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Nota de aula 01 - 2013 Disciplina: Economia Curso: DIREITO 1 MICROECONOMIA Estudar ECONOMIA A economia faz parte do nosso dia-a-dia, independentemente de sermos consumidores, trabalhadores, empresários, governantes. É importante destacar que as questões econômicas fazem parte do cotidiano de todos. Pensar economicamente implica em avaliar as diferentes opções possíveis. Abaixo temos dois conceitos que expressam bem o seu significado: “A economia estuda como pessoas, empresas, governos e outras organizações de nossa sociedade fazem escolhas e como essas escolhas determinam a forma como a sociedade utiliza seus recursos” “O estudo da alocação (utilização) dos recursos escassos na produção de bens e serviços para a satisfação das necessidades ou dos desejos humanos”. Estes conceitos mostram a importância da ECONOMIA e fazem menção ao que os economistas chamam de “problema econômico”, que será discutido mais adiante. Divisão da Economia A ECONOMIA pode ser dividida em dois campos de atividade – microeconomia e macroeconomia Microeconomia - É o estudo das decisões de consumidores, famílias, firmas, trabalhadores, setores econômicos, etc. Também estuda o modo e as ações de inter-relação destes agentes econômicos. Macroeconomia – Tenta explicar as relações entre os grandes agregados (ou variáveis) econômicos – consumo, poupança, produção, renda nacional, oferta agregada, demanda agregada e outros. Estuda-se a economia nacional e a economia global. Funcionamento da Economia O comportamento de uma economia reflete o comportamento das pessoas que a formam. De forma resumida, apresentaremos alguns princípios que regem a economia. Estes princípios ajudam a entender como a economia funciona. Princípio 1 - As pessoas enfrentam conflitos durante as escolhas (Trade- offs) Os agentes econômicos (consumidores, famílias, empresas, governo) estão a todo instante fazendo escolhas, tomando decisões. Nestes casos exige-se escolher um objetivo em detrimento de outro. E conseqüentemente, para conseguir algo que queremos, geralmente precisamos abrir mão de outra coisa de que gostamos. Em todos os casos, as escolhas envolvem trade-offs – ter mais de uma coisa implica ter menos de outra coisa. Os trade-offs são a conseqüência da escassez. Exemplos: a) O prefeito de uma cidade juntamente com os secretários municipais ao elaborar o orçamento, sabe que, se alocar mais dinheiro para obras públicas, terá que reduzir investimentos em saúde e educação, por exemplo. b) Uma família precisa reformar a casa e gostaria de passar as férias de janeiro no nordeste brasileiro ou no exterior. Terá que escolher entre um se não tiver recursos para os dois. c) Se um aluno decidir saír todas as noites antes das provas, sabe que poderá tirar uma nota ruim como consequência. Princípio 2 - Custo de Oportunidade Sabemos que “não existe almoço grátis”. Significa que tudo tem um custo. As decisões tomadas pelos atores econômicos (empresas, famílias e governo) exigem comparar os custos e benefícios de possibilidades alternativas de ação. Então, custo de oportunidade de um item é aquilo de que você abre mão para obter. Nota de aula 01 - 2013 Disciplina: Economia Curso: DIREITO 2 Exemplo de custo de oportunidade: Dentre inúmeros exemplos que se pode citar para exemplificar temos: a dificuldade que o indivíduo possui para administrar “o conflito entre sua ambição pessoal e a vida real”. Podemos hipoteticamente criar a seguinte situação: Pedro, estudante universitário, 22 anos, que trabalha desde os 18 anos. Atualmente seu trabalho lhe garante um salário bruto de R$ 2.500,00. Durante estes anos de trabalho, Pedro conseguiu comprar um carro zero. O carro custou a um ano atrás o equivalente a R$ 30.000,00, e ele reclama do salário e diz que já não lhe sobra muito no final do mês. Vamos fazer um rápido cálculo, conforme dados abaixo, para ver quanto esse carro consome da renda do Pedro: Despesa mensal Despesa anual Seguro R$ 250,00 R$ 3.000,00 IPVA R$ 100,00 R$ 1.200,00 Estacionamento R$ 200,00 R$ 2.400,00 Manutenção R$ 200,00 R$ 2.400,00 Depreciação prevista (10%) R$ 300,00 R$ 3.000,00 Custo de oportunidade (6%) R$ 150,00 R$ 1.800,00 Multas e eventualidades R$ 41,67 R$ 500,00 Total R$ 1.241,67 R$ 14.300,00 Algumas análises iniciais: Pedro direciona 49,67% do seu salário com o automóvel, portanto, com as outras despesas lhe sobra 50,33% (alimentação, roupas, remédios, estudo) Não foi considerado na análise o custo do combustível. Pedro, de qualquer forma, teria despesas de transporte com ônibus, metrô ou gasolina para um outro carro. Depreciação e custo de oportunidade são esquecidos, em algumas análises financeiras, porque não saem do seu bolso em um primeiro instante. Entretanto, na hora em que você for vender o carro, sentirá na pele as consequências. Recomenda-se que você deposite, mensalmente, em um fundo de renda fixa, o valor estimado para a depreciação de seu carro. Custo de oportunidade é o quanto Pedro está deixando de ganhar em outra alternativa. No exemplo, ele poderia estar recebendo em um fundo de renda fixa (poupança) 0,5% a.m. acima da inflação sobre os R$ 30.000,00. Sabendo de todos estes gastos Pedro poderia ter tomado a seguinte decisão. Os R$ 1.241,67 mensais, se investidos numa aplicação financeira, oferecendo 0,5% de juros reais por mês, irão valer aproximadamente: Em 10 anos: R$ 203.484,07 Em 20 anos: R$ 573.702,32 Em 30 anos: R$ 1.247.276,19 Em 40 anos: R$ 2.472.774,80 O exemplo descrito é bastante estimulante. O sacrifício de poupar aproximadamente R$ 1.200,00 por mês pode significar uma renda de R$ 12.363,87 na velhice, mantendo intocável aquele capital no Banco. Princípio 3 - As pessoas racionais pensam na margem Na vida real, muitas das decisões tomadas exigem pequenos ajustes adicionais. As decisões que tomamos durante nossa vida não são extremistas. Nas decisões pensamos nos acréscimos dos resultados. Nas perdas também. Estes incrementos que damos as nossas decisões são chamados de marginais, ou seja, que estão nas margens. Princípio 4 - As pessoas reagem a incentivos As pessoas pensam em prós e contras das diversas opções. Como as pessoas tomam decisões por meio da comparação de custos e benefícios, seu comportamento pode mudar quando os custos ou benefícios mudam. As pessoas reagem a benefícios. Nota de aula 01 - 2013 Disciplina: Economia Curso: DIREITO 3 O PROBLEMA ECONÔMICO O problema econômico está centralizado no fato de que os recursos disponíveis ao homem para produzir bens e serviços são limitados, escassos, mas sua necessidade ou desejo desses bens e serviços varia e é insaciável. Os recursos usados para a produção são conhecidos como fatores de produção. Os principais fatores de produção são: a) Recursos naturais b) Trabalho (ou mão-de-obra) - é o esforço humano – físico e mental. c) Capital físico d) Capital humano e) Capacidade empresarial A necessidade de escolher fica evidente quando se consideram os três problemas fundamentais a que todas as sociedades devem dar respostas: O que produzir? Como produzir? Para quem produzir? SISTEMA ECONÔMICO É a forma como a sociedade está organizada para desenvolver as atividades econômicas. Uma vez que as necessidades humanas são ilimitadas e os recursos produtivos são limitados, o sistema econômico tem que enfrentar alguns problemas básicos. CURVA DE TRANSFORMAÇÃO E A ALOCAÇÃO DE RECURSOS ESCASSOS A curva ou fronteira de possibilidades de produção (CPP) delimita aquelas combinações de bens e serviços que podem ser produzidas por uma sociedade e aquelas que não podem ser produzidas, seja porque ultrapassam os recursos disponíveis, seja porque excedem a capacidade tecnológica. A figura ilustra a seguinte situação: Uma fazenda produz dois produtos (batatas e carne).Atualmente a fazenda produz 240 kg/dia de batatas e 60 kg/dia de carne. Para isso a fazenda dispõe dos seguintes recursos produtivos: 10 funcionários, 4 máquinas para produção e embalagem e de 1 galpão de 1000 m2. Diante do aquecimento da economia, a empresa decide aumentar a produção de carne para 80 kg/dia, mas não possui recursos produtivos para isso. Diante deste quadro, para produzir mais carne necessitará reduzir a produção de batatas. Isso significa que a empresa transferirá recursos alocados na produção de batatas para a produção de carne. Considerando os recursos produtivos a disposição, é possível que esta empresa venha a produzir mais batatas e carnes? Para isso ocorrer o que é necessário? Nota de aula 01 - 2013 Disciplina: Economia Curso: DIREITO 4 ARGUMENTOS POSITIVOS E ARGUMENTOS NORMATIVOS As proposições quanto ao que deveria ser correspondem a certos critérios éticos, ideológicos ou políticos a respeito do que se considera desejável ou indesejável. Os argumentos normativos (ponto de vista normativo), relativos a uma análise que contém, explicitamente ou implicitamente, um juízo de valor sobre alguma medida econômica. Os argumentos positivos não envolvem juízo de valor, e referem-se a proposições objetivas. A Economia é uma ciência que deveria utilizar fundamentalmente de análise positiva, que deve explicar os fatos da realidade, mas na vida real, os componentes positivo e normativo mesclam-se de tal forma que se torna muito difícil separa-los. Bibliografia: MOCHÓN, Francisco. Princípios de Economia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. PINDYCK, R. S. & RUBINFELD, D. L. Microeconomia. São Paulo: Prentice Hall, 2002. PINHO, D. B. & VASCONCELLOS, M. A. S. De. Manual de Economia. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2001. SOUZA, N. J. Curso de Economia. São Paulo: Atlas, 2000.
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