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Cultura indígena e africana Bases e formação da cultura brasileira João Emanuel Sampaio Januário Araújo Lucas de Lima Marina da Silva Pereira Nizabro Lima Albuquerque de Aquino Paulo César de Oliveira Júnior Thais Nunes Rodrigues Souza Wiarlley Alves Pereira Introdução à cultura Natureza da Cultura O termo cultura (colere, cultivar ou instruir; cultus, cultivo, instrução) não se restringe ao campo da antropologia. Muitas vezes, a palavra Cultura é empregada para indicar o desenvolvimento do indivíduo por meio da educação, da instrução. Todas as sociedades- rurais ou urbanas, simples ou complexas- possuem cultura. Conceituação Para alguns, cultura é comportamento aprendido; para outros, não é comportamento, mas abstração do comportamento; e para um terceiro grupo, a cultura consiste em ideias. Há os que consideram como cultura apenas os objetos imateriais, enquanto outros, ao contrário, aquilo que se refere ao material. Também encontram-se estudiosos que entendem por cultura tanto as coisas materiais quanto as não materiais. Conceitos com diferentes abordagens Edward B. Tylor (1871). “Cultura...é aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade” (In Kahn, 1975:29). Franz Boas (1938). “a totalidade das reações e atividades mentais e físicas que caracterizam o comportamento dos indivíduos que compõem um grupo social...”(1964:166). Malinowski (1944). “o todo global consistente de implementos e bens de consumo, de cartas constitucionais para os vários agrupamentos sociais, de ideias e ofícios humanos, de crenças e costumes” (1962:43). Comportamento e cultura Leslie A. White, em O conceito de cultura faz diferença entre comportamento e cultura. Comportamento: “quando coisas e acontecimentos dependentes de simbolização são considerados e interpretados face à sua relação com organismos humanos, isto é, em um contexto somático”- relativo ao organismo humano; Cultura: “quando coisas e acontecimentos dependentes de simbolização são considerados e interpretados num contexto extra-somático, isto é, face à relação que têm entre si, ao invés de com os organismos humanos”- independente do organismo humano. As colocações divergentes, ao longo do tempo, permitem apreender a cultura como um todo, sob vários enfoques. A cruz, pode ser vista sob essas diferentes concepções: ideia: quando se formula a sua imagem na mente; Abstração do comportamento: quando ela representa, na mente, um símbolo dos cristãos; Comportamento aprendido: quando os católicos fazem o sinal da cruz; Coisa extra-somática: quando é vista por si mesma, independente da ação, tanto material quanto imaterial; Mecanismo de controle: quando a Igreja a utiliza para afastar o demônio ou para obter a reverência dos fiéis. Localização da Cultura As coisas e os acontecimentos que constituem a cultura, segundo Leslie A. White, encontram-se no espaço e no tempo, e são classificadas em: “intra-orgânica: dentro de organismos humanos (conceitos, crenças, emoções, atitudes); Interorgânica: dentro dos processos de interação social entre os seres humanos; extra-orgânica: dentro de objetos materiais situados fora de organismos humanos, mas dentro dos padrões de interação social entre eles”. Classificação da Cultura CULTURA MATERIAL- consiste em coisas materiais, bens tangíveis, incluindo instrumentos, artefatos e outros objetos materiais, fruto da criação humana e resultante de determinada tecnologia. CULTURA IMATERIAL - refere-se a elementos intangíveis da cultura, que não têm substância material. Os membros de uma sociedade compartilham certos conhecimentos e crenças como reais e verdadeiros. Classificação da Cultura CULTURA REAL- é aquela em que, concretamente, todos os membros de uma sociedade praticam ou pensam em suas atividades cotidianas. Entretanto, a cultura real não pode ser percebida em sua totalidade, apenas parcialmente. CULTURA IDEAL- a cultura ideal consiste em um conjunto de comportamentos que, embora expressos verbalmente como bons, perfeitos, para o grupo, nem sempre são frequentemente praticados. Componentes da Cultura Conhecimentos; Crenças; Valores; Normas ; Símbolos. O indígena brasileiro O índio e a realidade brasileira O índio no Brasil, é pouco representativo demograficamente. Tem grande diversidade tribal. É Distribuído irregularmente pelo território. Os grupos que existem hoje são os que sobreviveram ao contato com os europeus. Ocupação Europeia Estima-se que existiam de 2 a 2.5 milhões de índios antes da chegada dos colonizadores, e a partir disso esse numero começa a decrescer gradativamente, não se sabendo quantos grupos desapareceram. Em 1900 haviam 230 grupos tribais no brasil, que ficaram reduzidos a 143 em 1957, 87 grupos desapareceram em meio século. Hoje a população é de aproximadamente 817 mil indivíduos, (0,47% da população do brasil) estando 62% deles na Amazônia. Origens Hoje se sabe que os índios migraram, em eras remotas, do velho mundo para as terras americanas. A hipótese mais aceita é que vieram em fluxos sucessivos de grupos que utilizaram pelo menos três vias de acesso. Estreito de Bering (asiáticos) (mais expressivo). Antártida e Terra do Fogo (australianos). Oceano Pacifico (Polinésios). Assim justificando a diversidade étnica da população pré-colombiana e as semelhanças culturais e linguísticas com os povos dessas três áreas do velho mundo. Descobrimento do Brasil Os primeiros colonizadores das américas Os primeiros a chegar tinham cultura de caçadores. Antropologicamente, são mongoloides, pertenciam ao grande grupo social amarelo (e não vermelho como se achava). O nível cultural dessas populações era neolítico. Não conheciam o uso da roda, o torno de oleiros, vidro, trigo, etc. No Brasil No Brasil a presença mais antiga do homem remonta ao ano de 8000 a.c, em Lagoa Santa, Minas Gerais (fóssil de Lagoa Santa), mas pesquisas mais recentes podem recuar essa data para 12000 ou 14000 anos. Índio Índio é a denominação dada pelos europeus, por acharem que haviam chegado as índias (destino provável da rota que descobriu as Américas). Tanto no passado como no presente é uma expressão depreciativa, sendo muitas vezes substituída por “selvagem”, ou “pagão” (não cristianizado). Culturas e Famílias Linguísticas Conceituação do Índio “Expressão Depreciativa”. Século XVI. Papa Paulo III (1537). “Indígena é, no Brasil de hoje, essencialmente, aquela parcela da população que apresenta problemas de inadaptação à sociedade brasileira, em suas diversas variantes, motivados pela conservação de costumes, hábitos e meras lealdades que a vinculam a uma tradição pré-colombiana.” Darcy Ribeiro (1977:254). Diversidade Indígena Diversidade Indígena – Biológica “Stock” Racial Mongolóide. Pele, Olho, Cabelos, Rosto, Pêlos... Semelhança Asiática. Diferenças Notáveis. Altura. Pele (Amarelo Claro ao Escuro). Diversidade Indígena - Linguística “Curt Nimuendajú” – Antropólogo Alemão Unidade Linguística Exemplo: Tupi, falado pelos Mawé(AM), Urubus-Kaapor(MA) e Guarani(MS). Diversidade Indígena - Cultural Padrões e Valores. Afinidades Culturais. Áreas Culturais. Steward. América do Sul. Eduardo Galvão. Brasil. Alto Xingu. Troncos ou Famílias Linguísticas Tronco ou Família Linguística. Origem Comum. Tupi x Tapuia. Língua Boa. Horticultores Sedentários. “Terra sem males”. Língua Travada. Família Jê e outras isoladas. Genuinamente Brasileiros (Botocudos, Kayapó, Kariri). Índios e Brancos no Brasil A Expansão da Civilização. Grupos Litorâneos. Processo de Aculturação. Fricção Interétnica. Século XVI . Escambo. Escambo Inoperante. Guerra Justa. Índios e Brancos no Brasil Séculos XVII e XVIII. Sertões (Expansão Pastoril). Descimentos. Mão-de-Obra Negra. Século XIX . Extração da Borracha. Brasil Central. Século XX . Outros Grupos. Aculturação indígena Aculturação interétnica. Aculturação intertribal. Aculturação interétinica Frentes pioneiras: Frente extrativa; Frente agrícola; Frente pastoril. Aculturação interétnica Categorias de integração de grupos tribais: Grupos isolados; Grupos em contatos intermitentes; Grupos em contatos permanentes; Grupos integrados. Aculturação interétnica Aculturação intertribal Etnicamente iguais, mas culturalmente diferentes, os grupos tribais, portadores de culturas e línguas diferentes, influenciam-se mutuamente, vivendo em contato permanente e, geralmente, pacífico. Alto Xingu. Culturas negras no Brasil Introdução O Brasil recebeu vários grupos étnicos que contribuíram fundamentalmente para a estruturação da cultura brasileira. As influências africanas imprimiram à subcultura regional traços extremamente marcantes na expressões materiais, espirituais e simbólicas. Aspectos históricos Todo o litoral brasileiro, do Maranhão ao Rio de Janeiro, recebeu contingentes de africanos cujas etnias foram niveladas pela escravidão. Origens africanas Diversidade de grupos e culturas . Família étnicas. Distribuição no território nacional. Origens africanas “O negro representa um elemento tão significativo na vida brasileira, que não é possível escrever uma história da cultura no Brasil ou discorrer sobre história nacional sem abrir um capítulo a esse tema”. Thales de Azevedo (1975:11) Contribuição cultural dos negros Cultura material. Cultura imaterial . Contribuição cultural dos negros Culinária Maracatu Processo de miscigenação Contatos interétnicos; Fusão de diferentes culturas; Merecem destaque: Os lusitanos Os indígenas Os negros africanos Resultante biológico Mestiços: Mameluco: branco x índio. Mulato: branco x negro. Crioulo: negro x negro. Cafuzo: negro x índio. Cabra: negro x mulato. Caboclo: índio x índio. Resultante cultural Civilização; Língua; Religião. Referencial bibliográfico MARCONI, M. A.; PRESOTTO, Z. M. N. Antropologia: uma introdução. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. Obrigado!
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