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Aula do dia 18/03/2016 Formação, Suspensão e Extinção do Processo Formação do processo: está previsto no art. 312 combinados com o art. 284 e seguintes, do CPC; A formação do processo se dá quando o advogado da parte autora, distribuição a petição inicial. Ex. │______________________________________________│ (Distribuição) da Petição inicial Sentença A distribuição de petição inicial, se dá de duas formas: *Forma livre - por sorteio: onde há mais de 01 juízes; *Por dependência: é distribuído um processo que depende do resultado de um outro processo e que deve ser direcionado ao mesmo juiz que julgou o primeiro processo; Ex. B│------------B x A----------------│A = B entra com uma ação contra A; A│-----------A x B-----------------│B = A entra com uma ação contra B; Ou seja, há entre esses processos uma conexão, onde o 2º processo, depende do resultado do 1º processo. OBS: O NCPC, traz uma regrinha nova; junto com a Petição inicial, você deverá anexar, guia de custas; caso as custas da petição inicial não tenham sido recolhidas, no ato de distribuição, será feito uma verificação e será aberto um prazo de 15 dias para recolher as custas faltantes, podendo ser extinto o processo por falta de recolhimento das custas. Suspensão do processo – O ideal é que o processo ande sem nenhum tipo de paralisação e o juiz mais rápido que possível, solte a sentença. Só que as vezes em alguns casos específicos, acontecem eventos que geram a paralisação do processo. Essas paralisações, recebem o nome de Suspensão do processo. Suspensão do processo - é a paralisação do processo, por um determinado período por lei. Regra mãe: Durante o período de paralisação (suspenção), não são praticados atos, ou seja, (Autor, Réu, Ministério Público, Juiz) todos paralisam. Salvo os casos urgentes e os casos previstos em Lei. OBS: Contagem de prazos: durante a paralisação não se inicia e nem se termina nenhum prazo. Porém, aquele prazo que já estava em andamento e que ocorre a suspenção, voltando a correr da data em que ocorreu a suspenção. Ex. Em um prazo de 15 dias, já tinha corrido 03 dias e aí o processo paralisou por determinação legal previsto em Lei; quantos dias eu tenho para praticar o ato? 12 dias. Aula – 18/03/2016 Hipótese de suspenção do processo – previstas no Art. 313 e seguintes do CPC 1 – Através de ato comum das partes: Autor e Réu, podem pedir a suspensão do processo. Autor e Réu fazem uma petição em conjunto, devendo ser assinada tanto pelo advogado do autor, como também o advogado do réu, para que o processo fique paralisado; (Isso é comum, quando as partes estão realizando tratativas de acordo). Prazo: o prazo máximo de suspensão é de 06 meses. OBS: As partes requerem a suspensão; quem vai deferir ou indeferir o pedido de suspensão, é o Juiz. O prazo, quem decide é o Juiz; (ficando limitado dentro do prazo de 06 meses); 2 – Morte do Autor ou do Réu: vamos dizer que o autor entra com uma ação e em um certo momento no decorrer da ação, o Autor morre, neste caso suspende-se o processo para que o Autor seja substituído (a regra é que seja substituído por seus herdeiros). Essa substituição é chamada de Habilitação. (Isso vale tanto para o Autor, como também para o Réu). Essa é mais uma causa de suspensão do processo. 3 – Morte do Advogado do Autor ou do Réu: Nós sabemos que o Autor e o Réu, são representados por um profissional qualificado, podendo ser o Advogado ou o Defensor Público; somente os profissionais com capacidade postulatória tem o direito de fazer o pedido, representando as partes no processo inteiro. Pois bem, se o Advogado de uma das partes morre, é possível dar continuidade no andamento do processo? Claro que não! Neste caso, suspende-se o processo por determinação do juiz, no prazo de 15 dias, para que a parte poder constituir um novo representante. OBS: Caso o Advogado fique internado na UTI, por 15, 30, 90 dias, o juiz determina que que este profissional seja representado por outro advogado ou defensor. OBS: Caso ultrapasse o prazo de 15 dias, o processo volta a correr sem advogado? Sim, pois o prazo máximo de suspensão é de 15 dias. Tendo as suas consequências; Se for o autor que não constituir um novo advogado, o processo será extinto; Se for o Réu que não constituir um novo advogado, o processo seguirá sob sua reveria; 4 – Força Maior ou Caso Fortuito: previsto no art. 313, inc. VI – *A Força Maior, é o fenômeno da natureza; EX. Dilúvio, Enchente. *O Caso Fortuito, é o fenômeno que tem gerencia da força humana Ex. Greve dos Servidores Públicos Por qual período de tempo? – Indeterminado, ou seja, o tempo durar. 5 – Quando existir questão prejudicial ao julgamento do processo: Imagine-se que A esteja cobrando uma dívida de B │------------------------------------------------------│ A B Aula – 18/03/2016 ..... Mas também se imagine que há um outro processo, onde B está pedindo a declaração de que o mesmo não é devedor de A │----------------------------------------------------│ B A Neste caso, paralisa-se (suspende) o 1º processo e aguarda o resultado do 2º processo, para poder dar andamento ou extinção do processo anterior. OBS: O prazo dessa suspensão é de no máximo de 01 ano 6 – Ação Penal: Imagine-se que o Manuel namora com a Cynthia, mas ocorre que a Cynthia troca de namorado e começa a namorar com o Yan. Porém, Manuel cego de amor ao dirigir, joga o carro para cima da casa da Cynthia, gerando um ilícito civil e também um ilícito penal. Neste sentido o Manuel, poderá ser responsabilizado na esfera Civil; │--------------------------------------------------------------│ Cynthia x Manuel Onde a Cynthia, vai pretender aqui, uma indenização por danos matérias e morais; Mas também o Manuel, poderá ser responsabilizado pelo ilícito penal, com uma denúncia realizada pelo Ministério Público, contra Manuel; Esses dois processos, um que correr na Justiça Cível e outro que corre na Justiça Criminal, eles perfeitamente podem coexistir, os processos são autônomos, podendo correr simultaneidade desses dois processos? Resposta sim, pois enquanto a Cynthia está requerendo a sua indenização, o Ministério Público por outro lado, está pedindo as penas cabíveis na Justiça Criminal. Tanto o Cód. De Processo Penal (art.62); como o Cód. Civil (art. 929); dizem que algumas matérias julgadas no crime, farão coisas julgadas no Cível, não podendo mais ser discutido. Isso ocorre conforme algumas matérias: *Na ausência de autorias; se aqui ficar decidido que aqui não foi o autor, do crime de dano, a autoria não poderá ser mais discutida na esfera cível; *Na ausência do Fato: Se aqui tiver decidido que o fato danoso se quer existiu, isso não vai mais poder ser discutido aqui no Cível; Qual é a relevância disso? É obvia que se o que ficar decidido na esfera Criminal, que se for ter reflexo na esfera Cível, então o que o Juiz da Criminal pode fazer? Ele paralisa o andamento do processo na Cível até que o processo Criminal seja julgado. Saiu a sentença do processo Cível? Aí o processo Criminal volta a andar. Aqui a suspensão se deu por conta de um processo de esferas diferentes. Existem 02 Prazos de Suspensão Hipótese 01: O que vai ser julgado na Ação cível, é importante para o juiz da criminal? Resposta, Sim. Mas vamos dizer que na Criminal esteja em fase de inquérito policial, ou seja, nem começou a andar ainda esta ação. Mesmo não tendo começado esta ação, o juiz poderá paralisá-la por no máximo 03 meses;Aula – 18/03/2016 Hipótese 02: Neste caso a ação penal já se iniciou, encontra-se em andamento, o juiz então paralisa, esperando que a ação cível seja julgada. O juiz poderá paralisar por no máximo 01 anos; Extinção do processo: é o termino do processo, é a morte do processo, é o fim do processo; a extinção do processo se dá através de um ato judicial chamado sentença. O juiz pode extinguir o processo de duas formas: sem julgamento de mérito ou com julgamento de mérito Extinção do processo sem julgamento de mérito x Extinção do processo com julgamento de mérito (art. 485) (art. 487) Por não agir com interesse ou faltar requisitos Há a coisa julgada Não há a coisa julgada “Mérito, é o pedido do autor, ou objeto que está sendo discutido dentro do processo” *Extinguir o processo sem julgamento de mérito: aqui o juiz encerra o processo e se quer julga o pedido do autor, ou seja, não julga nem procedente e nem improcedente; Ex. Existe um conflito de interesses entre eu e a minha vizinha; esse conflito de interesse é tão séria que não foi possível de resolver de forma extrajudicial, tendo que levar essa briga para o Poder Judiciário. A minha vizinha entra com um processo através de uma petição inicial, porém em determinado momento, o juiz chega à conclusão que ela, não respeitou os requisitos, por exemplo: as condições da ação, não demonstrando interesse de agir. Quando não se tem o interesse de agir, a pessoa se quer poderia estar na frente do juiz pedindo algo, neste caso, o juiz vai extinguir o processo, sem se quer ler o que ela pediu. Assim não resolvendo o conflito de interesse entre as partes. Sendo assim, julgada sem mérito. Porém no dia seguinte a sentença, a minha vizinha poderá entrar com uma nova ação e dessa vez respeitando os requisitos da Lei. *Extinguir o processo com julgamento de mérito: aqui o juiz encerra o processo, porém é analisado o pedido do autor, podendo ser ou não procedente; Para que o juiz julgue o mérito e diga sim ou não ao que está sendo pedido, a parte tem que ter esse direito de que seja julgado, mas às vezes a parte não tem se quer o direito de estar na frente do juiz, quando isso ocorre, o juiz encerra o processo, sem se quer ler o que o autor está pleiteando. Ex. Existe um conflito de interesses entre eu e a minha vizinha; esse conflito de interesse é tão grande que não foi possível de resolver de forma extrajudicial, tendo que levar essa briga para o Poder Judiciário. Os interesses foram apresentados na petição inicial, e aí essa briga continuou mesmo no Poder Judiciário, até que o Juiz soltou uma sentença lendo o que a minha vizinha tinha pedido contra minha pessoa e disse na sentença; tem razão ela, condeno o Sérgio a pagar a indenização de R$ 10.000,00 (dez mil reais). – Neste caso, o Juiz julgou o mérito no que a minha vizinha pediu? Claro que sim. Colocou fim ao conflito que existe entre eu e a vizinha? Claro que sim. Neste caso, não interessa quem ganhou ou quem perdeu, o importante é que o Poder Judiciário se posicionou finalizando o conflito.
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