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APOSTILA DIREITO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

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APOSTILA
DE
DIREITO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
ENSINO À DISTÂNCIA
CAS - 2004
INSTRUTORES: CAP PM RÊGO BARROS
CAP PM BRUNO FERRAZ
CAP PM CARLOS FERRAZ
1ºTEN PM ROSENDO
 	
DIREITO
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
1º Dia___________________________________________________________
INTRODUÇÃO
Antes de darmos qualquer passo no Direito Administrativo, é conveniente que entendamos, antes de tudo, o significado de Direito.
Tal palavra pode ser entendida de diversas formas, senão vejamos:
José comprou um ingresso para uma partida de partida de futebol. Portanto, ele tem direito a entrar no estádio e a assistir.
Maria mora na casa azul do lado direito da rua.
Antônio, por ser idoso, tem o direito de andar gratuitamente de ônibus.
João é formado em Direito.
Eliza tem uma vida muito direita.
Nos itens 1 e 3, a palavra direito é vista como uma garantia, ou seja, as pessoas ali mencionadas, por alguma razão qualquer, possuem vantagens que devem ser respeitadas, seja pela aquisição de um passaporte (1) ou por atender a um requisito legal (3).
No item 2 vemos a mesma palavra, porém com uma conotação diferente, relacionando-se ali com uma posição geográfica.
Já no item 4, eis que surge a palavra Direito como ciência, ou seja, como instrumento de estudo das relações jurídicas. 
E, por último, temos a expressão “direito” se referindo a algo que é correto (item 5).
Interessa ao nosso estudo apenas o conceito do item nº 4, ou seja, do Direito como ciência, tal como a matemática, a física, a geologia, a medicina, etc.
Mas o que vem a ser então o Direito como ciência?
Para que possamos dar uma definição, é preciso estudarmos um pouco de história.
Na evolução do ser humano, o mesmo passou por diversas etapas: da fase de coleta e caça, para a idade do bronze, do ferro, etc., até chegar nas mais remotas civilizações e evoluir até o estágio atual em que nos encontramos. Acontece que, para que tivesse ocorrido toda essa evolução, fui preciso que o homem tivesse descoberto algo muito importante: a vida em coletividade é bem mais segura que a vida solitária.
Vivendo juntamente com seus semelhantes, o homem passou a ter uma vida mais fácil: enquanto uns dormiam, outros vigiavam o grupo; haviam aqueles que caçavam, enquanto outros coletavam raízes, frutos, etc. Porém, diante daquela vida, mesmo que primitiva, houve a necessidade de haver liderança, normalmente esta realizada pelos guerreiros mais fortes ou curandeiros/sacerdotes.
Mas, mesmo na existência de uma liderança no grupo, foi preciso algo mais para reger e organizar as pessoas, evitando conflitos e desordens. Eis que começaram a surgiu códigos de regras, sendo os mais famosos da Antiguidade os “Código de Hamurabi” (da antiga Babilônia) e o “Código de Manu” (Índia), os quais continham regras que deveriam ser obedecidas por todos, as quais estabeleciam quem era o poder dominante, penas para o descumprimento de tais regras, bem como normas sobre o casamento, comércio, etc.
Começou, então, a surgir o Direito, que nada mais é do que a ciência que disciplina o Estado e a conduta da sociedade, através de regras obrigatórias, criadas estas pelo Poder Público.
E o Direito, por sua vez, dividiu-se em vários ramos específicos, cada um abrangendo uma particularidade da “disciplina social”, senão vejamos o seguinte gráfico:
Direito Público: Direito Constitucional, Direito Tributário, Direito Administrativo, Direito Financeiro, Direito Penal, Direito Eleitoral, etc.
Direito Privado: Direito Civil, Direito Comercial, etc.
Na verdade, o Direito se divide em dois grandes ramos, o Direito Público e o Direito Privado. 
O Direito Público é o ramo que regula a relação do Estado com a sociedade, havendo uma superioridade do Poder Coletivo em relação ao privado, ou seja, impera o interesse do Estado, como representante da coletividade, sobre o particular. 
A subordinação que é vista acima não é a de um superior para com um subordinado, mas sim de uma entidade (o Estado) que representa os interesses da maioria (a sociedade) sobre uma minoria. A ascensão do Estado sobre o particular decorre de que deve prevalecer, em uma democracia, o interesse da maioria, sendo esta representada por um único ente, o Poder Público, que se divide em Poder Executivo, Poder Judicial e Poder Legislativo. Um exemplo ilustrativo seria um criminoso sendo condenado por um crime. O juiz, que age ali como um agente do Estado, e, por sua vez, representado a sociedade (a maioria), quando emite uma sentença, tal documento é uma ordem da própria sociedade para que aquele malfeitor seja afastado da mesma e, num estabelecimento prisional, permaneça por um determinado tempo como reprimenda e forma de se ressocializar.
Já o Direito Privado reúne normas que regulam a relação entre os indivíduos, não havendo relação de superioridade, mas sim de coordenação. É o caso de um cidadão que celebra um contrato de compra e venda com outro. Nesta situação as regras que irão imperar serão as do Direito Civil, que estabelece, entre outras coisas, que, uma vez uma das partes descumprindo o contrato, a outra poderá romper o acordo, ou então cobrar multa. Ou seja, não há subordinação, mas sim as partes estão no mesmo patamar, podendo uma cobrar da outra apenas em caso de inadimplência, o que não impede do caso ser levado à Justiça.
2º Dia___________________________________________________________
FORMAÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO
	
Antigamente o Direito Administrativo confundia-se com o Direito Civil (que rege relações entre as pessoas, estabelecendo normas sobre seu estado e capacidade, interesses particulares e de família, etc.) e somente no século XVIII, na França, passou a ter autonomia própria, pois, em face do absolutismo que reinava anteriormente, não era possível a existência de tal ramo do Direito no Estado, pois os soberanos, em sua grande maioria, não queriam se submeter a nenhuma regra. E aqueles que resistiram não obtiveram sucesso, ao contrário da Grã-Bretanha, Suécia, Dinamarca, Holanda, Noruega, Espanha e Bélgica, países estes que ainda são monarquias.
	
Portanto, Direito Administrativo é o ramo do Direito que fixa normas para a atividade da Administração Pública. É ramo do Direito Público, pois há uma relação de subordinação entre o Estado e o particular, ou seja, há uma ascendência de uma das partes sobre a outra.
	Mas o que é Administração Pública?
	São funções (Executiva, Legislativa e Judiciária) criadas para atender as necessidades e interesses da sociedade (saúde, educação, segurança pública, etc.), administradas pelos governos da União, Estados e Municípios.
	Vejamos o seguinte esquema que visa compreender melhor o tema:
Administração Pública é uma gestão de coisa alheia;
Essa atividade se destina a atender necessidades coletivas;
O administrador tem o dever de agir de ofício, sem provocação, para atender aos interesses públicos. 
É uma atividade que se destina a atender necessidades concretas – Saúde; Educação; Poder de polícia, etc.
Princípios do Direito Administrativo
Constitucionais (previstos no art. 37 da CF):
Legalidade
Moralidade
Impessoalidade
Publicidade
Eficiência
Outros Princípios:
Finalidade
Continuidade do Serviço Público
Auto-tutela
Razoabilidade
Proporcionalidade
Supremacia do Interesse Público sobre o Privado
Princípios Constitucionais da Administração Pública:
LEGALIDADE: é o princípio básico de todo o Direito Público. Significa dizer que o administrador não pode agir, nem deixar de agir, senão de acordo com a lei. Enquanto na atividade particular tudo o que não está proibido é permitido, na Administração Pública é o inverso, ela só pode fazer o que a lei permite, destemodo, tudo o que não está permitido é proibido.
MORALIDADE: no Direito Administrativo há um conceito próprio de moral, diferente da moral comum. A moral administrativa significa o dever de o administrador não apenas cumprir a lei formalmente, mas cumprir buscando sempre o melhor resultado para a administração.
A Constituição de 1988 enfatizou a moralidade administrativa, prevendo que “os atos de improbidade importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”.
IMPESSOALIDADE: A administração deve servir a todos, sem preferência ou aversões pessoais ou partidárias. O mérito dos atos pertence à administração, e não às autoridades que os executam, devendo a publicidade dos órgãos evitar o uso de nomes, símbolos ou imagens que caracterizem a promoção pessoal.
PUBLICIDADE: os atos públicos devem ter divulgação oficial, como requisito de sua eficácia, salvo as exceções previstas em lei. Esse princípio também se justifica para permitir a qualquer pessoa que fiscalize os atos administrativos, ensejando a possibilidade de obter certidões que poderão servir para o ajuizamento de Ação Popular. 
 
EFICIÊNCIA: Não basta a instalação do serviço público apenas. Exige-se mais, ou seja, que esse serviço seja eficaz e que atenda plenamente a necessidade para qual foi criado.
Outros princípios da Administração Pública:
FINALIDADE: Toda atuação do administrador se destina a atender o interesse público.
O conceito de Finalidade Pública é especificamente previsto na Lei que atribuiu competência para a prática do ato ao Administrador. O conceito de Finalidade Pública não é genérico e sim específico. A Lei, ao atribuir competência ao Administrador, tem uma finalidade pública específica. O administrador, praticando o ato fora dos fins expressa ou implicitamente contidos na norma, pratica DESVIO DE FINALIDADE.
CONTINUIDADE: o serviço público destina-se a atender necessidades sociais e, por isso, não podem parar, devendo manter-se sempre em funcionamento , dentro das formas e períodos próprios de prestação.
AUTOTUTELA: a Administração tem o dever de zelar pela legalidade e eficiência dos seus próprios atos, ou seja, pode ela própria corrigir seus atos, revogando os irregulares ou inoportunos, além de anular os ilegais.
RAZOABILIDADE: os poderes concedidos à Administração devem ser exercidos na medida necessária ao atendimento do interesse coletivo, sem exacerbações. Deve agir com bom senso, de modo razoável e proporcional.
PROPORCIONALIDADE: é um desdobramento da razoabilidade. Adotando a medida necessária para atingir o interesse público almejado, o Administrador age com proporcionalidade. No exercício do Poder de Polícia e nas restrições a direitos, deve-se atender ao Princípio da proporcionalidade, ou seja, a ação do Estado deve ser proporcional à lesão. 
SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO: é a essência do regime jurídico administrativo. O interesse público prevalece sobre o interesse individual.
 
3º Dia___________________________________________________________
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:
Administração Direta - é constituída pelos governos da União, Estados e dos Municípios, compreendendo ainda seus ministérios e secretarias, respectivamente.
Administração Direta
Presidência da República + Ministérios
Governos dos Estados + Secretarias Estaduais
Prefeituras Municipais + Secretarias Municipais
Na administração direta há uma centralização ou concentração de poder, que é a prestação de serviços diretamente pela pessoa política prevista constitucionalmente, sem delegação a outras pessoas. Diz-se que a atividade do Estado é centralizada quando ele atua diretamente, por meio de seus órgãos constitucionalmente criados. Centralizar significa reunir tudo em um único local, ou seja, todas as tarefas em um único órgão: o Poder Central.
Acaso existam órgãos ou departamentos criados por decretos ou leis infraconstitucionais, o repasse de funções aos mesmos se chama de desconcentração. Ex.: uma chefia de uma determinada Secretaria de Estado, ou ainda o comando de um batalhão da PMPE. 
Importante: A PM é um órgão previsto na Constituição, tanto na federal como na estadual. Porém a sua estrutura interna (Grandes Comandos, Diretorias, Chefias, etc.) é regulada por leis ou decretos infraconstitucionais. Ou seja: a Polícia Militar é um órgão do poder central (centralização), mas os seus departamentos já pertencem ao que chamamos de desconcentração, ou seja, uma ramificação do poder central.
Se os serviços estão sendo prestados pelas Pessoas Políticas constitucionalmente competentes, estará havendo centralização, a exemplo da Polícia Militar. Se não houver previsão constitucional do órgão, existido este por decreto ou lei estadual, está havendo uma desconcentração.
Administração Direta =
Administração Indireta – compõe-se de autarquias (Ex.: UFPE, IBAMA, INSS, etc.), fundações públicas (Ex.: Hemope, Fundação Joaquim Nabuco, etc.) e entidades paraestatais (Banco do Brasil, CHESF, Petrobrás, etc.)
	Na administração indireta há descentralização de poder, ou seja, a retirada de funções do centro do poder. A diferença é que não há subordinação direta na descentralização, ou seja, na administração indireta há um repasse das tarefas às entidades autônomas, atividades estas que não são essenciais ou primárias à sociedade, porém são estratégicas, a exemplo da energia elétrica, combustíveis, finanças, ensino superior, etc. Não significa dizer que tais entidades ou órgãos autônomos não sejam fiscalizados, mas possuem autonomia. Ex.: IBAMA, INSS, INCRA, etc. É também definida como a transferência de execução do serviço ou da titularidade do serviço para outra pessoa, quer seja de direito público ou de direito privado, tais como concessionários ou permissionários de serviços públicos (Ex.: empresas de ônibus).
Administração Indireta =
E o que são órgãos públicos? 
São simples repartições interiores da pessoa do Estado, e, por isso, dele não se distinguem. São meros feixes de atribuições - não têm responsabilidade jurídica própria – toda a sua atuação é imputada às pessoas a que pertencem. São divisões da Pessoa Jurídica.
	Os órgãos públicos têm a seguinte classificação:
Independentes - são previstos diretamente na Constituição e não se subordinam a nenhum outro. Ex. casas legislativas, chefia do executivo e tribunais;
Autônomos - estão situados na cúpula da administração e se subordinam diretamente à chefia dos órgãos independentes. Ex. ministérios, secretarias de estado e de municípios;
Superiores – são órgãos de direção, controle e comando subordinados a uma chefia.Ex. departamentos, coordenadorias;
Subalternos - estão subordinados aos órgãos superiores;
Singulares – são titularizados por apenas um agente. Ex. Presidência da República;
Coletivos - são titularizados por vários agentes. Ex. Tribunal de Contas.
Ativos - tomam decisões administrativas;
Consultivos ou de controle - acompanham a atuação de outros órgãos, através de assessoria ou fiscalização.
4º Dia___________________________________________________________
PODERES ADMINISTRATIVOS
São instrumentos de atuação do administrador. Não se confundem com os poderes do Estado que são estruturais. A doutrina trata dos seguintes poderes administrativos: 
Poder Hierárquico: É o poder de ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades dos órgãos e agentes no âmbito da administração. Abrange a possibilidade de delegar e avocar competências;
Poder Disciplinar: relaciona-se com o poder hierárquico. É o poder-dever que possui a administração de punir internamenteas infrações funcionais dos seus servidores e das demais pessoas que se encontram sujeitas à disciplina da administração. Não se confunde com o poder punitivo do Estado que diz respeito à repressão de crimes e contravenções penais. Deve ser exercitado com obediência ao devido processo legal. Admite certa margem de discricionariedade;
Poder Regulamentar: corresponde à competência do chefe do Poder Executivo (presidente da república, governadores e prefeitos) para editar os decretos de execução destinados à fiel execução da lei. 
Poder de Polícia: é o poder de que dispõe a administração para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado. O Poder de Polícia não está restrito à segurança, mas se aplica em todas as situações nas quais a restrição de direitos individuais seja necessária para beneficiar o interesse público, O seu fundamento é o princípio da predominância do interesse público sobre o particular. Atua mediante a elaboração de atos normativos em geral, de atos administrativos e operações materiais, implicando em medidas preventivas e medidas repressivas. Tem como características a discricionariedade, a auto-executoriedade e a coercibilidade. O Poder de Polícia deve estar previsto em lei e será exercitado com obediência à razoabilidade e à proporcionalidade. 
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO
	O controle da administração pode ser interno ou externo.
	Interno: realizado pela própria administração, através de homologações, revogações, aprovações ou anulações de atos administrativos.
	Externo: é celebrado pelo Poder Legislativo, com apoio dos Tribunais de Contas, bem como pelo Poder Judiciário (apenas quando for provocado por mandado de segurança, habeas corpus, ação popular, ação civil pública, etc.)
ATOS ADMINISTRATIVOS
Conceito de Ato Administrativo: é a manifestação unilateral de vontade da Administração que, agindo nessa qualidade, visa a adquirir, constituir, conservar, declarar ou extinguir direitos. Exemplos de atos administrativos: uma portaria, uma sanção disciplinar, etc.
É o acontecimento material da Administração, que produz conseqüências jurídicas. No entanto, não traduz uma manifestação de vontade voltada para produção dessas conseqüências. Ex.: A construção de uma obra pública; o ato de ministrar uma aula em escola pública; o ato de realizar uma cirurgia em hospital público, são exemplos de atos administrativos, pois esses atos estão voltados para o âmbito técnico, encerram a sua finalidade em si mesmos, na sua própria realização.
O ato Administrativo não se destina a produzir efeitos no mundo jurídico, embora muitas vezes esses efeitos ocorram, como exemplo, uma obra pública mal executada vai causar danos aos administrados, ensejando indenização. Uma cirurgia mal realizada em um hospital público, que também enseja a responsabilidade do Estado.
Portanto, pode haver conseqüências jurídicas em relação a esses atos, no entanto, não são decorrentes vontade da Administração, não são desejados.
5º Dia___________________________________________________________
ELEMENTOS OU REQUISITOS DO ATO ADMINISTRATIVO:
Competência: quem emana um ato administrativo deve ter competência para tal. Caso contrário haverá nulidade. Ex.: uma portaria do comando geral só pode ser emitida pelo titular daquele cargo, pois, caso não ocorra, não terá efeito algum, salvo se houver delegação de competência.
Forma: é o modo pelo qual o ato deve ser feito. É a estrutura que deve ser adotada pelo ato, ou seja, a sua forma de se exibir. Exemplo: a estrutura escrita de uma portaria, que é diferente de uma ordem de serviço.
Objeto: é o assunto de que trata o ato administrativo, ou o seu conteúdo, tal como a imposição de multa ou a regulamentação de uma feira livre.
Finalidade: é o objetivo do ato de acordo com a vontade da lei. O desvio de finalidade, ou a finalidade diversa da desejada na lei, é uma espécie de abuso de poder.
Motivo: é a razão pela qual agiu a administração pública. Ex.: a transgressão de uma norma exige do Estado a punição do servidor, através do órgão competente..
Atributos dos Atos Administrativos:
Presunção de Legitimidade: salvo prova em contrário, presumem-se legítimos os atos da administração e verdadeiros os fatos por ela alegados.
Imperatividade: a administração pode impor unilateralmente as suas determinações, sendo estas válidas desde que legais.
Exigibilidade: o cumprimento das medidas administrativas pode ser exigido desde logo.
Auto-executoriedade: a administração pública pode executar diretamente seus atos e fazer cumprir determinações, até com o uso da força, sem precisar recorrer ao Judiciário.
Mas será que os atos administrativos não podem ser extintos ou perder seus efeitos? Claro que sim, através das seguintes formas:
Cassação;
Caducidade;
Mera retirada;
Revogação:
Anulação.
A forma normal de extinção do ato administrativo é o esgotamento do seu conteúdo. No entanto, existem casos de extinção antecipada do ato administrativo, entre eles:
Cassação: Ocorre em decorrência do descumprimento das condições de persistência do ato por parte do administrado. Ex.: alguém obteve uma permissão para explorar o serviço público (Ex.: ensino superior), porém descumpriu uma das condições para a prestação desse serviço. Vem o Poder Público e, como penalidade, procede a cassação da permissão.
Caducidade: É a cessação dos efeitos do ato em razão de uma lei superveniente (posterior), com a qual esse ato é incompatível (Ex.: cria-se uma lei que modifica o entendimento sobre o uso de calçadas na cidade, tornando sem efeito a lei antiga que dizia a mesma coisa). A característica é a incompatibilidade do ato com a norma subseqüente. 
Retirada: É a extinção de um ato administrativo que ainda não produziu efeito algum. Ex.: Houve nomeação para cargo público e não houve posse. É retirado do mundo jurídico o ato de nomeação para que outro seja nomeado e tome posse ( Se tomar posse e não assumir é caso de exoneração). 
Revogação: É a providência adotada em atos legais, tornando-os sem efeito. Se fosse um ato ilegal a sua “retirada do mundo” seria chamada de anulação, e não de revogação. Funda-se num juízo de oportunidade e conveniência. Uma vez revogado um ato administrativo, os seus efeitos produzidos, quando da sua vigência, são respeitados. Ex.: uma lei que permitia a construção de edifícios próximos ao rio. Uma vez revogada, quem foi beneficiado com aquela lei não pode ser prejudicado com a lei nova, pois é um direito adquirido.
Anulação: Ao contrario da revogação, atinge atos viciados ou ilegais, tornando-os nulos, seja pela própria administração (auto-tutela) ou pelo Poder Judiciário. Os efeitos da anulação atinge atos passados, já que anula-se atos ilegais. Ex.: se uma lei que permitia a construção de prédios próximos ao rio foi reconhecida como ilegal, uma vez anulada a mesma se deve retornar á situação anterior, ou seja, desfazendo-se o que foi feito em sua vigência, nos casos onde se sabia da ilegalidade, ou então preservando-se a situação para aqueles que não sabiam da ilegalidade (chamados de “terceiros de boa-fé”).
6º Dia___________________________________________________________
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS:
Atos Gerais: Destinam-se a pessoas indeterminadas, atingindo todos aqueles que estiverem em uma determinada situação. Ex.: é o caso do regulamento que estabelece normas para todos que estiverem no âmbito das regras ali previstas.
Atos individuais: Atingem uma situação determinada. Há um destinatário certo, podendo ser mais de uma pessoa – pluralidade de destinatários. Ex.: o ato de nomeação é um ato individual.
Atos de Império: Poder Público atua com supremacia, com ascendência sobre o administrado. O Poder Público pode determinarobrigações para o administrado. Ex.: Poder de Polícia.
Atos de Gestão: São aqueles em que o Poder Público coloca-se em plano de igualdade com o particular. Atos de gestão correspondem aos atos de direito privado que a Administração Pública pratica. (Ex.: alugar um imóvel para funcionar uma Repartição Pública).
Atos Regra: Traçam normas gerais, tais como o Regulamento.
Atos Subjetivos: São aqueles que se destinam a uma situação concreta, de um determinado sujeito, a exemplo de uma nomeação.
Atos Vinculados: São aqueles que têm todos os seus elementos predeterminados na lei. Nenhum de seus elementos oferece margem de liberdade para apreciação do administrador. Cabe a este verificar se esses elementos estão presentes ou não. Se estiverem, o administrador estará obrigado a praticar o ato. Se faltar qualquer dos elementos, o administrador não poderá praticar o ato. Ex.: aposentadoria do servidor, nomeação para cargo efetivo.
Atos Discricionários: Existem dois elementos (motivo e objeto) em que a lei oferece, na prática do ato, uma margem de opções ao administrador. Este irá fazer sua escolha de acordo com as razões de conveniência e oportunidade que lhe cabe analisar. A discricionaridade não se incompatibiliza com a legalidade, pois somente existe discricionaridade se a lei concedê-la ao administrador. É necessário que haja previsão legal, que a própria lei tenha oferecido margem ao administrador. Também não significa que o ato discricionário esteja imune ao controle jurisdicional. Se demonstrado o desvio de finalidade, nada impede que o Judiciário proclame a nulidade do ato. Portanto, o controle do Judiciário é quanto ao regramento e quanto à disciplina legal.
Atos simples: Resultam da manifestação de vontade de apenas um órgão público (Ex.: nomeação de um funcionário).
Atos complexos: Resultam da manifestação de vontade, e participação, de mais de um órgão público (Ex.: nomeação de um Ministro do Tribunal Superior – o Tribunal elabora lista tríplice, que vai para o Presidente da República e , depois, para o Senado). O Ato complexo não deve ser confundido com o procedimento administrativo que corresponde a uma sucessão ordenada de atos administrativos. O Ato complexo é um só ato. 
Ato válido: É o ato praticado em conformidade com o Direito.
Ato nulo: É o ato que apresenta vício insanável;
Ato anulável: É o que apresenta vício sanável, ou seja, que pode ser corrigido.
 
Ato perfeito: É aquele que completou o ciclo de sua formação. É o caso de uma ordem de operações concluída ou de uma nomeação de um Ministro de um Tribunal Superior já empossado.
Ato imperfeito: É o que não completou o ciclo para a sua formação.
Ato pendente: É o que está sujeito a condição ou termo para que comece a produzir efeitos. Ex.: ordem de serviço que precisa de um mandado de busca e apreensão ainda não expedido.
Ato consumado: É o que já atingiu os seus efeitos. Ex.: uma aula encerrada numa escola pública.
7º Dia___________________________________________________________
LICITAÇÃO
 
A Constituição estabeleceu a exigência de licitação para as contratações de obras, serviços, compras e alienações da Administração direta e indireta. Licitação é o procedimento administrativo vinculado pelo qual a Administração seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse. Procedimento administrativo é uma sucessão ordenada de atos administrativos. 
Alguns autores afirmam que a licitação apresenta aspectos discricionários.
O artigo 3( da Lei n( 8.666/93 menciona os princípios da licitação: LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, IGUALDADE, PUBLICIDADE, PROBIDADE ADMINISTRATIVA, VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO, JULGAMENTO OBJETIVO.
 
A licitação visa a duplo objetivo: Assegurar a todos a possibilidade de concorrerem às contratações com a Administração e possibilitar a celebração do melhor contrato para a Administração.
É princípio implícito da licitação a competitividade.
Existem casos de dispensa e de inexigibilidade de licitação. Os casos de dispensa são situações em que a licitação seria possível, mas deixa de ser realizada por conveniência legal da Administração. Os casos de inexigibilidade são situações em que a licitação não é possível pela inviabilidade de competição.
 Exemplo de dispensa: OBRAS, SERVIÇOS E COMPRAS DE PEQUENO VALOR.
 Exemplos de Inexigibilidade: AQUISIÇÃO DE MATERIAIS, EQUIPAMENTOS OU GÊNEROS QUE SÓ POSSAM SER FORNECIDOS POR PRODUTOR, EMPRESA OU REPRESENTANTE COMERCIAL EXCLUSIVO.
 
MODALIDADES DE LICITAÇÃO:
CONCORRÊNCIA: Modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos exigidos no edital para execução de seu objeto. É exigida concorrência: 1) Para obras e serviços de engenharia acima de R$ 1.500.000,00; 2) Para compras e serviços acima de R$ 650.000,00. 3) Qualquer que seja o valor do seu objeto, na compra ou alienação de bens imóveis, nas concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais. 
TOMADA DE PREÇOS: Modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas condições exigidas para o cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas. Exige-se tomada de preços: 1) Para obras e serviços de engenharia – até R$ 1.500.000,00; 2) Para compras e serviços até R$ 650.000,00. Pode-se adotar Tomada de Preços nas Licitações internacionais, se a Administração possui cadastro internacional.
CONVITE: É a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de três pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório (edital) e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas. O convite é exigido : 1) Para obras e serviços de engenharia – até R$ 150.000,00. 2) Para compras e serviços – até R$ 80.000,00.
 
CONCURSO: É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores.
LEILÃO: É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis (veículos) para a Administração ou de produtos legalmente apreendidos. O leilão também pode ser utilizado para a alienação de bens imóveis, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento.
 PREGÃO: É modalidade de licitação atualmente regida pela Lei 10.520/2002. É cabível para a contratação de bens e serviços comuns. São considerados bens e serviços comuns, na forma do parágrafo único do art. 1o da referida lei, os bens e serviços cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado. Esta modalidade de licitação abrange a apresentação de propostas inicialmente escritas, sendo selecionadas a proposta de melhor preço e aquelas que estiverem até 10% acima do menor preço. Se não houver pelo menos três propostas em tal condição que atendam à variação de preço mencionada, as três melhores serão selecionadas para a fase seguinte. Os autores das propostas selecionadas serão admitidos a oferecerem lances verbais. Somente serão abertos os documentos de habilitação do licitante vitorioso. Caso não satisfaça os requisitos, o segundo colocado terá examinada a sua habilitação. Nos termos da Lei 10520/2002, o PREGÃO poderá ser adotado pela UNIÃO, ESTADOS DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS.
8º Dia___________________________________________________________
PROCEDIMENTO DA LICITAÇÃO:
Fica a cargode uma comissão permanente ou especial, composta por pelo menos três membros, sendo, no mínimo dois, servidores dos quadros permanentes da Administração. No caso de convite, a comissão poderá ser substituída por servidor formalmente designado pela autoridade competente. No caso de pregão, será também conduzida por funcionário da Administração, designado para a função de pregoeiro.
 
 O procedimento é mais complexo na concorrência, um pouco menos complexo na Tomada de Preços e mais simplificado no Convite.
 Fases do procedimento:
Abertura;
Edital;
Habilitação;
Classificação e Julgamento das Propostas;
Adjudicação;
Homologação. 
EDITAL: É a lei interna da licitação. No convite, é substituído pela carta-convite.
HABILITAÇÃO: É a comprovação dos requisitos de capacidade jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-financeira e regularidade fiscal.
JULGAMENTO: Faz-se de acordo com os critérios estabelecidos no Edital.
 Em função dos critérios, poderemos ter os seguintes tipos de licitação: melhor preço,melhor técnica e técnica e preço.
 Menor preço – é a regra.
 Melhor técnica – Contratos que tenham por objeto serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos. A Lei também valorizou o preço, nesse caso, pois após a definição da melhor proposta técnica, o primeiro classificado se não houver ofertado o menor preço, será convidado para reduzir o preço.
 Técnica e preço – critério que pode ser adotado para as mesmas hipóteses em que é cabível a melhor técnica. São atribuídos pesos às propostas técnico e de preço, vencendo o licitante que obtiver a melhor média ponderada.
ADJUDICAÇÃO: É a atribuição ao vencedor da preferência para a celebração do contrato. A Administração não está obrigada a contratar. No entanto, não poderá realizar o contrato com outrem.
HOMOLOGAÇÃO: É a confirmação do procedimento por parte da autoridade que mandou abrir a licitação.
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL POLÍCIA MILITAR DE PERNAMBUCO
DIRETORIA DE ENSINO, INSTRUÇÃO E PESQUISA
CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS
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Estado
Subordinação
Particular
Particular
Particular
Coordenação
Poder Central:
Ministérios, Secretarias e órgãos criados pela Constituição (federal e/ou estadual)
Órgãos inferiores, que agem em nome do poder central, pois há subordinação.
Desconcentra
Órgão autônomo, que administra em seu próprio nome, mas é fiscalizado.
Poder Central
Descentraliza

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