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RESUMO, A NOVA GEOPOLÍTICA DAS NAÇÕES, O LUGAR DA CHINA, ÍNDIA, BRASIL E ÁFRICA DO SUL J. L. Fiori

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GEOGRAFIA POLÍTICA
J. L. Fiori
RESUMO, A NOVA GEOPOLÍTICA DAS NAÇÕES, O LUGAR DA CHINA, ÍNDIA, BRASIL E ÁFRICA DO SUL
 Para se compreender a nova geopolítica das nações é importante o conhecimento de sua estrutura e dos eventos que levaram ao estado atual da divisão de poder no mundo. Uma avaliação histórica dos surgimentos e transformações dos diferentes atores da dinâmica de poder global se faz necessária para uma melhor sintetização do assunto.
 O atual "sistema político mundial" nasceu na Europa do século XVI com a formação dos chamados Estados-Nações, e se universalizou nos últimos 500 anos, sistema esse que se configurou a partir de estratégias de poder expansionista. Bem como o "sistema econômico mundial", que também possui sua gênese no continente europeu, fruto da expansão competitiva e conquistadora de economias nacionais europeias, os "Estados-Economias".
 A estrutura acumulativa de poder e riqueza somada às guerras contínuas, explicam a originalidade e força vitoriosa dos poderes europeus. A proximidade de reinos unificados cada vez mais poderosos os levou a uma corrida desenvolvimentista que, sem a possibilidade de aumentar seus poderes em âmbito regional, forçou os Estados ao expansionismo em outras áreas. O expansionismo estatal era uma condição existencial deste, que se encontrava em um mundo anárquico sem condição de paz perpétua, ou mesmo, apenas a permanência do Status Quo. 
 Dentro dessa lógica, até o fim do século XVIII, o "sistema político mundial" era exclusivo europeu, deixando as economias coloniais dentro da divisão internacional do trabalho. No entanto, no final do século XX, esse sistema se universalizou e, como consequência, também se fragmentou em várias estruturas políticas e econômicas regionais.
O PODER GLOBAL DOS ESTADOS UNIDOS
 Os Estados Unidos da América foi o primeiro Estado-Nação que se formou fora da Europa, e desde de a sua independência o que se viu foi um crescimento contínuo de suas forças militares e econômicas, evidenciando desde sua primeira constituição, uma estratégia expansionista norte americana. 
 Após a Segunda Grande Guerra e posterior fim da Gurra Fria, os EUA alcaçaram hegemonia do poder mundial e, ate a década de 1970, o pais liderou o mundo com políticas multilaterais econômicas e militares. Com força militar e econômica superior a de qualquer outro Estado, a hegemonia norte americana só começa a ser questionada após a derrota na Guerra do Vietnã.
 Outro fato que contribuiu para o questionamento do poder norte americano foi o crescimento das economias da Alemanha e do Japão na chamada "era do ouro", a Revolução Chinesa e as Guerras da Coréia também já apontavam para um desequilíbrio das forças pré estabelecidas. Do lado econômico, também se destaca a crise do Dólar em 1970, o que indicava um fragilidade da economia mais forte do mundo.
 Entretanto, a despeito desses fatos, vários pontos de vista podem ser analisados. Se por um lado a crise do Dólar questionou a estabilidade da moeda norte americana, por outro lado, a dezutilização do padrão Dólar permitiu aos EUA uma maior flexibilidade quanto a busca de seus interesses econômicos e de investimentos. O mesmo pode ser dito sobre as sucessivas guerras conduzidas pelos Estados Unidos, que funcionou como um "incentivo legítimo" para uma corrida bélica.
 Desse ponto de vista, a “crise do dólar”, no início dos anos 70, não foi um acidente nem foi uma derrota, foi o resultado de um período de sucesso econômico e foi também uma mudança planejada da estratégica econômica internacional dos Estados Unidos, feita com o objetivo de manter a autonomia da política econômica e preservar a liderança mundial da economia norte-americana.
 Assim, pode-se dizer que a partir da década de 70, os EUA mudaram sua estratégia de hegemonia mundial, a aproximação da China e do Japão serviram como uma forma de manutenção de seu poder na Ásia, assim como a reconstrução e apoio aos países da Europa e as intervenções no Oriente Médio e Indochina. 
 Analizando as intervenções norte americanas, tanto militares quanto econômicas, observa-se na sua localização geográfica, uma espécie de cordão sanitário em torno da antiga União Soviética. Tal com o já avia acontecido com a Alemanha, os EUA adotaram uma estratégia de isolamento Russo do resto do mundo e, consequentemente, um enfraquecimento de seu poder e influência. Porém, se tratando de um sistema anárquico e, somado ao retorno das fortes economias de alguns países, destacando-se a Alemanha, os norte americanos não puderam impedir o surgimento de um acordo Russo-Germanico, o Ostpolitik, que se apresenta como um fator de risco, tanto para a hegemonia estadunidence, quanto ao poder regional europeu. 
 O fortalecimento das economias estatais frente ao domínio estadunidense e a retomada das autonomias de políticas externa dos países, caracteriza um retorno mundial à "geopolítica das nações" e a competição mercantilista entre suas economias nacionais.
A VOLTA DAS NAÇÕES
 Com a redução da capacidade norte América de intervenção, ampliam as atividades de atores regionais . O insucesso da intervenção estadunidense no Oriente Médio acirrou o surgimento de potências regionais e abriu espaço para intervenções de outros Estados. 
 Na Europa a presença de fortes Estados contrários à hegemonia dos EUA desequilibrou ainda mais o sistema de poder no mundo, ao mesmo tempo que a falta de poder regional único, fragmenta a união dos países. 
 A própria América, que sempre foi palco das grandes potências, no inicio e decorrer do século XXI a guinada à esquerda dos governos locais vai contra a presença mais acentuada do poder estadunidense, a Moratória Argentina foi um exemplo disso. 
 A África a partir de 1991, após a descolonização, ficou completamente fragmentada entre Estados e grupos insurgentes locais. As falhas intervenções dos EUA e o pouco interesse das potências europeias a torna um ambiente propício ao surgimento de uma disputa pela hegemonia local e, a uma provável interferência das novas super economias mundiais, como a China.
 No Leste Asiático o que se vê é uma heterogênea busca pelo poder regional e projeção mundial, os países locais, todos com uma representação muito forte para a política local, vem intensificando a corrida da liderança Asiática, destacando-se India e China.
UMA NOVA GEOMETRIA ECONÔMICA 
 Através da história, a economia e a geopolítica sempre estiveram ligadas pela inter-dependência que uma proporciona à outra para seu desenvolvimento. Posto isso, Índia e China se destacam no ambiente internacional. Com as populações somadas equivalentes a 1/3 da mundial, o consumo de energia desses países deve mais que dobrar nos próximos anos, o que os leva a um posicionamento estratégico de seus territórios. 
 Recentemente tanto Índia como China vem ampliando seus recursos militares, principalmente marítimos, na tentativa de ampliar os domínios nos mares e, consequentemente, os recursos encontrados ali, como petróleo, fundamental para produção de energia atualmente. Os impactos militares dessa busca energética se apresentam com a presença chinesa e indiana cada vez maior nos mares circundantes de seus territórios. 
 Na América do Sul uma redefinição econômica tem se mostrado promissora, os parceiros econômicos tradicionais foram largamente substituídos. Os Asiáticos tem forte presença nessa região, o que e é um fator de aquecimento da economia local, bem como fonte de investimento.
 A valorização dos produtos exportados pelos Latino-Americanos do sul é uma promissora fonte de recursos que aos poucos remodelam esses países.
 No continente africano, uma situação análoga também vem acontecendo, com crescimentos exorbitantes em alguns países, principalmente da África subsaariana. O desenvolvimento africano se deve, em grande parte aos investimentos chineses e indianos, não só na compra e venda de bens, mas também como na injeção de projetos e empreendimentos que contribuem enormemente para o desenvolvimento do continente, e reconfigura seu papel na políticaexterna.
VÁRIAS GEOMETRIAS POLÍTICAS
 No Sul e Sudeste da Ásia, China e Índia disputam a influência local buscando pontos estratégicos na Ásia central, Oriente Médio e na África. A Índia buscando aproximação dos norte americanos, torna a disputa ainda mais complexa. 
 A expressão política da África do Sul e do Brasil é mais tranquila, uma vez que ambos não enfrentam grandes conflitos pela potencialidade regional. A África, se encontrando entre a América do Sul e o continente Asiático, ocupa um papel importante de intermediário entre as regiões, e funciona como uma espécie de ponte para Brasil e China, ambos países pertencente ao grupo dos BRICS. 
 O Brasil nunca disputou a hegemonia territorial, nem com a Gram-Bretanha nem com os EUA, pelo contrário, sempre foi um reafirmador da soberania desses países. Na década de 70 o Brasil buscou uma expressão internacional mais ativo durante o "milagre econômico" que só foi barrado pela crise dos anos 80, e retomada, se bem que diferentemente, a partir de 2001, onde busca desde então uma aproximação Sul-Sul, quer com os países pertencentes à própria América, quer com os países da África e Ásia.
 UMA AGENDA SOCIAL CONVERGENTE
 Sendo Brasil, Índia, China e África do Sul, países em desenvolvimento, compartilham objetivos em comum, principalmente no que se refere á uma melhor distribuição de renda, melhora na qualidade de vida de seus habitantes dentre outros. Entretanto, apesar dos objetivos em comum, as diferenças de riquezas e taxas de crescimento de cada um dos países faz com que a dinâmica do alcance dos objetivos de cada um tenha suas peculiaridades. Ainda sim, também produz uma maior cooperação e proximidade entre os atores.

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