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Filosofia da Educação

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Filosofia da Educação
Prof. Gutemberg Carvalho
gutembergcv@hotmail.com
A filosofia da educação é o campo da filosofia que se ocupa da reflexão sobre os processos educativos, os sistemas educativos, a sistematização de métodos didáticos, entre outros temas relacionados com a pedagogia. O seu escopo principal é a compreensão das relações entre o fenômeno educativo e o funcionamento da sociedade, e vários pensadores dele se ocuparam.
Uma das grandes questões da filosofia da educação é a dicotomia entre a educação como transmissão do conhecimento versus a educação crítica, como um incentivo à habilidade questionadora por parte do aluno. Como se conhece e o que significa conhecer também são questões abordadas e problematizadas pela filosofia da educação.
Os principais objetos de estudo dessa área da filosofia são as práticas educacionais e as teorias pedagógicas. Essa filosofia procura organizar as ideias sobre aprendizagem e debater como o potencial dos alunos pode ser ampliado e impulsionado. Também está dentro do âmbito desse saber filosófico discutir o papel dos educadores em sala de aula, na escola e na sociedade. As tarefas mais importantes da filosofia da educação são, portanto, a análise e a formulação exata do que significam os conceitos “educação” e “pedagogia”.
Educação é o processo pelo qual um indivíduo transmite para outros o conhecimento e as habilidades necessárias para a vida adulta. Além de ser natural aos seres humanos, aprender é um ato social e participativo. Educar significa levar inspiração para as cabeças das pessoas, não apenas preencher o cérebro com a memorização de equações, fatos e datas. 
Pedagogia, por sua vez, é o conjunto de teorias, princípios e métodos voltados para a educação e o ensino. É ela que fornece as ferramentas àqueles que buscam inspirar pessoas. Professores são profissionais importantíssimos para qualquer país que pretenda ter uma sociedade justa.
Dessa forma, a filosofia da educação é um campo do saber que preza pela reflexão rigorosa a respeito do pensamento pedagógico e do ensino formal, ou seja, aquele que já está sistematizado. Em razão disso, essa área do conhecimento não trata do processo de ensino que ocorre no dia a dia, mas daquele que é feito dentro das escolas ou de espaços voltados para o ensino. 
Segundo Aranha (2006), a teoria do conhecimento é chamada de epistemologia e investiga as relações entre o sujeito cognoscente e o objeto. A epistemologia, por ter adquirido um caráter mais crítico e específico sobre o estudo do conhecimento científico, é também denominada de Filosofia das Ciências. 
“Não é nem pode ser a prática educacional que estabelece os seus fins. Quem o faz é a reflexão filosófica sobre a educação dentro de uma dada sociedade.” (Luckesi, 1994, p. 31). As relações entre Educação e Filosofia são indissociáveis, pois a educação é uma prática que se caracteriza por uma preocupação, uma finalidade a ser atingida, enquanto a Filosofia é a reflexão sobre os fundamentos, pressupostos e conceitos que orientam a educação.
Saviani, em seu trabalho “Educação: do senso comum à consciência filosófica" apresenta o conceito de filosofia da educação, como: “Filosofia da educação é uma reflexão (radical, rigoroso e de conjunto) sobre os problemas que a realidade educacional apresenta.”
CONTEXTO HISTÓRICO NIETZSCHE
Nietzsche nasceu em 1844 em Röcken (Prusia). Filho e neto de pastor protestante, estudou filosofia e teología. Desde jovem foi um entusiasta da filosofia deSchopenhauer e da música de Wagner. Aos 25 anos foi catedrático de filosofia clássica de Basilea. Neste período de tempo, Prusia reforça-se como potência hegemónica contra França, e se produz a unificação da Alemanha. 
No S.XIX estende-se por Europa a revolução industrial e as revoluções liberais-burguesas iniciando-se o movimento operário, no que teve um papel destacado KarlMarx. Nesses momentos Alemanha era um dos países mais industrializados da Europa devido a seu preponderancia sociopolítica e também graças a seus relacionamentos com Inglaterra. Nietzsche foi contrário ao racionalismo do Estado que influiu sobretudo no nihilismo.
“A Filosofia a golpes de martelo” é o subtítulo que Nietzsche dá à sua obra Crepúsculo dos ídolos. Tais golpes são dirigidos, em particular, ao(s) conceitos de razão e moralidade preponderantes nas doutrinas filosóficas dos vários pensadores que o antecederam e seus compatriotas e/ou contemporâneos Kant, Hegel e Schopenhauer.
Na filosofia de Friedrich Nietzsche, é fundamental entender a crítica que ele faz à metafísica. Nesse sentido, afirmamos que essa crítica é a inauguração de uma nova forma de pensar sem metafísica através do método genealógico. 
Nietzsche identificou os deuses gregos Apolo e Dionísio, respectivamente, como razão e desordem: dimensões complementares da realidade. 
Michel Foucault contexto histórico
Paul-Michel Foucault, filho do cirurgião Paul Foucault e de Anna Malapert, nasceu em Poitiers, no dia 15 de outubro de 1926. Embora pertencesse a uma tradicional família de médicos, Michel caminhou em outra direção. Na sua educação escolar encontrou todas as influências necessárias para guiá-lo no caminho da filosofia. Seu primeiro mentor foi o Padre De Montsabert, do qual herdou seu gosto pela história. Além disso, era um autodidata e adorava ler.
Foucault viveu o contexto da Segunda Guerra Mundial, o que estimulava ainda mais seu interesse pelas Ciências Humanas. Mesmo contrariando os desejos paternos de que seguisse a Medicina, suas condições sócio-financeiras lhe permitiam seguir com seus estudos.
Em 1945, com o fim da Guerra, Michel passa a morar em Paris e, neste mesmo ano, tenta pela primeira vez entrar na Escola Normal Superior, mas é reprovado. Vai estudar então no Liceu, onde tem aulas com o famoso filósofo hegelianista Jean Hyppolite.
No ano seguinte ele consegue finalmente ingressar na Escola Normal Superior da França, e aí tem aulas com Maurice Merleau-Ponty. Foucault realiza sua graduação em Filosofia na Sorbonne, em 1949 obtém o diploma de Psicologia e coroa seus estudos filosóficos com uma tese sobre Hegel, orientado por Jean Hyppolite. Foucault foi sempre mentalmente inquieto, curioso e angustiado diante da existência, o que o levou a tentar o suicídio várias vezes. Politicamente ele tentou se enquadrar no Partido Comunista Francês, mas essa filiação durou pouco tempo, porque não suportou suas ingerências na vida pessoal.
A princípio Foucault seguiu uma linha estruturalista, mas em obras como “Vigiar e Punir” e “A História da Sexualidade”, ele é concebido como um pós-estruturalista. A questão do ‘poder’ é amplamente discutida pelo filósofo, mas não no seu sentido tradicional, inserido na esfera estatal ou institucional, o que tornaria a concepção marxista de conquista do poder uma mera utopia. Segundo ele, este conceito está entranhado em todas as instâncias da vida e em cada pessoa, ninguém está a salvo dele. Assim, Michel considera o poder como algo não só repressor, mas também criador de verdades e de saberes, e onipresente no sujeito.
Ele estuda o que de mais íntimo existe em cada cultura ou estrutura, investigando a loucura, o ponto de vista da Medicina, em “Nascimento da Clínica”, a essência das Ciências Humanas, no livro “As Palavras e as Coisas”, os mecanismos do saber em “A Arqueologia do Saber”. Na sua produção acadêmica ele investiu contra a psiquiatria e a psicanálise tradicionais. Além da sua obra conhecida, muitos cursos e entrevistas do autor contribuem para uma melhor compreensão de sua forma de pensar. No mês de junho de 1984, o filósofo foi vítima de um agravamento da AIDS, que provocou em seu organismo uma septicemia.
Foucault entende o poder não como um objeto natural, mas uma prática social expressa por um conjunto de relações. Temos que pensar o poder não como uma "coisa" que uns tem e outros não, como, por exemplo, o pai e o filho, o rei e seus súditos, o presidente e seus governados, etc., mas como uma relação que se exerce, que opera entre os pares: o filho que negocia
com o pai, os súditos que reivindicam ao rei, os governados que usam dispositivos legais para fiscalizar o presidente, etc.
Em nossa sociedade ocidental, o discurso que rege o que se tem por verdadeiro, que define a rede de conhecimentos válidos (ou não válidos), é o científico. Nossa “verdade” está centrada nele e nas instituições que o produzem. Instituições essas igualmente não isentas de interesses. São conhecimentos e verdades guiados em seu processo de produção por crenças, costumes e interesses. Usados permanentemente pela produção econômica e pelo poder político e difundidos pelas instâncias educativas e informativas da sociedade, de forma, até certa instância, controlada por grandes aparelhos políticos e econômicos, tais como: universidades, mídia, escrita, exército. 
Para explicar o acima descrito, Foucault menciona, em sua obra, a existência de jogos de verdade.
Uma manifestação externa desses poderes que Foucault analisa diz respeito aos seus efeitos sobre nossos corpos, que ele chama de poder disciplinar e que caracterizou determinadas sociedades no século 20.
Foucault argumenta que nenhum poder que fosse somente repressor poderia se sustentar por muito tempo, porque uma hora as pessoas iriam se rebelar. Portanto, seu segredo é que, ao mesmo tempo em que reprime, gera conhecimento e corpos produtivos para o trabalho.
Era comum, e ainda é nos dias atuais, encontrarmos pátios escolares em que se formam filas com crianças para entrar nas salas de aula. Depois, na sala de aula, era preciso que as crianças controlassem suas vontades corporais (fome, vontade de fazer xixi, etc.) até que tocasse o sinal. Este é um exemplo da domesticação de corpos de que fala o filósofo.
Mais tarde, na Igreja, no Exército e nas fábricas, esse indivíduo viveria a mesma rotina de adestramento corporal. O objetivo? Segundo Foucault, maximizar a utilidade econômica de nossos corpos, para o trabalho, e diminuir a força política e criativa, de contestação, que temos também, criaturas cheias de desejos que somos.
Afinal de contas, imagine o que seria de uma sociedade, livre de mecanismos de poder, em que quiséssemos trabalhar ou estudar na hora em que desse na telha e resolvêssemos passar a maior parte do nosso tempo namorando, jogando futebol ou simplesmente não fazendo nada? E, para dar o exemplo para aqueles que são considerados corpos improdutivos para a sociedade, diz Foucault, foram criados asilos para os loucos e prisões para os ladrões. Desse encarceramento surgem áreas de conhecimento como a psiquiatria e a criminologia.
O ponto em que a teoria de poder de Foucault converge com o pós-modernismo é que, da mesma maneira que lidamos com o fim das visões totalizantes de mundo, o poder também se pulveriza em micropoderes. E, consequentemente, a resistência aos poderes passa a ser local, em ações cada vez mais regionalizadas.
Não adianta investir contra o Estado, achando que ele é a causa de todos os males. Ele é apenas uma das representações desse poder que se exerce em uma série de mecanismos, que reproduzimos todos os dias sem ao menos nos darmos conta disso. Por exemplo, quando tratamos com autoritarismo nossos filhos, namoradas ou pais.

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