelo acúmulo de experiências de vida e de relações com outros assuntos, mas focando sempre em seu objetivo. Os anos em que se seguiram o pensamento sobre a importância do desenvolvimento dos métodos, em meados da segunda metade do século XX, coincidiu, ou melhor dizendo, influenciou a criação de profissionais que visavam cargos como professores em universidades. Foi importante que tais dogmas fossem quebrados para que houvesse uma construção mais realista e compatível com questões do passado. Ao analisar o livro percebemos como é importante para o historiador, independente da época em que viva, justificar o seu ofício e detectar sua função e sua contribuição para a sociedade. O trabalho do historiador ganhou maior importância. Ficou, também, mais complexo a questão do significado da palavra história, que em muitos países é designada como algo “acontecido” ou “passado”. Assim como afirma o autor Le Goff, o escritor dessa obra, Júlio Aróstegui, crê que haja dois significados: a história como disciplina, podendo ser ensinada em escolas e universidades e a realidade história, sendo a relação e coerência de uma determinada sequencia de fatos. Uma das preocupações do historiador ao realizar seu trabalho é o grau de convencimento que irá proporcionar as pessoas. Nesse contexto levantou-se dúvida sobre qual fonte seria mais propícia para análise e sobre qual o método de divulgação, normalmente utilizando a narrativa. Um problema que pode ser levantado em relação ao conhecimento e estudo dos fatos históricos são os modos como são estudados, isto é, as fontes que são buscadas para sua conclusão. Como já diziam muitos autores, que complementam a tese do autor do livro, como Marc Bloch, a principal “arma” que levanta a dúvida em torno do acontecimento histórico é o fato de historiadores contemporâneos estudarem algo que não aconteceu em ser período, contando com depoimentos, muitas vezes orais, que acabavam por destorcer o verdadeiro significado e impacto na sociedade. O autor, ou historiador, acaba acatando, muitas vezes, uma única versão do fato, sendo essa por ser a única sobrevivente de um período ou mesmo por tradição. Toma-se como exemplo as antigas batalhas em que se conhecem apenas as versões dos lados heroicos, muitas vezes nem citando os nomes dos perdedores. Outra característica levantada sobre a aquisição de provas orais, como os testemunhos, é que cada vivente conta a sucessão de fatos do seu modo, com seu olhar para tal assunto, podendo destorcer informações e criando uma história privada. Essa acabou passando de gerações para gerações até que se tornasse uma história tida como aceitável e inquestionável. Essa noção de “inquestionalidade” dos fatos deve receber, de acordo com a obra, maior atenção. Através dos métodos alcançados e pré-determinados pelos historiador, esse torna-se responsável por desvendar os mistériosque existem por detrás dos dogmas e revelar algo mais palpável ou mais próximo do real. Júlio ressalta em todo momento em seu livro os vários níveis de educação a que seu livro possa servir. Como cita : “não há para um escritor elogio mais belo do que saber falar, no mesmo tom, aos doutos e aos escolares” (2001, p.41). Nessa mesma linha de raciocínio, volta a remeter a não dependência da narração como forma de decimar a história. O ideal buscado é a capacidade de explicação e não apenas “fazer historiografia não é „contar histórias‟”(2006, p. 415). Diz que cabe ao historiador decidir em que linha de raciocínio quer tomar, se for fazer romance através da história e da narrativa ou de comunicar através de estudo doa fatos. Desde que escolhido com ciência nada consta como errado , mas deve-se dedicar no assunto. Um problema levantado pelo obra em que se relaciona narrativa com a historiografiai é a localização de tempo e espaço, características comuns a narração, deixando, muitas vezes, de lado a “beleza, essência e explicabilidade” da história.
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