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Garrotilho em Equinos

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GARROTILHO – REVISÃO DE LITERATURA 
 
FERRARI, Priscila Aparecida Penteado 
Acadêmicos do curso de medicina veterinária da FAMED/ACEG – Garça – SP. 
e-mail: pri_ferrari27@hotmail.com 
TOZETTI, Daniel 
Docente do curso de medicina veterinária da FAMED/ACEG – Garça – SP. 
e-mail: d.tozzetti@hotmail.com 
 
 RESUMO 
O garrotilho, ou adenite equina é uma enfermidade que acometem eqüinos, as principais 
características são corrimento nasal de consistência mucoserosa, febre súbita, acompanhada de 
anorexia, depressão o qual o agente infeccioso é Streptococcus e que subespécie e equi (S.equi), 
bactéria gram-positiva B-hemolitica. O diagnostico é baseado nos achados epidemiológicos, clínicos 
e anatomopatológicos. O tratamento é simples, administrar Penicilina e Diidroestreptomicina na dose 
de 1 ml para cada 20 kg de peso corporal, assepsia e não deve ser administrado em animais 
acetilsalicílico ou a outra substancia, antiinflamatório não esteróides, também a animais com 
nefropatias graves, devido aos efeitos nefrotóxicos da diidroestreptomicina. 
Palavras Chave: Eqüino, garrotilho, secreção nasal serosa 
Tema Central: Medicina Veterinária 
 
ABSTRACT 
Strangles, Equine or adenitis is a disease affecting horses, the main features are runny consistency 
mucoserous, sudden fever, accompanied by anorexia, depression which the infectious agent is 
Streptococcus equi subspecies and that (S.equi), bacteria gram-positive B-hemolytic. Diagnosis is 
based on epidemiological, clinical and pathological findings. Treatment is simple to administer 
penicillin e dihydrostreptomycin, at a dose of 1 ml per 20 kg bw, asepsis and should not be 
administered to animals aspirin or other substance, non-steroidal anti-inflammatory, also in animals 
with severe kidney disease, due to the nephrotoxic effects of dihydrostreptomycin. 
Keywords: Horse, Strangles, serous nasal discharge 
 
 
 
 
1. INTRODUCÃO 
 
 O garrotilho, ou adenite equina, trata - se de uma das primeiras doenças de 
equinos a serem descritas na literatura científica mundial. É uma enfermidade aguda 
ou subaguda dos equídeos, caracterizando - se por descarga nasal das vias aéreas 
superiores associada a linfadenite abscedativa, particularmente dos linfonodos 
submandibulares e retro faríngeos (SANT' ANA, 2000). 
 As doenças do aparelho respiratório ocupam o segundo lugar entre as 
doenças limitantes das atividades dos equinos, inferior somente as que afetam o 
sistema músculo esquelético, produzindo importantes perdas econômicas. O 
diagnóstico e prevenção das doenças infecciosas nessa espécie adquirem, portanto, 
especial significação. A detecção precoce de problemas respiratórios é essencial 
para o rápido retorno dos animais a sua atividade, bem como na prevenção de 
complicações secundárias que podem encerrar prematuramente a carreira do animal 
(MORAES; VARGAS; LEITE; NOGUEIRA; TURNES, 2009). 
 Trata - se de uma doença de baixa letalidade, porém de morbidade alta, o que 
tem alta relevância no que diz respeito em locais de altas concentrações de equinos. 
A infecção pode ocorrer em todas as épocas do ano, mas as condições climáticas 
de frio e umidade facilitam a sobrevivência do agente e a sua disseminação 
(MORAES, 2007). 
 A enfermidade tem distribuição mundial. O agente é bastante resistente as 
condições ambientais, permanecendo viável nas excreções purulentas por varias 
semana ou meses. Ao contrario do S.equi subespécie zooepidermicus (S. 
zooepidermicus) e do S. equisimilis, o S.equi não faz parte da flora normal da 
cavidade nasal (SANT' ANA, 2000). 
 O presente trabalho tem o objetivo de desenvolver uma revisão de 
literatura sobre o garrotilho, descrevendo seus sinais clínicos e tratamentos. 
 
2. CONTEÚDO 
 
 O garrotilho é causado pelo Streptococcus e que subespécie e equi (S.equi), 
bactéria gram-positiva β-hemolítica, catalase negativa, podem ser aeróbicos ou 
anaeróbicos facultativos, cuja penetração nas vias aéreas é feita por inalação e, 
ocasionalmente, por via oral. 
 A adenite eqüina é caracterizada por inflamação muco purulenta do trato 
respiratório superior dos eqüinos, sendo responsável por perdas econômicas 
importantes e eventuais mortes, com mortalidade de ate 10% dos casos. O período 
de incubação varia de 3 a 14 dias e o curso clínico de doença pode variar 2 a 4 
semanas (SILVA, 2006). 
 O aumento dos linfonodos submandibulares pode ser observado e palpado. O 
cavalo pode permanecer com seu pescoço em extensão, mostrando por vezes 
relutante em deglutir. Esses sintomas são acompanhados por corrimento nasal 
seroso, que rapidamente se torna mucopurulento. Microrganismos já existentes na 
mucosa nasal, faríngea ou recém adquirida, principalmente pelo ar contaminado, 
penetram nas glândulas nasais no tecido linfóide faríngeo, causando inflamação com 
exsudato seroso que em dois a quatro meses e se transforma em purulento 
(PANSANI, 2008). 
 O S. equi penetra pela boca ou narinas e se adere a receptores específicos 
das tonsilas e linfonodos locais. Em poucas horas, o microorganismo atinge os 
linfonodos regionais, onde se multiplica no meio extracelular. O peptidoglicano da 
parece celular ativa o componente C3 do complemento que atrai neutrófilos para o 
local. Ação anti - fagocitica da proteína M ocorre pela inibição do fator H do 
complemento e pela ligação com o fibrinogênio, o que impede o reconhecimento da 
bactéria como estranha pelo sistema imune do hospedeiro. (SILVA, 2006) 
 Os sinais clínicos mais evidentes são febre súbita, podendo chegar a 41º C, 
acompanhada de anorexia, depressão e corrimento nasal seroso, que no período de 
2 a 3 dias, torna - se purulento ou mucupurulento e de coloração amarelada. A 
descarga nasal normalmente é bilateral e abundante, freqüentemente acompanhada 
de espirros e tosse. Existe evidência de dor na região da faringe que é indicado pelo 
fato dos animais terem a cabeça baixa e estendido. Mesmo com pouca freqüência 
pode ocorrer concomitância de casos de conjuntivite catarral ou purulenta. Os 
linfonodos submandibulares e retrofaríngeos apresentam-se edemaciados, quentes 
e doloridos á palpação. Inicialmente apresentam-se firmes e posteriormente com o 
desenvolvimento da absedação, tornam - se flutuantes e muito aumentados de 
volume, podendo ocorrer fistulação para o exterior. O aumento de volume excessivo 
dos linfonodos associado às lesões das mucosas pode impedir á mastigação, a 
deglutição e a respiração, levando a dispnéia, com o agravamento do quadro, levar 
a morte do animal por asfixia (SANT' ANA, 2000). 
 Durante os surtos de garrotilho alguns animais se convertem em portadores 
assintomáticos do agente, sendo possível isolar S. equi após o desaparecimento dos 
sinais clínicos da doença. Estes animais são potenciais fontes de infecção, podendo 
disseminar o microorganismo por muitos meses (MARKUS; LINS; RIBAS; MORAES; 
NOGUEIRA, 2008). 
 O garrotilho ocasionalmente pode deixar sequelas como sinusite, púrpura 
hemorrágica, empiema das bolsas guturais, paralisia do nervo laríngeo recorrente e 
formação de abscessos no eqüino (PANSANI, 2008). 
 O diagnostico é baseado nos achados epidemiológicos, clínicos e 
anatomopatológicos. O diagnostico definitivo é feito mediante a confirmação do S. 
equi por meio de isolamento do agente. A coloração do esfregaço do exsudado 
purulento pela coloração de Gram demonstra a presença de cadeias longas de 10 a 
30 cocos de S.equi, o uso de sorologia para identificar os portadores não tem 
viabilidade pratica devido a variação nas respostas de títulos de anticorpos entre os 
indivíduos e ao declínio rápido pós infecção (SANT' ANA, 2000). 
 O tratamento é simples, administrar Penicilina e Diidroestreptomicina na dose 
de 1 mlpara cada 20 kg de peso corporal, o que corresponde a 10.000 UI de 
benzilpenicilina procaína, 4,0 mg/kg de diidroestreptomicina, 0,3 mg/kg de piroxican 
e 0,86mg/kg de procaína, essa administração é feita por via intramuscular profunda, 
observando os princípios de assepsia e anti-sepsia, também a animais com 
nefropatias graves, devido aos efeitos nefrotóxicos da diidroestreptomicina 
(PANSANI, 2008). 
 
3. CONCLUSÃO 
 
 O garrotilho acomete principalmente os equinos caractezidando – se por um 
corrimento nasal mucuserosa,febre súbita, acompanhada de anorexia o qual o 
agente causador é Streptococcus equi. O tratamento é baseado em Penicilina e 
Diidroestreptomicina. A adenite aguda ocasionalmente pode deixar sequelas como 
sinusite, púrpura hemorrágica, empiema das bolsas guturais. 
 
4. REFERÊNCIAS 
 
SANT ’ ANA, Fabiano José Ferreira. Garrotilho: uma doença antiga que continua 
desafiando os avanços, Tecnológicos, 2000. 
 
MORAES, Carina Martins; PEREIRA, Cleonice Rodrigues; SÁ E SILVA, Mariana; 
VARGAS, Agueda Palmira Castagna; LEITE, Fábio Pereira Leivas; NOGUEIRA, 
Carlos Eduardo Wayne, GIL-TURNES, Carlos. ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE 
CASOS DE SUSPEITA DE GARROTILHO NA REGIÃO SUL DO RIO GRANDE DO 
SUL, 2007, Universidade federal de Pelotas. 
 
PANSANI, Marcelo Augusto; CARNEIRO, Luiz Felipe. CAUSA E TRATAMENTO DO 
GARROTILHO EM EQUINOS, REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA DE MEDICINA 
VETERINÁRIA, Ano VI – Número 10 – Janeiro de 2008 – Periódicos Semestral, 
Acadêmicos da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da FAMED. 
 
M.S. Silva; A.C. de Vargas. ADENITE EQÜINA – ASPECTOS CLÍNICOS, AGENTE 
ETIOLÓGICO E MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO Universidade Federal de Santa 
Maria, Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.73, n.4, p.493-498, out./dez., 2006 
 
MORAES, Carina Martins; VARGAS, Agueda Palmira Castagna; LEITE, Fábio 
Pereira Leivas; NOGUEIRA, Carlos Eduardo Wayne; TURNES, Carlos Gil. Adenite 
equina: sua etiologia, diagnóstico e controle. Moraes et al. Ciência Rural, v.39, 
n.6, set, 2009. Ciência Rural, Santa Maria, v.39, n.6, p.1944-1952, set, 2009. 
 
MARKUS, Daniela; LINS, Luciana Araújo ; RIBAS, Leandro do Monte; MORAES, 
Carina Martins; NOGUEIRA, Carlos Eduardo Wayne. ADENITE EQÜINA: 
DETERMINAÇÃO DE PORTADORES ASSINTOMÁTICOS ATRAVÉS DE 
LAVAGEM ENDOSCÓPICA DA BOLSA GUTUTAL. XVII Congresso de iniciação 
cientifica do X encontro de Pós – Graduação, 2008.

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