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Controle Externo TCU

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Aula 01
Controle Externo p/ TCU ? Técnico e Auditor (Tecnologia da Informação e
Biblioteconomia)
Professor: Erick Alves
.
Controle Externo TCU ? TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Erick Alves ? Aula 01 
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Controle Externo TCU ? TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Erick Alves ? Aula 01 
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AULA 01 
Olá futuro(a) colega do TCU! 
Bom saber que você estará conosco nessa jornada rumo à Corte de 
Contas Federal! 
Nosso objetivo nesta aula é cobrir os seguintes assuntos: 
9 Tribunais de Contas: funções, natureza jurídica e eficácia das
decisões.
9 Tribunal de Contas da União: natureza das fiscalizações e
jurisdição.
Para tanto, seguiremos o seguinte sumário: 
SUMÁRIO 
Tribunais de Contas: funções, natureza jurídica e eficácia das decisões ......................................... 3 
Funções dos Tribunais de Contas ........................................................................................................................... 3 
Natureza Jurídica dos Tribunais de Contas ..................................................................................................... 12 
Natureza e Eficácia das decisões dos Tribunais de contas ....................................................................... 17 
Abrangência do controle exercido pelo TCU ................................................................................................ 26 
Natureza das fiscalizações ...................................................................................................................................... 26 
Jurisdição do TCU ....................................................................................................................................................... 30 
Mais questões de prova ............................................................................................................................................ 49 
RESUMÃO DA AULA ..................................................................................................................................................... 69 
Questões comentadas na Aula .............................................................................................................................. 71 
Gabarito ............................................................................................................................................................................. 81 
Ao final temos o resumo da aula e as questões que foram 
comentadas, seguidas do gabarito. 
Não se esqueça de ter em mãos a Constituição Federal (CF), a Lei 
Orgânica (LO/TCU) e o Regimento Interno (RI/TCU), para um melhor 
acompanhamento da aula. 
Preparado (a)? Vamos lá! 
.
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Teoria e exercícios comentados 
Prof. Erick Alves ? Aula 01 
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TRIBUNAIS DE CONTAS: FUNÇÕES, NATUREZA JURÍDICA E 
EFICÁCIA DAS DECISÕES 
Antes de iniciar, vale ressaltar que, embora a maior parte das 
considerações apresentadas neste capítulo faça referência às 
características da Corte de Contas Federal, elas também se aplicam às 
funções, natureza jurídica e eficácia das decisões dos demais Tribunais de 
Contas, estaduais ou municipais. 
FUNÇÕES DOS TRIBUNAIS DE CONTAS 
As funções nada mais são que uma forma de sistematizar as diversas 
competências que foram conferidas pela Constituição Federal - e também 
por outras normas - ao TCU e, por simetria, aos demais Tribunais de 
Contas, dando uma ideia geral da natureza das atividades exercidas pelos 
órgãos de controle externo. 
De acordo com publicação institucional do TCU1, as funções dos 
Tribunais de Contas podem ser agrupadas da seguinte maneira: 
ƒ Fiscalizadora
ƒ Judicante
ƒ Sancionadora
ƒ Consultiva
ƒ Informativa
ƒ Corretiva
ƒ Normativa
ƒ De ouvidoria
ƒ Pedagógica
A seguir veremos exemplos de algumas competências do TCU 
abrangidas por cada uma dessas nove funções. Por ora, as referidas 
competências serão apenas mencionadas, para exemplificar as 
características de cada função, visto que o estudo detalhado das 
atribuições do TCU será realizado nas próximas aulas. 
Função fiscalizadora (ou fiscalizatória, ou de fiscalização) 
A maioria das competências atribuídas ao TCU está inserida na função 
fiscalizadora. As atividades dessa função caracterizam-se pelo exame de 
uma situação ou condição (p.ex. a prática de um ato administrativo), 
1 Conhecendo o Tribunal. Brasília: TCU, 2008. 
.
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Teoria e exercícios comentados 
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tendo como referência um critério ou padrão (p.ex. uma norma legal), 
com o objetivo de verificar em que medida a situação ou condição está de 
acordo com o critério ou padrão. A função fiscalizadora compreende a 
realização de levantamentos, auditorias, inspeções, acompanhamentos e 
monitoramentos, relacionados com a fiscalização de atos e contratos 
administrativos em geral (CF, art. 71, IV). 
O exercício da função fiscalizadora envolve ainda a apreciação da 
legalidade dos atos de concessão de aposentadorias, reformas e pensões 
e de admissão de pessoal (CF, art. 71, III), a fiscalização da aplicação de 
recursos repassados pela União mediante convênios e outros instrumentos 
congêneres a Estados, Municípios e DF (CF, art. 71, VI), assim como a 
fiscalização das contas nacionais das empresas supranacionais (CF, 
art. 71, V). 
Função judicante (ou jurisdicional, ou de julgamento) 
O TCU exerce a função judicante quando julga as contas dos 
administradores e dos demais responsáveis por bens e valores públicos 
(contas ordinárias e extraordinárias), e também quando julga as contas 
dos responsáveis por causar prejuízo ao erário (tomada de contas 
especial) (CF, art. 71, II). Ao julgar as contas, o Tribunal decide se elas 
são regulares, regulares com ressalva ou irregulares. 
Perceba que, por força da parte final do art. 71, II da CF, sempre 
que, na administração do patrimônio público, houver desvio de recursos 
ou prática de ato de que resulte dano ao erário, o responsável pelo 
prejuízo deverá ter suas contas julgadas pela Corte de Contas 
competente. Se o prejuízo foi causado ao patrimônio da União, o 
julgamento caberá ao TCU; se o dano atingiu o patrimônio do Estado de 
Minas Gerais, o julgamento será de competência do TCE/MG, e assim por 
diante. 
Note também que o TCU não exerce a função judicante quando 
realiza atividades de fiscalização (auditorias, inspeções etc.). O 
julgamento das contas dos responsáveis ocorre sempre em processo 
específico que pode ser um processo de contas ordinárias, de contas 
extraordinárias ou um processo de tomada de contas especial: 
Contas ordinárias 
Processo de Contas Contas extraordinárias 
Tomada de contas especial 
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 Assim, caso no curso de uma auditoria seja constatada ocorrência 
que resultou em prejuízo aos cofres públicos,a auditoria (processo de 
fiscalização) deverá ser convertida em processo de tomada de contas 
especial (processo de contas), para aí sim ocorrer o julgamento das 
contas dos responsáveis pelo desfalque e a cobrança do débito apurado 
(LO/TCU, art. 47). Nesse caso, ocorre a mutação da natureza do processo, 
de um processo de fiscalização para um processo de contas. 
Função sancionadora (ou sancionatória, ou punitiva) 
A função sancionadora surge quando da aplicação das sanções 
previstas em lei, seja na LO/TCU, seja em outras leis (CF, art. 71, VIII). 
Essas sanções podem compreender, isolada ou cumulativamente: 
¾ aplicação, ao agente público, de multa proporcional ao valor do
prejuízo causado ao erário;
¾ cominação de multa ao responsável por contas julgadas
irregulares, por ato irregular, ilegítimo ou antieconômico, por
não-atendimento de diligência ou determinação do Tribunal, por
obstrução ao livre exercício de inspeções ou auditorias e por
sonegação de processo, documento ou informação;
¾ inabilitação do responsável para o exercício de cargo em
comissão ou função de confiança no âmbito da Administração
Pública;
¾ declaração de inidoneidade do responsável, por fraude em
licitação, para participar, por até cinco anos, de certames
licitatórios promovidos pela administração pública;
¾ afastamento provisório do cargo por obstrução a auditoria ou
inspeção;
¾ decretação da indisponibilidade de bens.
Três observações importantes: 
(1) as sanções podem ser aplicadas tanto em processos de 
fiscalização quanto em processo de contas. Assim, caso na realização 
de uma auditoria ou no exame de uma prestação de contas seja 
constatado que uma determinação anterior do Tribunal não tenha sido 
cumprida, o gestor responsável poderá ser penalizado com multa no 
âmbito do próprio processo em que o não-atendimento foi identificado, 
seja este um processo de contas ou de fiscalização; 
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(2) ao impor sanções o Tribunal deverá permitir o contraditório e a 
ampla defesa; 
(3) nos processos de contas, a eventual cobrança do prejuízo 
causado ao erário (imputação de débito) tem natureza de 
responsabilização civil, com a finalidade de recompor os cofres lesados 
pela ação do agente público. Ou seja, cobrar débito não é impor 
sanção. Logicamente, caso seja cabível, o Tribunal poderá impor sanções 
juntamente à cobrança do débito. 
Função consultiva (ou de consulta, ou opinativa) 
A função consultiva é exercida mediante a elaboração de parecer 
prévio, de caráter essencialmente técnico, sobre as contas prestadas 
anualmente pelo Presidente da República, a fim de subsidiar o julgamento 
a cargo do Congresso Nacional (CF, art. 71, I; art. 49, IX). Da mesma 
forma, compreende a emissão de pareceres prévios sobre as contas de 
governo de territórios (CF, art. 33, §2º). 
Inclui também o exame, sempre em tese, de consultas feitas por 
autoridades legitimadas para formulá-las, a respeito de dúvidas na 
aplicação de dispositivos legais e regulamentares concernentes às 
matérias de competência do Tribunal (LO/TCU, art. 1º, XVII). 
Outro exemplo de atividade abrangida pela função consultiva é o 
parecer sobre indícios de despesas não autorizadas (CF, art. 72, §1º), 
emitido por solicitação da comissão de deputados e senadores prevista no 
art. 166, §1º da CF ± Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e 
Fiscalização (CMO). 
Também se enquadram na sua função consultiva as recomendações ± 
de caráter não compulsório ± que o Tribunal emite ao identificar 
oportunidades de melhoria de desempenho, geralmente como resultado 
de auditorias de natureza operacional, ocasiões nas quais atua como uma 
verdadeira consultoria organizacional (RI/TCU, art. 250, III). 
Função informativa (ou de informação) 
A função informativa é exercida quando da prestação de informações 
solicitadas pelo Congresso Nacional, por suas Casas ou por qualquer das 
respectivas Comissões, sobre a fiscalização exercida pelo Tribunal (CF, 
art. 71, VII). 
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Compreende, ainda, representação ao Poder competente sobre 
irregularidades ou abusos apurados (CF, art. 71, XI), assim como o 
encaminhamento ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, de 
relatório das atividades do Tribunal (CF, art. 71, §4º). 
Inclui também a emissão de alertas destinados aos órgãos e Poderes 
da União, como os alertas sobre ultrapassagem de 90% dos limites de 
gastos com pessoal, endividamento, operações de crédito e concessão de 
garantias e demais previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF, 
art. 59, §1º). 
Outro exemplo é a informação prestada ao Ministério Público Eleitoral 
acerca da lista de responsáveis que tiveram suas contas julgadas 
irregulares, para fins de aplicação da norma de inelegibilidade (LO/TCU, 
art. 91). 
Função corretiva 
O TCU exerce a função corretiva ao: 
¾ emitir determinações, de caráter compulsório, para corrigir
falhas ou impropriedades (LO/TCU, art. 18);
¾ fixar prazo para cumprimento da lei, se verificada ilegalidade
(CF, art. 71, IX);
¾ sustar ato impugnado (CF, art. 71, X).
Função normativa (ou regulamentar) 
Decorre do poder regulamentar conferido ao TCU por sua Lei 
Orgânica, que lhe faculta a prerrogativa de expedir instruções e atos 
normativos (de cumprimento obrigatório, sob pena de responsabilização) 
acerca de matérias de sua competência e a respeito da organização dos 
processos que lhe devam ser submetidos (LO/TCU, art. 3º). 
Função de ouvidoria (ou de ouvidor) 
Reside na possibilidade de o TCU receber denúncias e representações 
relativas a irregularidades ou ilegalidades que lhe sejam comunicadas por 
responsáveis pelo controle interno, por autoridades ou por qualquer 
cidadão, partido político, associação ou sindicato (CF, art. 74, §§ 1º e 2º). 
Essa função tem fundamental importância no fortalecimento da cidadania 
e na defesa dos interesses difusos e coletivos, sendo importante meio de 
colaboração com o controle. 
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Cabe frisar que, na apuração das denúncias e representações, o 
Tribunal exerce a função fiscalizatória. 
Função pedagógica 
O TCU atua de forma pedagógica quando orienta e informa sobre 
procedimentos e melhores práticas de gestão, mediante publicação de 
manuais e cartilhas, realização de seminários, reuniões e encontros de 
caráter educativo ou, ainda, quando recomenda a adoção de providências 
em auditorias de natureza operacional. 
O caráter educativo surge também quando da aplicação de sanções a 
responsáveis por irregularidades ou práticas lesivas aos cofres públicos, 
na medida em que tais punições funcionam como fator de inibição à 
prática de novas ocorrências da espécie. 
--------------------- 
Antes de finalizar este tópico, cabe registrar que o TCU quase nunca 
exerce apenas uma das suas funções isoladamente. O normal é que as 
atuações do Tribunal associem sempre duas ou mais delas. Por exemplo, 
ao julgar as contas de gestão, o Tribunal pode aplicar penalidades e/ou 
fazer determinações. Assim, simultaneamente à função judicante, são 
exercidas as funções sancionadora e corretiva. Outro exemplo consiste 
no exercício simultâneo das funções consultiva e normativa quando o 
Tribunal responde a consulta que lhe seja formulada por autoridade 
competente, uma vez que, nesse caso, a resposta do Tribunal possui 
caráter normativo(LO/TCU, art. 1º, XVII, §2º). 
Por fim, vale salientar que o rol de funções apresentado, no total de 
nove, não é imperativo ou exaustivo, embora seja uma boa referência 
retirada de uma publicação institucional do TCU. Com efeito, pode-se 
encontrar na doutrina sistematizações diferentes para as atribuições dos 
Tribunais de Contas, mas que são apenas variações das apresentadas 
anteriormente. Por exemplo, Nagel2 identifica sete grupos de funções ou 
atribuições: opinativa, consultiva e informativa; investigatórias; corretivas 
e cautelares; cautelares; jurisdicionais; declaratórias; e punitivas. Já Hely 
Lopes Meirelles3 reduz sua análise a quatro categorias: técnico-opinativas, 
verificadoras, assessoradoras e jurisdicionais administrativas. 
2 Apud. Lima (2011, p. 111). NAGEL, José. A fisionomia distorcida do controle externo. Revista do TCE MG, 
edição nº 4, 2000. 
3 Apud. Lima (2011, p. 111). MEIRELES, H.L. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo, Malheiros 
Editores, 1997. 
.
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1. (TCU ± ACE 2007 ± Cespe) A função judicante é expressa quando o TCU exerce
a sua competência infraconstitucional de julgar as contas de gestão dos 
administradores públicos. Entretanto, no tocante às prestações de contas 
apresentadas pelo governo federal, compete ao TCU apenas apreciá-las e emitir 
parecer prévio, já que compete ao Congresso Nacional julgá-las, com base na 
emissão do parecer emitido pela comissão mista permanente de senadores e 
deputados. 
Comentário: É verdade que o TCU exerce a função judicante ao julgar as 
contas de gestão dos administradores públicos. A competência para tanto 
está expressa na própria Constituição (art. 71, II), sendo apenas reproduzida 
na LO/TCU (art. 1º, I). Portanto, a palavra infraconstitucional torna a questão 
errada. Cabe lembrar que, no tocante às contas prestadas pelo Presidente da 
República, o Tribunal emite parecer prévio, não vinculante, como subsídio ao 
julgamento realizado pelo Congresso Nacional (CF, art. 71, I). Nesse caso, o 
TCU exerce a função consultiva. Observe ainda que, além do TCU, a comissão 
mista de senadores e deputados também emite parecer sobre as contas 
prestadas pelo Presidente da República (CF, art. 166, §1º, I). 
Gabarito: Errado 
2. (TCDF ± Procurador 2002 ± Cespe) Com relação aos tribunais de contas, entre
as inovações introduzidas pela LRF, encontra-se a instituição da função cautelar de 
alertar os demais Poderes ou órgãos nas situações que especifique. 
Comentário: Como vimos, o rol de funções que estudamos, no total de 
nove, não é imperativo ou exaustivo, pois na doutrina podem-se encontrar 
sistematizações diferentes para as atribuições dos Tribunais de Contas. A 
questão em tela menciona a função cautelar, que incluiria os alertas previstos 
na LRF. Na aula, classificamos tais alertas na função informativa. Perceba que 
as duas classificações estão corretas, pois a informação prevista na LRF sob 
a forma de alerta tem caráter cautelar, preventivo. A mesma atribuição poderia 
ser também classificada na função assessoradora, segundo as categorias 
consideradas por Hely Lopes Meirelles. Portanto, para fins de prova, o 
importante é conhecer as competências do Tribunal de Contas e utilizar o 
bom senso na hora de responder uma questão que as classifique em alguma 
função. No caso de uma questão discursiva em que seja necessário discorrer 
sobre as funções dos Tribunais de Contas, creio que a apresentação das nove 
funções dadas na aula, seguidas de um ou dois exemplos, seja suficiente para 
uma boa resposta. 
Gabarito: Certo 
.
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3. (TCE/ES ± Procurador Especial de Contas 2009 ± Cespe) Na CF, o controle
externo foi consideravelmente ampliado. Nesse sentido, as funções que os TCs 
desempenham incluem a 
a) sancionatória, quando se aprovam as contas dos dirigentes e responsáveis
por bens e valores públicos. 
b) de julgamento, quando se emite parecer prévio sobre as contas anuais dos
chefes de poder ou órgão. 
c) de ouvidor, quando se respondem e esclarecem as dúvidas de servidores
sobre a aplicação da legislação orçamentária e financeira. 
d) corretiva, quando se aplicam multas e outras penalidades aos responsáveis
por irregularidades. 
e) de fiscalização financeira, quando se registram os atos de admissão do
pessoal efetivo. 
Comentário: Pede-se para escolher a alternativa correta. Então, vamos 
analisar cada uma delas. 
$� OHWUD� ³D´� HVWi� HUUDGD�� SRLV� RV� 7ULEXQDLV� GH� &RQWDV� H[HUFHP� D� IXQomR�
judicante ou de julgamento - e não a função sancionatória - quando 
³DSURYDP´� DV� FRQWDV� GRV� DGPLQLVWUDGRUHV� S~EOLFRV� Assim, a OHWUD� ³E´�
também está errada. Com efeito, a emissão de parecer prévio faz parte da 
função consultiva ou opinativa dos Tribunais de Contas. 
4XDQWR�j�OHWUD�³F´��OHPEUH-se que a função de ouvidor é exercida quando 
o Tribunal recebe denúncias e representações sobre irregularidades que lhe
sejam comunicadas pelo controle interno, por autoridades ou por qualquer 
cidadão, partido político, associação ou sindicato. Ademais, o TCU somente 
decidirá sobre consultas - exercendo sua função consultiva - que sejam 
formuladas pelas autoridades competentes, as quais estão elencadas do 
art. 264, I a VII do RI/TCU, e que não incluem os servidores em geral. Portanto, 
D�DOWHUQDWLYD�³F´�WDPEpP�HVWi�HUUDGD� 
A função corretiva��H[SUHVVD�QD�OHWUD�³G´��p�H[HUFLGD�TXDQGR�RV�7ULEXQDLV�
de Contas emitem deliberações com o objetivo de corrigir irregularidades ou 
impropriedades existentes na Administração Pública que foram constatadas 
nas atividades de controle. Assim, a assertiva está errada, pois quando 
aplicam multas e outras penalidades, os Tribunais de Contas exercem a 
função sancionatória. 
3RU� ILP�� D� OHWUD� ³H´ está correta, pois quando registram os atos de 
admissão de pessoal, assim como outras atividades de caráter investigatório 
e que envolvem análise técnica de informações e documentos, os Tribunais 
.
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de Contas exercem a função fiscalizadora ou fiscalizatória. A professora Di 
Pietro a descreve como de fiscalização financeira4, como está no quesito. 
Gabarito: alternativa ³H´ 
4 (TCE/RN Assessor Técnico de Controle e Administração 2009 Cespe) 
Uma das funções de competência dos TCs, como definido na CF, é a de ouvidor, 
caracterizada pelo recebimento de denúncias de irregularidades ou ilegalidades 
formuladas tanto pelos responsáveis pelo controle interno como por qualquer 
cidadão, partido político, associação ou sindicato. 
Comentário: O item está perfeito. Na Constituição Federal, a função de 
ouvidor exercida pelos TCs encontra-se positivada no art. 74, §§ 1º e 2º, 
consistindo na possibilidade de as Cortes de Contas receberem denúncias e 
representações relativas a irregularidades ou ilegalidades que lhe sejam 
comunicadas por responsáveis pelo controle interno, por autoridades ou por 
qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato. 
Gabarito: Certo 
5. (TCE/AC ± ACE 2008 ± Cespe) Considerando as funções dos tribunais de
contas, assinale a opção correta. 
a) A função opinativa dos tribunais de contas se reveste de conteúdo vinculativo.
b) A função sancionadora ocorre quando os tribunais de contas, por exemplo,
efetuam recolhimento da multa proporcional ao débito imputado.
c) A função de fiscalização dos tribunais de contas compreendeas ações relativas
ao exame e à realização de diligências relacionadas a recursos de alienação
dos ativos.
d) O julgamento das contas dos responsáveis por bens e valores públicos constitui
função corretiva dos tribunais de contas.
e) Assiste aos tribunais de contas o poder regulamentar, também chamado de
normativo, que, em certos casos, pode ir além de sua competência e jurisdição.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa: 
(a) errada, pois a função opinativa dos tribunais de contas, como o 
próprio nome já diz, não possui conteúdo vinculativo, podendo-se citar como 
exemplo a emissão de parecer prévio sobre as contas do Chefe do Executivo; 
(b) errada, pois a função sancionadora ocorre na aplicação - e não no 
recolhimento - da multa. Ademais, quem a recolhe é o responsável, não o 
Tribunal! 
(c) certa, tendo como exemplo a fiscalização exercida pelo TCU nos 
4 Apud. Lima (2011, p. 111). DI PIETRO, M.S.Z. Direito Administrativo. 19ª edição, Atlas, 2006. 
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processos de privatização de instituições públicas federais, em que ocorre a 
alienação de ativos para a iniciativa privada; 
(d) errada, pois o julgamento de contas é inerente à função judicante, e 
não à função corretiva. Esta, por sua vez, é exercida quando da emissão de 
determinações para corrigir falhas ou impropriedades, na fixação de prazo 
para o exato cumprimento da lei ou, ainda, na sustação de ato impugnado; 
(e) errada, pois o poder regulamentar que assiste ao Tribunal de Contas 
apenas pode ser exercido no âmbito de sua competência e jurisdição 
(LO/TCU, art. 3º). 
Gabarito: alternativa ³c´ 
NATUREZA JURÍDICA DOS TRIBUNAIS DE CONTAS 
Para estudarmos a natureza jurídica dos Tribunais de Contas, vamos 
adotar como roteiro o enunciado da seguinte questão discursiva: 
(TCU ± ACE 2008 - Cespe) (...) discorra, de forma fundamentada e de acordo com
a Constituição Federal brasileira, sobre os seguintes aspectos: 
ƒ natureza jurídica do TCU;
ƒ relação entre o TCU e o Poder Legislativo;
ƒ eventual vinculação hierárquica da Corte de Contas com o Congresso
Nacional.
Natureza jurídica do TCU 
A doutrina majoritária classifica o TCU como órgão administrativo, 
autônomo e independente, de estatura constitucional (CF, art. 71). 
Por ser um órgão, o TCU não possui personalidade jurídica 
própria. A sua personalidade jurídica é a mesma da União, pessoa 
jurídica de direito público em que está inserido. 
Não obstante a ausência de personalidade jurídica própria, o TCU 
possui capacidade para figurar em juízo, ativa ou passivamente, na 
defesa das suas competências e direitos próprios (capacidade 
postulatória). Com efeito, frequentemente são impetrados mandados de 
segurança no STF contra decisões da Corte de Contas, ocasiões nas quais 
ela se situa no polo passivo da lide. 
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Relação entre o TCU e o Poder Legislativo ± inexistência de 
vinculação hierárquica 
O TCU, apesar dH� VHU� XP� ³7ULEXQDO´�� QmR� SHUWHQFH� DR� 3RGHU�
Judiciário. Tampouco pertence ao Poder Legislativo, apesar de auxiliar o 
Congresso Nacional no controle externo da Administração Pública. De fato, 
o TCU não está subordinado hierarquicamente a nenhum dos três
Poderes: o Presidente do TCU não deve obediência ao Presidente do 
Congresso Nacional, titular do controle externo, e muito menos ao 
Presidente do STF ou ao Presidente da República. Similarmente, o 
Presidente de um Tribunal de Contas Estadual também não responde ao 
Presidente da Assembleia Legislativa ou ao Governador do Estado, 
tampouco ao Presidente do TCU. 
Por outro lado, da mesma forma que o Ministério Público, o TCU 
também não constitui, por si só, um Poder. Diz-se que a tripartição 
clássica dos Poderes do Estado - Executivo, Legislativo e Judiciário - não é 
suficiente para abarcar o perfil institucional do TCU, órgão de estatura 
constitucional que possui competências próprias e privativas voltadas para 
o controle externo da Administração Pública.
No exercício do controle externo, a Constituição reservou ao TCU 
atividades de cunho técnico, como a realização de auditorias e o exame e 
julgamento da gestão dos administradores públicos. O Congresso 
Nacional, embora titular do controle externo, não pode exercer nenhuma 
das atribuições conferidas exclusivamente à Corte de Contas. O rol de 
competências das Cortes de Contas é tão amplo que torna o exercício do 
controle externo mais ligado a elas que aos próprios órgãos legislativos. 
No campo do controle externo, cabe ao Parlamento, em regra, 
atividades de cunho político, também previstas na Constituição, a 
exemplo do julgamento das contas prestadas pelo Presidente da 
República, porém sem qualquer relação administrativa, hierárquica ou 
mesmo de coordenação com o Tribunal de Contas. Assim, por exemplo, o 
Congresso Nacional não tem competência para realizar diretamente uma 
auditoria contábil em um Ministério do Governo Federal. Deve solicitá-la 
ao TCU. Este, por sua vez, não realizará a referida fiscalização por causa 
de uma eventual subordinação ao Congresso, e sim porque tal atividade é 
da sua competência privativa, conferida diretamente pela Constituição 
(CF, art. 71, IV). 
Dessa forma, a interpretação que deve ser dada ao caput do art. 71 
da Carta Magna, é que o controle externo da Administração Pública, a 
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cargo do Poder Legislativo, não poderá ser realizado senão com o auxílio 
técnico do TCU, que é inafastável e imprescindível. 
Para reforçar a independência do TCU, a Carta Magna lhe assegura 
autonomia funcional, administrativa, financeira e orçamentária, 
garantindo-lhe quadro próprio de pessoal (CF, art. 73), e estendendo-lhe, 
no que couber, as atribuições relativas à auto-organização do Poder 
Judiciário, previstas no art. 96 da CF, como elaborar seu Regimento 
Interno e organizar sua Secretaria e demais serviços auxiliares. 
Ademais, como garantia de independência e autonomia, a 
Constituição assegura ao TCU a iniciativa exclusiva de projetos de lei para 
propor alterações e revogações de dispositivos da sua Lei Orgânica. 
Assim, não cabe ao Legislativo ou ao Executivo a iniciativa de propostas 
tendentes a alterar a Lei Orgânica do TCU, sob pena de vício de iniciativa. 
Todavia, para fins orçamentários e de responsabilidade fiscal, o 
Tribunal está associado ao Poder Legislativo, uma vez que, nas leis 
orçamentárias, as dotações relativas ao TCU constam do orçamento do 
Poder Legislativo. Além disso, pela LRF, os limites de despesas de pessoal 
do TCU são incluídos no âmbito do Poder Legislativo (LRF, art. 20). Isso, 
contudo, não retira a autonomia orçamentária e financeira da Corte de 
Contas, eis que o TCU pode movimentar livremente os recursos previstos 
no seu orçamento, ter ordenador de despesas próprio, elaborar e liquidar 
a folha de pagamento dos seus servidores, realizar o pagamento dos 
contratos com seus fornecedores, dentre outros atos de administração 
financeira e orçamentária, sem qualquer dependência em relação ao 
Congresso Nacional e suas Casas. 
 A título de conhecimento, registre-se que há na doutrina 
aqueles que consideram o TCU como órgão do Poder 
Legislativo, por sua associação a este Poder nas leis orçamentárias e nos limites de 
gastos com pessoal previstos na LRF, bem como pelo fato de o Tribunal estar 
inserido no capítulo da Constituiçãoque trata do Poder Legislativo. Contra tais 
argumentos, além das considerações apresentadas nesta aula, geralmente opõe-se 
que o texto constitucional não menciona o TCU ao tratar expressamente da 
composição do Poder Legislativo, referindo-se tão somente ao Congresso Nacional, 
integrado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal (CF, art. 44). 
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Não obstante a existência de posições contrárias, percebe-se que 
prevalece o entendimento de que o TCU é órgão administrativo 
autônomo e independente, sem subordinação hierárquica ao Poder 
Legislativo ou a qualquer outro órgão ou Poder. 
Dito isso, voltemos à questão de prova para ver como ela poderia ser 
resolvida: 
6. (TCU ± ACE 2008 ± Cespe) (...) discorra, de forma fundamentada e de acordo
com a Constituição Federal brasileira, sobre os seguintes aspectos: 
ƒ natureza jurídica do TCU;
ƒ relação entre o TCU e o Poder Legislativo;
ƒ eventual vinculação hierárquica da Corte de Contas com o Congresso
Nacional.
Comentário: Quanto à natureza jurídica, o TCU é tido pela maioria da 
doutrina como órgão administrativo, de estatura constitucional. Sua 
personalidade jurídica é a da União, sem pertencer a nenhum dos três 
Poderes. Não obstante, possui capacidade postulatória, podendo figurar em 
juízo ativa ou passivamente. 
Por disposição constitucional, o TCU auxilia tecnicamente o Poder 
Legislativo no controle externo da Administração Pública. Além disso, o TCU 
está associado ao Poder Legislativo para fins orçamentários e de 
responsabilidade fiscal. Todavia, não há vinculação hierárquica entre a Corte 
de Contas e o Congresso Nacional. O Tribunal é órgão autônomo e 
independente, pois a Constituição lhe atribui competências próprias e 
privativas, assim como lhe garante autonomia funcional e financeira. 
Gabarito: N/A 
7. (TCE/RN ± Assessor Técnico Jurídico 2009 ± Cespe) O TCU faz parte do
Congresso Nacional, a quem deve auxiliar no exercício do controle externo. 
Comentário: O item está errado, pois o TCU não faz parte do Congresso 
Nacional, apesar de auxiliá-lo no exercício do controle externo. Com efeito, de 
acordo com o posicionamento majoritário da doutrina, o TCU, assim como os 
demais tribunais de contas, são órgãos autônomos e independentes, não 
subordinados a nenhum outro órgão ou Poder. 
Gabarito: Errado 
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8. (TCE/RN ± Assessor Técnico Jurídico 2009 ± Cespe) Na prestação de auxílio
para o exercício do controle externo, os TCs não estão subordinados operacional 
nem administrativamente às casas legislativas. 
Comentário: O quesito está correto, pois os Tribunais de Contas são 
órgãos administrativos autônomos e independentes, sem subordinação 
hierárquica, operacional ou administrativa ao Poder Legislativo ou a qualquer 
outro órgão ou Poder. Para o exercício do controle externo, o TCU possui 
competências próprias e privativas retiradas da Constituição Federal, as quais 
devem ser replicadas no âmbito estadual, distrital e municipal. 
Gabarito: Certo 
9. (TCDF ± ACE 2012 ± Cespe) De acordo com o princípio de autotutela e o
sistema de controle existente, o Tribunal de Contas da União e o TCDF estão 
vinculados por uma relação de hierarquia, visando garantir o emprego efetivo do 
recurso público. 
Comentário: O quesito está incorreto. Da mesma forma que não existe 
vinculação hierárquica entre os Tribunais de Contas e os órgãos do Poder 
Legislativo, também não existe qualquer espécie de relação de hierarquia 
entre o Tribunal de Contas da União e os demais Tribunais de Contas 
Estaduais e Municipais. Cada Tribunal de Contas é um órgão autônomo e 
independente que atua na respectiva esfera de competência, garantindo o 
emprego regular e efetivo dos recursos públicos federais, estaduais, distritais 
e municipais. 
Gabarito: Errado 
10. (TCU ± TCE 2007 ± Cespe) O TCU deve auxiliar o Congresso Nacional no
exercício do controle externo e da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, 
operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e 
indireta. 
Comentário: Segundo o art. 70, caput da CF, a fiscalização contábil, 
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades 
da administração direta e indireta será exercida pelo Congresso Nacional, 
mediante controle externo. E o art. 71, caput, consagra o papel do TCU no 
exercício do controle externo, qual seja, o de auxiliar o Congresso Nacional: 
"O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o 
auxílio do Tribunal de Contas da União (...)". Não obstante, deve-se ressaltar 
que o auxílio no exercício do controle externo não significa subordinação do 
TCU em relação ao Congresso. O TCU possui competências próprias e 
privativas, de caráter técnico, enquanto a atuação do Congresso ocorre no 
campo político. 
Gabarito: Certo 
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NATUREZA E EFICÁCIA DAS DECISÕES DOS TRIBUNAIS DE CONTAS 
Conforme aponta a maior parte da doutrina, sendo o TCU um órgão 
administrativo, suas decisões também possuem natureza 
administrativa. Contra o mérito dessas decisões, somente cabe recurso 
ao próprio TCU, com natureza de apelação administrativa. 
Assim, não existem vias recursais junto ao Judiciário ou ao 
Legislativo que possibilitem a reforma do mérito de uma decisão do TCU 
tomada no exercício de suas competências. Da mesma forma, não cabe 
recurso ao TCU para reformar uma decisão de um Tribunal de Contas 
Estadual ou Municipal. As possibilidades se esgotam no âmbito da Corte 
de Contas que proferiu a decisão. 
 Todavia, uma vez que o ordenamento jurídico pátrio é regido pelo 
princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional (CF, art. 5º, XXXV), é 
possível acionar o Poder Judiciário contra uma decisão do Tribunal 
de Contas. A provocação do Judiciário, contudo, não tem natureza de 
recurso, pois se faz por meio de uma ação judicial nova e totalmente 
independente do processo no Tribunal de Contas. Ademais, o Judiciário 
não revisa as decisões da Corte de Contas, cabendo-lhe tão somente 
verificar se os aspectos formais foram observados e se os direitos 
individuais foram preservados. Segundo a jurisprudência do STF: 
No julgamento das contas de responsáveis por haveres públicos, a competência é 
exclusiva dos Tribunais de Contas, salvo nulidade por irregularidade formal grave ou 
manifesta ilegalidade. 
 Por exemplo: suponha que o TCU, numa sessão em que não houve 
quórum mínimo (irregularidade formal), tenha julgado irregulares as 
contas de um administrador público, sem ainda lhe oferecer o direito ao 
contraditório e à ampla defesa (manifesta ilegalidade). Nesse caso, o 
Poder Judiciário poderá declarar nula a decisão do TCU. Entretanto, o 
Judiciário não poderá proferir novo julgamento em relação às contas do 
administrador, declarando-as regulares ou regulares com ressalva. A 
matéria deverá ser submetida mais uma vez à apreciação do TCU e, este, 
agora respeitando o devido processo legal, deverá julgá-las novamente. 
Em suma, o Judiciário não apreciará o mérito, mas sim a legalidade e 
a formalidade das decisões dos Tribunais de Contas, podendo anulá-las, 
mas não reformá-las. 
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A competência para processar e julgar ações contra atos dos 
Tribunais de Contas, no âmbito do Judiciário, se divide da seguinte forma: 
Tipo de ação Contra ato do 
Órgão do Judiciário 
competente 
Fundamento 
Habeas corpus, mandado 
de segurança, Habeas data 
e mandado de injunção 
TCU Supremo Tribunal 
Federal (STF) 
CF, art. 102, I, d, q 
Habeas corpus Demais TCs Superior Tribunal de 
Justiça (STJ) 
CF, art. 105, I, c 
Mandado de segurança, 
Habeas data 
Demais TCs Tribunais de Justiça 
dos Estados e do DF 
CF, art. 125 
Além disso, também é possível impetrar ações ordinárias nos 
juízos de primeiro grau contra as decisões dos Tribunais de Contas. Se 
postulada contra ato do TCU, a competência para julgar será dos juízes 
federais; já ações ordinárias contra as decisões dos demais Tribunais de 
Contas serão apreciadas pelos juízes estaduais. 
Uma observação importante: segundo o entendimento do 
Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Tribunal de Contas não possui 
legitimidade para recorrer dos julgados do Poder Judiciário que anulem 
suas decisões administrativas. Nesse caso, como já dissemos, resta ao 
Tribunal de Contas emitir nova decisão, livre dos vícios apontados pelo 
Judiciário. 
Compreendida a natureza, passemos a falar sobre a eficácia das 
decisões do TCU. 
As decisões do TCU de que resulte imputação de débito ou multa 
± somente essas! - terão eficácia de título executivo (CF, art. 71, §3º;
LO/TCU, art. ��������,,,��³E´�H�24). 
No geral, título executivo é um documento constituído no âmbito do 
Poder Judiciário que representa uma dívida líquida e certa, permitindo 
ao seu titular propor a correspondente ação executiva para fins de 
cobrança. No caso de decisões do Tribunal de Contas de que resulte 
imputação de débito e/ou multa, a discussão judicial torna-se 
desnecessária, pois a própria decisão do Tribunal já tem essa eficácia de 
título executivo. Assim, caso o responsável não comprove o 
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recolhimento do débito e/ou multa no prazo determinado ou não 
apresente recurso com efeito suspensivo contra a decisão do Tribunal, 
não há necessidade de se rediscutir, no âmbito do Judiciário, a certeza e 
liquidez da dívida, bastando que se dê início ao processo de execução 
judicial. Portanto, pula-se uma etapa ± a do conhecimento da dívida no 
Judiciário -, uma vez que a decisão do Tribunal tem força de título 
executivo. 
Até mesmo a inscrição em dívida ativa é desnecessária, embora 
às vezes seja feita por motivos gerenciais do órgão de cobrança. Neste 
caso, constitui dívida ativa não tributária. 
Por ser constituída fora do Poder Judiciário, a decisão do Tribunal de 
Contas que impõe débito e/ou multa produz efeitos de título executivo 
extrajudicial. Para que tal título tenha validade e eficácia, isto é, para 
que seja apto a fundamentar a ação de execução, é necessário que não 
reste qualquer dúvida quanto à existência da obrigação e, ainda, que não 
exista qualquer óbice para que a dívida seja cobrada imediatamente. 
Assim, para se revestir do caráter de título executivo extrajudicial, a 
decisão do Tribunal deve conter a identificação do responsável e o 
valor do débito ou multa, em moeda nacional. 
Além disso, as possibilidades de recurso contra a referida decisão 
devem ter sido esgotadas no âmbito do Tribunal, ou seja, a decisão deve 
ser definitiva. Definitivas são as decisões contras as quais não caibam 
recursos ou contra as quais tenham sido interpostos, nos prazos previstos, 
os recursos cabíveis, de modo que não haja mais possibilidade legal de se 
insurgir contra a decisão no próprio Tribunal. 
A fim de melhor compreendermos a eficácia das decisões dos 
Tribunais de Contas, vejamos um exemplo de decisão do TCU que 
imputou débito e multa ao gestor público em um processo de tomada de 
contas especial: 
Acórdão 42/2011-Plenário5 
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão do 
Plenário, diante das razões expostas pelo Relator, em: 
9.1 julgar irregulares as contas do Sr. (...), condenando o responsável ao pagamento 
do valor de R$ 88.500,06 (...), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da 
notificação, para comprovar, perante o Tribunal, o recolhimento desses valores aos 
5 Disponível em: www.tcu.gov.br 
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cofres da Caixa Econômica Federal, atualizados monetariamente e acrescidos dos 
juros de mora (...); 
9.2. aplicar ao Sr. (...) a multa referida no art. 57 da Lei nº 8.443, de 1992, no valor de 
R$ 5.000,00 (...), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a partir da notificação, para 
que comprove, perante o Tribunal, seu recolhimento aos cofres do Tesouro Nacional, 
atualizada monetariamente (...); 
(...) 
9.5 autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443, de 1992, a 
cobrança judicial dos valores acima, caso não atendidas as notificações, na forma da 
legislação em vigor; 
Como dito anteriormente, a imputação de débito tem natureza de 
responsabilização civil, para ressarcimento do prejuízo causado aos 
cofres públicos. Não é uma sanção. Por isso é que, no exemplo, o Tribunal 
determinou que o prejuízo apurado, no valor de R$ 88.500,06, fosse 
recolhido pelo responsável aos cofres da Caixa Econômica Federal, 
empresa pública que teve seu patrimônio lesado. Dessa forma, a 
condenação pretende fazer com que o patrimônio público retorne ao 
estado em que se encontrava antes de ter sido lesado pelo ato irregular 
praticado pelo responsável. 
De fato, o débito deve ser recolhido aos cofres de quem sofreu 
a lesão. Se for uma entidade da administração indireta ± autarquia, 
fundação, empresa pública ou sociedade de economia mista ± recolhe-se o
débito aos cofres da própria entidade, como no exemplo. Se for um órgão 
da administração direta ± suponha que ao invés da Caixa fosse o 
Ministério da Educação ± recolhe-se o débito diretamente aos cofres da
União, ou seja, ao Tesouro Nacional. 
Já a multa sempre é recolhida aos cofres do Tesouro Nacional. 
Não importa se o patrimônio lesado foi de entidade da administração 
direta ou da indireta. Isso porque a multa, esta sim, é uma sanção, de 
natureza pecuniária, que não visa ressarcir o prejuízo, mas penalizar 
aquele que o causou. No exemplo, o Tribunal aplicou multa de R$ 5.000, 
proporcional ao dano causado ao erário (LO/TCU, art. 57), valor que o 
responsável deve recolher aos cofres da União, ou seja, do Tesouro 
Nacional. 
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E se o responsável não recolher espontaneamente os valores que lhe 
foram imputados, no prazo fixado pelo Tribunal6? Então, a dívida deverá 
ser cobrada judicialmente, como autorizado no item 9.5 do nosso 
exemplo. Para tanto, o instrumento da decisão do Tribunal que imputou o 
débito e aplicou a multa ± o Acórdão ± torna a dívida líquida e certa, 
sendo título executivo bastante para fundamentar a respectiva ação de 
execução judicial. 
Todavia, a titularidade para promover a cobrança judicial não 
pertence ao Tribunal de Contas. O Tribunal apenas decide sobre a 
obrigação de ressarcimento e/ou sobre a cominação da multa, autorizando 
a cobrança judicial da dívida. Por sua vez, o título executivo oriundo da 
decisão condenatória deve ser executado pelos órgãos próprios do ente 
destinatário dos valores devidos. O MinistérioPúblico que atua junto 
ao TCU (MPTCU) apenas exerce a função de intermediário nesse 
processo, remetendo a documentação necessária aos órgãos executores 
(LO/TCU, art. 81, III). 
Assim, caso o débito deva ser recolhido aos cofres do Tesouro 
Nacional, o MPTCU remete a documentação pertinente à Advocacia-Geral 
da União (AGU), a quem cabe o ajuizamento da ação, por meio da 
Procuradoria Geral da União. No caso de entidade que possua 
procuradoria própria ± como as empresas públicas e as sociedades de 
economia mista federais ± recairá sobre o órgão de representação judicial 
dessas entidades a atribuição de deflagrar o processo de execução, após 
receber a documentação do MPTCU. 
Quanto à execução judicial da multa, sempre está sob 
responsabilidade da AGU, vez que sempre é recolhida aos cofres da União 
(Tesouro Nacional). 
No nosso exemplo, se o responsável não comprovar o recolhimento 
no prazo de 15 dias, competirá à procuradoria da Caixa Econômica Federal 
(entidade da administração indireta com representação judicial própria) o 
ajuizamento da execução relativa ao débito de R$ 88.500,06 e à AGU o 
ajuizamento da execução da multa de R$ 5.000,00. O MPTCU deve 
remeter a esses órgãos a documentação necessária ao processo de 
execução. Por outro lado, se em um mesmo Acórdão estiverem 
consignados débito e multa em razão de dano causado ao patrimônio de 
órgão da administração direta, competirá à AGU a execução de ambos. 
6 Segundo o art. 214, III do RI/TCU, é de quinze dias o prazo para o responsável provar, perante o 
Tribunal, o pagamento do débito ou da multa. Esse prazo deve ser fixado no Acórdão condenatório. 
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Por fim, face ao disposto no art. 37, §5º da CF, tem-se que, 
constituído o título executivo, isto é, exarado o Acórdão, a cobrança do 
débito, por sua natureza de ressarcimento do dano causado, é 
imprescritível. Por outro lado, a imprescritibilidade não se aplica à 
cobrança da multa, que é uma sanção. No TCU, ante a ausência de 
previsão legal a respeito do prazo a ser considerado na prescrição da 
pretensão punitiva da Corte Contas, costuma-se aplicar, por analogia, o 
prazo prescricional de 10 anos previsto no art. 205 do Código Civil7. 
Esquematizando: 
Erário/cofres Cobrança por meio de 
União (Tesouro Nacional) Advocacia-Geral da União (AGU), por meio 
da Procuradoria Geral da União (PGU) 
Estados e Distrito Federal Procuradorias dos Estados ou do DF 
Municípios Prefeito ou procurador municipal 
Entidades dotadas de personalidade 
jurídica própria 
Procuradorias próprias, departamentos 
jurídicos 
11. (TCU ± ACE 2007 ± Cespe) Todas as manifestações das cortes de contas têm
valor e força coercitiva, entretanto, só os acórdãos condenatórios têm eficácia de 
título executivo, ou seja, unicamente os processos de contas, abrangendo tanto as 
contas anuais quanto as contas especiais, podem ser julgados, ensejando a 
constituição de título executivo e podem ter como efeito a produção de coisa 
julgada. 
Comentário: As decisões dos Tribunais de Contas de que resulte débito 
e/ou multa terão eficácia de título executivo (CF, art. 71, §3º). É fato que 
débitos só podem ser imputados em processos de contas. Entretanto, multas 
podem ser aplicadas tanto em processos de contas quanto em processos de 
fiscalização. Assim, a questão é falsa ao afirmar que unicamente os 
processos de contas ensejam a constituição de título executivo, pois os 
processos de fiscalização também podem constituí-los, caso resultem em 
multa aos responsáveis. 
7 Ver Acórdãos TCU 946/2013-Plenário, 2.177/2013-2ª Câmara e 2.183/2013-2ª Câmara. 
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Além disso, também considero errada, ou no mínimo discutível, a 
afirmação de que ³WRGDV�DV�PDQLIHVWDo}HV�GDV�FRUWHV�GH�contas têm valor e
IRUoD�FRHUFLWLYD´, haja vista as atribuições inerentes à função consultiva dos 
Tribunais de Contas, que possuem caráter opinativo, ou seja, não vinculante. 
Também não é pacífico o entendimento de que as decisões dos Tribunais 
de Contas produzem efeito de coisa julgada. Alguns doutrinadores defendem 
que o julgamento das contas faz coisa julgada administrativa, uma vez que a 
decisão não pode ser reformada por outro órgão ou Poder; outros defendem o 
contrário, pois no Brasil impera o monopólio ou unidade de jurisdição, 
conferida ao Poder Judiciário, de modo que apenas decisões provenientes de 
órgãos judiciais possuiriam a prerrogativa de produzir efeito de coisa julgada. 
Gabarito: Errado 
12. (TCU ± TCE 2007 ± Cespe) Considere que determinado gestor de receitas
públicas, após o devido processo legal, tenha sido condenado pelo TCU a ressarcir 
o erário. Considere ainda que, na condenação, o tribunal tenha declarado
expressamente o agente responsável e o valor a ser devolvido à União. Nesse 
caso, a competência para executar a decisão do tribunal é da Advocacia-Geral da 
União, que deverá observar os prazos de cobrança previstos na lei, sob pena de 
prescrição para atos ilícitos praticados por agente ou servidor público. 
Comentário: A decisão do Tribunal da qual resulte imputação de débito 
ou cominação de multa torna a dívida líquida e certa e tem eficácia de título 
executivo (CF, art. 71, §3º). Nesse caso, o responsável é notificado para, no 
prazo de quinze dias, recolher o valor devido (RI/TCU, 214, III). Se o 
responsável, após ter sido notificado, não recolher tempestivamente a 
importância devida, é formalizado processo de cobrança executiva, o qual é 
encaminhado por meio Ministério Público junto ao TCU para a Advocacia-
Geral da União (AGU) ou para as unidades jurisdicionadas com procuração 
judicial própria promoverem a cobrança judicial da dívida. O erro é que, nos 
termos do art. 37, §5º, da CF/88, as ações de ressarcimento serão 
imprescritíveis: "A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos 
praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao 
erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento". 
Gabarito: Errado 
13. (TCU ± ACE 2004 ± Cespe) No sistema brasileiro de controle externo, em face
das competências atribuídas pela Constituição da República ao TCU, a doutrina e a 
jurisprudência são majoritárias no sentido de que as decisões daquele órgão têm 
natureza jurisdicional e, por isso mesmo, não podem ser reexaminadas pelo Poder 
Judiciário. 
Comentário: De pronto já rechaçamos a assertiva de que as decisões do 
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TCU não podem ser reexaminadas pelo Poder Judiciário, visto que, no 
ordenamento jurídico pátrio, impera o princípio da inafastabilidade da tutela 
jurisdicional (CF, art. 5º, XXXV). Assim, aquele que se sinta lesado por decisão 
da Corte de Contas poderá sim buscar junto ao Judiciário a defesa dos seus 
direitos. Todavia, lembre-se de que essa apelação se faz por meio de ação 
ordinária nova e independente do processo que tramita no TCU, ou seja, não 
tem natureza de recurso (apesar de comumente utilizar-se a expressão 
³UHFRUUHU�DR�-XGLFLiULR´�. Ademais, o Judiciário não pode reformar a decisão 
da Corte de Contas, cabendo-lhe tão-somente decretar sua nulidade por 
irregularidade formal grave ou manifesta ilegalidade. 
Também merece destaque a afirmação de que a doutrina e a 
jurisprudência são majoritárias no sentido de que as decisões do TCU têm 
natureza jurisdicional. Isso não é verdade, pois o tema não é pacífico.Os que defendem que os Tribunais de Contas não possuem jurisdição, 
ou seja, que suas decisões não têm natureza jurisdicional, apoiam-se no 
argumento de que o termo jurisdição pressupõe a existência de conflitos 
entre partes, cabendo ao Estado, somente quando provocado, a 
responsabilidade de dizer o direito, ou seja, solucionar a controvérsia. 
Asseveram, então, que as atribuições conferidas ao TCU não possuem tais 
FDUDFWHUtVWLFDV��HPERUD�R�WH[WR�FRQVWLWXFLRQDO�IDOH�HP�³MXOJDU´��&)��DUW������ II). 
Segundo essa posição, a jurisdição seria privativa do Poder Judiciário. 
Outros, porém, defendem a natureza jurisdicional da decisão do TCU no 
julgamento das contas, decidindo a regularidade ou irregularidade, pois tal 
decisão, por força de disposição constitucional, é soberana, privativa e 
definitiva, não se submetendo a nenhuma outra instância revisional. Nem 
mesmo ao Judiciário é permitido desconstituir o mérito do julgado do Tribunal 
de Contas. Ademais, para os defensores da existência de uma jurisdição 
própria e privativa do Tribunal, haveria previsão expressa para tanto no caput 
do art. 73 da Constituição: ³2� 7&8� ������ WHP� jurisdição em todo o território
QDFLRQDO������´, o que também está presente no art. 4º da LO/TCU. 
Por fim, há aqueles que sustentam uma posição intermediária, cunhando 
termos como ³MXULVGLomR�DQ{PDOD´��³MXULVGLomR�DGPLQLVWUDWLYD´�RX�³MXULVGLomR�
FRQVWLWXFLRQDO�HVSHFLDOL]DGD´� 
Portanto, muita cautela com esse assunto na prova, principalmente em 
uma eventual questão discursiva. 
Gabarito: Errado 
14. (TCU ± TCE 2007 ± Cespe) O TCU tem atribuições de natureza administrativa;
porém, quando julga as contas dos gestores e demais responsáveis por bens e 
valores públicos, exerce sua natureza judicante. Mesmo assim, não há consenso na 
doutrina quanto à natureza do tribunal. 
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Comentário: Mais uma vez o Cespe explora a divergência doutrinária em 
relação à natureza do TCU e de suas decisões. Como vimos, a maior parte da 
doutrina sustenta que o TCU possui natureza administrativa, afinal, a maioria 
de suas atribuições, como a realização de auditorias e inspeções, o registro 
de atos de pessoal e a emissão de parecer prévio sobre as contas do 
Presidente da República, situam-se na esfera administrativa. A polêmica 
reside na competência própria e privativa atribuída ao TCU para julgar as 
contas dos responsáveis por recursos públicos e a dos causadores de dano 
ao erário. Em razão dessa competência, alguns doutrinadores defendem que o 
TCU SRVVXL� QDWXUH]D� ³TXDVH� MXULVGLFLRQDO´�� KDMD� YLVWD� TXH� QHP� PHVPR� R�
Poder Judiciário pode rever suas decisões no julgamento de contas. Outros, 
ainda, apregoam o meio termo, ou seja, o TCU possui natureza jurisdicional 
quando julga contas, e natureza administrativa quando desempenha suas 
demais atribuições. Enfim, como o tema não é unânime, a questão está 
correta. 
Gabarito: Certo 
15. (TCU ± ACE 2004 ± Cespe) De acordo com a doutrina, a condenação de gestor
público por parte do TCU constitui título executivo de natureza judicial, por força da 
competência conferida pelo art. 71 da Constituição àquele órgão, para julgar contas 
de pessoas responsáveis por dinheiro público. 
Comentário: Somente as decisões dos Tribunais de Contas de que 
resulte débito e/ou multa terão eficácia de título executivo que, por ser 
constituído fora do Judiciário, é dito extrajudicial, e não judicial, como afirma 
o quesito, daí o erro.
Gabarito: Errado 
16. (TCU ± Procurador 2004 ± Cespe) Sempre que se julgar lesado por decisão
tomada pelo TCU, o cidadão poderá recorrer ao Poder Judiciário, mas o remédio 
juridicamente adequado não será a impetração de mandado de segurança contra o 
ato do tribunal, seja porque as decisões deste somente podem ser desconstituídas 
mediante dilação probatória, seja porque o tribunal não poderá figurar no pólo 
passivo da ação mandamental. 
Comentário: A via frequentemente utilizada para pleitear amparo junto ao 
STF contra decisão do TCU é o mandado de segurança, ocasiões nas quais a 
Corte de Contas, que possui capacidade postulatória, figura no polo passivo 
da lide. 
Gabarito: Errado 
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17. (TCE-ES ± Procurador Especial de Contas 2009 ± Cespe) O julgamento das
contas dos administradores e responsáveis é atribuição peculiar dos TCs, de acordo 
com a CF. Como órgãos especializados no julgamento das contas, suas decisões 
não estão sujeitas a revisão do Poder Judiciário, salvo quando 
a) houver observância do devido processo legal.
b) o mérito da decisão envolver questões atinentes à legitimidade dos atos 
praticados pelos administradores e responsáveis. 
c) o MP representar contra decisão de mérito do TC. 
d) a decisão alterar o entendimento do TC até então vigente.
e) houver vício de forma, como, por exemplo, a inobservância de direitos e
garantias individuais. 
Comentário: Na questão, pede-se para indicar a alternativa correta. Como 
se sabe, as decisões dos Tribunais de Contas estão sujeitas à revisão do 
Poder Judiciário, mas só podem ser anuladas (nunca reformadas) em caso de 
irregularidade formal grave ou manifesta ilegalidade. Assim, compete ao 
Judiciário apenas verificar se foi observado o devido processo legal e se não 
houve violação de direito individual. Portanto, somente a última alternativa se 
enquadra nessas condições. Perceba a ³pegadinha´ logo na primeira 
alternativa, pois a decisão do TCU poderia ser anulada em caso de 
inobservância do devido processo legal. 
Gabarito: aOWHUQDWLYD�³H´ 
ABRANGÊNCIA DO CONTROLE EXERCIDO PELO TCU 
Neste tópico, trataremos de delimitar o alcance do controle exercido 
pelo TCU, apresentando, primeiramente, a natureza das suas fiscalizações 
e, logo após, os sujeitos que lhe devem prestar contas, isto é, aqueles que 
estão sob sua jurisdição. 
NATUREZA DAS FISCALIZAÇÕES 
A natureza das fiscalizações do TCU está informada no art. 70, caput, 
da Constituição Federal: contábil, financeira, orçamentária, 
operacional e patrimonial. 
Assim, suponha que o Ministério da Educação, no âmbito do 
programa fictício ³/LYUR� SDUD� 7RGRV´� WHQKD� UHDOL]DGR� XPD� OLFLWDomR� SDUD�
adquirir livros didáticos destinados a escolas públicas e uma denúncia é 
encaminhada ao TCU com elementos indicando possíveis irregularidades 
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na compra. Para apurá-la, o Tribunal poderá realizar uma fiscalização que, 
dependendo do objeto da denúncia, será de natureza: 
Natureza da 
fiscalização 
O que será fiscalizado Exemplo 
Contábil 
Lançamentos e 
escrituração contábil 
Auditoria para verificar se os eventos contábeis 
relacionados à aquisição dos livros foram 
corretamente registrados no SIAFI. 
Financeira 
Arrecadação de 
receitas e execução de 
despesas 
Acompanhamento para verificar se os 
pagamentos efetuados ao fornecedor dos 
livros estão de acordo com o contrato. 
Orçamentária 
Elaboração e execução 
dos orçamentos 
Inspeção para verificar a existência de previsão 
orçamentária para a aquisição. 
Operacional 
Processos 
administrativos e 
programas de governo 
Auditoria ŶŽ� WƌŽŐƌĂŵĂ� “>ŝǀƌŽ� ƉĂƌĂ� dŽĚŽƐ 弃?� Ă�
fim de verificar se a distribuição dos livros está 
beneficiando os destinatários da forma e na 
medida desejada pelo Programa. 
Patrimonial 
Guarda eadministração 
de bens móveis e 
imóveis 
Auditoria para verificar se os livros adquiridos 
foram realmente entregues pelo fornecedor e 
se foram corretamente distribuídos para as 
escolas cadastradas no Programa. 
Geralmente, as fiscalizações que o Tribunal realiza são de natureza 
múltipla, envolvendo mais de um dos atributos relacionados no art. 70 da 
CF. Por exemplo, a entrega dos livros e os pagamentos realizados ao 
fornecedor poderiam ser examinados na mesma auditoria; nessas 
condições, a fiscalização teria natureza patrimonial e financeira. 
Segundo o mesmo dispositivo da Constituição (art. 70, caput), os 
aspectos a serem verificados nas fiscalizações, ou seja, os possíveis focos 
do controle são: legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação 
das subvenções e renúncia de receitas. Vejamos como os três 
primeiros (legalidade, legitimidade e economicidade) podem ser aplicados 
ao nosso exemplo: 
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Foco da 
fiscalização 
Característica Exemplo 
Legalidade 
Verifica se a conduta do gestor 
guarda consonância com as 
normas aplicáveis, de qualquer 
espécie - leis, regimentos, 
resoluções, portarias etc. 
Geralmente, é o aspecto 
predominante nas fiscalizações 
de natureza contábil, financeira, 
orçamentária e patrimonial. 
Verificar: se o processo licitatório 
seguiu a Lei de Licitações; se os 
pagamentos foram realizados de 
acordo com a previsão contratual; se 
as regras da contabilidade pública 
foram obedecidas na realização dos 
lançamentos contábeis. 
Legitimidade 
Verifica se o ato atende ao 
interesse público, à 
impessoalidade e à moralidade. 
Verificar se as escolas mais 
necessitadas foram atendidas em vez 
de, ao contrário, serem privilegiadas 
aquelas cujos responsáveis teriam 
relações políticas com o Ministro. 
Nesse último caso, a aquisição seria 
ilegítima, mesmo se realizada em 
conformidade com a Lei de Licitações. 
Economicidade 
Analisa a relação 
custo/benefício da despesa 
pública, isto é, se o gasto foi 
realizado com minimização dos 
custos e sem comprometimento 
dos padrões de qualidade. 
Verificar se o preço dos livros está de 
acordo com os referenciais de 
mercado ou, na falta, se o valor pago é 
razoável, compatível com a natureza e 
a qualidade da publicação. 
Além desses aspectos, a Constituição determina expressamente a 
fiscalização da aplicação das subvenções e da renúncia de receitas, cujo 
exame envolve avaliações de legalidade, legitimidade e economicidade. 
Subvenções, de acordo com a Lei 4.320/1964, são transferências de 
recursos orçamentários destinadas a cobrir despesas de custeio das 
entidades beneficiadas. Classificam-se em subvenções sociais quando 
destinadas a órgãos ou entidades de caráter assistencial, cultural ou de 
educação; e em subvenções econômicas, quando se destinam a cobrir 
déficits de empresas públicas ou privadas de caráter industrial, 
comercial, agrícola ou pastoril. Assim, os beneficiários deverão prestar 
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contas da aplicação das subvenções recebidas, sujeitando-se à devida 
fiscalização dos órgãos de controle. 
Renúncia de receita envolve benefícios que impliquem redução 
discriminada de tributos, tais como anistia, remissão, concessão de 
isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou alteração de base 
de cálculo. Assim, o Tribunal de Contas deve fiscalizar os órgãos e 
entidades que tenham atribuição de conceder, gerenciar ou utilizar 
recursos provenientes de renúncia de receita. Existem também outros 
casos, fora do âmbito tributário, que podem ser considerados renúncia de 
receita, a exemplo da falta da cobrança do aluguel de um imóvel da 
administração ou de uma multa contratual legítima em favor do erário. O 
gestor que deixa de cobrar esses valores também está sujeito à 
fiscalização do Tribunal de Contas em função da renúncia de receita. 
Eficiência, eficácia e efetividade, estudadas na Aula 00, somam-
se a esses critérios, dada a competência atribuída ao TCU para realização 
de auditorias operacionais (CF, art. 71, IV), destacando-se a eficiência, 
que foi elevada à categoria de princípio constitucional da administração 
pública pela EC 19/98, ao lado dos princípios da legalidade, da 
impessoalidade, da moralidade e da publicidade (CF, art. 37, caput). 
Seguindo nosso exemplo: 
Foco da 
fiscalização 
Característica Exemplo 
Eficiência 
Analisa os meios utilizados em 
relação aos resultados obtidos 
pela Administração, com 
critérios de custo, prazo e 
qualidade. De certa forma, se 
confunde com o conceito de 
economicidade. 
Verificar se os recursos dispendidos na 
aquisição dos livros foram otimizados, ou 
seja, se os livros adquiridos atendem as 
necessidades das escolas, se foram 
disponibilizados em quantidades 
suficientes e a custo razoável. 
Eficácia 
Verifica se as metas 
estabelecidas foram alcançadas, 
ou seja, se os bens e serviços 
foram providos. 
Verificar se o cronograma estabelecido 
para a aquisição e entrega dos livros foi 
cumprido, se todas as escolas previstas 
receberam os respectivos exemplares, ou 
seja, verificar se os livros foram 
realmente adquiridos e distribuídos 
conforme planejado e divulgado. 
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Efetividade 
Analisa se os objetivos da ação 
administrativa foram atingidos, 
em termos de impactos sobre a 
população-alvo. 
Verificar se os livros, após distribuídos, 
realmente atenderam as necessidades 
das escolas, suprindo as carências que 
motivaram a sua aquisição. 
JURISDIÇÃO DO TCU 
Não obstante a polêmica sobre a existência ou não de uma jurisdição 
própria dos Tribunais de Contas, emprega-se o termo ³MXULVGLomR´� para 
designar a abrangência do controle externo, vale dizer, a jurisdição do 
TCU compreende todas as pessoas, órgãos e entidades que estão 
sujeitos à sua fiscalização por determinação constitucional e legal. 
O art. 73 da Constituição preceitua que o TCU tem jurisdição em 
todo o território nacional. Cuidado com a interpretação desse 
dispositivo: a jurisdição do TCU alberga todo o território nacional, mas 
alcança apenas os responsáveis por gerir recursos públicos e federais, 
isto é, provenientes do orçamento da União ou pelos quais o ente federal 
responda. Assim, o TCU não tem poderes para fiscalizar, por exemplo, 
empresas privadas que desempenham suas atividades sem qualquer 
auxílio financeiro do Governo Federal. E também não fiscaliza aqueles que 
são responsáveis por recursos públicos oriundos exclusivamente dos 
orçamentos estaduais, distritais ou municipais, sem qualquer impacto nos 
cofres da União; tais recursos são fiscalizados pelos Tribunais de Contas 
dos Estados, dos Municípios ou Municipais, conforme o caso. 
Outro detalhe importante é que a jurisdição do TCU se estende aos 
responsáveis por gerir recursos públicos federais que estiverem 
fora do território nacional, a exemplo dos gestores dos recursos 
destinados à manutenção das embaixadas brasileiras no exterior. 
Portanto, a rigor, não existe limite espacial para a jurisdição do TCU. O 
fator preponderante que atrai a competência do Tribunal de Contas é tão 
somente a presença de recursos públicos do orçamento da União. 
Já o art. 4º da LO/TCUdispõe: 
Art. 4º O Tribunal de Contas da União tem jurisdição própria e privativa, em todo o 
território nacional, sobre as pessoas e matérias sujeitas à sua competência. 
Jurisdição própria e privativa significa que somente o TCU pode 
dizer o direito sobre matérias de sua competência. Assim, o 
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dispositivo reforça o entendimento de que o Judiciário não pode reformar 
o mérito das decisões do Tribunal de Contas.
Analisando o dispositivo por outro prisma, também se pode afirmar 
que a jurisdição do TCU ± isto é, sua capacidade de dizer o direito ± 
restringe-se apenas às pessoas e matérias sujeitas à sua 
competência. 
Por exemplo, se for constatado que determinado servidor desviou 
para uso próprio uma televisão adquirida com recursos públicos para 
equipar uma escola, o TCU poderá imputar débito ao responsável, 
determinando o ressarcimento correspondente ao bem desviado, assim 
como aplicar alguma sanção prevista na LO/TCU. Porém, jamais o Tribunal 
poderá condená-lo pelo crime de peculato, uma vez que o julgamento da 
prática de crimes não é matéria de sua competência, e sim do Poder 
Judiciário. 
As pessoas sujeitas à jurisdição do TCU são especificadas nos incisos 
I a IX do art. 5º da LO/TCU8, a saber: 
Responsáveis por administrar recursos públicos federais 
I - qualquer pessoa física, órgão ou entidade a que se refere o inciso I do art. 1° 
desta Lei, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e 
valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta assuma 
obrigações de natureza pecuniária; 
Incialmente, note que ³HQWLGDGH�D�TXH�VH�UHIHUH�R�LQFLVR�,�GR�DUW���ž�
GHVWD�/HL´�são as entidades da administração indireta da União, incluídas 
as fundações e as sociedades por ele instituídas ou mantidas, assim como 
as empresas que, de qualquer modo, venham a integrar o patrimônio da 
União ou que dela recebam contribuições, subvenções e auxílios. Trata-se, 
portanto, das entidades da administração indireta e de qualquer 
pessoa jurídica mantida pelo poder público federal. 
Percebe-se, então, que o dispositivo guarda estreita relação com o 
art. 70, parágrafo único da Constituição Federal, o qual define os 
responsáveis por prestar contas: qualquer pessoa física ou jurídica, 
pública ou privada, que administre, de qualquer forma, recursos públicos, 
isto é, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre 
8 O art. 5º do RI/TCU também trata da jurisdição do TCU. 
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dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou 
que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. 
Assim, não importa a natureza da entidade, se da administração 
direta ou da indireta, ou mesmo se não pertencente à Administração 
Pública: o que importa é a origem dos recursos administrados, os 
quais devem ser públicos e federais. As pessoas responsáveis por esses 
recursos estão sob a jurisdição do TCU e, por isso, sujeitas à fiscalização 
do Tribunal. 
Portanto, todos aqueles que administrem recursos públicos 
pertencentes à União, ou pelos quais o ente federal responda, estão sob a 
jurisdição do TCU, como por exemplo: 
¾ Gestores que ordenam, autorizam ou ratificam despesas de
recursos públicos, inclusive por delegação de competência, que
promovam a respectiva liquidação ou efetivem seu pagamento;
¾ Servidor que assine, em nome da União, um contrato de aquisição
de móveis para sua repartição;
¾ Entidades da administração indireta, como Petrobras, Banco
Central, BNDES, Banco do Brasil etc.;
¾ Organizações Sociais ± OS ± e Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público ± Oscips, quanto aos recursos públicos recebidos;
¾ Conselhos de regulamentação profissional, tanto os Conselhos
Federais quanto os Conselhos Regionais, que também são
autarquias federais;
¾ Empresas beneficiárias de incentivos fiscais conferidos pela
legislação federal, a exemplo da Lei do Audiovisual e da Lei de
Incentivo à Cultura;
¾ Serviços sociais autônomos (Sebrae, Senai, Sesi, Sesc, Senac
etc.);
¾ Pessoas físicas beneficiárias de bolsas de estudos e projetos de
pesquisa patrocinados pelo CNPq e pela Capes;
Note que a jurisdição do TCU é bem abrangente, referindo-se a todo 
e qualquer responsável por administrar recursos públicos federais. 
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Responsáveis por provocar dano ao erário 
II - aqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que 
resulte dano ao Erário; 
Tal inciso possui relação com a competência do TCU para julgar as 
contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra 
irregularidade de que resulte prejuízo ao erário (CF, art. 71, inciso II, 
parte final). 
Assim, a jurisdição do TCU alcança a todos, mesmo aqueles não 
envolvidos diretamente com a gestão de recursos públicos, mas que, 
por qualquer razão, venham a ser responsáveis pela perda extravio ou 
outra irregularidade de que resulte dano ao erário. ³3RU�TXDOTXHU� UD]mR´�
indica que a conduta que causou o prejuízo pode ser dolosa ou culposa, 
vale dizer, independe da intenção do responsável. Tanto em uma como 
noutra hipótese o Tribunal poderá atuar. 
Por exemplo, o servidor da União que venha a danificar ou extraviar 
um automóvel oficial do Governo deverá prestar contas ao TCU, o qual 
poderá determinar o ressarcimento do prejuízo causado ainda que o 
servidor não possua nenhuma responsabilidade direta em relação à gestão 
financeira e patrimonial do órgão em que trabalha ou mesmo que não 
tenha tido a intenção de provocar o dano: a responsabilidade decorre 
apenas do fato de ter dado causa ao prejuízo ao erário. 
Dirigentes de empresas sob responsabilidade da União 
III - os dirigentes ou liquidantes das empresas encampadas ou sob intervenção 
ou que de qualquer modo venham a integrar, provisória ou permanentemente, o 
patrimônio da União ou de outra entidade pública federal; 
O dispositivo nos diz que estão sob a jurisdição do TCU os dirigentes 
das empresas que, de qualquer modo, venham a integrar o patrimônio da 
União ou de outra entidade pública federal, provisória ou 
permanentemente. 
Como exemplo, o próprio inciso nos mostra as empresas que venham 
a ser objeto de encampação ou de intervenção do Poder Público. Tais 
institutos, nos termos da Lei 8.987/1995, são utilizados quando empresa 
concessionária de serviço público não estiver prestando adequadamente o 
serviço, descumprindo o contrato de concessão. A encampação é a 
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retomada do serviço pelo poder concedente, de caráter definitivo, 
enquanto a intervenção é temporária. O dirigente encarregado da 
encampação ou da intervenção, atuando em nome da União, está 
sujeito à jurisdição do TCU. 
Do mesmo dispositivo da Lei Orgânica pode-se retirar que a jurisdição 
do TCU também abrange os dirigentes de empresas públicas e 
sociedades de economia mista constituídas com recursos da União, 
ainda que tais entidades sejam de direito privado, exploradoras de 
atividade econômica e que seus servidores estejam sujeitos ao regime 
celetista. 
Até bem pouco tempo havia polêmica em relação à submissão ou não 
à jurisdição do TCU de sociedades de economia mista

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