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Proteção Internacional dos Direitos Humanos

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MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 4 
PROF: RICARDO GOMES 
 
Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 1 
 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO (AFT) 
Prezados Alunos! 
Na aula de hoje iremos iniciar os estudos sobre a proteção 
internacional dos direitos humanos. Como é uma iniciação, iremos 
aprofundar, posteriormente, vários dos temas abordados nesta aula. 
Por isso, é importantíssimo que estejamos atentos para 
neste momento construirmos os alicerces que ajudarão a consolidar o 
conhecimento sobre o tema. 
Bons estudos! 
Ricardo Gomes 
 
 
 
 
 
 
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DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 4 
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QUADRO SINÓPTICO DA AULA: 
 
• 9 Globalização e direitos humanos 
• 10 A proteção internacional dos direitos humanos 
• 11 Fundamentos dos direitos humanos. 
• 12 Características dos direitos humanos no direito 
internacional. 
• 13 Interpretação e aplicação dos tratados internacionais 
de proteção aos direitos humanos. (tópico a ser abordado 
na aula 5) 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 4 
PROF: RICARDO GOMES 
 
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9. Globalização e direitos humanos. 
 
A globalização ou a internacionalização dos direitos humanos está 
diretamente ligada ao fenômeno da globalização econômica. Ela exige a 
flexibilização do conceito de soberania. Não é possível falar ou escrever sobre 
a globalização dos direitos humanos pensando em uma soberania absoluta dos 
Estados. 
A globalização possibilitou a integração do Estado na ordem 
econômica e social mundial. Essa realidade é uma inclusão forçada, pois os 
Estados são pressionados a se inserir na economia e no mercado mundial. 
Nesse contexto, é possível constatar que a houve uma 
desterritorialização provocada pela globalização. Isto significa que os territórios 
nacionais começam a serem situados em um plano secundário em favor de 
uma nova ordem internacional que vem sendo construída pelas instituições 
transnacionais. 
Como consequência do parágrafo anterior, a globalização pode ser 
entendida de duas maneiras: 
• Projeto econômico hegemônico, unilateral e uniformisante; 
• Projeto civilizatório que propõe padrões compartilhados do 
justo. 
Enquanto a primeira maneira pretende impor uma dominação 
universalista por uma agenda pautada pelo mercado, a segunda maneira de 
encarar a globalização defende uma postura universalista em relação ao 
compartilhamento dos valores democráticos e cidadãos. 
Assim, como aconteceu com a economia, a nova ordem 
internacional surgida com o fim da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Fria, 
proporcionou o fortalecimento das instituições internacionais de caráter 
multilateral, exemplo a Organização das Nações Unidas (ONU) entre outros 
organismos e instituições. 
O surgimento de instituições internacionais como a ONU e o 
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Tribunal Penal Internacional (TPI), a adoção de documentos como a Declaração 
Universal dos Direitos do Homem, os Pactos de Direitos e outras convenções 
internacionais, formam uma nova realidade que repercute direta na 
globalização da noção de direitos humanos. 
O fundamento para a adoção das normas jurídicas internacionais 
que visam tutelar os direitos humanos é o princípio da dignidade da pessoa 
humana, segundo o qual os indivíduos possuem um VALOR PRÓPRIO. 
Todavia, uma dúvida surge. A idéia de dignidade da pessoa humana é uma 
noção universalizada ou específica de uma cultura ou civilização? 
Essa dúvida vem sendo objeto de bastante discussão no cenário 
internacional em face de duas concepções ideológicas principais: 
� Universalismo 
� Relativismo 
O universalismo defende que a proteção dos direitos humanos 
não deve ficar limitada ao âmbito interno da soberania dos Estados, mas deve 
ser uma realidade jurídica compartilhada em nível internacional, ou seja, os 
direitos humanos devem ser protegidos em todo o Planeta, de forma absoluta 
e padronizada. 
O relativismo dos Direitos Humanos se ampara no fato de que 
cada cultura, com suas crenças e princípios, valoriza e conceitua de forma 
diferente o que seriam os Direitos Humanos. Assim, aquilo que seria 
fundamental para a cultura X poderia não ser para a cultura Y e vice-versa. 
Um exemplo disso seria a dignidade humana, que pode ter significados 
diferentes quando comparamos as culturas X e Y. 
UNIVERSALISMO = concepção uniforme dos direitos humanos 
RELATIVISMO = concepção distinta dos direitos humanos de 
acordo com cada cultura. 
 
Observa-se, diante dessas concepções que a globalização dos 
direitos humanos tanto pode promover a dominação do homem pelo homem, o 
esgotamento da diferença e a uniformização cultural, como aproximar os 
homens e as culturas entre si ao estabelecer um padrão de respeito em face 
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da dignidade da pessoa humana. 
Sobre o embate entre o universalismo e o relativismo cultural, 
iremos aprofundar oportunamente na aula 6. 
 
A adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 
1948 contribuiu para esse debate envolvendo a internacionalização dos 
direitos humanos não somente por meio da inclusão voluntária de normas 
jurídicas na legislação dos Estados, como também pela adoção dos 
mecanismos visando proteger internacionalmente os direitos humanos em caso 
de violações pelas próprias autoridades estatais. 
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10. A proteção internacional dos direitos humanos 
 
A proteção internacional dos direitos humanos envolve todo o 
conjunto formados pelas normas jurídicas e sistemas institucionais voltados 
para o resguardo da dignidade do ser humano. 
Dessa forma, podemos observar que esse tema exige o 
conhecimento de dois elementos: 
• Sistemas institucionais de proteção dos direitos humanos 
o Global 
o Regionais 
• Normas jurídicas 
Os sistemas institucionais de proteção dos direitos humanos 
compreendem o conjunto coordenado de organismos internacionais voltados 
para essa tutela. 
O Sistema Global se refere ao conjunto que está centrado na figura 
da Organização das Nações Unidas (ONU) ou em organismos similares (ex. o 
TPI). 
Já os sistemas regionais são aqueles que envolvem a articulação 
entre Estados de um determinado continente ou região geopolítica (ex. o 
Sistema Interamericano de Direitos Humanos, o Sistema Europeu de Direitos 
Humanos, o Sistema Africano de Direitos Humanos, etc.) 
Os principais organismos internacionais que interferem na temática 
da globalização e direitos humanos são: 
� Organização das Nações Unidas (ONU), órgãos principais: 
- Assembléia Geral: 
 � Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados 
(ACNUR) 
- Conselho de Segurança: 
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 � Conselho de Direitos Humanos 
- Conselho Econômico e Social 
- Secretariado 
 � Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos 
Humanos 
- Corte Internacional de Justiça 
� Tribunal Penal Internacional (TPI) 
Observação! Iremos aprofundar os órgãos que compõem o 
sistema global de proteção dos direitos humanos na aula 6. 
 
Todavia, é interessante abordarmos um desses órgãos para que o 
candidato vá se familiarizando com esse sistema internacional. Assim, iremos 
ver um pouco sobre o TPI. 
O Tribunal Penal Internacional foi concebido com o fim de 
evitar o casuísmo e dúvidas quanto a legitimidade dos tribunais internacionais 
específicos (tribunais de exceção ou tribunais ad hoc) para o julgamento de 
delitos tão graves que eram considerados como crimes contra a 
humanidade, exemplos: o Tribunal de Nuremberg, que julgou as autoridades 
nazistas logo após o fim da Segunda Guerra Mundial; o Tribunal Criminal 
Internacional para Ruanda que julgou o genocídio ocorrido naquele país e o 
Tribunal Criminal Internacional para a Antiga Iugoslávia que julgou os crimes 
de guerra ocorridos durante a Guerra da Bósnia, estes dois últimos na década 
de 1990. 
O TPI foi instituído por meio de um tratado internacional chamado 
Estatuto de Roma que entrou em vigor em 2002. Um Estado para ser 
submetido à jurisdição do TPI precisa fazer parte do Estatuto de Roma. 
Todavia, deve ser recordado que o TPI se orienta pelo princípio da 
subsidiariedade, isto significa que o TPI somente pode agir, caso o Estado: 
� Não queira julgar os crimes; ou 
� Não tenha condições de fazer esse julgamento. 
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Os processos do TPI buscam responsabilizar indivíduos e não 
Estados, e, também contemplam quatro tipos de delitos: 
� Genocídios 
� Crimes de guerra 
� Crimes contra a humanidade 
� Crimes de agressão 
Os crimes de competência do TPI não prescrevem, ou seja, pode 
haver a responsabilização dos criminosos em qualquer época. O Estatuto de 
Roma proíbe que a pena de morte como modalidade de sanção pelo TPI, 
apesar de permitir a prisão perpétua. 
 
O TPI é um órgão judicial de abrangência internacional, 
instituído pelo Estatuto de Roma, que, em vigor desde 2002, 
responsabiliza criminalmente pessoas e não Estados em 
relação a quatro tipos de crimes: 
- Genocídios 
- Crimes de guerra 
- Crimes contra a humanidade 
- Crimes de agressão 
 
O Brasil faz parte do Estatuto de Roma tendo, inclusive, incluído na 
Constituição de 1988, por meio da Emenda nº 45/2004, um dispositivo (o § 
4º, do art. 5º) reafirmando o compromisso do Brasil com a instituição do TPI, 
conforme se observa a seguir: 
 
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal 
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
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Essas instituições vêm contribuindo para a internacionalização do 
conceito de direitos humanos de maneira a estimular que os Estados 
recepcionem em seus ordenamentos jurídicos internos, ou seja, na legislação 
de cada país, normas protegendo os direitos humanos. 
As normas jurídicas são os diversos tratados internacionais 
celebrados pelos Estados que têm como objeto a proteção do ser humano 
diante de eventuais agressões à sua dignidade, além dos valores mais 
essenciais à sua existência. 
Dentre as diversas normas jurídicas, destacam-se: 
• Declaração Universal de Direitos Humanos (1948) 
• Convenções de Genebra (1949) 
• Convenção das Nações Unidas sobre o estatuto dos 
refugiados (1951) 
• Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as 
formas de Discriminação Racial (1965) 
• Pacto dos Direitos Civis e Políticos (1966) 
• Pacto dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966) 
• Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as 
formas de Discriminação contra a Mulher (1979) 
• Convenção sobre a Tortura e outros Tratamentos ou Penas 
Cruéis, Desumanas ou Degradantes (1984) 
• Convenção sobre os Direitos da Criança (1989) 
• Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de 
Todos os Trabalhadores Migrantes e Membros de suas 
Famílias. (1990) – o Brasil ainda não ratificou. 
 
Observação! Quase todas as normas acima listadas já foram 
ratificadas pelo Brasil, sendo que a EXCEÇÃO se encontra na Convenção sobre 
proteção dos trabalhadores migrantes e membros de suas famílias. 
 
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Os direitos humanos não são tutelados de forma homogênea, pois 
existem especificidades da proteção dos direitos humanos envolvendo grupos 
vulneráveis em virtude de situações críticas (guerras, desastres naturais, 
perseguições em seus países de origem), de maneira que se faz necessário a 
existência de mecanismos específicos para a proteção dos direitos humanos 
nessas situações particulares. 
A partir daí surge a idéia das três vertentes que compõem a 
proteção internacional dos direitos humanos: 
� Direito internacional humanitário 
� Direito internacional dos refugiados 
� Direito internacional dos direitos humanos 
 
Essas vertentes apesar de possuírem pontos em comum, de 
maneira a integrarem o sistema de proteção dos direitos humanos, cada uma 
delas possuem um regime jurídico próprio, ou seja, um conjunto de regras e 
princípios específicos para o alcance de seus fins. 
Na aula 5 aprofundaremos sobre cada uma dessas vertentes da 
tutela internacional dos direitos humanos. 
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11. Os fundamentos dos direitos humanos. 
 
No contexto dos direitos humanos, a palavra “FUNDAMENTO” se 
refere principalmente à razão de ser desses direitos, ou seja, o que justifica 
ou motiva a sua existência ou importância. 
Logo, conhecer o fundamento dos direitos humanos possibilita que 
se conheça o motivo pelo qual todas as pessoas, sem distinção de qualquer 
forma, são titulares do mesmo rol de direitos. 
Os fundamentos dos direitos humanos não são absolutos, eles 
variam de acordo com o contexto histórico. Assim, se no passado aquilo que 
hoje concebemos como direitos humanos tinha fundamento na religião, e 
posteriormente, na natureza humana, hoje, isto não é mais uma realidade, 
pois, com o fim da Segunda Guerra Mundial, o panorama inaugurado pela ONU 
e seus instrumentos normativos passaram a reconhecer na DIGNIDADE DA 
PESSOA HUMANA o fundamento dos direitos humanos, de acordo com a 
doutrina majoritária. 
Identificamos a seguinte evolução das diferentes formas de 
justificação (fundamentos) dos direitos humanos: 
 
O fato desse entendimento ser o majoritário, não significa que haja 
unanimidade em relação a isso. Alguns pensadores, como Norberto Bobbio, 
negam que o mais importante em relação aos direitos humanos seja a busca 
de seus fundamentos, de maneira que o mais importante estaria no estudo de 
sua efetivação. 
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Nesse sentido, afirma Norberto Bobbio que: 
“o problema grave do nosso tempo, com relação aos 
direitos humanos, não é mais o de fundamentá-los e sim o 
de protegê-los” 
Todavia, a concepção de Norberto Bobbio é minoritária, sendo 
válida, principalmente na hipótese de uma questão discursiva, quando o 
candidato poderá discorrer mencionando essa questão. 
Na contemporaneidade, os pensadores e juristas que buscam 
estudar o fundamento dos direitos humanos se dividem em cinco teorias: 
• Negacionismo 
• Jusnaturalismo 
• Positivismo 
• Moralismo 
• Dignidade da pessoa humana (majoritária) 
A teoria negacionista sustenta que é impossível ou perigoso 
buscar fundamentar os direitos humanos, pois estar-se-ia legitimando algo que 
é indefinido, variável e heterogêneo, além de ser extremamente passível de se 
deixar levar por juízos morais. O principal pensador que seria adepta dessa 
corrente é Norberto Bobbio. 
A teoria jusnaturalista fundamenta os direitos humanos em uma 
ordem superior, universal, imutável e inderrogável. A depender do tipo de 
jusnaturalismo envolvido, as explicações poderão estar na vontade divina 
(divina providência) ou na natureza humana. 
A teoria positivista fundamenta os direitos humanos em uma 
ordem jurídica posta pelo Estado, pelo que só seriam reconhecidos como 
direitos humanos, aqueles que estivessem expressamente previstos na norma 
de direito positivo (a legislação). 
A teoria moralista, defendida por Chaim Perelman e Ronald 
Dworkin, considera que os direitos humanos estão fundamentados na 
consciência moral de um determinado povo, quer dizer, na consciência moral 
concebida de forma coletiva por certo povo, no convívio e na experiência do 
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convívio no seio social 
Porém, na atualidade, encontra-se difundida, principalmente entre 
os organismos internacionais, a idéia de que os direitos humanos se encontram 
fundamentados no reconhecimento da dignidade inerente, ou seja, intrínseca, 
a todos os membros da espécie humana, entendidos como iguais em sua 
essência e valor, independentemente de quaisquer diferenças de origem, etnia, 
condição física, espiritual ou intelectual. Para esta corrente, a dignidade da 
pessoa humana é o fundamento basilar dos direitos humanos. 
Dessa maneira, podemos sintetizar as principais teorias que 
buscam explicar o fundamento dos direitos humanos: 
• Negacionismo 
• Jusnaturalismo 
• Positivismo 
• Moralismo 
• Dignidade da pessoa humana (majoritária) 
 
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12. Características dos direitos humanos no direito 
internacional. 
 
Chamamos de característica aquilo que é a qualidade distintiva 
fundamental de determinada coisa. Os direitos humanos possuem 
característica que expressam algumas qualidades distintivas desses direitos em 
comparação com outros. 
 No contexto do direito internacional, os direitos humanos possuem 
as seguintes características: 
• Universalidade 
• Indivisibilidade 
• Interdependência 
• Interrelacionaridade 
• Imprescritibilidade 
• Individualidade 
• Complementaridade 
• Inviolabilidade 
• Indisponibilidade 
• Inalienabilidade 
• Historicidade 
• Irrenunciabilidade 
• Vedação do retrocesso 
• Inerência 
• Inesgotabilidade ou inexauribilidade 
 
A universidade significa que os direitos humanos alcançam a todos 
os seres humanos, indistintamente, independente de sua raça, sexo, cor, 
nacionalidade, credo ou convicção. Todo e qualquer ser humano é sujeito ativo 
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desses direitos, podendo pleiteá-lo em qualquer foro nacional ou internacional 
(parágrafo 5º da Declaração e Programa de Ação de Viena de 1993). 
A indivisibilidade significa que os direitos humanos não podem ser 
analisados separadamente (ISOLADAMENTE). Compõem um único conjunto 
de direitos (parágrafo 5º da Declaração e Programa de Ação de Viena de 
1993). 
A interdependência significa que os direitos humanos estão 
vinculados uns aos outros (parágrafo 5º da Declaração e Programa de Ação 
de Viena de 1993). 
A interrelacionaridade significa que os direitos humanos e os 
sistemas de proteção se inter-relacionam, possibilitando às pessoas 
escolherem entre o mecanismo de proteção global ou regional, pois não há 
hierarquia entre eles (parágrafo 5º da Declaração e Programa de Ação de 
Viena de 1993). 
A imprescritibilidade significa que os direitos humanos não se 
perdem com o passar do tempo, com o decurso de prazo. Os direitos humanos 
não sofrem alterações com o decurso do tempo, pois têm caráter eterno. 
São anteriores, concomitantes e posteriores aos indivíduos. 
A individualidade significa que os direitos humanos podem ser 
exercidos por apenas um indivíduo. 
A complementaridade significa que os direitos humanos devem ser 
interpretados em conjunto, não havendo hierarquia entre eles. 
A inviolabilidade significa que os direitos humanos não podem ser 
violados por leis infraconstitucionais, nem por ato de autoridade do Poder 
Público, sob pena de responsabilidade civil, penal e administrativa. Esses 
direitos não podem ser descumpridos ou violados por nenhuma pessoa 
ou autoridade. 
A indisponibilidade significa que o indivíduo titular de direitos 
humanos não pode dispor desses direitos (abrir mão, renunciar). 
A inalienabilidade significa que os direitos humanos não podem 
ser vendidos, transferidos ou, de qualquer forma, negociados. Ou seja, 
não existe possibilidade de transferência, a qualquer título (seja a título 
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gratuito ou oneroso), desses direitos. Nesse sentido, não podem ser objeto de 
comércio. 
A historicidade significa que os direitos humanos apresentam 
natureza histórica, advindo do Cristianismo, superando diversas revoluções até 
chegarem aos dias atuais. Estão vinculados ao desenvolvimento histórico e 
cultural do ser humano. 
A irrenunciabilidade significa que o titular dos direitos humanos não 
pode renúnciá-los, pois ninguém pode abrir mão da própria natureza. Não se 
pode renunciar aos direitos humanos. Eles são inerentes à pessoa 
humana. Ressalte-se que essa é uma discussão que gera muita controvérsia. 
Exemplos: Eutanásia e aborto. 
A vedação do retrocesso significa que o Estado não pode proteger 
menos do que já protege. Uma vez estabelecidos os direitos humanos, 
não se admite o retrocesso visando a sua limitação ou diminuição (art. 
4º, parágrafo 3º, da Convenção Americana sobre Direitos Humanos – não se 
pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam abolido). 
A inerência significa que os direitos humanos são inerentes ou 
inatos (naturalmente ligados) aos seres humanos. 
A inesgotabilidade ou inexauribilidade significa que os direitos 
humanos são inesgotáveis no sentido de que podem ser expandidos, ampliados 
e a qualquer tempo podem surgir novos direitos (vide art. 5º, parágrafo 2º, da 
C.F.). Nesse sentido, não constituem um rol fechado ou limitado, podendo 
ser ampliadosde acordo com a evolução histórica da sociedade. 
 
13. Interpretação e aplicação dos tratados 
internacionais de proteção aos direitos humanos. 
Caro candidato, visando um melhor aproveitamento dos estudos 
para o concurso, a temática da interpretação e aplicação dos tratados 
internacionais de proteção aos direitos humanos será abordado na aula 5 
quando nós iremos estudar a Constituição Brasileira e os tratados 
internacionais de direitos humanos, tendo o presente tópico como uma 
premissa para a compreensão do tema. 
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EXERCÍCIOS COMENTADOS 
 
QUESTÃO 57 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, relativo ao tema Globalização e Direitos Humanos, 
marcando C (certo) ou E (errado): 
Os crimes de competência do Tribunal Penal Internacional prescrevem com 
o decurso do tempo. 
 
COMENTÁRIOS: 
É o contrário. Os crimes de competência do TPI não 
prescrevem, conforme dispõe o Estatuto de Roma. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 58 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Considere a afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): 
O universalismo defende que a proteção dos direitos humanos se ampara no 
fato de que cada cultura, com suas crenças e princípios, valoriza e conceitua 
de forma diferente o que seriam os Direitos Humanos. 
 
COMENTÁRIOS: 
O universalismo defende que a proteção dos direitos humanos 
não deve ficar limitada ao âmbito interno da soberania dos Estados, mas 
deve ser uma realidade jurídica compartilhada em nível internacional, ou 
seja, os direitos humanos devem ser protegidos em todo o Planeta, de 
forma absoluta e padronizada. Dessa forma, a soberania é relativizada. 
O relativismo dos Direitos Humanos se ampara no fato de que 
cada cultura, com suas crenças e princípios, valoriza e conceitua de forma 
diferente o que seriam os Direitos Humanos. Assim, aquilo que seria 
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18 
fundamental para a cultura X poderia não ser para a cultura Y e vice-versa. 
Um exemplo disso seria a dignidade humana, que pode ter significados 
diferentes quando comparamos as culturas X e Y. 
UNIVERSALISMO = concepção uniforme dos direitos humanos 
RELATIVISMO = concepção distinta dos direitos humanos de 
acordo com cada cultura. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 59 (SENADO - Advogado – 2008 - Adaptada): Julgue o item 
a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
O Tribunal Penal Internacional é jurisdição recepcionada pela Constituição 
Brasileira, a despeito de seu art. 5º, inciso XXXVIII, que não admite juízo ou 
tribunal de exceção. 
 
COMENTÁRIOS: 
A despeito do art. 5º, inciso XXXVIII, da Constituição de 1988, 
prever essa norma contida no enunciado da questão, o mesmo é falso, pois 
o TPI se encontra previsto expressamente no art. 5º, § 4º, da mesma 
Constituição de 1988. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 60 (FCC – DPE/AM - Defensor Público - 2007): Dos tratados 
do sistema global de direitos humanos, ainda NÃO foi ratificado pelo Brasil 
a) Convenção sobre os Direitos da Criança. 
b) Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os 
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19 
Trabalhadores Migrantes e Membros de suas Famílias. 
c) Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. 
d) Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação 
Racial. 
e) Pacto Internacional de Direitos Civil e Políticos. 
 
COMENTÁRIOS: 
As normas jurídicas são os diversos tratados internacionais 
celebrados pelos Estados que têm como objeto a proteção do ser humano 
diante de eventuais agressões à sua dignidade, além dos valores mais 
essenciais à sua existência. 
Dentre as diversas normas jurídicas, destacam-se: 
• Declaração Universal de Direitos Humanos (1948) 
• Convenções de Genebra (1949) 
• Convenção das Nações Unidas sobre o estatuto dos 
refugiados (1951) 
• Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as 
formas de Discriminação Racial (1965) 
• Pacto dos Direitos Civis e Políticos (1966) 
• Pacto dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966) 
• Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as 
formas de Discriminação contra a Mulher (1979) 
• Convenção sobre a Tortura e outros Tratamentos ou Penas 
Cruéis, Desumanas ou Degradantes (1984) 
• Convenção sobre os Direitos da Criança (1989) 
• Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de 
Todos os Trabalhadores Migrantes e Membros de suas 
Famílias. (1990) – o Brasil ainda não ratificou. 
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20 
 
 
Observação! Quase todas as normas acima listadas já foram 
ratificadas pelo Brasil, sendo que a EXCEÇÃO se encontra na Convenção 
sobre proteção dos trabalhadores migrantes e membros de suas famílias. 
 
RESPOSTA CERTA: B 
 
QUESTÃO 61 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Considere a afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): 
 
A teoria moralista considera que os direitos humanos estão fundamentados 
na consciência moral de um determinado povo. 
 
COMENTÁRIOS: 
Questão corretíssima, pois, de fato, a teoria moralista apoiada por Chaim 
Perelman tem esse entendimento do fundamento dos direitos humanos na 
consciência moral do povo. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 62 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Considere a afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): 
 
A teoria negacionista sustenta que os direitos humanos não podem ser 
fundamentos em razões metafísicas como a vontade divina ou a natureza 
humana, mas no direito positivo. 
 
COMENTÁRIOS: 
A teoria negacionista sustenta que é impossível ou perigoso 
buscar fundamentar os direitos humanos, pois estar-se-ia legitimando algo 
que é indefinido, variável e heterogêneo, além de ser extremamente 
passível de se deixar levar por juízos morais. O principal pensador que seria 
adepta dessa corrente é Norberto Bobbio. 
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21 
A teoria jusnaturalista fundamenta os direitos humanos em 
uma ordem superior, universal, imutável e inderrogável. A depender do tipo 
de jusnaturalismo envolvido, as explicações poderão estar na vontade divina 
(divina providência) ou na natureza humana. 
A teoria positivista fundamenta os direitos humanos em uma 
ordem jurídica posta pelo Estado, pelo que só seriam reconhecidos como 
direitos humanos, aqueles que estivessem expressamente previstos na 
norma de direito positivo (a legislação). 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 63 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Considere a afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): 
 
A teoria positivista fundamenta os direitos humanos em uma ordem jurídica 
posta pelo Estado, de modo que só seriam reconhecidos como direitos 
humanos, os previstos no direito positivo. 
 
COMENTÁRIOS:A teoria positivista fundamenta os direitos humanos em uma 
ordem jurídica posta pelo Estado, pelo que só seriam reconhecidos como 
direitos humanos, aqueles que estivessem expressamente previstos na 
norma de direito positivo (a legislação). 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 64 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes). 
Considere a afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): 
 
Os direitos humanos se caracterizam pela imprescritibilidade, ou seja, que 
os sistemas de proteção dos direitos humanos se inter-relacionam, 
possibilitando às pessoas escolherem entre o mecanismo de proteção global 
ou regional, pois não há hierarquia entre eles. 
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22 
 
 
COMENTÁRIOS: 
Vamos ver duas características dos direitos internacionais para 
responder a questão: a interrelacionalidade e a imprescritibilidade. 
A interrelacionaridade significa que os direitos humanos e os 
sistemas de proteção se inter-relacionam, possibilitando às pessoas 
escolherem entre o mecanismo de proteção global ou regional, pois não há 
hierarquia entre eles (parágrafo 5º da Declaração e Programa de Ação de 
Viena de 1993). 
A imprescritibilidade significa que os direitos humanos não se 
perdem com o passar do tempo, com o decurso de prazo. Os direitos 
humanos não sofrem alterações com o decurso do tempo, pois têm caráter 
eterno. São anteriores, concomitantes e posteriores aos indivíduos. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 65 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes). 
Considere a afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): 
 
Uma das características dos direitos humanos é que não há hierarquia entre 
eles, devendo ser interpretados em conjunto. 
 
COMENTÁRIOS: 
A característica da complementaridade significa que os direitos 
humanos devem ser interpretados em conjunto, não havendo 
hierarquia entre eles. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 66 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
 
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23 
Encontra-se difundida, principalmente entre os organismos internacionais, a 
idéia de que os direitos humanos se encontram fundamentados no 
reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da espécie 
humana, entendidos como iguais em sua essência e valor, 
independentemente de quaisquer diferenças de origem, etnia, condição 
física, espiritual ou intelectual. 
 
COMENTÁRIOS: 
Na atualidade, encontra-se difundida, principalmente entre os 
organismos internacionais, a idéia de que os direitos humanos se encontram 
fundamentados no reconhecimento da dignidade inerente, ou seja, 
intrínseca, a todos os membros da espécie humana, entendidos como iguais 
em sua essência e valor, independentemente de quaisquer diferenças de 
origem, etnia, condição física, espiritual ou intelectual. Para esta corrente, a 
dignidade da pessoa humana é o fundamento basilar dos direitos 
humanos. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 67 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
 
O TPI se orienta pelo princípio da primazia de jurisdição, segundo o qual ele 
deve agir em todas as situações em que houver crimes contra a 
humanidade, cabendo aos Estados atuar subsidiariamente, mesmo que 
queira ou tenha condições de fazer esse julgamento. 
 
COMENTÁRIOS: 
O TPI foi instituído por meio de um tratado internacional 
chamado Estatuto de Roma que entrou em vigor em 2002. Um Estado 
para ser submetido à jurisdição do TPI precisa fazer parte do Estatuto de 
Roma. Todavia, deve ser recordado que o TPI se orienta pelo princípio da 
subsidiariedade, isto significa que o TPI somente pode agir, caso o 
Estado: 
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24 
� Não queira julgar os crimes; ou 
� Não tenha condições de fazer esse julgamento. 
 
Logo, o enunciado da questão está errado. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 68 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
 
Com o fim da II Guerra Mundial, o panorama inaugurado pela ONU e seus 
instrumentos normativos passaram a reconhecer na dignidade da pessoa 
humana o fundamento dos direitos humanos, de acordo com a doutrina 
majoritária. 
 
COMENTÁRIOS: 
Os fundamentos dos direitos humanos não são absolutos, eles 
variam de acordo com o contexto histórico. Assim, se no passado aquilo que 
hoje concebemos como direitos humanos tinha fundamento na religião, e 
posteriormente, na natureza humana, hoje, isto não é mais uma realidade, 
pois, com o fim da Segunda Guerra Mundial, o panorama inaugurado pela 
ONU e seus instrumentos normativos passaram a reconhecer na 
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA o fundamento dos direitos humanos, 
de acordo com a doutrina majoritária. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 69 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Qual das características, inerentes aos direitos humanos, abaixo 
relacionadas diz respeito a impossibilidade desses direitos serem 
transferidos de indivíduo para indivíduo: 
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25 
 
a) Inalienabilidade; 
b) Irrenunciabilidade; 
c) Indisponibilidade; 
d) Inerência; 
 
COMENTÁRIOS: 
A indisponibilidade significa que o indivíduo titular de direitos 
humanos não pode dispor desses direitos (abrir mão, renunciar). 
A irrenunciabilidade significa que o titular dos direitos humanos 
não pode renúnciá-los, pois ninguém pode abrir mão da própria natureza. 
Não se pode renunciar aos direitos humanos. Eles são inerentes à 
pessoa humana. Ressalte-se que essa é uma discussão que gera muita 
controvérsia. Exemplos: Eutanásia e aborto. 
A inerência significa que os direitos humanos são inerentes ou 
inatos (naturalmente ligados) aos seres humanos. 
A inalienabilidade significa que os direitos humanos não podem 
ser vendidos, transferidos ou, de qualquer forma, negociados. Ou seja, 
não existe possibilidade de transferência, a qualquer título (seja a título 
gratuito ou oneroso), desses direitos. Nesse sentido, não podem ser objeto 
de comércio. 
 
RESPOSTA CERTA: A 
 
QUESTÃO 70 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
 
As características dos direitos humanos são numerus clausus, de maneira 
que elas se encontram previstas em um rol fechado, limitado, taxativo e 
expresso apenas na Declaração Universal de Direitos Humanos. 
 
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26 
COMENTÁRIOS: 
Uma das características dos direitos humanos é justamente a 
inesgotabilidade ou inexauribilidade, a qual significa que os direitos 
humanos são inesgotáveis no sentido de que podem ser expandidos, 
ampliados e a qualquer tempo podem surgir novos direitos (vide art. 5º, 
parágrafo 2º, da C.F.). 
Nesse sentido, não constituemum rol fechado ou limitado, 
podendo ser ampliados de acordo com a evolução histórica da sociedade. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 71 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
 
Uma das características dos direitos humanos é a inerência que estabelece 
ser tais direitos humanos inerentes ou inatos aos seres humanos. 
 
COMENTÁRIOS: 
 
De fato, a inerência é a característica que significa que os direitos humanos 
são inerentes ou inatos (naturalmente ligados) aos seres humanos. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
GABARITOS OFICIAIS 
57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 
E E C B C E C E C C 
67 68 69 70 71 
E C A E C 
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27 
 
 
EXERCÍCIOS COM GABARITO 
 
QUESTÃO 57 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, relativo ao tema Globalização e Direitos Humanos, 
marcando C (certo) ou E (errado): 
Os crimes de competência do Tribunal Penal Internacional prescrevem com 
o decurso do tempo. 
 
QUESTÃO 58 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Considere a afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): 
O universalismo defende que a proteção dos direitos humanos se ampara no 
fato de que cada cultura, com suas crenças e princípios, valoriza e conceitua 
de forma diferente o que seriam os Direitos Humanos. 
 
QUESTÃO 59 (SENADO - Advogado – 2008 - Adaptada): Julgue o item 
a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
O Tribunal Penal Internacional é jurisdição recepcionada pela Constituição 
Brasileira, a despeito de seu art. 5º, inciso XXXVIII, que não admite juízo ou 
tribunal de exceção. 
 
QUESTÃO 60 (FCC – DPE/AM - Defensor Público - 2007): Dos tratados 
do sistema global de direitos humanos, ainda NÃO foi ratificado pelo Brasil 
 
a) Convenção sobre os Direitos da Criança. 
b) Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os 
Trabalhadores Migrantes e Membros de suas Famílias. 
c) Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. 
d) Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação 
Racial. 
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28 
e) Pacto Internacional de Direitos Civil e Políticos. 
 
QUESTÃO 61 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Considere a afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): 
 
A teoria moralista considera que os direitos humanos estão fundamentados 
na consciência moral de um determinado povo. 
 
QUESTÃO 62 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Considere a afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): 
 
A teoria negacionista sustenta que os direitos humanos não podem ser 
fundamentos em razões metafísicas como a vontade divina ou a natureza 
humana, mas no direito positivo. 
 
QUESTÃO 63 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Considere a afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): 
 
A teoria positivista fundamenta os direitos humanos em uma ordem jurídica 
posta pelo Estado, de modo que só seriam reconhecidos como direitos 
humanos, os previstos no direito positivo. 
 
QUESTÃO 64 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes). 
Considere a afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): 
 
Os direitos humanos se caracterizam pela imprescritibilidade, ou seja, que 
os sistemas de proteção dos direitos humanos se inter-relacionam, 
possibilitando às pessoas escolherem entre o mecanismo de proteção global 
ou regional, pois não há hierarquia entre eles. 
 
QUESTÃO 65 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes). 
Considere a afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): 
 
Uma das características dos direitos humanos é que não há hierarquia 
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29 
entre eles, devendo ser interpretados em conjunto. 
 
QUESTÃO 66 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
 
Encontra-se difundida, principalmente entre os organismos internacionais, a 
idéia de que os direitos humanos se encontram fundamentados no 
reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da espécie 
humana, entendidos como iguais em sua essência e valor, 
independentemente de quaisquer diferenças de origem, etnia, condição 
física, espiritual ou intelectual. 
 
QUESTÃO 67 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
 
O TPI se orienta pelo princípio da primazia de jurisdição, segundo o qual ele 
deve agir em todas as situações em que houver crimes contra a 
humanidade, cabendo aos Estados atuar subsidiariamente, mesmo que 
queira ou tenha condições de fazer esse julgamento. 
 
QUESTÃO 68 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
Com o fim da II Guerra Mundial, o panorama inaugurado pela ONU e seus 
instrumentos normativos passaram a reconhecer na dignidade da pessoa 
humana o fundamento dos direitos humanos, de acordo com a doutrina 
majoritária. 
 
QUESTÃO 69 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Qual das características, inerentes aos direitos humanos, abaixo 
relacionadas diz respeito a impossibilidade desses direitos serem 
transferidos de indivíduo para indivíduo: 
e) Inalienabilidade; 
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30 
f) Irrenunciabilidade; 
g) Indisponibilidade; 
h) Inerência; 
 
QUESTÃO 70 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
As características dos direitos humanos são numerus clausus, de maneira 
que elas se encontram previstas em um rol fechado, limitado, taxativo e 
expresso apenas na Declaração Universal de Direitos Humanos. 
 
QUESTÃO 71 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
Uma das características dos direitos humanos é a inerência que estabelece 
ser tais direitos humanos inerentes ou inatos aos seres humanos. 
 
GABARITOS OFICIAIS 
 
57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 
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31 
 
RESUMO DA AULA 
 
Na aula de hoje, abordamos alguns temas relacionados ao 
fenômeno da globalização dos direitos humanos. Assim, constatou-se que o 
surgimento de instituições internacionais como a ONU e o Tribunal Penal 
Internacional (TPI), a adoção de documentos como a Declaração Universal 
dos Direitos do Homem, os Pactos de Direitos e outras convenções 
internacionais, formam uma nova realidade que repercute direta na 
globalização da noção de direitos humanos. 
Os principais organismos internacionais que interferem na 
temática da globalização e direitos humanos são: 
� Organização das Nações Unidas (ONU), órgãos 
principais: 
- AssembléiaGeral: 
 � Alto Comissariado das Nações Unidas para 
Refugiados (ACNUR) 
- Conselho de Segurança: 
 � Conselho de Direitos Humanos 
- Conselho Econômico e Social 
- Secretariado 
 � Alto Comissariado das Nações Unidas para os 
Direitos Humanos 
- Corte Internacional de Justiça 
� Tribunal Penal Internacional (TPI) 
O TPI é um órgão judicial de abrangência internacional, 
instituído pelo Estatuto de Roma, que, em vigor desde 
2002, responsabiliza criminalmente pessoas e não Estados 
em relação a quatro tipos de crimes: 
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32 
- Genocídios 
- Crimes de guerra 
- Crimes contra a humanidade 
- Crimes de agressão 
 
O Brasil faz parte do Estatuto de Roma tendo, inclusive, incluído 
na Constituição de 1988, por meio da Emenda nº 45/2004, um dispositivo 
(o § 4º, do art. 5º) reafirmando o compromisso do Brasil com a instituição 
do TPI, conforme se observa a seguir: 
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal 
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
O fundamento para a adoção dessas normas jurídicas que visam 
tutelar os direitos humanos é o princípio da dignidade da pessoa 
humana, segundo o qual os indivíduos possuem um VALOR PRÓPRIO. 
Todavia, existem duas abordagens principais sobre essa questão: 
� Universalismo 
� Relativismo 
UNIVERSALISMO = concepção uniforme dos direitos humanos 
RELATIVISMO = concepção distinta dos direitos humanos de 
acordo com cada cultura. 
As três vertentes que compõem a proteção internacional dos 
direitos humanos: 
� Direito internacional humanitário 
� Direito internacional dos refugiados 
� Direito internacional dos direitos humanos 
A palavra “FUNDAMENTO” se refere principalmente à razão de 
ser desses direitos, ou seja, o que justifica ou motiva a sua existência ou 
importância. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o panorama 
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33 
inaugurado pela ONU e seus instrumentos normativos passaram a 
reconhecer na DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA o fundamento dos 
direitos humanos, de acordo com a doutrina majoritária. 
Identificamos a seguinte evolução das diferentes formas de 
justificação (fundamentos) dos direitos humanos: 
 
Podemos sintetizar as principais teorias que buscam explicar o 
fundamento dos direitos humanos: 
• Negacionismo 
• Jusnaturalismo 
• Positivismo 
• Moralismo 
• Dignidade da pessoa humana (majoritária) 
Chamamos de característica aquilo que é a qualidade distintiva 
fundamental de determinada coisa. Os direitos humanos possuem 
característica que expressam algumas qualidades distintivas desses direitos 
em comparação com outros. 
 No contexto do direito internacional, os direitos humanos 
possuem as seguintes características: 
• Universalidade 
• Indivisibilidade 
• Interdependência 
• Interrelacionaridade 
• Imprescritibilidade 
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34 
• Individualidade 
• Complementaridade 
• Inviolabilidade 
• Indisponibilidade 
• Inalienabilidade 
• Historicidade 
• Irrenunciabilidade 
• Vedação do retrocesso 
• Inerência 
• Inesgotabilidade ou inexauribilidade 
 
Espero a todos na próxima aula! 
Fraterno Abraço e até a próxima! 
Ricardo Gomes 
Por sua aprovação! 
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35 
 
DECLARAÇÃO DE VIENA E PROGRAMA DE AÇÃO (1993) 
 
DECLARAÇÃO DE VIENA E PROGRAMA DE AÇÃO 
 
A Conferência Mundial sobre Direitos do Homem, 
 
Considerando que a promoção e a proteção dos direitos do 
homem constituem questões prioritárias para a comunidade internacional e 
que a Conferência dispõe de uma oportunidade única de efetuar uma análise 
global do sistema internacional dos Direitos do homem e do mecanismo de 
proteção dos direitos do homem, por forma a efetivar e, consequentemente, 
a promover uma maior observância desses direitos, de forma justa e 
equitativa; 
Reconhecendo e afirmando que todos os direitos do homem 
derivam da dignidade e do valor inerente à pessoa humana, e que a pessoa 
humana é o tema central dos direitos do homem e das liberdades 
fundamentais, devendo, consequentemente, ser o seu principal beneficiário 
e participar ativamente na concretização de tais direitos e liberdades; 
Reafirmando o seu compromisso para com os objetivos e aos 
princípios consignados na Carta das Nações Unidas e na Declaração 
Universal dos Direitos do homem; 
Reafirmando o compromisso consignado no Artigo 56º da Carta 
das Nações Unidas de empreender ações concertadas e individuais, 
colocando a devida ênfase no desenvolvimento de uma cooperação 
internacional efetiva com vista à consecução dos objetivos estabelecidos no 
Artigo 55º, incluindo o respeito e a observância universais dos Direitos do 
homem e das liberdades fundamentais para todos; 
Realçando as responsabilidades de todos os Estados, em 
conformidade com a Carta das Nações Unidas, no desenvolvimento e 
encorajamento do respeito pelos Direitos do homem e pelas liberdades 
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fundamentais de todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião; 
Relembrando o Preâmbulo da Carta das Nações Unidas, 
nomeadamente a determinação em reafirmar a fé nos direitos fundamentais 
do homem, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de 
direitos do homem e das mulheres, assim como das nações, grandes e 
pequenas; 
Relembrando, igualmente, a determinação expressa no 
Preâmbulo da Carta das Nações Unidas de preservar as gerações vindouras 
do flagelo da guerra, de estabelecer as condições necessárias à manutenção 
da justiça e do respeito pelas obrigações decorrentes de tratados e outras 
fontes do direito internacional, de promover o progresso social e melhores 
condições de vida dentro de um conceito mais amplo de liberdade, de 
praticar a tolerância e a sã convivência e de empregar os mecanismos 
internacionais para promover o progresso econômico e social de todos os 
povos; 
Realçando que a Declaração Universal dos Direitos do homem, 
que constitui um modelo comum a seguir por todos os povos e por todas as 
nações, é a fonte de inspiração e tem sido o pilar, para as Nações Unidas , 
dos progressos com vista à fixação de padrões, conforme consta dos 
instrumentos internacionais em vigor sobre Direitos do homem, 
particularmente o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos e o 
Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais; 
Considerando as alterações mais significativas que ocorrem na 
cena internacional e as aspirações de todos os povos a uma ordem 
internacional baseada nos princípios consignados na Carta das Nações 
Unidas, incluindo a promoção e o encorajamento do respeito pelos direitos 
do homem e pelas liberdades fundamentais para todos, bem comodo 
respeito pelo princípio da igualdade de direitos e da autodeterminação dos 
povos, da paz, da democracia, da justiça, da igualdade, do primado da lei, 
do pluralismo, do desenvolvimento, de melhores padrões de vida e da 
solidariedade; 
Profundamente preocupada com as várias formas de 
discriminação e violência a que as mulheres continuam expostas em todo o 
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mundo; 
Reconhecendo que as atividades das Nações Unidas no domínio 
dos direitos do homem deveriam ser racionalizadas e empreendidas de 
forma a fortalecerem os mecanismos das Nações Unidas neste campo e a 
alargarem os objetivos do respeito universal pela observância de normas 
internacionais sobre direitos do homem; 
Tendo tido em consideração as Declarações adoptadas nas três 
reuniões regionais realizadas em Túnis, San Jose e Bangkok, bem como as 
contribuições dos Governos, e tendo presentes as sugestões apresentadas 
por organizações intergovernamentais e não governamentais, bem como os 
estudos elaborados por peritos independentes durante o processo 
preparatório que conduziu à Conferência Mundial sobre Direitos do Homem; 
Congratulando-se com a designação do ano de 1993 como o Ano 
Internacional dos Povos Indígenas do Mundo como forma de reafirmação do 
empenhamento da comunidade internacional em garantir a estes povos o 
gozo de todos os Direitos do homem e liberdades fundamentais, bem como 
em respeitar o valor e a diversidade das suas culturas e identidades; 
Reconhecendo, igualmente, que a comunidade internacional 
deveria encontrar formas e meios para remover os atuais obstáculos, para 
responder aos desafios de uma total consecução de todos os direitos do 
homem e para impedir a continuada violação dos direitos do homem daí 
resultantes, em todo o mundo; 
Invocando o espírito da nossa era e as realidades do nosso 
tempo que incitam os povos do mundo e os Estados Membros das Nações 
Unidas a rededicarem-se à tarefa global de promoção e proteção dos 
Direitos do homem e das liberdades fundamentais, por forma a garantir o 
gozo pleno e universal de tais direitos; 
Determinada a tomar novas medidas no sentido de um maior 
empenhamento da comunidade internacional, visando assim alcançar um 
progresso substancial no domínio dos direitos do homem mediante um 
esforço acrescido e sustentado da cooperação e solidariedade 
internacionais; 
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Adota, solenemente, a Declaração de Viena e o Programa de 
Ação. 
1. A Conferência Mundial sobre Direitos do Homem reafirma o 
empenhamento solene de todos os Estados em cumprirem as suas 
obrigações no tocante à promoção do respeito universal, da observância e 
da proteção de todos os direitos do homem e liberdades fundamentais para 
todos, em conformidade com a Carta das Nações Unidas, com outros 
instrumentos relacionados com os Direitos do homem e com o direito 
internacional. A natureza universal destes direitos e liberdades é 
inquestionável. 
Neste enquadramento, a efetivação da cooperação internacional 
no domínio dos direitos do homem é essencial para uma cabal prossecução 
dos objetivos das Nações Unidas. 
Os Direitos do homem e as liberdades fundamentais são um 
direito adquirido pela pessoa humana; a sua proteção e promoção constitui 
a primeira responsabilidade dos Governos. 
2. Todos os povos têm direito à autodeterminação. Por força 
desse direito, escolhem livremente o seu sistema político e prosseguem o 
seu desenvolvimento económico, social e cultural. 
Tendo em consideração a situação particular de povos que se 
encontrem sob o domínio colonial, ou sob outras formas de domínio ou 
ocupação estrangeira, a Conferência Mundial sobre Direitos do Homem 
reconhece o direito dos povos a empreenderem qualquer ação legítima, em 
conformidade com a Carta das Nações Unidas, para concretizarem o seu 
direito inalienável à autodeterminação. A Conferência Mundial sobre Direitos 
do Homem considera a recusa do direito à autodeterminação como uma 
violação dos direitos do homem e realça a importância da concretização 
efetiva deste direito. 
Em conformidade com a Declaração sobre os Princípios do 
Direito Internacional relativos às Relações Amistosas e à Cooperação entre 
Estados nos termos da Carta das Nações Unidas, tal não será entendido 
como autorizando ou encorajando qualquer ação que conduza ao 
desmembramento ou coloque em perigo, na totalidade ou em parte, a 
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integridade territorial ou a unidade política de Estados soberanos e 
independentes que se rejam pelo princípio da igualdade de direitos e da 
autodeterminação dos povos e que, consequentemente, possuam um 
Governo representativo de toda a população pertencente ao seu território, 
sem distinções de qualquer natureza. 
3. Deverão ser tomadas medidas internacionais efetivas para 
garantir e fiscalizar o cumprimento das normas de direitos do homem 
relativamente a povos sujeitos a ocupação estrangeira, bem como de uma 
proteção jurídica efetiva contra a violação dos seus direitos humanos, em 
conformidade com as normas de direitos humanos o direito internacional, 
nomeadamente a Convenção de Genebra relativa à Proteção de Civis em 
Tempo de Guerra, assinada a 14 de Agosto de 1949, e outras normas do 
direito humanitário. 
4. A promoção e a proteção de todos os Direitos do homem e 
liberdades fundamentais têm de ser consideradas como um objetivo 
prioritário das Nações Unidas em conformidade com os seus propósitos e 
princípios, em particular o da cooperação internacional. No quadro destes 
objetivos e princípios, a promoção e a proteção de todos os Direitos do 
homem constituem uma preocupação legítima da comunidade internacional. 
Os orgãos e as agências especializadas ligadas aos Direitos do homem 
deverão, consequentemente, coordenar as suas atividades baseados na 
aplicação coerente e objetiva de instrumentos internacionais de Direitos do 
homem. 
5. Todos os Direitos do homem são universais, indivisíveis, 
interdependentes e interrelacionados. A comunidade internacional tem de 
considerar globalmente os Direitos do homem, de forma justa e equitativa e 
com igual ênfase. Embora se devam ter sempre presente o significado das 
especificidades nacionais e regionais e os antecedentes históricos, culturais 
e religiosos, compete aos Estados, independentemente dos seus sistemas 
político, económico e cultural, promover e proteger todos os Direitos do 
homem e liberdades fundamentais. 
6. Os esforços empreendidos pelo sistema das Nações Unidas, 
no sentido do respeito universal e da observância dos Direitos do homem e 
das liberdades fundamentais para todos, contribuem não só para a 
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estabilidade e o bem-estar necessários à manutenção de relações pacíficas e 
amistosas entre as nações, como para a melhoria de condições de paz e 
segurança e para o desenvolvimento social e económico, em conformidade 
com a Carta das Nações Unidas. 
7. Os processos de promoção e proteção dos direitos do homem 
deverão ser conduzidos em conformidade comos propósitos e os princípios 
consignados na Carta das Nações Unidas e com o direito internacional. 
8. A democracia, o desenvolvimento e o respeito pelos Direitos 
do homem e pelas liberdades fundamentais são interdependentes e 
reforçam-se mutuamente. A democracia assenta no desejo livremente 
expresso de um povo em determinar os seus sistemas político, económico, 
social e cultural e a sua total participação em todos os aspectos da sua vida. 
Neste contexto, a promoção e a proteção dos Direitos do homem e das 
liberdades fundamentais, a nível nacional e internacional, deverão revestir-
se de carácter universal e ser conduzidas sem quaisquer condições 
implícitas. A comunidade internacional deverá apoiar o reforço e a promoção 
da democracia, do desenvolvimento e do respeito pelos Direitos do homem 
e pelas liberdades fundamentais em todo o mundo. 
9. A Conferência Mundial sobre Direitos do Homem reafirma que 
os países menos desenvolvidos empenhados no processo de democratização 
e de reformas económicas, muitos dos quais se situam em África, deverão 
ser apoiados pela comunidade internacional, por forma a serem bem 
sucedidos no seu processo de transição para a democracia e para o 
desenvolvimento económico. 
10. A Conferência Mundial sobre Direitos do Homem reafirma o 
direito ao desenvolvimento, conforme estabelecido na Declaração sobre o 
Direito ao Desenvolvimento, enquanto direito universal e inalienável e parte 
integrante dos Direitos do homem fundamentais. 
Conforme estabelecido na Declaração sobre o Direito ao 
Desenvolvimento, a pessoa humana é o sujeito central de desenvolvimento. 
Enquanto o desenvolvimento facilita o gozo de todos os Direitos 
do homem, a falta de desenvolvimento não pode ser invocada para justificar 
a limitação de direitos do homem internacionalmente reconhecidos. 
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Os Estados deverão cooperar entre si para assegurar o 
desenvolvimento e eliminar os entraves que lhe sejam colocados. A 
comunidade internacional deverá promover uma cooperação internacional 
efetiva com vista à efetivação do direito ao desenvolvimento e à eliminação 
de entraves ao desenvolvimento. 
O progresso duradouro no cumprimento do direito ao 
desenvolvimento requer políticas de desenvolvimento efetivas a nível 
nacional, bem como relações económicas equitativas e um ambiente 
económico favorável a nível internacional. 
11. O direito ao desenvolvimento deverá ser exercido de modo a 
satisfazer, de forma equitativa, as necessidades ambientais e de 
desenvolvimento das gerações presentes e vindouras. A Conferência 
Mundial sobre Direitos do Homem reconhece que a descarga ilícita de 
substâncias e resíduos tóxicos e perigosos representa potencialmente uma 
ameaça séria aos Direitos do homem à vida e à saúde. 
Consequentemente, a Conferência Mundial sobre Direitos do 
Homem apela a todos os Estados que adoptem e cumpram, de forma 
vigorosa, as convenções em vigor relacionadas com a descarga de 
substâncias e resíduos tóxicos e perigosos, e que cooperem na prevenção 
de descargas ilícitas. 
Todas as pessoas têm direito a usufruir dos benefícios 
decorrentes do progresso científico e suas aplicações. A Conferência Mundial 
sobre Direitos do Homem refere que alguns progressos, nomeadamente no 
campo das ciências biomédicas e da vida e da tecnologia de informação, 
podem ter consequências potencialmente adversas na integridade, na 
dignidade e nos direitos humanos do indivíduo, e apela à cooperação 
internacional para garantir o respeito cabal dos direitos do homem e da 
dignidade da pessoa humana nesta área de preocupação universal. 
12. A Conferência Mundial sobre Direitos do Homem exorta a 
comunidade internacional a envidar todos os esforços necessários para 
ajudar a aliviar o peso da dívida externa dos países em vias de 
desenvolvimento, complementando, assim, os esforços dos Governos desses 
países na plena prossecução dos direitos económicos, sociais e culturais dos 
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seus povos. 
13. Os Estados e as organizações internacionais, em cooperação 
com organizações não-governamentais, devem criar condições favoráveis a 
nível nacional, regional e internacional para garantir o pleno e efetivo gozo 
dos direitos do homem. Os Estados deverão eliminar todas as violações dos 
direitos do homem e suas causas, bem como os obstáculos ao gozo desses 
direitos. 
14. A existência de uma extrema pobreza generalizada obsta ao 
pleno e efetivo gozo de Direitos do homem, pelo que a sua imediata 
atenuação e eventual eliminação devem continuar a ser uma das grandes 
prioridades da comunidade internacional. 
15. O respeito pelos Direitos do homem e pelas liberdades 
fundamentais sem qualquer distinção é uma regra fundamental do direito 
internacional sobre direitos do homem. A pronta e global eliminação de 
todas as formas de racismo e discriminação racial, xenofobia e intolerância 
conexa constitui uma tarefa prioritária para a comunidade internacional. Os 
Governos deverão tomar medidas efetivas para as prevenir e combater. 
Grupos, instituições, organizações intergovernamentais e não-
governamentais e os indivíduos são instados a intensificar os seus esforços 
na cooperação e na coordenação das suas ações contra tais males. 
16. A Conferência Mundial sobre Direitos do Homem congratula-
se com os progressos alcançados no desmantelamento do ‘apartheid’ e 
apela à comunidade internacional e ao sistema das Nações Unidas para que 
apoiem este processo. 
A Conferência Mundial sobre Direitos do Homem lamenta 
igualmente os continuados atos de violência que visam minar o processo de 
desmantelamento pacífico do ‘apartheid’. 
17. Os atos, métodos e práticas de terrorismo sob todas as suas 
formas e manifestações, bem como a sua ligação, em alguns países, ao 
tráfico de estupefacientes, são atividades que visam a destruição dos 
direitos humanos, das liberdades fundamentais e da democracia, 
ameaçando a integridade territorial e a segurança dos Estados e 
desestabilizando Governos legitimamente constituídos. A comunidade 
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internacional deverá tomar as medidas necessárias à cooperação, com o 
objetivo de impedir e combater o terrorismo. 
18. Os Direitos do homem das mulheres e das crianças do sexo 
feminino constituem uma parte inalienável, integral e indivisível dos direitos 
humanos universais. A participação plena e igual das mulheres na vida 
política, civil, económica, social e cultural, a nível nacional, regional e 
internacional, e a irradicação de todas as formas de discriminação com base 
no sexo constituem objetivos prioritários da comunidade internacional. 
A violência com base no género da pessoa e todas as formas de 
assédio e exploração sexual, incluindo as resultantes de preconceitos 
culturais e tráfico internacional, são incompatíveis com a dignidade e o valor 
da pessoa humana e devem ser eliminadas. Tal pode ser alcançado através 
de medidas de carácter legal e da ação nacional e da cooperação 
internacional em áreas tais como o desenvolvimento sócio-económico, a 
educação, a maternidade e os cuidados de saúde, e assistência social. 
Os Direitos do homem das mulheres deverão constituir parte 
integrante das atividades das Nações Unidasno domínio dos direitos do 
homem, incluindo a promoção de todos os instrumentos de Direitos do 
homem relacionados com as mulheres. 
A Conferência Mundial sobre Direitos do Homem insta os 
Governos, as instituições e as organizações intergovernamentais e não 
governamentais a intensificarem os seus esforços com vista à proteção e ao 
fomento dos Direitos do homem das mulheres e das crianças do sexo 
feminino. 
19. Considerando a importância da promoção e da proteção dos 
direitos de pessoas pertencentes a minorias e o contributo de tal fomento e 
proteção para a estabilidade política e social dos Estados em que tais 
pessoas habitam. 
A Conferência Mundial sobre Direitos do Homem reafirma a 
obrigação de os Estados garantirem às pessoas pertencentes a minorias o 
livre e efetivo exercício de todos os Direitos do homem e liberdades 
fundamentais sem discriminação e em total igualdade perante a lei, em 
conformidade com a Declaração sobre os Direitos de Pessoas pertencentes a 
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Minorias Nacionais ou Étnicas, Religiosas e Linguísticas. 
As pessoas pertencentes a minorias têm o direito de usufruírem 
da sua própria cultura, de professarem a sua religião e de se exprimirem na 
sua língua, tanto em público como em privado, livremente e sem 
interferências ou qualquer forma de discriminação. 
20. A Conferência Mundial sobre Direitos do Homem reconhece a 
dignidade inerente e o contributo único dos povos indígenas para o 
desenvolvimento e o pluralismo da sociedade e reafirma vivamente o 
empenho da comunidade internacional no bem-estar económico, social e 
cultural desses povos e no seu direito de gozar dos frutos do 
desenvolvimento sustentável. Os Estados deverão garantir a participação 
plena e livre dos povos indígenas em todos os quadrantres da sociedade, 
particularmente em questões que lhes digam respeito. Considerando a 
importância da promoção e da proteção dos direitos dos povos indígenas, 
bem como a contribuição de tal promoção e proteção para a estabilidade 
política e social dos Estados em que tais povos habitam, os Estados 
deverão, em conformidade com o direito internacional, tomar medidas 
positivas e concertadas para garantirem o respeito por todos os Direitos do 
homem e liberdades fundamentais dos povos indígenas, com base na 
igualdade e na não-discriminação, bem como reconhecer o valor e a 
diversidade das suas identidades, culturas e organizações sociais distintas. 
21. A Conferência Mundial sobre Direitos do Homem, 
congratulando-se com a recente ratificação da Convenção sobre os Direitos 
da Criança por um grande número de Estados e constatando o 
reconhecimento dos Direitos do homem das crianças na Declaração Mundial 
sobre a Sobrevivência, a Proteção e o Desenvolvimento das Crianças e 
Plano de ação, adoptados pela Cimeira Mundial da Criança, insta à 
ratificação universal da Convenção até 1995 e ao seu efetivo cumprimento 
pelos Estados partes através da adopção de todas as medidas legislativas, 
administrativas e outras necessárias, bem como a máxima dotação de todos 
os recursos disponíveis. No tocante a todas as iniciativas relativas às 
crianças, a não-discriminação e o melhor interesse para a criança deverão 
constituir considerações prioritárias, devendo-se igualmente ter em 
consideração as opiniões expressas pelas crianças. Os mecanismos e 
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programas nacionais e internacionais deverão ser reforçados com vista à 
defesa e à proteção das crianças, em particular, das crianças do sexo 
feminino, das crianças abandonadas, das crianças da rua, das crianças 
sujeitas a exploração económica e sexual, incluindo-se nesta a pornografia 
infantil, a prostituição infantil ou a venda de órgãos, das crianças vítimas de 
doenças, incluindo a síndrome da imunodeficiência adquirida, das crianças 
refugiadas e desalojadas, das crianças detidas, das crianças envolvidas em 
conflitos armados, bem como das crianças vítimas da fome e da seca e de 
outras situações de emergência. A cooperação e a solidariedade deverão ser 
promovidas, a fim de permitirem concretizar o disposto na Convenção, e os 
direitos da criança deverão constituir prioridade dentro da ação alargada do 
sistema das Nações Unidas no âmbito dos direitos humanos. 
A Conferência Mundial sobre Direitos do Homem sublinha, 
igualmente, que, para um desenvolvimento harmonioso e total da sua 
personalidade, a criança deverá crescer num ambiente familiar merecedor 
de uma proteção mais ampla. 
22. Deve ser dada especial atenção para garantir a não 
discriminação e o gozo, em termos de igualdade, de todos os Direitos do 
homem e liberdades fundamentais por pessoas incapacitadas, incluindo a 
sua participação ativa em todos os aspectos da vida da sociedade. 
23. A Conferência Mundial sobre Direitos do Homem reafirma 
que qualquer pessoa, sem distinção, tem o direito de procurar e obter, 
noutros países, asilo contra as perseguições de que seja alvo, bem como de 
regressar ao seu país. Neste aspecto, realça a importância da Declaração 
Universal dos Direitos do homem, da Convenção de 1951 sobre o Estatuto 
dos Refugiados e seu Protocolo de 1967, e de instrumentos regionais. 
Expressa o seu apreço aos Estados que continuam a aceitar e a acolher um 
elevado número de refugiados nos seus territórios, e ao Alto Comissariado 
das Nações Unidas para os Refugiados pela sua dedicação a tal missão. 
Expressa, igualmente, o seu apreço ao Organismo das Nações Unidas de 
Assistência e Trabalho para os Refugiados Palestinianos no Próximo Oriente. 
A Conferência Mundial sobre Direitos do Homem reconhece que 
as violações graves dos Direitos do homem, incluindo em conflitos armados, 
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se encontram entre os múltiplos e complexos fatores que conduzem à 
movimentação dos povos. 
A Conferência Mundial sobre Direitos do Homem reconhece que, 
face às complexidades da crise global dos refugiados e em conformidade 
com a Carta das Nações Unidas, considerando os instrumentos 
internacionais relevantes e a solidariedade internacional e num espírito de 
partilha de responsabilidades, se torna necessária uma abordagem global 
pela comunidade internacional, em coordenação e cooperação com os países 
interessados e as organizações relevantes, tendo presente o mandato do 
Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. O que deverá 
incluir o desenvolvimento de estratégias para abordar as causas remotas e 
os efeitos das movimentações dos refugiados e de outras pessoas 
desalojadas, o fortalecimento de mecanismos de preparação e resposta em 
caso de emergência, a disponibilização de proteção e assistência efetivas, 
tendo presente as necessidades especiais das mulheres e das crianças, bem 
como a obtenção de soluções duradouras, começando pela solução 
preferível do repatriamento voluntário dignificante e seguro, incluindo as 
soluções adoptadas pelas conferências internacionais sobre refugiados. A 
Conferência Mundial sobre Direitos do Homem sublinha as responsabilidades 
dos Estados, particularmente as relacionadas com os países de origem. 
À luz da abordagem global, a Conferência Mundial sobre Direitos 
do Homem realça a importância de se dar especial atenção, inclusive 
através de organizações intergovernamentais

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