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Assistência de enfermagem ao paciente com ICC

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Assistência de enfermagem ao paciente com
 Insuficiência Cardíaca 
Thaynara Oliveira – UESC – 2015 
1. Definição: 
Doença caracterizada pela incapacidade do coração em bombear sangue na quantidade suficiente para suprir o organismo, ou seja, há uma falência do coração. Dessa forma, as quantidades de oxigênio e nutrientes do organismo não são supridas.
Ela é muito mais comum entre os idosos, pelo fato deles apresentarem maior probabilidade de apresentar alguma doença que a desencadeie. Apesar de o quadro apresentar um agravamento no decorrer do tempo, os indivíduos com insuficiência cardíaca podem viver muitos anos.
2. Epidemiologia:
No Brasil, no ano de 2007 as doenças cardiovasculares (DCV) representaram a principal causa de mortalidade no país e a terceira causa de internação, sendo a IC a principal condição cardíaca que leva à internação, sendo responsável por 2,6% das internações do país nesse ano e por 6% dos óbitos. Mais de 2/3 das internações por IC ocorrem em pacientes acima de 60 anos.
3. Causas: 
A doença resulta de qualquer condição que afete o coração e interfira na circulação, reduzindo a capacidade de bombeamento do sangue. Ex:
Hipertensão arterial;
Arteriosclerose; 
Infarto do miocárdio; 
Miocardite;
Valvulopatias;
Endocardite reumática; 
Hipervolemia; 
Anemia; 
Deficiência alimentar prolongada ( deficiência de vitamina B); 
Insuficiência renal;
Arritmias;
4.Clasificação: A IC pode ser aguda ou crônica.
 
	IC Aguda
	 Tem manifestação súbita. Ocorre uma insuficiência abrupta no esvaziamento das câmaras, sendo que os mecanismos compensatórios não podem ser ativados.
Conhecida também por insuficiência cardíaca de baixo débito.
O colapso circulatório com baixa pressão sanguínea é o choque Cardiogênico. 
Após ataque cardíaco agudo ou períodos prolongados de deterioração progressiva, o coração pode ficar incapaz de bombear até mesmo a quantidade de sangue mínima para manter o corpo. Todos o tecido começam então a padecer, ocasionando óbito em dias ou horas ( índice de sobrevida menor que 15%).
	IC Crônica
	 A doença aumenta gradualmente.
È caracterizada por fadiga, insuficiência respiratória e edema.
São ativadas respostas compensatórias:
Ventrículos se dilatam e se contraem com mais força;
Constrição das arteríloas e redistribuição do fluxo sanguíneo;
Ativação do SNS e sistema Renina- Angiotensina;
Dessensibilização do músculo cardíaco ao estímulo simpático;
5. Patologia: 
A insuficiência cardíaca pode ser dividida em esquerda e direita.
	ESQUERDA
	
Quando se trata de insuficiência cardíaca esquerda (ICE), há falência das câmaras esquerdas com conseqüente congestionamento de sangue na circulação pulmonar.
	
Dispnéia;
Taquicardia;
Presença de terceira bulha;
	DIREITA
	
A insuficiência cardíaca direita (ICD) pode surgir como consequência da congestão pulmonar, decorrente do comprometimento inicial das câmaras esquerdas (quadro conhecido pela sigla ICC – insuficiência cardíaca congestiva). 
Outra possibilidade fisiopatológica é a de que a ICD ocorra devido à doença pulmonar previamente instalada (Cor Pulmonale).
	Os achados clínicos, na ICD, ocorrem devido à falência das câmaras direitas, o que provoca congestão sanguínea ao nível da veia cava superior e inferior, podendo levar a: 
Ingurgitamento jugular;
Hepatomegalia; 
Ascite;
 Edema de membros inferiores; 
Edema generalizado;
	
Os efeitos mais importantes da IC são: débito cardíaco reduzido e aumento depressão nas veias por acúmulo de sangue nessas.
Diante do quadro de IC, mecanismos compensatórios são ativados, como a ativação do SNS e sistema Angiotensina. Os ventrículos se dilatam e se contraem com mais força, as arteríolas se contraem e o fluxo sanguíneo é redistribuído.
Com a queda da PA devido ao débito cardíaco baixo, o reflexo barorreceptor é ativado estimulando o SNS enquanto o parassimpático é diminuído. A estimulação simpática exerce feito no coração, fortalecendo a musculatura, e nos vasos, aumenta o tônus muscular que promove retorno venoso.
O mecanismo de Frank-Starling é usualmente um dos primeiros a ser estimulado e melhora a função cardíaca. Nas lesões maiores não é suficiente e a continua dilatação cardíaca dela advinda se torna um mecanismo desadaptativo. Vários estudos mostram que a continua dilatação (remodelação ventricular), é deletéria e que quanto maior a dilatação ventricular pior o prognóstico do paciente.
A hipertrofia na IC ocorre por aumento dos níveis de neuro-hormônios, estímulo este provoca hipertrofia de miócitos enão aumento da quantidade desses. Ou seja, o coração cresce de forma ineficiente.
Insuficiência cardíaca compensada:
O débito cardíaco de repouso é normal.
Qualquer tentativa de realizar exercícios provoca o retorno dos sintomas, pois o coração não é capaz de aumentar sua demanda Reserva cardíaca diminuída.
**Reserva cardíaca: Percentagem máxima que o DC pode aumentar acima do normal.
	Adulto normal: 300% a 400%
	Atleta: 500% a 600%
	Na IC não há reserva
Insuficiência Cardíaca descompensada:
Coração gravemente lesado sem nenhuma compensação nervosa simpática ou pelo controle de líquido.
O débito não pode aumentar o suficiente para fazer com que os rins excretem o líquido acumulado. O líquido continua a ser retido.
Farmacologicamente é usado um cardiotônico para fortalecer a musculatura mais um diurético.
Os principais fatores precipitantes de descompensação em um paciente com IC e que devem ser procurados são: 
Infecção;
Interrupção do(s) medicamentos; 
Ingesta hídrica ou salina excessiva; 
Isquemia miocárdica; 
Embolia pulmonar;
Insuficiência renal;
Anemia; 
Crise hipertensiva;
Arritmias;
Abuso de álcool; 
Drogas (antiinflamatórios, bloqueadores de canal de cálcio);
6. Quadro clínico:
	Dispnéia
	 O esvaziamento incompleto do VE faz com que o AE tenha sua pressão aumentada por acúmulo de sangue. Esse aumento de pressão é repassado às veias e capilares pulmonares, fazendo com que ocorra um extravasamento de líquido pra o tecido pulmonar, causando um quadro de edema pulmonar que dificulta as trocas gasosas. A diminuição de oxigênio no sangue provoca uma vasodilatação periférica que aumenta ainda mais o retorno venoso, exacerbando o acúmulo de sangue nos pulmões.
	Sinal de taquicardia
		 (>120 bpm) 
Mecanismo de compensação da falência do órgão. Bate mais pra tentar “empurrar” o excedente de líquido.
	Terceira bulha (B3)
	
	Pressão venosa aumentada
	
	(>16 mmHg)
	Tosse
	 A tosse é conseqüência do edema pulmonar.
	Estase jugular
	 O esvaziamento incompleto das câmaras ocasiona acúmulo de sangue nessas, dificultando a drenagem do sangue venoso sistêmico das veias cavas. Logo se aumenta a pressão das veias jugulares.
	Hepatomegalia
	 Como os ventrículos estão congestionados, o retorno da veia cava inferior fica comprometido. O fígado então fica congestionado, hipertrofiado e sensível.
	Anorexia
	 Como o coração não bombeia o sangue adequadamente, os nutrientes não chegam suficientemente para suprir as necessidades do corpo.
	Ganho de peso
	O ganho de peso é referente ao acúmulo de líquidos.
	Vômito
	
	Ascite
	 A ascite ocorre por causa do aumento da pressão na vasculatura que está congestionada, pois o coração não está bombeando o sangue devidamente. O aumento de pressão faz com que o líquido do sangue escape dos vasos e passe para a cavidade abdominal.
	Hipotensão arterial
	Como o coração não bombeia adequadamente o sangue para as artérias, a pressão nesses vasos fica diminuída. No paciente com ICC uma pressões de 80 x 50 mmHg ou 90x 60 mmHg são consideradas normais. 
	Edema subcutâneo
	O edema ocorre porque há um aumento de pressão nas veias, pois estas estão congestionadas. O aumento de pressão faz com que o líquido do sangue escape dos vasos e passe os tecidos. A gravidade propicia um acúmulo maior de líquido nos membros inferiores (tornozelo).
	AnúriaQuando a capacidade de bombeamento do coração for reduzida mais ainda, o fluxo sanguíneo para os rins torna- muito baixo devido à baixa pressão arterial. A baixa pressão arterial reduz a pressão glomerular de filtração e ativa o sistema Renina – Angiotensina que provoca retenção de Na+ e água que causa retenção de líquidos, aumentando o quadro de edema.
	Cansaço
	 O suprimento de oxigênio do organismo está comprometido, logo a oxigenação dos tecidos não ocorre de forma eficiente. A pessoa com ICC grave se cansa ao realizar atividades simples.
7.Clasificação IC:
Classificação segundo A classificação funcional da NYHA (New York Heart Association):
	Classe I:
	Não há sintomas ou limitações para atividades comuns, rotineiras.
	Classe II:
	Pouca limitação de atividade; o paciente sente-se confortável ao repouso ou com exercício leve.
	Classe III:
	Limitação significativa em todas as atividades; o paciente sente-se confortável somente ao repouso.
	Classe IV:
	Qualquer atividade física produz desconforto; sintomas ocorrem com o paciente em repouso.
8.Diagnóstico:
O diagnóstico inicial pode ser feito pela história clínica.
 Pulso fraco e acelerado, hipotensão arterial, determinadas anomalias nas bulhas cardíacas, aumento do coração, dilatação das veias do pescoço, acúmulo de líquido nos pulmões, aumento do fígado, ganho rápido de peso e acúmulo de líquido no abdome ou nos membros inferiores.
Exames laboratoriais:
Hemograma; 
Glicemia;
Sódio; 
Potássio; 
Creatinina; 
Glicemia;
Exames de imagem: 
Radiografia: Revela aumento do coração e o acúmulo de líquido nos pulmões;
Ecocardiografia: Usa ondas sonoras para gerar uma imagem do coração; (hipertrofia, dilatação, relaxamento diminuído), da fração de ejeção, da contratilidade do VE, além de possibilitar uma estimativa da pressão da artéria pulmonar.
Eletrocardiografia: O qual examina a atividade elétrica do coração.
Outros exames podem ser solicitados de acordo com a suspeita clínica do médico, como por exemplo: provas de função hepática, TSH, sorologia para Doença de Chagas.
9.Tratamento:
Abordagem da IC
I) Abordagem farmacológica: Preencher
	Classe dos fármacos
	Mecanismo de ação
	Exemplos
	Inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensina (IECA)
	Impede conversão de AT1 em AT2, impedindo vasoconstricção, produção de aldosterona e retenção de líquidos.
	
	Antagonistas de receptor da angiotensina II
	Inibem os recptores de AT2, diminuindo vasoconstricção.
	
	Beta-bloqueadores
	Bloqueiam resposta de impulsos simpáticos, diminuindo FC.
	
	Diuréticos
(tiazídicos e diuréticos de alça)
	
	
	Diuréticos
(espironolactona)
	
	
	Digital
	
	
	Vasodilatadores
	
	
	Antagonistas dos canais de cálcio
	
	
	Inotrópicos
	
	
	Anticoagulantes
	
	
II) Tratamento cirúrgico: transplante cardíaco – formas avançadas
10. Cuidados de enfermagem:
Monitorizar a ingesta e a excreta de líquidos a cada 2 horas; 
Manter a posição de Fowler para facilitar a respiração; 
Monitorizar a resposta ao tratamento diurético; 
Avaliar a distensão venosa jugular, edema periférico; 
Administrar dieta hipossódica; 
Promover restrição hídrica. 
Proporcionar conforto ao paciente; dar apoio emocional; 
Manter o paciente em repouso, observando o grau de atividade a que ele poderá se submeter; 
Explicar antecipadamente os esquemas de rotina e as estratégias de tratamento; 
Incentivar e permitir espaços para o cliente exprimir medos e preocupações; 
Apoiar emocionalmente o cliente e familiares; 
Promover ambiente calmo e tranqüilo; 
Estimular e supervisionar a respiração profunda; 
Executar exercícios ativos e passivos com os MMII; 
Pesar o paciente diariamente; 
Realizar balanço hídrico; 
Oferecer dieta leve, fracionada, hipossódica, hipolipídica; 
Anotar alterações no funcionamento intestinal; 
Administrar medicamentos conforme prescrição médica, adotando cuidados especiais; 
Observar o aparecimento de sinais e sintomas de intoxicação medicamentosa; 
Transmitir segurança na execução das atividades; 
→ Cuidados na administração de digitálicos
Verificar pulso e freqüência cardíaca antes de administrar cada dose do medicamento. Caso o pulso esteja inferior a 60bpm, consultar o médico; 
Observar sintomas de toxidade digital: arritmia, anorexia, náuseas, vômito, diarréia, bradicardia, cefaléia, mal-estar e alterações comportamentais; 
→ Cuidados com a administração de diuréticos 
Oferecer o medicamento pela manhã; 
Realizar balanço hídrico; 
Pesar o paciente diariamente; 
Observar sinais de fraqueza, mal estar, câimbras musculares; 
Estimular a ingestão de alimentos ricos em potássio (laranja, limão, tomate), desde que não aja contra-indicação;

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