Buscar

RESUMO AV2 FUND. EPIST.

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

HUSSERL E A FENOMENOLOGIA
Instituído o positivismo, coube a fenomenologia a humanização da ciência. Foi o que pretendeu inicialmente o filosofo alemão Franz Brentano, que exerceu influência nos pensadores de sua época como Freud e Husserl. Brentano propôs um resgate do homem para analisar suas particularidades individuais, não reconhecidas pelo positivismo, argumentando que os sentimentos do homem não podem ser descartados e nem quantificados, objetivados, reduzidos e tratados como se fossem meramente números. No entanto, apesar das questões levantadas por Brentano, fundamentais para a fenomenologia, essa foi concebida Edmund Husserl.
Husserl é considerado o fundador da escola fenomenológica, rompendo, por um lado, com a orientação positivista da ciência liderada por Comte, pois retomava a ideia de AFETIVIDADE dos seres humanos, que havia sido deixada para trás pelo Positivismo.
Reconhecidamente influenciado por Kant, para quem a experiência e a fonte de todo conhecimento, não se limitou ao empirismo implícito a essa perspectiva ao postular o método da redução fenomenológica, segundo o qual é possível conhecer a essência das coisas.[1: A redução fenomenológica requer a suspensão dos conhecimentos de mundo para chegar à essência das coisas sem que haja projeção do meu mundo interior no mundo exterior. Livrar-se de conceitos pré-formados que possam interferir no “julgamento”. ]
	Para Husserl, a consciência é reflexiva, pois cria as essências, que seriam as significações produzidas por ela própria (doação de sentido). Sua principal característica é a intencionalidade, termo que resgata da filosofia medieval, situando-o como pilar da fenomenologia, e trazendo com ele uma nova maneira de pensar a ciência humana argumentando que toda consciência e consciência de algo. Com a intencionalidade reajustou a ponte entre o indivíduo e o objeto. A intencionalidade implica que a consciência humana é intencional; não há consciência separada do mundo.[2: Consciência qualificada por estar dirigida para algo, ou de ser acerca de algo. As nossas crenças, pensamentos, anseios, desejos, são sempre acerca de alguma coisa. Do mesmo modo, as palavras que usamos para exprimir essas crenças e outros estados mentais são acerca de coisas.]
Husserl destaca que pertence ao sentido de qualquer coisa ter uma essência e, portanto, um eidos. Ainda que uma arvore possa se transformar, sua essência é atemporal. Mesmo ela vindo a desaparecer, a essência atemporal do que e ser uma arvore persiste tal como uma entidade matemática.
“Eu penso algo” (EGO-COGITO-COGITATUM)
• NOEMA: aquilo que é percebido (objeto).
• NOESIS: ato de perceber e significar o objeto.
FILOSOFIA ANALÍTICA
É uma corrente contemporânea da Filosofia defendida por filósofos distintos, mas que convergiram em suas teorias, que era a de analisar o significado ou o sentido dos enunciados, o que os levaram a tomar como objeto a própria Linguagem, entendida como fundamento, o substrato essencial sobre o qual se assenta o conhecimento.
A Filosofia clássica colocou o conhecimento como questão central da Filosofia. A Filosofia contemporânea, em contrapartida, em sua vertente propriamente Analítica, coloca a Linguagem como eixo da Filosofia, considerando que o seu problema central consiste na análise do uso da linguagem.
1º WITTGENSTEIN: a linguagem tem como finalidade DESIGNAR OBJETOS. O significado da palavra está nas coisas (matéria/objeto).
- A linguagem nesse momento é designativa pois serve para designar algo do campo da realidade. A linguagem deve ter como função descrever a realidade, porque nada pode ser dado fora dela.
2º WITTGENSTEIN: o significado da palavra está na nossa relação com a matéria. 
	- Esta linguagem tem sentido numa comunidade onde existem pessoas que compartilham os mesmos códigos linguísticos.
	- Em seu segundo momento, Wittgenstein defendia que deveríamos entender a linguagem dentro do sentido da própria linguagem, e não no objeto (por isso as coisas podem ter outro nome).
	- A linguagem ganha significado pelo seu uso (JOGOS DE LINGUAGEM*).
* Jogos de linguagem: o significado da linguagem é dado pelo uso que se faz dela. A linguagem ganha significado pelo seu uso.
• Gottlob Frege → assumiu a tarefa de demonstrar que as leis da aritmética se reduziam a lógica, uma posição que se tornou conhecida como logicismo. Na busca de seu objetivo realizou a maior contribuição individual ao estudo da lógica e apresentou suas bases para o estudo rigoroso da linguagem que caracterizaria a Filosofia Analítica, tornando-se o fundador da semântica e da lógica modernas.
Bertrand Russell, que teve contato com Frege, convenceu-se de que a característica comum que incide sobre os problemas filosóficos é o fato de eles consistirem em confusões conceituais, resultantes do uso inadequado da linguagem comum. Em sua perspectiva, a solução seria uma clarificação do sentido dos enunciados. Na verdade, em sentido genérico, essa postura adotada por Russell estendeu-se aos filósofos que passaram a compreender a Filosofia como analítica, cujo objetivo e esclarecer o significado, o sentido dos enunciados, fundamentando a linguagem rigorosa da lógica e evitando as ambiguidades e confusões do uso da linguagem comum.
POPPER E O FALSIFICACIONISMO
Falsificacionismo → critério de demarcação entre as ciências e as pseudociências.
“Quando pode uma teoria ser classificada como científica? ”
Para Popper, somente quando ela pode ser refutada. Uma teoria torna-se científica somente se puder ser falseada, testada, refutada. Caso contrário, é uma pseudociência*.
* Com PSEUDOCIÊNCIAS, ele não indica a veracidade ou não dessas teorias, mas sim que não são teorias científicas. Essas pseudociências não podem ser falseadas/refutadas/testadas pois tem sua fundamentação muito consistente, portanto não podemos negar sua veracidade.
	As teorias científicas são provisórias, pois algo na realidade pode fazer com que essa teoria não se sustente, ou até mesmo sua falsificabilidade pode provar que a teoria não estava correta, pois a possibilidade de testar uma teoria implica igual possibilidade de demonstrar que e falsa.
O que estava em questão para Popper não era saber quando uma teoria era verdadeira ou aceitável, mas o critério que demarca a fronteira entre as ciências e as pseudociências.
Para ele, a ciência comete erros (o que a torna provisória), mas a pseudociência encontra a verdade por acidente.
Para fundamentar sua tese, Popper lançou mão especificamente das teorias de quatro autores: teoria da relatividade (Albert Einstein), materialismo histórico (Karl Marx), psicanálise (Sigmund Freud) e psicologia individual (Alfred Adler).
	Para Popper, as teorias científicas teriam alto poder explicativo porque partiam da teoria sobre a pratica. É possível interpretar qualquer fenômeno a partir de uma teoria. Essa seria regularmente confirmada pelas observações clinicas.
KUHN E OS PARADIGMAS
As várias definições de paradigma: 
- Realizações científicas universalmente conhecidas DURANTE ALGUM TEMPO por alguma comunidade científica específica como proporcionando os fundamentos para sua prática posterior.
- Fundamento adotado pela comunidade científica que contempla teorias, métodos e instrumentos científicos, além de problemas (quebra-cabeças) e soluções que orientam a ciência, técnica ou pesquisa normal.
- As realizações cientificas universalmente reconhecidas que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares para uma comunidade de praticantes de uma ciência.
Algumas influencias para a filosofia da ciência de Kuhn:
· A teoria historiográfica de Alexandre Koyré: desenvolvimento x acumulação.
· A teoria do desenvolvimento cognitivo de Jean Piaget: Desenvolvimento cognitivo (4 estágios).
· A teoria da percepção da Psicologia da Gestalt: figura e fundo.
Impressionou-lhe o número e a extensão dos desacordos expressos existentes entre os cientistas sociais no que diz respeito a natureza dos métodos e problemas científicoslegítimos. A tentativa de descobrir a fonte dessa diferença levou-o ao reconhecimento do papel desempenhado na pesquisa cientifica pelo paradigma. Paradigma é um conceito que substitui uma variedade de noções familiares e serve de fundamento para “o padrão usual do desenvolvimento de uma ciência amadurecida”. 
Para Kuhn, o papel atribuído por Popper à falsificação assemelha-se muito ao que identifica em seu ensaio como ANOMALIAS (experiências que, ao evocarem crises, preparam o caminho para uma nova teoria).
	Ele acredita ainda que a ciência normal “não tem como objetivo trazer à tona novas espécies de fenômeno; [...] a pesquisa cientifica normal está dirigida para a articulação daqueles fenômenos e teorias já fornecidos pelo paradigma” pois “é um empreendimento altamente cumulativo, extremamente bem-sucedido no que toca ao seu objetivo: a ampliacao continua do alcance e da precisao do conhecimento cientifico. ”
	O que isto significa? Que a ciência normal não busca adquirir novos conhecimentos em áreas desconhecidas, mas ampliar os conhecimentos daquelas áreas sobre as quais já existem teorias, aplicando-se assim o sentido acumulativo de ciência, que passa a possuir um caráter de maturidade e desenvolvimento conforme novas teorias vão se solidificando. Novas teorias sobre o já existente vão surgindo, confirmando ou negando sua veracidade.
Kuhn argumenta que a ciência se desenvolve por períodos ou estágios, que são, esquematicamente, o pré-paradigmático (anterior a adoção de um paradigma que oriente a pesquisa normal) e o pós-paradigmático (quando há adoção de um paradigma e os desdobramento implicados por tal adoção).
O período pós-paradigmático inclui as anomalias que geram as crises, que se tornam o cerne da revolução científica, levando necessariamente a emergência de um novo paradigma que possa orientar a ciência normal.
BACHELARD E A EPISTEMOLOGIA HISTÓRICA
	Bachelard formulou suas proposições para a filosofia das ciências, as quais podem ser reconhecidas como historicidade da epistemologia e a relatividade do objeto. Para Bachelard, a Física de Einstein rompe com as ciências anteriores em termos epistemológicos e a sua metodologia já não pode ser empirista, pois seu objeto encontra-se em relação, ou seja, não é mais absoluto. Para ele, o objeto não pode ser isolado e estudado individualmente pois este apresenta relações.
• OBSTÁCULOS EPISTEMOLÓGICOS: são os aspectos que ocorrem quando existem saberes sedimentados que impedem, dificultam ou atrasam o surgimento de novas formas de pensar.
	Ex: o SENSO COMUM é um entrave para o desenvolvimento do conhecimento científico, portanto ele é um obstáculo epistemológico.
	Ele propõe também uma psicanálise do conhecimento, para argumentar que o progresso cientifico do conhecimento deve ser analisado através de suas condições psicológicas.
• NOVO ESPÍRITO CIENTÍFICO: quando a ciência se torna independente do senso comum.
Portanto, a ruptura epistemológica entre a ciência contemporânea e o senso comum é uma das marcas da teoria bachelardiana, que passa a ser orientada por intermédio de um racionalismo aplicado, em detrimento do empirismo.
E por essa razão que, para Bachelard, o progresso do conhecimento cientifico não pode ser analisado ao longo da história em termos de acúmulos, mas, antes, por intermédio de rupturas, de retificações, num processo dialético em que o conhecimento cientifico e construído através da constante analise dos erros anteriores.

Outros materiais