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Promotoria pode perguntar:
Promotoria pode perguntar: quem comprova que era mesmo Roger Whetmore no rádio? (Resposta dessa argumentação: de forma que nos autos, é descrito que a comunicação foi feita SIM, por Roger Whetmore, e não por outra pessoa).
Promotoria pode perguntar: Pouco antes de realizar o sorteio, o Roger Whetmore quis adiar para uma semana. Claramente Roger Whetmore mostrava não querer mais a ideia do sorteio que havia sido proposta. (Resposta dessa argumentação: dentro da caverna estavam vivendo um estado de natureza e não um estado de direito; tiveram que criar novas regras e novas leis para sobreviverem naquela situação terrível que lá estavam. A ideia de sortear em dados, quem serviria de alimento para os demais, surgiu do Roger Whetmore. Imagine os senhores do júri a mais de 20 dias, se alimentando de sua própria urina, depauperados, em um estado de inanição grave, sua única forma de sobreviver seria concluir o pacto que já haviam selado, todos em comum acordo, somente desse modo poderiam sobreviver. Imagine os senhores em um barco em um mar revolto, o barco começa a inundar e os senhores do júri vão pegar o colete salva vidas e percebem que falta 1 colete e os senhores tem que escolher na sorte quem ficara sem, sabendo que o mar seria impossível sobreviver sem colete estariam os senhores cometendo crime também? Ou o acordo selado anteriormente valeria? Se eu der aos senhores com todo respeito urina aqui agora para os senhores tomarem, os senhores tomariam? Claro que não, agora imaginem em uma situação que seja essa a única forma de se manter vivo o que os senhores fariam para sobreviver?).
Promotoria pode perguntar:
Promotoria pode perguntar:
Promotoria pode perguntar:
Boa noite sra. Juíza; Boa noite Promotor; Boa noite aos nobres Jurados.
Antes de começar a dispor dos motivos, pelos quais eu tenho certeza de que os réus devem ser absolvidos, eu gostaria de lembrar aos senhores jurados, que, de acordo com o artigo 5º inciso 38 de nossa Constituição Federal, que instituiu o tribunal de júri, para que desse ao cidadão julgado, a oportunidade de ser julgado pelos seus semelhantes, caso como esse trazido à baila hoje, nesse tribunal. É indispensável dar ao réu, a condição que lhe seja feita justiça, tanto no aspecto legal, como no aspecto moral. Para que vocês jurados possam julgar, conforme suas convicções e consciência, gostaria de fazer brevemente uma comparação entre os senhores, com um dos homens mais sábios da terra, que era Salomão. Salomão, mantinha uma mão sobre um dos ouvidos e ouvia. E de tanto ele repetir esse ato de tampar o ouvido, chegou um certo tempo que lhe perguntaram ‘’Mas Salomão porque toda vez que chega uma acusação o senhor tampa um dos ouvidos? Salomão disse: Porque eu guardo o outro ouvido para a defensoria’’! E é isso que peço aos senhores hoje: escutem atentamente a todas as alegações, e só ao final tirem suas conclusões.
E mesmo que tivéssemos que seguir a letra fria da lei, poderia invocar aqui nosso Artigo 25º do código penal que prevê a legitima defesa da vida e da honra ou poderíamos invocar o artigo 65º do código penal, inciso III C) alegando que os réus agiram sob violenta emoção, poderíamos alegar que os réus estavam em estado de necessidade extrema, previsto no artigo 24º do código penal. Mas não temos aqui, uma pluralidade de pensamentos e opiniões para que seja feito justiça e não uma vingança como defende a promotoria. No tribunal do júri senhores, quem decide são vocês, é de vocês o veredito para absolver ou condenar os réus.
 Irei elucidar brevemente aos senhores sobre Direito Natural e Direito Positivo 
Direito Natural: O direito natural sempre foi visto como um direito inerente à natureza humana que deve ser respeitado independentemente de sua positivação no ordenamento jurídico interno. O respeito ao direito natural independe de fronteiras territoriais e temporais.
Direito Positivo: O direito positivo é o que estabelece as ações a serem cumpridas, indiferentemente do conhecimento de cada indivíduo, as ações são reguladas através das normas e por este motivo devem ser desempenhadas do modo prescrito na norma. 
Porém nesse conflito de opiniões, temos que analisar o estado especial, que esses homens estavam dentro da caverna, se o nosso ordenamento jurídico fosse previsto, pena capital eu não tenho dúvida que a promotoria estaria nesse momento, pedindo que mandássemos os réus para a forca ou para a cadeira elétrica. Os espeleólogos foram até a caverna para uma finalidade cientifica, sabemos que a espeleologia é muito utilizada por exemplo na parte farmacêutica, e por isso é extremamente importante entender o estado que esses bravos homens estavam dentro da caverna, eles não estavam fazendo um piquenique ou até mesmo promovendo um passeio ecológico. Esses homens foram submetidos a situações sub-humanas, ao passar dos dias foram ficando cada vez mais fracos, tiveram vertigens, náuseas, estavam perdendo o perfeito estado de sanidade mental, a capacidade de raciocínio e discernimento, era reduzida a cada dia que passava naquela caverna, e durante o tempo que estiveram no subterrâneo naquela caverna eles tiveram suspendidos o estado de direito ao qual estado impõe certas condutas e obrigações, e uma vez que suspenso seu estado de direito seus atos não podem ser considerados legais tampouco ilegais. Foi preciso estabelecer ali novas regras de conduta, regras de convivência, de comportamento e foi justamente um desses pactos celebrados no interior da caverna, que trouxe esse caso a esse tribunal. E faço um apelo, aos senhores do júri, que coloquem se nas mesmas condições que esses bravos homens estiveram, e façam justiça de acordo com suas convicções e consciências. Eles são tão vítimas como Roger Whetmore. Eles já pagaram duras penas trancafiados dentro daquela caverna, e não tenho dúvida que se eu ou qualquer um dos senhores se estivéssemos naquela situação faríamos as mesmas coisas pois estaríamos em busca de nossa sobrevivência, e busca, essa, que acabou vitimando Roger Whetmore através de um desses contratos, e nenhum de nós em plena consciência, dentro daquelas condições lembraríamos de recorrer aos diversos artigos, parágrafos, alíneas, incisos, do nosso código penal; Não teríamos condições psicológicas, discernimento e capacidade pra isso. E gostaria de lembrar aos senhores, que as leis de fora da caverna se modificam todos os dias, eles estavam sui generis ali a qualquer ordenamento jurídico. Gostaria de chamar a atenção dos senhores a uma recente pesquisa de opinião pública, amplamente divulgada na mídia onde 90% da sociedade, sociedade essa que os senhores do júri fazem parte, 90% dos entrevistados absolveram esses réus. Os outros 10%, 3% não quiseram opinar e apenas 7% optaram na condenação desses réus. De maneira alguma estou usando essa pesquisa para aferir a popularidade desses senhores, estamos citando esse caso para entendermos que a sociedade da qual os senhores fazem parte já se encarregou de absolver esses homens. E pactos são celebrados todos os dias, historicamente Dom Pedro I as margens do Ipiranga quando proclamou a Independência do Brasil foi através de um pacto, entre comandantes, comandados e sociedade pacto que teve validade legal, tanta validade quanto a lei positiva escrita, e se o pacto não fosse aceito ainda seriamos colônia de Portugal. Outro pacto mais recente foi na década de 80 conhecida como diretas já, que precisávamos eleger uma constituinte, uma câmara de deputados, para que fosse elaborado a constituição, e a população foi as urnas e escolheu da melhor forma os deputados para elaborar a constituição.
Alegações finais:
As considerações finais para minhas alegações, são, todas com embasamentos legais. Nosso código deixa claro as alegações de defesa e claramente que a promotoria está acusando de forma leviana e infundada esses grandes heróis.
Estando os réus impossibilitados contato com o mundo exterior estariam eles ainda em estado natural,sendo assim o pacto e as regras dentro da caverna eram a única forma de se organizarem e sobreviverem.
Pelo presente artigo. 23 CP- Não há crime quando o agente pratica o fato; Inciso I – em estado de necessidade,
Como sobreviveram 20 dias presos na caverna sem, ou com muito pouco alimento? Pois sabemos que, no 20º dia, foi descoberto o rádio transmissor, e Roger Whetmore fez comunicação com o mundo exterior. E quando foram resgatados, as equipes descobriram que Roger Whetmore foi morto no 23º dia. Com isso comprova que logo após a comunicação com o mundo exterior deram continuidade no pacto, e a ausência de informações das autoridades contribuiu com o acontecido pois eles não tinham o conhecimento adequado.
Os fatos apresentados na denúncia do Ministério Público não esclarecem sobre a autoria, se individual ou coletiva. Nem em que condições se deu a morte. Portanto, existem lacunas na denúncia do Ministério Público que podem ensejar uma injustiça com os acusados. O não esclarecimento é evidente. Por outro ângulo, poderia se considerar que quem deu causa a morte de Roger foi ele próprio? E a o pacto sugerido por ele e acatado pelo grupo. Com isso poderia eles serem acusados de um crime que não cometeram?
No momento da comunicação com o mundo exterior, quando foi perguntado, se eles comecem carne humana, se eles sobreviveriam, a resposta foi afirmativa. Porém, por que não foi informado que no lugar de cometerem um crime, eles poderiam fazer caso de muita necessidade automutilação? Mas os deixaram cometer um crime; já que estariam buscando um meio de se manter mais tempo vivos, e a falta de uma resposta a todos lá fora, não teria o estado cometido crime de prevaricação? Artigo 319º CP, uma vez que tiveram a oportunidade de se pronunciar e se omitiram? E o Estado mandando um resgate sabendo dos riscos, não cometeram crime de Negligência? Artigo 18º inciso 2º CP pela morte dos 10 resgatastes? E pela omissão dos médicos que lá estavam presentes e poderia falar sobre automutilação caso fosse necessário para sobreviver, mas a omissão de socorro ocorreu. Artigo 135º do código penal.
Artigo 107 CP – Extingue-se a punibilidade: II- Pela anistia, graça ou indulto – Pelo indulto se fossem totalmente perdoados; ou parcial, se a pena fosse comutada, porém essa atribuição seria exclusiva do Presidente da República.
E caso algum dos senhores jurados, tenham dúvida, de todo o processo apresentado, invoco a lei maior o Artigo 386 CPP – In dubio pro reo.
Violência gera violência, os fracos jugam e condenam, porém, os fortes perdoam e compreendem.
Mahatma Gandhi

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