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INFECÇÕES DO TRATO RESPIRATÓRIO INFERIOR

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INFECÇÕES DO TRATO RESPIRATÓRIO INFERIOR
O trato respiratório inferior consiste em laringe (caixa de voz), traqueia, tubos bronquiais e alvéolos. Os alvéolos são pequenos sacos de ar que formam o tecido pulmonar; dentro deles, o oxigênio e o dióxido de carbono são trocados entre os pulmões e o sangue. Nossos pulmões contêm mais de 300 milhões de alvéolos, com uma área para trocas gasosas de 70 m2 ou mais em um adulto. A membrana de camada dupla que envolve os pulmões é a pleura, ou membranas pleurais. Uma membrana mucosa ciliada reveste o trato respiratório inferior até os brônquios menores e os auxilia a impedir que os micro-organismos alcancem os pulmões.
O trato respiratório inferior pode ser infectado por muitas das bactérias e vírus que infectam o trato respiratório superior. À medida que os brônquios tornam-se envolvidos, a bronquite ou bronquiolite se desenvolve. Uma complicação grave da bronquite é a pneumonia, em que os alvéolos pulmonares estão envolvidos.
Coqueluche
A infecção pela bactéria Bordetella pertussis resulta na coqueluche, ou tosse comprida.
A B. pertussis é um cocobacilo gram-negativo extremamente pequeno, imóvel, aeróbico obrigatório. As linhagens virulentas possuem uma cápsula. As bactérias fixam-se especificamente às células ciliadas na traqueia, primeiro impedindo sua ação e então progressivamente destruindo-as. Isso impede o movimento do muco pelo sistema do elevador ciliar. A B. pertussis produz várias toxinas. A citotoxina traqueal, uma fração da parede celular da bactéria, é responsável pela lesão às células ciliadas, e a toxina pertussis entra na corrente sanguínea e está associada aos sintomas sistêmicos da doença.
Uma doença que ocorre principalmente na infância, a coqueluche pode ser bastante grave. O estágio inicial, denominado estágio catarral, lembra um resfriado comum. Acessos prolongados de tosse caracterizam o estágio paroxístico, ou segundo estágio. (O nome pertussis deriva do latim per = extensa, e tussis = tosse.) Quando a ação ciliar é comprometida, o muco acumula-se, e a pessoa infectada tenta desesperadamente tossir esses acúmulos de muco. A violência da tosse em crianças pequenas pode até resultar em costelas quebradas. A ânsia por ar entre as tosses causa um som uivante, daí o nome vulgar da doença (tosse comprida). Os episódios de tosse ocorrem várias vezes por dia durante um período de 1 a 6 semanas. O estágio de convalescença, ou terceiro estágio, pode durar meses. 
Uma vez que os lactentes são menos capazes de lidar com o esforço da tosse para manter uma via aérea, ocasionalmente sofrem lesão irreversível no cérebro.
O diagnóstico da coqueluche depende principalmente dos sinais e dos sintomas clínicos. A epidemiologia da coqueluche tem se modificado. Anteriormente, uma vacina morta, contendo a célula bacteriana inteira, foi introduzida na década de 1940. Nessa época, a coqueluche era a principal doença afetando quase toda a população de crianças com menos de 10 anos. Era esperado que mais da metade das crianças se infectasse antes de iniciar a fase escolar. A introdução da vacina tríplice DTP (difteria, tétano e coqueluche) levou a uma diminuição dos casos. 
Principais fatores de virulência:
Hemaglutinina filamentosa e Pertactina permitem que a bactéria se adira ao epitélio ciliado. A pertactina também se liga a superfície de macrófagos. Essa interação permite que a bactéria seja endocitada sem indução do metabolismo oxidativo, o que é significativo para a sobrevivência intracelular e replicação da bactéria. Esse aspecto também protege a bactéria de anticorpos séricos. 
A toxina pertussis é uma toxina A-B clássica, a subunidade ativa inibe a proteína Gi, que controla a atividade de adenilciclase. Isso leva a um aumento nos níveis de AMPc que aumenta as secreções respiratórias e produção de muco, característico do estágio paroxístico da coqueluche. A toxina pertussis também aumenta a expressão de receptores para pertactina, contribuindo com isso para facilitar a adesão da bactéria ao epitélio mucociliado.
Toxina Adenilato ciclase/ hemolisina é uma toxina bifuncional que é ativada no interior da célula alvo. Essa toxina inibe a quimiotaxia leucocitária, fagocitose e morte.
Toxina dermonecrótica é uma toxina termolábel, que em doses baixas causa constrição das veias periféricas, acompanhado de isquemia localizada. Em altas doses essa toxina tem ação letal à célula, levando a destruição tecidual. 
Citotoxina traqueal é uma toxina que tem afinidade por células epiteliais ciliadas, essa citotoxina interfere diretamente na síntese de DNA, impedindo a regeneração das células danificadas. Esse processo leva à disfunção dos mecanismos normais de limpeza da árvore respiratória e leva a tosse característica associada à coqueluche. Essa citotoxina também estimula a produção de IL-1, a qual induz a febre. 
Tuberculose
É uma doença granulomatosa crônica causada pelo Mycobacterium tuberculosis – Bacilo de Koch (BAAR). O M. tuberculosis é um bacilo imóvel, aeróbio obrigatório, não formador de esporos. É um patógeno intracelular facultativo. A parede celular dessa bactéria é rica em lipídeos o que torna a superfície hidrofóbica, e a micobactéria resistente a uma série de desinfetantes e a coloração comum. Essa bactéria pode sobreviver por semanas em escarro seco e é muito resistente aos antimicrobianos químicos usados como antissépticos e desinfetantes. 
Micobactéria pode crescer no meio intracelular de macrófagos alveolares inativos. Apresenta capacidade de ser intracelular e impedir a fusão do fagossomo com o lisossomo, assim pode se manter, no interior do fagossomo, viva por anos. 
A doença é causada principalmente pela resposta imune do hospedeiro. 
A classificação como micobactéria tem como base as seguintes características:
Ser um BAAR
Apresentar ácidos micólicos 
Parede rica em lipídeos
Alto conteúdo de guanina mais citosina no DNA
Ancorado à parede celular dessas bactérias há proteínas e lipoarabinomanana (LAM)
A TB tem emergido como uma epidemia global. Estima-se que nove milhões de pessoas desenvolvam TB ativa a cada ano e que as infecções resultam em mais de dois milhões de mortes anuais. Provavelmente um terço da população mundial é infectado. Além disso, HIV e TB são quase inseparáveis, e a TB é a doença que lidera diretamente as causas de morte na maioria da população mundial infectada pelo HIV. 
Alguns grupos apresentam maior risco à tuberculose como:
HIV
Falência Renal Crônica
Hemodiálise
Silicose Pulmonar
Stress
Má nutrição
Diabetes
Tratamentos imunossupressores
A TB é uma doença que inicialmente se localiza nos alvéolos pulmonares, podendo ser encontrada em todos os tecidos, exceto cabelo e unha. 
A tuberculose é um exemplo especialmente bom do equilíbrio ecológico entre o hospedeiro e o parasita na doença infecciosa. Um hospedeiro geralmente não está consciente dos patógenos que invadem o corpo e são derrotados. Se as defesas imunológicas falham, contudo, o hospedeiro fica consciente da doença resultante.
A TB mais comumente adquirida através da inalação do bacilo. Somente as partículas muito finas, contendo de 1 a 3 bacilos, alcançam os pulmões, onde geralmente são fagocitadas por um macrófago nos alvéolos. Os macrófagos de pessoas saudáveis tornam-se ativados pela presença dos bacilos, e em geral os destroem.
Transmissão: Inter-humana ou a partir de bovinos doentes (leite não pasteurizado)
1-2 Se a infecção progredir, o hospedeiro isola os patógenos em uma lesão fechada, denominada tubérculo (significando protrusão ou massa), uma característica que dá à doença seu nome.
3-4 Quando a doença é interrompida neste ponto, as lesões cicatrizam lentamente, tornando-se calcificadas. Elas são mostradas claramente nos raios X, e são denominadas complexos de Ghon (a tomografia computadorizada [TC] é mais sensível que os raios X para detectar lesões por TB).
5 Se as defesas do corpo falham nesse estágio, o tubérculo se rompe e libera bacilos virulentos nas vias aéreas do pulmão, e então nossistemas cardiovascular e linfático.
A tosse, o sintoma mais evidente da infecção pulmonar, também espalha a infecção pelas bactérias nos aerossóis. O escarro pode se tornar sanguinolento quando os tecidos são lesionados, e algumas vezes os vasos sanguíneos podem se tornar tão erodidos que se rompem, resultando em hemorragia fatal. A infecção disseminada é denominada tuberculose miliar (o nome é derivado dos numerosos tubérculos do tamanho de sementes ou grãos, formados nos tecidos infectados). As defesas restantes do corpo são suplantadas, e o paciente apresenta perda de peso, tosse (frequentemente com escarro sanguinolento – ocorre pela destruição tecidual, doença cavitária) e uma perda geral de vigor. Antigamente, a TB era conhecida pelo nome comum tísica (fraqueza).
INFECÇÃO ALVEOLAR: as bactérias infectam macrófagos alveolares, os quais iniciam uma resposta inflamatória. Essa resposta induz a produção de citocinas para recrutar mais macrófagos e outras células do SI (CD4 e CD8) que vão confinar essas micobactérias formando GRANULOMAS. Desses granulomas, apenas 10% conseguem proliferar, e outros ficam em estado latente podendo ter um desenvolvimento da micobactérias caso haja um afrouxamento do sistema imunológico. A partir do período de dormência, se houver uma queda do SI, pode desenvolver-se tuberculose pós-primária (ou secundária), atingindo todo trato respiratório inferior, e por via hematogênica, se disseminar granuloma, fibrose, necrose caseosa central, liquefação, cavitação, disseminação hematogênica e linfática.
Reação de Mantoux (tuberculina)
As pessoas infectadas apresentando TB respondem com imunidade mediada por células contra a bactéria. Essa forma de resposta imunológica se desenvolve, em lugar da imunidade humoral, porque o patógeno está localizado principalmente dentro dos macrófagos. Essa imunidade, envolvendo células T sensibilizadas, é a base para o teste cutâneo de tuberculina, um teste de triagem para a infecção. Um teste positivo não indica necessariamente doença ativa. Nesse teste, uma proteína purificada derivada da bactéria da TB, obtida por precipitação de culturas em caldo, é injetada cutaneamente. Se a pessoa injetada foi infectada com TB no passado, as células T sensibilizadas reagem com essas proteínas e ocorre uma reação de hipersensibilidade tardia, em cerca de 48 horas. Essa reação surge como uma induração (endurecimento) e avermelhamento da área em torno do local de injeção. Provavelmente, o teste mais preciso de tuberculina é o teste de Mantoux.
Pneumonia
A pneumonia é um processo infeccioso dos espaços alveolares ou do parênquima pulmonar, com substituição de seu conteúdo aéreo por células inflamatórias e secreções associadas. 
O termo pneumonia se aplica a muitas infecções pulmonares, a maioria das quais causada por bactérias. A pneumonia causada por Streptococcus pneumoniae é a mais comum, cerca de dois terços dos casos, sendo assim referida como pneumonia típica. Pneumonias causadas por outros micro-organismos, que podem incluir fungos, protozoários, vírus, bem como outras bactérias, são denominadas pneumonias atípicas. Essa distinção está se mostrando cada vez menos precisa na prática.
As pneumonias também são denominadas de acordo com a parte do trato respiratório inferior que elas afetam. Por exemplo, se os lobos do pulmão forem afetados, ela é denominada pneumonia lobar; pneumonias causadas por S. pneumoniae geralmente são deste tipo. A broncopneumonia indica que os alvéolos dos pulmões adjacentes aos brônquios estão infectados. Pleurisia frequentemente é uma complicação de várias pneumonias, em que as membranas pleurais tornam-se dolorosamente inflamadas.
Além desses dois tipos de classificação, há ainda a classificação quanto à origem: adquirida nas comunidades (PAC) ou relacionada com a assistência à saúde (IRAS).
PCA – decorrente de processo respiratório primário (infecção secundária), alcoólatras e mendigos, exposição ocupacional (limpadores de ar condionado), sem fatores predisponentes conhecidos, HIV, DPOC, exposições a animais (veterinários) e viagens. 
IRAS – bactérias neosseamil, HIV.
Streptococcus pneumoniae
S. pneumoniae é uma bactéria gram-positiva, com arranjos em cocos (diplococos ou cadeia curta), encapsulada, anaeróbia facultatitva, α-hemolíticas. Esse micróbio também é uma causa comum de otite média, meningite e sepse. Os pares de células são circundados por uma cápsula densa que torna o patógeno resistente à fagocitose.
A pneumonia pneumocócica envolve ambos os brônquios e os alvéolos. Os sintomas incluem febre alta, dificuldade de respirar e dor torácica. (As pneumonias atípicas geralmente possuem um início mais lento e menos febril com dor torácica.) Os pulmões têm um aspecto avermelhado, pois os vasos sanguíneos estão dilatados. Em resposta à infecção, os alvéolos se enchem com algumas hemácias e neutrófilos e líquido dos tecidos circundantes. O escarro frequentemente tem cor de ferrugem pelo sangue proveniente dos pulmões, vindo com a tosse. Os pneumococos podem invadir a corrente sanguínea, a cavidade pleural que circunda o pulmão e, ocasionalmente, as meninges. 
Um diagnóstico presuntivo pode ser feito pelo isolamento do pneumococo da garganta, do escarro e de outros fluidos.
Fatores de virulência:
Fatores de superfície de adesão – adesinas proteicas de superfície – permitem a colonização inicial da orofaringe – adesinas interagem com células epiteliais
Protease IgA secretora sIgA – impede que a bactéria seja eliminada pelo envolvimento com muco. A IgA secretora prende o patógeno à mucina, se ligando na bactéria no sítio de ligação do antígeno e na região Fc mucina. A protease bacteriana impede essa associação. 
Pneumolisina – é uma citotoxina, liga-se ao colesterol na membrana das células hospedeiras, produzindo poros. Essa atividade pode destruir as células epiteliais ciliadas e as fagocíticas. Essa citotoxina também degrada a hemoglobina e ativa a via clássica do complemento, resultando na produção de C3a e C5a. Por sua vez citocinas como IL-1 e TNF-α são produzidas por leucócitos ativados.
Cápsula – evasão de fagocitose 
Fosfocolina – presente na parede celular da bactéria pode se ligar aos receptores para ativação do fator plaquetário, que são expressos nas células endoteliais, leucócitos, plaquetas, células teciduais diversas como pulmonares e meningeais. Devido a essa interação, as bactérias podem penetrar nas células, onde estão protegidas da opsonização e da fagocitose, e passar para áreas isoladas como o sangue e o sistema nervoso. Essa atividade facilita a disseminação da doença.
Produção de Peróxido de Hidrogênio – pode levar ao dano tecidual causada pelos reativos intermediários de O2.
Acido Teicóico – fragmentos de PG (são eliminados quando a bactéria se rompe, se depositam na superfície da célula e ativam a via alternativa do sistema complemento). 
CAUSADORES DE PNEUMONIAS ATÍPICAS
Haemophilus influenzae
São bactérias cocobacilo gram negativo, anaeróbias facultativas, capsuladas e não capsuladas e que necessitam do fator X (hemina) e fator V (NAD) para o seu crescimento.
São residentes ocasionais (assintomáticos). O H. influenzae B é o principal sorotipo capsulado, e principal cauda de doenças graves (vacina efetiva).
Pode causar pneumonia atípica
Pacientes em condições como alcoolismo, desnutrição, câncer ou diabetes são especialmente suscetíveis.
Fatores de Virulência:
Adesinas (fimbriais e não-fimbriais) responsáveis pela aderência e colonização
 Pili 
Endotoxina - LPS 
 Cápsula (formada por PRP - fosfato se poliribitol - tipo B) – fator de colonização
Patogenia: causa inflamação dos pulmões, é frequente em idosos com doença pulmonar crônica, exarcebação da bronquite e pneumonia típica. É incomum em adultos e crianças que apresentam função pulmonar normal. 
Staphylococcus aureus
São bactérias esféricas gram-positivas, geralmente dispostas em cachos irregulares semelhantes a cachos de uvas. Crescem rápido em muitos tipos de meio decultura e são metabolicamente ativos, fermentando carboidratos e produzindo pigmentos que variam do branco ao amarelo intenso. São bactérias anaeróbias facultativas. 
Faz parte da nossa microbiota, é encontrada na pele, mas em indivíduos debilitado pode-se criar oportunidades para tal bactéria causar pneumonia atípica
Transmissão: autoinfecção, nasocomiais (contraídas em sistemas de saúde), exposoção ao carreador ou no ambiente. 
Fatores de virulência – O S. aureus produz inúmeras fatores de virulência, incluindo 5 citotoxinas líticas que danificam a membrana (alfa, beta, delta, gama, ), duas toxinas esfoliativas (A e B), oito enterotoxinas e a toxina do choque tóxico. 
Apresentam também betalactamase, enzima responsável pela resistência a certos antibióticos. 
Klebsiella pneumoniae
São bactérias bacilos Gram -, capsulados, anaeróbios facultativo, intracelular FACULTATIVO. Não produzem toxinas. São fermentadores de glicose. 
Apresenta distribuição ampla, essas bactérias podem causar pneumonia lobar comunitária primária. Alcoólatras e indivíduos imunocomprometidos estão mais suscetíveis a contrair esse tipo de infecção.
Transmissão: nasocomiais principalmente em pacientes imunocomprometidos (TU e feridas).
Bactéria invade, causa inflamação, e extensa consolidação necrótica hemorrágica nos pulmões. Causa febre alta, fraqueza, problemas respiratórios, calafrios, dor no peito e tonturas. 
Fatores de virulência:
Cápsula – atifagocitária
Adesinas fimbriais e não fimbriais
Endotoxinas
Pseudomonas auruginosas
São bactérias Gram negativas, flageladas que se aderem em superfícies inertes (comum em respiradores hospitalares), produtoras de vários pigmentos, apresentam odor característico – uva, são fluorescentes, aeróbias obrigatórias
Comum em pacientes imunocomprometidos 
Fatores de virulência
Sistema de secreção tipo III
Adesinas fimbriais e não fimbriais
Exotoxina A – inibe síntese proteína e causa dano tissular
Exoenzimas – degradam colágeno, elastina, IgA, IgG, C5
Hemolisinas 
Piocianina – catalisa a produção de formas toxicas de oxigênio. Esse pigmento também estimula a produção de IL-8 que é quimioatraente de neutrófilos.
Pioquelina – sideróforo ligador de ferro
Pioverdina 
Fosfolipase C – é uma hemolisina termolábel que quebra lipídeos e lectina e aumenta o dano tissular
Apresenta resistência a numerosos antibióticos devido à presença das β-lactamases e de bombas de efluxo, que podem ser próprias ou adquiridas de fagos.
Mycoplasma pneumoniae
São bactérias pleomórficas, desprovidas de parede cuja membrana celular é rica em esteróis. São aeróbios obrigatórios, com baixa taxa de crescimento. A ausência de parede torna essas bactérias resistentes à penicilina, cefalosporina, vancomicina, e outros antibióticos inibidores de síntese de parede celular.
Transmissão: inalação de perdigotos (Saliva expelida quando se tosse). Responsável por causar infecções, principalmente, em crianças de 5 a 15 anos
Fatores de virulência:
O M. pneumoniae é um patógeno extracelular que se adere ao epitélio respiratório por meio de um fator de aderência específico de natureza proteica. Esta proteína é uma adesina, chamada de P1.
A proteína P1 age como um superantígeno estimulando a migração de células inflamatórias e liberação de citocinas.
Legionella pneumophila 
São bastonetes gram negativos, pleomórficos. São bactérias aeróbias obrigatórias e nutricionalmente fastigiosas. São intracelulares facultativas que podem se multiplicar nos macrófagos alveolares. 
A doença é caracterizada por uma febre alta de 40,5°C, tosse e sintomas gerais de pneumonia. Não parece haver transmissão interpessoal. Estudos recentes mostraram que a bactéria pode serfacilmente isolada de fontes naturais de água. Além disso, os micróbios podem crescer na água das torres de resfriamento de ar condicionado, o que pode significar que algumas epidemias em hotéis, distritos comerciais urbanos e hospitais foram causadas pela transmissão pelo ar. Surtos recentes foram rastreados até banheiras de hidromassagem, umidificadores, chuveiros, fontes decorativas e até mesmo terra para cultivo.
O organismo também foi encontrado habitando os encanamentos de água de muitos hospitais. A maioria dos hospitais mantém a temperatura das tubulações de água quente relativamente baixa (43 a 55°C) como medida de segurança e, nas partes mais frias do sistema, isso mantém inadvertidamente uma boa temperatura de crescimento para a Legionella. Essa bactéria é consideravelmente mais resistente ao cloro que a maioria das outras bactérias e pode sobreviver por longos períodos em água com baixo nível de cloração. Evidências indicam que a Legionella existe principalmente em biofilmes, que são altamente protetores. 
A L. pneumophila é responsável por causar a doença dos Legionários e a Febre Pontiac (sintomas semelhantes à gripe).
Fatores de virulência:
Parasita intracelular facultativo – consegue evadir-se do SI invadindo macrófagos e monócitos alveolares, permanecem no fagossomo, inibem a fusão deste com o lisossomo. Prolifera-se dentro do fagossomo e durante seu crescimento produzem exotoxinas que são responsáveis por causar a morte da célula hospedeira.
Enzimas proteolíticas
Fosfatases
Lipases
Nucleases
DOENÇAS VIRAIS DO TRI
Os vírus do TRS podem migrar para o TRI dependendo da condição imunológica do hospedeiro. 
	VIRUS
	CLASSE
	Parainfluenza (1-4)
	
	Vírus do Sarampo
	
	Vírus Sincicial respiratório
	
	Adenovírus
	
	Citomegalovírus – pneumonia intersticial
	
	Varicellazoster vírus (VZV) – pneumonia em adultos
	
DOENÇAS FÚNGICAS DO TRI
As doenças fungicas do TRI apresentam evolução lenta, com tratamento longo e difícil. 
Paracoccidioidomicose (PCM) 
Causada por P. brazilienses e P. lutzii. Fungos estes, que apresentam dimorfismo térmico sendo a forma patogênica leveduriforme intracelular (parasita intracelular facultativo). 
A infecção é muito mais comum em homens (14 homens: 1 mulher) pois há uma relação entre fatores hormonais. 
Transmissão: inalação de conídeos – mais comuns em adultos, trabalhadores rurais, alcoólatras, tabagistas. 
Fatores de Virulência:
Parede Celular – rica em α-1,3 glucanas, acredita-se que a parede de glucana é fundamental para a sobrevivêcia do fungo, proteção contra macrófagos e monócitos.
GP43 – é um receptor de laminina e é responsável pela adesão das células de levedura a membrana basal do hospedeiro. A GP43 também se liga a macrófagos e causa uma forte resposta humoral e hipersensibilidade tardia em humanos.
EBP – proteína ligante de estógeno – alta afinidade e especificidade para 17-β estradiol que altera o metabolismo fúngico. O β- estradiol impede que o fungo fique leveduriforme, e com isso, impede a transição da forma filamentosa para leveduriforme. Isso explica porque acomete mais homens do que mulheres. 
Histoplasmose – doença das cavernas
Doença causada por Histoplasma capsulatum, um fungo com dimorfismo térmico (temperatura ambiente é filamentoso, e na corpórea é leveduriforme). Causa uma doença infecciosa que pode ser aguda ou crônica. É um fungo INTRACELULAR OBRIGATÓRIO. 
Transmissão: inalação de conídeos. 
Em pacientes com HIV causa hepatomegalia. Infecção pode ter forma cutâneo-mucosa, em que é comum o quadro de recidivas. 
Fatores de virulência:
Fungo intracelular obrigatório – apresenta proteína ligante de Ca2+, esta permite que o fungo resida dentro do fagolisossomo. 
Parede com α-1,3 glucanas – proteção enzimas digestivas de macrófagos e monócitos. 
Sideróforos – captação de Fe2+
Melanina – proteção contra ROS. 
Aspergilose
O Arpergillus sp é um fungo filamentoso, cosmopolita causador da aspergilose que pode ser uma doença localizada, alérgica ou disseminada
Transmissão: inalação de conídeos (pequenos esporos que se propagam pelo ar). Infecta, principalmente, pacientes imunodeprimidos, TMO, neutropênicos, tuberculosos, queimados, e indivíduos com patologia linfo-hematopoiética. 
Mortalidade de 85 %
Fatores de virulênciaTERMOTOLERÂNCIA
CONÍDEOS
GLIOTOXINAS – inibem os batimentos ciliares das vias respiratórias e inibem ação das céls. Fagocíticas.
CATALASES – degrada ROS
PROTEASES
FOSFOLIPASES
ELASTASES – permitem invasão do tecido pulmonar
Criptococose – Doença dos pombos
Fungo presente na natureza, solo, troncos de arvores, fezes de pombos. É uma levedura. Acomete principalmente pacientes HIV positivos e destes, de 30-60% morrem em 12 meses. Fungo forma cocomas. 
Transmissão: via inalatória de células dessecadas de leveduras.
Apresentam tropismo para SNC onde causam meningoencefalite, podem infectar outros órgãos como pele, olhos, próstata.
Agentes etiológicos: Cryptococcus neoformans, Cryptococus gattii, C. grubii
Fatores de virulência:
CÁPSULA DE POLISSACARIDEOS – protege do meio externo, proteção contra fagocitose e quimiotaxia por leucócitos. Quanto mais espessa a capsula mais virulento o fungo. (↑CO2, ↓Fe2+↓Glicose)
UREASE – enzima que inativa fatores de complemento e enzimas lisossomais. 
FENOLOXIDASE – ação em substratos fenólicos produzindo melanina que protege o fungo conta ROS.
Para combater essas micoses é necessário que o resposta celular bem efetiva e o fungo consegue driblar nosso sistema e não deixa a resposta celular ser bem efetiva.

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