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– RACIONALISMO E EMPIRISMO – • Qual é a importância de estudarmos os fundamentos epistêmicos da psicologia? Esta disciplina nos ajudará a identificar quais os pressupostos em jogo na delimitação do seu objeto de estudo e a reconhecer as raízes nas quais as abordagens psicológicas se apoiam. – RACIONALISMO: Descartes, Leibniz, Spinoza. – EMPIRISMO: Bacon, Locke, Berkeley, Hume (empirista mais radical). • ARGUMENTO RACIONALISTA: há verdades intemporais que nenhuma experiência nova poderá modificar. • ARGUMENTO EMPIRISTA: quando nascemos a mente é uma espécie de folha em branco que adquire conhecimento mediante a experiência sensorial. Os empiristas negaram as IDEIAS INATAS de Descartes, alegando que os seres humanos não estão equipados, ao nascerem, com qualquer espécie de conhecimento. *(PARA DESCARTES: RAZÃO = ALMA; ESPÍRITO; MENTE) Ainda para Descartes, “nenhuma ideia merece o qualitativo de verdadeira se não for objeto de um questionamento radical (...)” Para ele, a razão é o que torna os homens iguais, e o que os diferencia é a OPINIÃO. *Enquanto a razão iguala oh homens, as opiniões os diferenciam. Esse filósofo sugeriu que a razão dá origem a duas espécies de ideias: as IDEIAS DERIVADAS e as IDEIAS INATAS. • IDEIAS DERIVADAS: ideias produzidas pela aplicação direta de um estímulo externo, são produtos das experiências sensoriais. • IDEIAS INATAS: são aquelas que independem das experiências sensoriais, eu já nascem com o indivíduo. – MÉTODO PARA A BUSCA DA RAZÃO – • 1ª REGRA: não aceitar nada como verdadeiro sem antes ter passado pelo crivo da razão (dúvida e questionamento) • 2ª REGRA: dividir o problema complexo em partes simples. Ao focar em um problema simples e delimitado, a razão tem mais facilidade de resolvê-lo. • 3ª REGRA: remontar o problema complexo, organizando os problemas simples de forma ordenada para que nenhuma informação seja prejudicada ou perdida. • 4ª REGRA: o procedimento pode ser retomado e repetido para maior aproximação da verdade. – John Locke; Empirista – Apesar de tomarmos o filósofo inglês Francis Bacon como um dos pioneiros do Empirismo britânico, é certamente o trabalho acurado e primoroso do também filósofo inglês John Locke que assinala o início formal desse grande movimento filosófico Locke alega que os seres humanos não estão equipados, ao nascerem, com qualquer espécie de conhecimento. Ele renova a máxima aristotélica segundo a qual não há nada no intelecto que não tenha passado antes pela experiência sensível e explica o caráter inato das ideias em termos de aprendizagem e de hábito, como reforçará Hume posteriormente. Ao supor ser a mente um papel em branco sem quaisquer ideias, Locke se pergunta: como pode ela ser preenchida? Locke responde essa pergunta com uma só palavra: a experiência. Nela está fundado todo o nosso conhecimento. Locke reconhecia dois tipos de experiências: as provenientes das sensações e as da reflexão. As ideias que advêm da estimulação sensorial direta causada por objetos físicos no ambiente, são impressões sensoriais simples. Sobre essas, a mente poderia exercer forte influência reflexiva de modo a gerar outras ideias. Provém da sensação a possibilidade de que outras ideias sejam produzidas. Locke propôs também a existência de duas ideias para a compreensão do entendimento humano: as ideias simples e as ideias complexas. As ideias complexas seriam compostas a partir das ideias simples podendo, em contrapartida, serem decompostas em ideias simples. Ele concebeu as qualidades primárias e qualidades secundárias. As primeiras seriam inerentes ao objeto percebido, como, por exemplo, o tamanho e a dimensão de um objeto, as segundas, decorreriam da percepção, como a cor e o odor. – Georges Berkeley; Empirista – Berkeley afirmava que a percepção é a única realidade de que podemos estar certos. Não nos é dado conhecer com certeza a natureza dos objetos físicos do mundo vivencial. Tudo o que sabemos é como percebemos esses objetos. Como está dentro de nós, sendo, portanto, subjetiva, a percepção não reflete o mundo externo. – Leibniz; Racionalista – As teses opostas de Descartes (inatismo) e Locke (empirismo) já estavam estabelecidas e Leibniz, ao examiná-las, propôs uma articulação entre ambas no que concerne ao problema da verdade. Para tal, precisou retomar os postulados precedentes nomeando duas espécies de verdades: as “verdades de razão” e as “verdades de fato”. • Verdades de razão: enunciam que uma coisa é o que é, necessária e universalmente, não podendo ser diferente que do é e de como é. Seu exemplo mais evidente são as ideias matemáticas • Verdades de fato: ao contrário das inatas, dependem da experiência. Elas são obtidas por meio da sensação, da percepção e da memória. São empíricas e se referem a coisas que podem ser diferentes do que são. As verdades de fato são verdades porque para elas funcionam o princípio da razão suficiente (conhecimento das causas). Pelo princípio da razão suficiente, todas as verdades de fato poderão, em certas condições, tornar-se verdades de razão. [1: Tudo o que existe, tudo o que percebemos e tudo aquilo de que temos experiência possui uma causa determinada e essa causa pode ser conhecida.] – David Hume; Empirista – O filósofo escocês David Hume foi quem efetuou a crítica mais radical ao Racionalismo ao objetar, por exemplo, o princípio da causalidade. Para esse filósofo, o princípio da razão suficiente defendido por Leibniz é apenas um “hábito” adquirido por experiência como resultado da repetição e da frequência de nossas impressões sensoriais. [2: A relação fixa de causa e efeito entre os acontecimentos. Capacidade de atribuir causas para explicar e justificar fatos que observa ou vivencia.] Seguindo o ponto reinaugurado por Locke e a linha traçada a partir desse ponto por Berkeley, Hume enveredou sua pesquisa para o campo da combinação das ideias simples em ideias complexas desenvolvendo a teoria da associação de ideias, mas levou a ideia mais adiante abolindo a concepção da mente como substância para tomá-la como uma qualidade secundária. Isso implica que ela só pode ser observada por meio da percepção e não passa do fluxo de ideias, sensações e lembranças. Considerada desse modo a mente humana, portanto, comportaria as impressões e as ideias.[3: Princípios que regulam a forma como as nossas ideias se unem entre si. Estes princípios são três: semelhança, contiguidade no tempo e no espaço e a relação de causa e efeito.] A diferença entre essas consiste nos graus de força e vividez com que atingem a mente e penetram em nosso pensamento ou consciência. • IMPRESSÕES: as percepções que entram com mais força e violência. Sob esse termo incluo todas as nossas sensações, paixões e emoções, em sua primeira aparição à alma. • IDEIAS: as pálidas imagens dessas impressões no pensamento e no raciocínio. Ele acredita que não sejam necessárias muitas palavras para explicar essa distinção pois cada um, por si mesmo, percebe imediatamente a diferença entre sentir e pensar.
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