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MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 5 
PROF: RICARDO GOMES 
 
Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 1 
 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO (AFT) 
Prezados Alunos! 
Na aula de hoje iremos aprofundar um pouco mais o que 
estudamos na aula anterior sobre a proteção internacional dos direitos 
humanos, adentrando inclusive nas interações entre o direito 
internacional e o direito brasileiro. 
Por isso, futuro(a) Auditor(a) Fiscal do Trabalho, vamos 
continuar firmes nos estudos que a recompensa virá! 
Bons estudos! 
Ricardo Gomes 
 
 
 
 
 
 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 5 
PROF: RICARDO GOMES 
 
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QUADRO SINÓPTICO DA AULA: 
 
• 13 Interpretação e aplicação dos tratados internacionais 
de proteção aos direitos humanos. 
• 14 As três vertentes da proteção internacional da 
pessoa humana. 14.1 Direitos humanos, direito 
humanitário e direito dos refugiados. 
• 15 A interligação entre o direito internacional e o direito 
interno na proteção dos direitos humanos. 
• 16 A Constituição brasileira e os tratados internacionais 
de direitos humanos. 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 5 
PROF: RICARDO GOMES 
 
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13. Interpretação e aplicação dos tratados 
internacionais de proteção aos direitos humanos. 
 
Toda aplicação de uma norma jurídica resulta em uma 
interpretação e vice-versa. Na prática, não é possível separar ambas as 
operações. 
A interpretação dos tratados internacionais é regulada pela 
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, celebrada em 1969. As 
normas que abordam a interpretação estão nos artigos 31 a 33, cujo inteiro 
teor consta no final da aula destinada à legislação. 
O princípio geral de interpretação dos tratados é a BOA FÉ. 
A boa fé implica nos seguintes valores: 
� Lealdade 
� Honestidade 
� Fidelidade 
� Lisura 
� Ausência de ardis e dissimulações 
De acordo com o art. 31 da Convenção de Viena de 1969: 
1. Um tratado deve ser interpretado de boa fé segundo o 
sentido comum atribuível aos termos do tratado em seu 
contexto e à luz de seu objetivo e finalidade. 
 
De acordo com a Convenção de Viena, um tratado deve ser 
interpretado de boa fé (de forma honesta, leal, fiel, sem dissimulações para 
lesar o próximo) e buscando entender o seu teor utilizando o significado usual 
das palavras que compõem o documento. 
Algumas dúvidas surgem: quais as partes do tratado devem ser 
observadas durante a prática da interpretação? Um tratado é interpretado de 
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forma isolada? É preciso ver outros textos? 
A resposta vai estar na própria Convenção de Viena. Segundo a 
mesma, um tratado internacional é formado pelas seguintes partes: 
� Contexto: 
o Preâmbulo 
o Texto 
o Anexos 
o Acordo relativo ao tratado 
o Instrumento relativo ao tratado 
� Acordos posteriores entre as partes sobre interpretação; 
� Práticas seguidas posteriormente na aplicação do tratado; 
� Regras de Direito Internacional aplicáveis às partes. 
 
De acordo com o segundo e terceiro parágrafos do art. 31 da 
Convenção de Viena de 1969: 
2. Para os fins de interpretação de um tratado, o contexto 
compreenderá, além do texto, seu preâmbulo e anexos: 
a)qualquer acordo relativo ao tratado e feito entre todas as 
partes em conexão com a conclusão do tratado; 
b)qualquer instrumento estabelecido por uma ou várias 
partes em conexão com a conclusão do tratado e aceito 
pelas outras partes como instrumento relativo ao tratado. 
3. Serão levados em consideração, juntamente com o 
contexto: 
a)qualquer acordo posterior entre as partes relativo à 
interpretação do tratado ou à aplicação de suas 
disposições; 
b)qualquer prática seguida posteriormente na aplicação do 
tratado, pela qual se estabeleça o acordo das partes relativo 
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à sua interpretação; 
c)quaisquer regras pertinentes de Direito Internacional 
aplicáveis às relações entre as partes. 
 
As partes que celebram um tratado internacional podem 
estabelecer um sentido especial (específico) para determinada palavra X que 
componha o contexto do citado tratado desde que expressem que fizeram essa 
escolha de sentido da palavra X de forma intencional. 
Assim, está previsto na Convenção de Viena: 
4. Um termo será entendido em sentido especial se estiver 
estabelecido que essa era a intenção das partes. 
Um exemplo para explicar a questão do sentido especial 
estabelecido em um tratado: o conceito de “trabalho noturno” previsto no art. 
2º da Convenção nº 171 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) sobre 
Trabalho Noturno, celebrada em 1990. 
O sentido do termo “trabalho noturno” varia de acordo com a 
legislação trabalhista de cada país por diversos fatores, inclusive geográficos 
(ex. a noite em uma região próxima do Polo Norte tem uma duração distinta 
de uma região localizada na linha do Equador). 
Visando uma padronização para evitar conflitos de interpretação, a 
OIT estabeleceu na Convenção nº 171 o seguinte sentido especial para a 
expressão “trabalho noturno”: 
Art. 1 — Para os fins da presente Convenção: 
a) a expressão ‘trabalho noturno’ designa todo trabalho que 
seja realizado durante um período de pelo menos sete horas 
consecutivas, que abranja o intervalo compreendido entre a 
meia noite e às cinco horas da manhã, e que será 
determinado pela autoridade competente mediante consulta 
prévia com as organizações mais representativas dos 
empregadores e de trabalhadores ou através de convênios 
coletivos; 
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Apenas para fins de curiosidade e comparação com a norma 
internacional: a legislação brasileira prevê que o trabalho noturno compreende 
“o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia 
seguinte”, de acordo com o parágrafo segundo do artigo 73 da CLT 
(Consolidação das Leis do Trabalho); enquanto isso, a legislação argentina 
prevê que o trabalho noturno é aquele período compreendido “entre às vinte e 
uma horas de um dia até a hora seis do (dia) seguinte”, conforme o art. 200 
da LCT (Lei de Contrato de Trabalho – Lei argentina nº 20.744/76). 
Portanto, conforme observamos, é curioso ver que em países 
vizinhos que integram uma União Alfandegária (o MERCOSUL) existe essa 
diferença de entendimento quanto ao sentido do termo “trabalho noturno”, 
imagine, então, um tratado internacional reunindo diferentes países dos mais 
distintos continentes (Europa, Ásia, África, América e Oceania) como é o caso 
da Convenção nº 171 da OIT citada como exemplo. 
Além dos métodos (ou meios) de interpretação acima 
mencionados, há os meios (ou métodos) suplementares definidos como: 
circunstâncias de conclusão do acordo e os trabalhos 
preparatórios do tratado, que podem ser estudados, porexemplo, pelos registros das rodadas de negociação e de 
comunicações diplomáticas trocadas entre as partes. 
Os meios suplementares visam: 
� Confirmar o sentido das normas internacionais 
� Elucidar as normas quando o sentido obtido é ambíguo, 
obscuro, manifestamente absurdo ou desarrazoado. 
Além dessas regras aplicáveis a todos os tratados internacionais, 
existem alguns princípios vetores da interpretação que a jurisprudência 
internacional criou para ser aplicado especificamente para os tratados sobre 
direitos humanos. 
� Princípio pro homine 
� Princípio da efetividade (effet utile) 
� Proporcionalidade 
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O princípio pro homine prevê que os tratados de direitos 
humanos devem ser interpretados sempre no sentido da máxima proteção ao 
ser humano. 
O princípio pro homine é também conhecido como primazia da 
norma mais favorável ao indivíduo, apesar de alguns autores (ex. André de 
Carvalho Ramos) sustentarem ser, ambos, princípios distintos, pois o primeiro 
trataria da interpretação jurídica, enquanto o segundo envolveria a aplicação 
de uma norma. 
O princípio da efetividade (effet utile) prevê que deve ser 
assegurados os efeitos pretendidos pelas disposições contidas nos tratados, ou 
como diz a tradução literal desse princípio como ele é concebido na doutrina 
internacionalista: o efeito útil. 
O princípio da proporcionalidade consiste na aferição da 
idoneidade, necessidade e equilíbrio da intervenção estatal em determinado 
direito humano fundamental. É uma técnica de controle do poder estatal, 
mas também um controle indireto sobre o conteúdo do próprio direito humano 
analisado pelo intérprete. 
Outro aspecto que merece um estudo é a teoria da margem de 
apreciação. De acordo com a citada teoria, os órgãos de interpretação do 
Direito Internacional dos Direitos Humanos, em determinados casos polêmicos, 
devem aceitar a POSIÇÃO NACIONAL sobre o tema, evitando impor soluções 
interpretativas às comunidades nacionais, ou seja, um Estado. 
A teoria da margem de apreciação (margin of appreciation) foi uma 
construção jurisprudencial da Corte Européia de Direitos Humanos que 
teve origem no caso Handyside. 
O caso Handyside envolvia a liberdade de expressão no Reino 
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda. Tratava-se do confisco pelo Governo do 
Reino Unido de exemplares e proibição da comercialização de livro considerado 
obsceno editado pelo sr. Richard Handyside. 
Neste caso, a Corte Européia de Direitos Humanos utilizou a teoria 
da margem de apreciação para decidir que cabia à sociedade britânica, com 
fundamento em seus valores morais, decidir sobre se deveria ou não aceitar 
tais restrições à liberdade de expressão, negando assim quaisquer violações 
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às normas internacionais de direitos humanos vigentes, em especial, a 
Convenção Européia de Direitos Humanos. 
Observação: Alguns autores, como Antônio Cançado Trindade, 
criticam a teoria da margem de apreciação pois podem vir a estimular um 
relativismo exagerado que pode resultar em violações aos direitos humanos a 
pretexto de protegê-los. 
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14. As três vertentes da proteção internacional da 
pessoa humana. 
 
A proteção internacional dos direitos da pessoa humana se 
manifesta sob três vertentes: 
� Direito Internacional dos Direitos Humanos 
� Direito Internacional Humanitário 
� Direito Internacional dos Refugiados 
Historicamente, os pensadores tradicionais do direito internacional 
apresentavam uma visão compartimentalizada das três grandes vertentes da 
proteção internacional da pessoa humana – direitos humanos, direito 
humanitário, direito dos refugiados - de forma que essas vertentes fossem 
vistas como assuntos completamente distintos. 
Na atualidade, tem-se visualizado uma mudança da 
compartimentalização que ocorria no passado à interação, em benefício 
dos seres humanos protegidos. 
A Conferência Mundial de Direitos Humanos de Viena (1993) foi um 
espaço político no qual se desenvolveu os debates em torno das aproximações 
ou convergências entre o direito internacional dos direitos humanos, o direito 
internacional humanitário e o direito internacional dos refugiados. 
Assim, ficou constatado que a melhor maneira de respeitar a 
proteção internacional dos direitos da pessoa humana é que essas vertentes 
atuem de forma integrada para que uma complemente a outra. 
Os resultados destes esforços se encontram refletidos em 
passagens relevantes do principal documento adotado pela Conferência, a 
Declaração e Programa de Ação de Viena. 
Exemplo disso é o trecho da Declaração de Viena com o seguinte 
teor: 
 
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(...) 28. A Conferência Mundial sobre Direitos do Homem 
manifesta a sua consternação perante as violações massivas dos 
Direitos do homem, nomeadamente sob a forma de genocídio, 
“limpeza étnica” e violação sistemática de mulheres em situações 
de guerra, originando êxodos em massa de refugiados e 
desalojados. Ao condenar veementemente tais práticas 
abomináveis, reitera o apelo para que os autores de tais crimes 
sejam punidos e tais práticas cessem imediatamente. 
29. A Conferência Mundial sobre Direitos do Homem expressa a 
sua grande preocupação com as violações continuadas de 
Direitos do homem que ocorrem em todas as partes do mundo, 
em desrespeito das normas previstas em instrumentos 
internacionais de direitos do homem e de direito internacional 
humanitário, assim como com a falta de compensações 
suficientes e efetivas destinadas às vítimas. (...) 
Pelo trecho citado acima percebemos que as vertentes não devem 
ser aplicadas de forma isolada, e sim de forma integrada e convergente, 
principalmente quando houver pontos em comum de atuação entre os 
organismos internacionais envolvidos. 
Uma advertência que deve ser feita é para o fato de as 
convergências dessas três vertentes, não equivalem a uma uniformidade total 
nos planos tanto substantivo como processual; de outro modo, já não caberia 
falar de vertentes ou ramos da proteção internacional da pessoa humana. 
As principais diferenças entre as vertentes se baseia nos seguintes 
elementos: 
� Origem histórica 
� Meios de implementação, supervisão ou controle em 
determinadas circunstâncias. 
� Âmbito pessoal de aplicação. 
Mais uma vez, é preciso recordar que essas diferenças entre as 
vertentes não impede a relação de complementariedade entre elas. Exemplos 
disso podem ser observados na interação entre direito dos refugiados e os 
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direitos humanos e na interação entre direito dos refugiados e direito 
humanitário. 
No primeiro caso, tem sido reconhecida a relação de interação 
entre o problema dos refugiados e os direitos humanos, pois uma das 
principais causas da condição de refugiado é a violação dedireitos humanos. 
No segundo caso, observa-se que, ao longo de toda a sua história, 
o CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha), enquanto se dedicava à 
proteção e assistência das vítimas de conflitos armados, também se ocupava 
de refugiados e pessoas deslocadas. Com a criação do ACNUR (Alto 
Comissariado das Nações Unidas para Refugiados), o CICV passou a exercer 
um papel complementar ao daquele. E, desde então, o CICV tem prestado 
apoio ao ACNUR, cooperação que vem se intensificando com o passar do 
tempo em relação a novas e sucessivas crises em diferentes partes do mundo. 
Nem o direito internacional humanitário, nem o direito 
internacional dos refugiados, excluem a aplicação simultânea (ao mesmo 
tempo) das normas do direito internacional dos direitos humanos. 
Assim, as aproximações e convergências entre estas três vertentes 
ampliam e fortalecem as vias de proteção da pessoa humana. 
 
14.1. Direitos humanos, direito humanitário e 
direito dos refugiados. 
 
DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS 
 
O direito internacional dos direitos humanos (DIDH) é aquele que 
visa a proteger todos os indivíduos, qualquer que seja a sua nacionalidade, 
promovendo a dignidade da pessoa humana. 
A importância do DIDH surge com a percepção de que a dignidade 
da pessoa humana foi alçada a interesse superior de todos os Estados, 
prevalecendo sobre outros bens jurídicos. 
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O objeto do DIDH é a promoção e a proteção da dignidade da 
pessoa humana em caráter universal. Os direitos internacionais de proteção à 
pessoa humana vêm a resguardar o homem quando o Estado que deveria 
protegê-lo falha nessa tarefa. 
O DIDH é caracterizado como um direito do pós-guerra, nascido 
após os horrores cometidos pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial 
(1939-1945), marcado por graves abusos nos direitos humanos da pessoas, a 
exemplo do genocídio de diversos povos (judeus, ciganos, eslavos, entre 
outros), destacando-se o surgimento da ONU como um dos pilares da 
formação dessa nova vertente. 
O genocídio é definido internacionalmente pelo art. 2 da 
Convenção para a prevenção e a repressão do crime de genocídio, 
assinada em Nova Iorque em 1948, nos seguintes termos: 
todo ato cometido com a intenção de destruir, no todo ou 
em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, 
tais como: o assassinato de membros do grupo; o dano 
grave à integridade física ou mental de membros do grupo; 
o submissão intencional do grupo a condições de existência 
que lhe ocasionem a destruição física total ou parcial; o 
medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do 
grupo; o transferência forçada de menores do grupo para 
outro. 
 
As principais características do DIDH: 
� Universalidade e transnacionalidade 
� Possibilidade de monitoramento internacional 
� Possibilidade de responsabilização internacional 
� Papel primordial dos Estados 
A universalidade e transnacionalidade se baseiam no fato de 
que os direitos previstos nos tratados são direcionados a todos os membros da 
espécie humana, sem distinção de qualquer forma, nos termos da Declaração 
Universal dos Direitos Humanos. 
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A transnacionalidade é uma conseqüência da universalidade, pois 
os direitos consagrados em tratados de direitos humanos ao se referir a todas 
as pessoas humanas, ignora-se a sua nacionalidade ou mesmo a eventual 
circunstância de serem apátridas, ou seja, não possuírem uma nacionalidade. 
A possibilidade de monitoramento internacional decorre do 
dever de submissão ao tratado que o Estado resolve aderir, o que implica na 
sujeição aos mecanismos gerenciados pelos organismos internacionais voltados 
para a verificação da conformidade da ação estatal com suas obrigações 
internacionais. 
Exemplo: a questão nuclear do Irã. Se o Irã assinou o Tratado de 
Não-proliferação de Armas Nucleares, logo, ele deve permitir que fiscais do 
organismo internacional responsável pelo monitoramento do cumprimento 
desse tratado (a Agência Internacional de Energia Atômica – AIEA) inspecione 
todas as instalações nucleares iranianas para constatar se o Irã está, de fato, 
cumprindo com as obrigações internacionais. 
 
Dessa forma, o Estado não pode recusar o monitoramento de 
organizações internacionais sob o argumento da ingerência ou “intervenção em 
assuntos internos”. 
A possibilidade de responsabilização internacional decorre do 
fato de que aquele sujeito que comete ato ilícito, descumprindo as obrigações 
internacionais em matéria de direitos humanos, pode vir a ser obrigado a: 
� Sofrer sanções internacionais 
� Reparar o dano eventualmente causado a indivíduos e outros 
Estados. 
O papel primordial dos Estados com a conseqüente subsidiariedade 
do sistema internacional dos direitos humanos significa que os ESTADOS 
desempenham um papel primário, enquanto os ORGANISMOS 
INTERNACIONAIS são secundários ou complementares, pois estes devem 
agir apenas quando os órgãos internos não atuarem em conformidade com os 
tratados que os Estados integrem. 
O DIDH volta-se, em resumo, à salvaguarda dos direitos do ser 
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humano e não dos direitos dos Estados, na qual exerce função-chave o 
elemento do 'interesse público' comum ou geral superior. 
 
DIREITO INTERNACIONAL HUMANITÁRIO 
 
O direito internacional humanitário, também chamado de “direito 
humanitário” ou “direito de Genebra”, constitui aquele que visa reduzir a 
violência inerente aos conflitos armados, limitando o impacto das hostilidades 
por meio da proteção de um mínimo de direitos atrelados à pessoa humana e 
pela regulamentação da assistência às vítimas das guerras, externas ou 
internas. 
O objeto do direito humanitário é minimizar os efeitos negativos 
dos conflitos armados sobre a dignidade humana, ou seja, limitar a violência 
inerente à guerra. 
Princípios do direito humanitário: 
� Neutralidade 
� Não-discriminação 
� Responsabilidade 
O princípio da neutralidade prevê que a assistência humanitária 
não pode repercutir em uma intromissão no conflito armado para favorecer 
quaisquer dos beligerantes. 
O princípio da não-discriminação pressupõe que as normas 
jurídicas humanitárias se aplicam a todos os indivíduos sem diferenças de 
qualquer espécie. 
O princípio da responsabilidade prevê que o Estado é o 
responsável pela aplicação das normas de direito humanitário e não os 
indivíduos que compõem as tropas e milícias. 
Em perspectiva histórica, o direito internacional humanitário 
surge na segunda metade do século XIX com a assinatura do primeiro tratado 
internacional dedicado a reduzir o impacto da guerra sobre a vida humana: a 
Convenção para a Melhoria da Sorte dos Feridos e Enfermos dos Exércitos em 
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Campanha, celebrada em Genebra (Suíça) no ano de 1864. 
Após a Segunda Guerra, houve um aperfeiçoamento do direito 
humanitário com as quatro Convenções de Genebra de 1949, que são os 
principais tratados internacionais sobre a matéria, os quaiscontém padrões 
mínimos de proteção em caso de conflito armado. 
Essas convenções tratam das seguintes temáticas: 
� Proteção dos feridos e enfermos em guerra terrestre. 
� Feridos, enfermos e náufragos na guerra naval. 
� Tratamento devido aos prisioneiros de guerra. 
� Proteção dos civis em tempos de guerra. 
Em 1977, foram celebrados dois protocolos adicionais tratando 
dos seguintes assuntos: 
� Guerras de libertação nacional 
� Guerra civil (conflitos internos) 
O protocolo adicional que trata dos conflitos internos não inclui 
qualquer tumulto ou agitação, mas exige a existência de um flanco rebelde 
com um mínimo de organização. 
Em 2005, foi aprovado o Protocolo Adicional III às Convenções 
de Genebra que prevê a adoção de um emblema distintivo adicional. Tal 
emblema ou sinal visa indicar pessoas, bens e instalações protegidas pelas 
normas de Direito Humanitário (ex. cruz vermelha e o crescente vermelho). 
O direito internacional humanitário se aplica somente em 
situações de CONFLITOS ARMADOS, externos ou internos. 
 
E, nos casos em que não for aplicável o direito de Genebra, o que 
fazer? Resposta: Aplicam-se as normas gerais do direito internacional dos 
direitos humanos. 
Esta vertente da proteção internacional dos direitos humanos tem 
como destinatários de suas normas: 
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� Soldados fora de combate (feridos, enfermos ou náufragos) 
� Prisioneiros de guerra 
� Pessoal dos serviços de socorro (médico, enfermeiros, 
capelães). 
� Não-combatentes (população civil) 
O direito humanitário (Convenções de Genebra) conta, como 
mecanismos de controle, com a atuação dos seguintes atores: 
� Comitê Internacional da Cruz Vermelha. 
� "potências protetoras" (texto da Convenção de Genebra). 
� próprias Partes Contratantes. 
Os mecanismos distintos de implementação do direito humanitário, 
voltados à proteção de seres humanos desarmados e indefesos em situações 
de conflito, têm buscado, em razão do contexto em que se aplicam, surtir 
efeitos e resultados particularmente rápidos. 
No âmbito do direito internacional humanitário, a regra constante 
no Protocolo Adicional I de 1977 às Convenções de Genebra, segundo a qual, 
as Partes se comprometem a respeitar e a fazer respeitar, em todas as 
circunstâncias, aqueles tratados humanitários, gera importantes 
conseqüências, pois consagra o fato de que tais normas internacionais são 
obrigações incondicionais, exigíveis por todo Estado independentemente de 
sua participação em um determinado conflito, e cujo integral cumprimento 
interessa à comunidade internacional como um todo. 
Outro elemento importante é que as Convenções de Genebra de 
1949 estipulam que nenhum acordo especial poderá prejudicar a situação das 
pessoas protegidas. 
O direito internacional humanitário encontra-se presente na 
Declaração de Viena de 1993. Especialmente nos parágrafos 3, 23 e 29 da 
parte operativa I; e nos parágrafos 93 e 96 da parte operativa II. 
Uma distinção importante: Direito de Genebra x Direito de Haia. 
O Direito de Genebra: foco principal na proteção das vítimas das 
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guerras. 
O Direito de Haia: foco principal na regulamentação das operações 
militares (o Direito de Guerra), disciplinando os direitos e as obrigações dos 
beligerantes nos combates. 
 
DIREITO INTERNACIONAL DOS REFUGIADOS 
 
O direito internacional dos refugiados visa regular a proteção 
de pessoas envolvidas no fenômeno dos deslocamentos em massa com o fim 
de obter REFÚGIO ou abrigo diante de situações de conflitos armados, 
desastres ou perseguições e, também, do estabelecimento do marco legal da 
cooperação internacional contra o problema. 
O direito dos refugiados busca restabelecer os direitos humanos 
mínimos dos indivíduos ao sair de seus países ou locais de origem. 
A definição de REFUGIADO se encontra na própria Convenção 
internacional relativa ao Estatuto dos Refugiados, de 1951, conforme se 
infere abaixo: 
Trata-se da pessoa que sofre ou teme sofrer, em seu Estado de 
origem, perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social 
ou questões políticas e que, por esses motivos, deixa esse Estado em que 
estava, pois sua integridade corria riscos. 
A finalidade dessa vertente é a facilitação da integração dos 
refugiados nos Estados onde eles se encontram abrigados, conferindo-lhes o 
mínimo de direitos que um estrangeiro usufruiria no Estado onde ele está 
abrigado, além de receber um tratamento específico em face de sua situação. 
O problema dos refugiados desperta o interesse da comunidade 
internacional, especialmente após o fim da Primeira Guerra Mundial, dentro da 
Liga das Nações que havia criado um Alto Comissário para os Refugiados. 
Em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, foi criada a 
Administração das Nações Unidas para o Auxílio e Reabilitação, o embrião do 
contemporâneo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados 
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(ACNUR), instituído em 1951 com a finalidade de auxiliar os Estados na 
aplicação das normas do Direito Internacional dos Refugiados. 
O direito dos refugiados é orientado pelo princípio do non-
refoulment, ou seja, o princípio da proibição de expulsão ou de rechaço. 
De acordo com o princípio do non-refoulment, o Estado que recebe 
um suposto refugiado está proibido de: 
� impedir sua entrada. 
� ser enviado ao Estado de onde proveio. 
As principais normas internacionais que disciplinam o direito dos 
refugiados são: 
� Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados (1951) 
� Protocolo sobre o Estatuto dos Refugiados (1967) 
Ambas foram recepcionadas pelo Brasil, sendo que o país 
promulgou uma lei ordinária para melhor aplicar as normas do Estatuto dos 
Refugiados: a Lei nº 9.474/97. 
A Lei nº 9.474/97 remete, na maior parte de seu texto, ao Estatuto 
dos Refugiados, todavia, ela inclui normas adicionais, inclusive, ampliando o 
âmbito de proteção estabelecido no diploma internacional. 
Com o objetivo de executar a política brasileira relativa aos 
refugiados, a Lei 9.474/97 criou o CONARE (Comitê Nacional para os 
Refugiados), órgão colegiado da estrutura do Ministério da Justiça. 
Esse colegiado tem como competências principais: 
� a análise do pedido de refúgio; 
� a declaração do reconhecimento da condição de refugiado; 
� determinar, em primeira instância, a perda dessa condição; 
� orientar e coordenar as ações necessárias à proteção aos 
refugiados. 
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15. A interligação entre o direito internacional e o 
direito interno na proteção dos direitos humanos. 
 
A recepção das normas internacionais por um Estado depende do 
sistema adotado pelo direito interno desse Estado. Assim, identificamos dois 
sistemas existentes: 
� Monismo jurídico 
� Dualismo jurídico. 
O monismo jurídico é o sistema que pressupõe a recepção 
automática do tratado internacional pelo direito interno do Estado a partir do 
momento em que a autoridade competente assina o tratado. 
O monismopode assumir duas versões: 
• Monismo internacionalista 
• Monismo nacionalista 
O monismo internacionalista defende a primazia da ordem jurídica 
internacional sobre o direito interno. 
Já o monismo nacionalista defende o contrário, ou seja, a primazia 
da ordem jurídica nacional sobre o direito internacional. 
Logo, o monismo não aceita a existência de duas ordens jurídicas 
autônomas, independentes e não derivadas, defendendo-se por vezes a 
primazia do direito interno (nacionalista) e por vezes a primazia do direito 
internacional (internacionalista). 
O dualismo jurídico é o sistema que exige a obediência a um rito 
processual previsto pelo direito interno para que a norma internacional tenha 
aplicação no Estado, de maneira que o tratado internacional assinado NÃO 
produz efeitos imediatos. 
O dualismo, também, pode assumir duas versões: 
• Dualismo radical 
• Dualismo moderado 
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O Brasil adota o sistema do dualismo jurídico para recepcionar 
os tratados internacionais em seu ordenamento jurídico. 
 
Caro aluno, não aprofundaremos as diferentes subdivisões das 
duas correntes do pensamento, pois o nosso propósito é uma exposição 
panorâmica para a compreendermos a forma como o direito internacional está 
interligado com o direito interno dos direitos humanos. 
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16. A Constituição brasileira e os tratados 
internacionais de direitos humanos. 
 
A Constituição brasileira de 1988 disciplina os tratados 
internacionais de direitos humanos explicitamente no art. 5º, § 2º, e no art. 
5º, § 3º, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 45/2004, os 
quais possuem o seguinte teor: 
Art. 5º (...) 
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição 
não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios 
por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que 
a República Federativa do Brasil seja parte. 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos 
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos 
respectivos membros, serão equivalentes às emendas 
constitucionais. 
 
Quando queremos saber o significado ou importância de algo para 
o direito, perguntamos qual a sua natureza jurídica. Considerando que boa 
parte das normas e políticas voltadas para a proteção dos direitos humanos 
pelo Estado brasileiro se originam de compromissos internacionais, é 
importante o candidato saber qual a natureza jurídica dos tratados 
internacionais recepcionados pelo direito brasileiro. 
No Brasil, a natureza jurídica dos tratados internacionais varia de 
acordo com o conteúdo e a forma como ela é recepcionada. Logo, ela pode ser 
de três tipos: 
� Emenda constitucional 
� Caráter supralegal 
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� Lei ordinária 
Os tratados internacionais que tiverem como conteúdo os 
direitos humanos e obedecerem aos requisitos formais do art. 5º, § 3º, da 
Constituição Federal de 1988 terão a natureza de emenda constitucional. 
Isto significa que terão a mesma validade que as normas constitucionais, 
podendo as leis e atos normativos que lhes forem contrários serem submetidos 
a controle de constitucionalidade pelo Poder Judiciário. 
Logo, para que um tratado internacional seja equiparado à emenda 
constitucional ele precisa atender a dois requisitos: 
� Material: conteúdo tratar de direitos humanos. 
� Formal: procedimento de aprovação similar ao da emenda 
constitucional. 
Até hoje, APENAS um tratado internacional foi aprovado 
obedecendo ao rito procedimental de aprovação similar ao da emenda 
constitucional: a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas 
com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 
30 de março de 2007, mas que foi promulgada pelo Brasil em agosto de 2009. 
Já os tratados internacionais que tiverem os direitos humanos 
como o seu conteúdo, mas que NÃO obedecerem aos requisitos formais do 
art. 5º, § 3º, da Constituição Federal de 1988 terão o caráter de supralegal, 
ou seja, as normas contidas nesses tratados são hierarquicamente superiores 
às normas das leis ordinárias e equivalentes (Lei complementar, medidas 
provisórias, etc). 
A natureza supralegal desses tratados é resultado da jurisprudência 
do Supremo Tribunal Federal (STF) que em um julgado notório (Recurso 
Extraordinário nº 466.343) decidiu uma questão envolvendo o Pacto de São 
José da Costa Rica e a possibilidade ou não de prisão civil por dívida no Brasil. 
A partir da decisão do STF não foi possível mais no país a utilização do instituto 
da prisão civil por dívidas, por meio da alienação fiduciária. 
Logo, para o STF, APENAS os tratados internacionais sobre direitos 
humanos têm natureza jurídica supralegal no Brasil, prevalecendo sobre a 
legislação infraconstitucional que seja incompatível com eles, 
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independentemente de a legislação infraconstitucional ser anterior ou posterior 
à ratificação interna. 
Por último, os tratados internacionais que NÃO tratarem de direitos 
humanos e obedecerem aos procedimentos comuns de recepção dos tratados 
internacionais pelo direito brasileiro terão sempre a natureza de lei ordinária, 
estando no mesmo patamar de hierarquia normativa. 
 
 
Observação: Qualquer tratado internacional que NÃO observar os 
procedimentos de recepção das normas internacionais previstos pelo direito 
brasileiro NÃO terá validade no país. 
 
Os procedimentos de recepção de tratados internacionais previstos 
no direito brasileiro observam três fases principais: 
� Negociação 
� Aprovação 
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� Ratificação 
A primeira fase é a negociação por meio da assinatura do tratado 
que constitui uma competência privativa do Presidente da República, o Chefe 
de Estado, conforme se encontra disposto no art. 84, inc. VIII, da 
Constituição Federal de 1988. 
Já a segunda fase, a aprovação parlamentar, trata de uma 
competência exclusiva do Congresso Nacional conforme dispõe o art. 49, inc. 
I, da Constituição Federal de 1988 e que é exercida por meio de decreto 
legislativo. 
A terceira fase é a ratificação ou promulgação, ato privativo do 
Presidente da República exercido por meio de decreto presidencial. Após esse 
ato, o tratado internacional se torna uma norma jurídica incorporada ao direito 
brasileiro. 
FASE INSTRUMENTO COMPETÊNCIA 
1ª Assinatura PRESIDENTE 
2ª Decreto Legislativo CONGRESSO NACIONAL 
3ª Decreto Presidencial PRESIDENTE 
 
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EXERCÍCIOS COMENTADOS 
 
QUESTÃO 72 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos- Ricardo Gomes). 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
O Estado pode recusar o monitoramento de organizações internacionais sob 
o argumento de que essas organizações estão praticando ingerência em 
assuntos internos. 
 
COMENTÁRIOS: 
A possibilidade de monitoramento internacional decorre do 
dever de submissão ao tratado que o Estado resolve aderir, o que implica na 
sujeição aos mecanismos gerenciados pelos organismos internacionais 
voltados para a verificação da conformidade da ação estatal com suas 
obrigações internacionais. 
Exemplo: a questão nuclear do Irã. Se o Irã assinou o Tratado 
de Não-proliferação de Armas Nucleares, logo, ele deve permitir que fiscais 
do organismo internacional responsável pelo monitoramento do 
cumprimento desse tratado (a Agência Internacional de Energia Atômica – 
AIEA) inspecione todas as instalações nucleares iranianas para constatar se 
o Irã está, de fato, cumprindo com as obrigações internacionais. 
Dessa forma, o Estado não pode recusar o monitoramento de 
organizações internacionais sob o argumento da ingerência ou “intervenção 
em assuntos internos”. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 73 (TRF – 3ª Região – Juiz - 2006): Considera-se o tratado 
incorporado ao direito brasileiro: 
a) Com o decreto legislativo que aprova sua ratificação. 
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b) Com a remessa ao país contratante ou à organização do texto ratificado. 
c) Com o decreto do Presidente da República que promulga o tratado. 
d) Com a assinatura do tratado. 
 
COMENTÁRIOS: 
Os procedimentos de recepção de tratados internacionais 
previstos no direito brasileiro observam três fases principais: 
� Negociação 
� Aprovação 
� Ratificação 
A primeira fase é a negociação por meio da assinatura do 
tratado que constitui uma competência privativa do Presidente da República, 
o Chefe de Estado, conforme se encontra disposto no art. 84, inc. VIII, da 
Constituição Federal de 1988. 
Já a segunda fase, a aprovação parlamentar, trata de uma 
competência exclusiva do Congresso Nacional conforme dispõe o art. 49, 
inc. I, da Constituição Federal de 1988 e que é exercida por meio de 
decreto legislativo. 
A terceira fase é a ratificação ou promulgação, ato privativo 
do Presidente da República exercido por meio de decreto presidencial. Após 
esse ato, o tratado internacional se torna uma norma jurídica 
incorporada ao direito brasileiro. 
FASE INSTRUMENTO COMPETÊNCIA 
1ª Assinatura PRESIDENTE 
2ª Decreto Legislativo CONGRESSO NACIONAL 
3ª Decreto Presidencial PRESIDENTE 
 
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RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 74 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
A aplicação do direito internacional humanitário exclui a aplicação 
simultânea das normas do direito internacional dos direitos humanos. 
 
COMENTÁRIOS: 
Pelo contrário, pois as normas de direito internacional dos 
direitos humanos possuem natureza subsidiária. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 75 (TRF – 1ª Região – Juiz - 2006): Os tratados e 
convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em 
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos 
votos dos respectivos membros, serão equivalentes: 
a) às leis complementares. 
b) às emendas constitucionais. 
c) às leis ordinárias. 
d) às portarias. 
e) às normas coletivas. 
 
COMENTÁRIOS: 
Essa questão é mera reprodução do enunciado constitucional 
previsto no art. 5º, § 3º, com a redação dada pela Emenda nº 45/2004. 
Logo, por exclusão, a alternativa “b” é a modalidade normativa que 
contempla a resposta. 
 
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RESPOSTA CERTA: B 
 
QUESTÃO 76 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Considere a afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): 
Uma das características do Direito Internacional dos Direitos Humanos é o 
papel primordial dos Estados na garantia aos indivíduos dos direitos 
humanos, devendo os organismos internacionais atuar apenas de forma 
secundária. 
 
COMENTÁRIOS: 
Questão correta, pois o papel primordial dos Estados com a 
conseqüente subsidiariedade do sistema internacional dos direitos humanos 
significa que os ESTADOS desempenham um papel primário, enquanto os 
ORGANISMOS INTERNACIONAIS são secundários ou complementares, 
pois estes devem agir apenas quando os órgãos internos não atuarem em 
conformidade com os tratados que os Estados integrem. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 77 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes). 
Considere a afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): 
O direito de Genebra, que busca minimizar os efeitos dos conflitos armados, 
abarca, na condição de destinatários de suas normas, os soldados que se 
encontram dentro de combate. 
 
COMENTÁRIOS: 
O direito de Genebra, que é um dos nomes do direito 
internacional humanitário, tem como destinatários de suas normas: 
� Soldados fora de combate (feridos, enfermos ou 
náufragos) 
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� Prisioneiros de guerra 
� Pessoal dos serviços de socorro (médico, enfermeiros, 
capelães). 
� Não-combatentes (população civil) 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 78 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes). 
Considere a afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): 
De acordo com o princípio do non-refoulment, o Estado que recebe um 
suposto refugiado deve permitir sua entrada. 
 
COMENTÁRIOS: 
Outra questão interessante e difícil, que exige do candidato 
atenção. De acordo com o princípio do non-refoulment, o Estado que recebe 
um suposto refugiado está proibido de: 
� impedir sua entrada. 
� ser enviado ao Estado de onde proveio. 
Logo, ele deve permitir a entrada do pretendente a refugiado. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 79 (SENADO - Advogado – 2008 - Adaptado): Julgue o item 
a seguir, relativo ao direito internacional dos direitos humanos, marcando C 
(certo) ou E (errado): 
Os Direitos Internacionais de Proteção à Pessoa Humana vêm a resguardar 
o homem quando o Estado que o tutela falha ao fazê-lo. 
 
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30 
COMENTÁRIOS: 
O sistema de proteção internacional dos direitos humanos é subsidiário, pois 
cabe aos Estados desempenhar primordial a proteção desses direitos. 
Portanto, o enunciado está correto. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 80 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
As quatro Convenções de Genebra de 1949 são omissas em relação à 
proteção das populações civis. 
 
COMENTÁRIOS: 
As quatro Convenções de Genebra de 1949, que são os 
principais tratados internacionais sobre a matéria, os quaiscontém padrões 
mínimos de proteção em caso de conflito armado. 
Essas convenções tratam das seguintes temáticas: 
� Proteção dos feridos e enfermos em guerra terrestre. 
� Feridos, enfermos e náufragos na guerra naval. 
� Tratamento devido aos prisioneiros de guerra. 
� Proteção dos civis em tempos de guerra. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 81 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
O princípio da responsabilidade prevê que o Estado é o responsável pela 
aplicação das normas de direito humanitário e não os indivíduos que 
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compõem as tropas e milícias. 
 
COMENTÁRIOS: 
Enunciado correto, pois o princípio da responsabilidade prevê 
que o Estado é o responsável pela aplicação das normas de direito 
humanitário e não os indivíduos que compõem as tropas e milícias. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 82 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
Até hoje, nenhum tratado internacional foi aprovado obedecendo ao rito 
procedimental previsto no art. 5º, § 3º, com a redação dada pela Emenda 
nº 45/2004. 
 
COMENTÁRIOS: 
Enunciado errado, pois até hoje, APENAS um tratado 
internacional foi aprovado obedecendo ao rito procedimental de aprovação 
similar ao da emenda constitucional: a Convenção Internacional sobre 
os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, 
assinados em Nova York, em 30 de março de 2007, mas que foi promulgada 
pelo Brasil em agosto de 2009. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 83 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, relativo ao direito internacional dos refugiados, 
marcando C (certo) ou E (errado): 
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O direito dos refugiados busca restabelecer os direitos humanos mínimos 
dos indivíduos ao sair de seus países ou locais de origem. 
 
COMENTÁRIOS: 
Questão correta, pois é justamente uma das finalidades do 
direito dos refugiados a busca pelo restabelecimento dos direitos humanos 
mínimos dos indivíduos ao sair de seus países ou locais de origem. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 84 (MPT - Procurador do Trabalho – 2006 - Adaptada): 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
O sistema de proteção internacional dos direitos humanos é subsidiário, 
somente podendo ser invocado se o Estado brasileiro se mostrar omisso ou 
falho na tarefa de proteção dos direitos fundamentais. 
 
COMENTÁRIOS: 
Assim, como se observou acima, o sistema de proteção 
internacional dos direitos humanos é subsidiário, pois cabe aos Estados 
desempenhar primordial a proteção desses direitos. Portanto, o enunciado 
está correto. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 85 (DPU - Defensor – 2007 - Adaptada): Julgue o item a 
seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
No Brasil, o reconhecimento da condição de refugiado dá-se por decisão da 
representação do Alto Comissariado das Nações Unidas para refugiados ou 
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33 
por decisão judicial. 
 
COMENTÁRIOS: 
A Lei nº 9.474/97 remete, na maior parte de seu texto, ao 
Estatuto dos Refugiados, todavia, ela inclui normas adicionais, inclusive, 
ampliando o âmbito de proteção estabelecido no diploma internacional. 
Com o objetivo de executar a política brasileira relativa aos 
refugiados, a Lei 9.474/97 criou o CONARE (Comitê Nacional para os 
Refugiados), órgão colegiado da estrutura do Ministério da Justiça. 
Esse colegiado tem como competências principais: 
� a análise do pedido de refúgio; 
� a declaração do reconhecimento da condição de refugiado; 
� determinar, em primeira instância, a perda dessa 
condição; 
� orientar e coordenar as ações necessárias à proteção aos 
refugiados. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 86 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, relativo à interpretação dos tratados internacionais 
de direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): 
De acordo com a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, a boa fé 
constitui o princípio geral de interpretação dos tratados. 
 
COMENTÁRIOS: 
Questão correta, pois a interpretação dos tratados internacionais 
é regulada pela Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, 
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celebrada em 1969. As normas que abordam a interpretação estão nos 
artigos 31 a 33, cujo inteiro teor consta no final da aula destinada à 
legislação. 
O princípio geral de interpretação dos tratados é a BOA FÉ. 
A boa fé implica nos seguintes valores: 
� Lealdade 
� Honestidade 
� Fidelidade 
� Lisura 
� Ausência de ardis e dissimulações 
De acordo com o art. 31 da Convenção de Viena de 1969: 
1. Um tratado deve ser interpretado de boa fé segundo o 
sentido comum atribuível aos termos do tratado em seu 
contexto e à luz de seu objetivo e finalidade. 
 
De acordo com a Convenção de Viena, um tratado deve ser 
interpretado de boa fé (de forma honesta, leal, fiel, sem dissimulações para 
lesar o próximo) e buscando entender o seu teor utilizando o significado 
usual das palavras que compõem o documento. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 87 (PGFN – Procurador da Fazenda Nacional – 2004 - 
Adaptada): Tradicionalmente o direito internacional concebeu duas teorias 
com referência à relação entre os ordenamentos jurídicos nacionais e 
internacionais. Marque a alternativa verdadeira: 
a) o monismo jurídico não aceita a existência de duas ordens jurídicas 
autônomas, independentes e não derivadas, defendendo-se por vezes a 
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35 
primazia do direito interno e por vezes a primazia do direito internacional. 
b) o monismo jurídico aceita várias ordens jurídicas, com aplicabilidade 
simultânea, configurando-se um pluralismo de fontes, porém aplicadas por 
um único ordenamento. 
c) o dualismo jurídico não aceita a existência de duas ordens jurídicas, 
independentes e derivadas, uma nacional e outra internacional, sendo que 
esta última é que confere validade à primeira. 
d) o monismo jurídico, em todas as hipóteses e versões, não aceita a 
validade de uma ordem jurídica internacional, dado que desprovida de 
sanção e de conteúdos morais, fundamentada meramente em princípios de 
cortesia internacional. 
 
COMENTÁRIOS: 
A recepção das normas internacionais por um Estado depende 
do sistema adotado pelo direito interno desse Estado. Assim, identificamos 
dois sistemas existentes: 
� Monismo jurídico 
� Dualismo jurídico. 
O monismo jurídico é o sistema que pressupõe a recepção 
automática do tratado internacional pelo direito interno do Estado a partir 
do momento em que a autoridade competente assinao tratado. 
O monismo pode assumir duas versões: 
• Monismo internacionalista 
• Monismo nacionalista 
O monismo internacionalista defende a primazia da ordem 
jurídica internacional sobre o direito interno. 
Já o monismo nacionalista defende o contrário, ou seja, a 
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36 
primazia da ordem jurídica nacional sobre o direito internacional. 
Logo, o monismo não aceita a existência de duas ordens 
jurídicas autônomas, independentes e não derivadas, defendendo-se por 
vezes a primazia do direito interno (nacionalista) e por vezes a primazia do 
direito internacional (internacionalista). 
O dualismo jurídico é o sistema que exige a obediência a um 
rito processual previsto pelo direito interno para que a norma internacional 
tenha aplicação no Estado, de maneira que o tratado internacional assinado 
NÃO produz efeitos imediatos. 
O dualismo, também, pode assumir duas versões: 
• Dualismo radical 
• Dualismo moderado 
 
RESPOSTA CERTA: A 
 
QUESTÃO 88 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
São princípios específicos aplicáveis à interpretação dos direitos humanos, 
exceto: 
a) efetividade 
b) primazia da norma mais favorável 
c) proporcionalidade 
d) utilidade 
 
COMENTÁRIOS: 
Além dessas regras aplicáveis a todos os tratados internacionais, 
existem alguns princípios vetores da interpretação que a jurisprudência 
internacional criou para ser aplicado especificamente para os tratados sobre 
direitos humanos. 
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37 
� Princípio pro homine 
� Princípio da efetividade (effet utile) 
� Proporcionalidade 
O princípio da primazia da norma mais favorável é um dos 
sinônimos para o princípio pro homine. 
Uma observação: o princípio da efetividade apesar de ser 
conhecido também como princípio do effet utile, não deve ser confundido 
com a utilidade, pois o enfoque é sobre o efeito da norma internacional. 
 
RESPOSTA CERTA: D 
 
QUESTÃO 89 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, relativo à interpretação dos tratados internacionais 
de direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): 
O princípio pro homine prevê que os tratados de direitos humanos devem 
ser interpretados de forma restritiva, visando controlar a atuação do Estado, 
pois determinados assuntos e valores devem ser decididos pelas próprias 
comunidades nacionais. 
 
COMENTÁRIOS: 
O princípio pro homine prevê que os tratados de direitos 
humanos devem ser interpretados sempre no sentido da máxima proteção 
ao ser humano. 
O princípio pro homine é também conhecido como primazia da 
norma mais favorável ao indivíduo, apesar de alguns autores (ex. André de 
Carvalho Ramos) sustentarem ser, ambos, princípios distintos, pois o 
primeiro trataria da interpretação jurídica, enquanto o segundo envolveria a 
aplicação de uma norma. 
 
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38 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 90 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, relativo à interpretação dos tratados internacionais 
de direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): 
A teoria da margem de apreciação defende que, em determinados casos 
polêmicos, os órgãos internacionais de Direitos Humanos devem aceitar a 
posição nacional sobre o tema formulada por um Estado. 
 
COMENTÁRIOS: 
Resposta correta. De acordo com a teoria da margem de 
apreciação, os órgãos de interpretação do Direito Internacional dos 
Direitos Humanos, em determinados casos polêmicos, devem aceitar a 
POSIÇÃO NACIONAL sobre o tema, evitando impor soluções interpretativas 
às comunidades nacionais, ou seja, um Estado. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 91 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, relativo à interpretação dos tratados internacionais 
de direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): 
As circunstâncias de conclusão do acordo e os trabalhos preparatórios do 
tratado (ex. os registros das rodadas de negociação) são meios 
suplementares para a interpretação dos tratados internacionais, incluindo os 
de direitos humanos. 
 
COMENTÁRIOS: 
Além dos métodos (ou meios) de interpretação acima 
mencionados, há os meios (ou métodos) suplementares definidos como: 
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39 
circunstâncias de conclusão do acordo e os trabalhos 
preparatórios do tratado, que podem ser estudados, por 
exemplo, pelos registros das rodadas de negociação e de 
comunicações diplomáticas trocadas entre as partes. 
Os meios suplementares visam: 
� Confirmar o sentido das normas internacionais 
� Elucidar as normas quando o sentido obtido é ambíguo, 
obscuro, manifestamente absurdo ou desarrazoado. 
Trata-se de regra prevista na Convenção de Viena de 1969. 
Ademais, é preciso lembrar essas regras são aplicáveis a todos 
os tratados internacionais, incluindo os de direitos humanos, conforme têm 
entendido a jurisprudência internacional. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
GABARITOS OFICIAIS 
72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 
E C E B C E C C E C 
82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 
E C C E C A D E C C 
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40 
 
 
EXERCÍCIOS COM GABARITO 
 
QUESTÃO 72 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes). 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
O Estado pode recusar o monitoramento de organizações internacionais sob 
o argumento de que essas organizações estão praticando ingerência em 
assuntos internos. 
 
QUESTÃO 73 (TRF – 3ª Região – Juiz - 2006): Considera-se o tratado 
incorporado ao direito brasileiro: 
a) Com o decreto legislativo que aprova sua ratificação. 
b) Com a remessa ao país contratante ou à organização do texto ratificado. 
c) Com o decreto do Presidente da República que promulga o tratado. 
d) Com a assinatura do tratado. 
 
QUESTÃO 74 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
A aplicação do direito internacional humanitário exclui a aplicação 
simultânea das normas do direito internacional dos direitos humanos. 
 
QUESTÃO 70 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Considere a afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): 
O universalismo defende que a proteção dos direitos humanos se ampara no 
fato de que cada cultura, com suas crenças e princípios, valoriza e conceitua 
de forma diferente o que seriam os Direitos Humanos. 
 
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41 
QUESTÃO 71 (TRF – 1ª Região – Juiz - 2006): Os tratados e 
convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, emcada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos 
votos dos respectivos membros, serão equivalentes: 
a) às leis complementares. 
b) às emendas constitucionais. 
c) às leis ordinárias. 
d) às portarias. 
e) às normas coletivas. 
 
QUESTÃO 72 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Considere a afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): 
Uma das características do Direito Internacional dos Direitos Humanos é o 
papel primordial dos Estados na garantia aos indivíduos dos direitos 
humanos, devendo os organismos internacionais atuar apenas de forma 
secundária. 
 
QUESTÃO 73 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes). 
Considere a afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): 
O direito de Genebra, que busca minimizar os efeitos dos conflitos armados, 
abarca, na condição de destinatários de suas normas, os soldados que se 
encontram dentro de combate. 
 
QUESTÃO 74 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes). 
Considere a afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): 
De acordo com o princípio do non-refoulment, o Estado que recebe um 
suposto refugiado deve permitir sua entrada. 
 
QUESTÃO 75 (SENADO - Advogado – 2008 - Adaptado): Julgue o item 
a seguir, relativo ao direito internacional dos direitos humanos, marcando C 
(certo) ou E (errado): 
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42 
Os Direitos Internacionais de Proteção à Pessoa Humana vêm a resguardar 
o homem quando o Estado que o tutela falha ao fazê-lo. 
 
QUESTÃO 76 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
As quatro Convenções de Genebra de 1949 são omissas em relação à 
proteção das populações civis. 
 
QUESTÃO 77 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
O princípio da responsabilidade prevê que o Estado é o responsável pela 
aplicação das normas de direito humanitário e não os indivíduos que 
compõem as tropas e milícias. 
 
QUESTÃO 78 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
Até hoje, nenhum tratado internacional foi aprovado obedecendo ao rito 
procedimental previsto no art. 5º, § 3º, com a redação dada pela Emenda 
nº 45/2004. 
 
QUESTÃO 79 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, relativo ao direito internacional dos refugiados, 
marcando C (certo) ou E (errado): 
O direito dos refugiados busca restabelecer os direitos humanos mínimos 
dos indivíduos ao sair de seus países ou locais de origem. 
 
QUESTÃO 80 (MPT - Procurador do Trabalho – 2006 - Adaptada): 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
O sistema de proteção internacional dos direitos humanos é subsidiário, 
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43 
somente podendo ser invocado se o Estado brasileiro se mostrar omisso ou 
falho na tarefa de proteção dos direitos fundamentais. 
 
QUESTÃO 81 (DPU - Defensor – 2007 - Adaptada): Julgue o item a 
seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
No Brasil, o reconhecimento da condição de refugiado dá-se por decisão da 
representação do Alto Comissariado das Nações Unidas para refugiados ou 
por decisão judicial. 
 
QUESTÃO 82 (SENADO - Advogado – 2008 - Adaptada): Julgue o item 
a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
O Tribunal Penal Internacional é jurisdição não recepcionada pela 
Constituição Brasileira conforme seu art. 5º, inciso XXXVIII, que não admite 
juízo ou tribunal de exceção. 
 
QUESTÃO 83 (AGU – Advogado da União – 2002 adaptada): Julgue o 
item seguinte, relativo aos tratados internacionais de Direitos Humanos, 
marcando C (certo) ou E (errado): 
Na ausência de dispositivo constitucional claro, o STF estabeleceu o 
entendimento jurisprudencial de que os tratados internacionais de direitos 
humanos estão acima da Constituição Federal. 
 
QUESTÃO 84 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Com relação ao direito internacional humanitário, são princípios do direito 
humanitário, exceto: 
a) non-refoulment. 
b) responsabilidade. 
c) não-discriminação. 
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44 
d) neutralidade. 
 
QUESTÃO 85 (TRF – 1ª Região – Juiz – 2006 adaptada): Julgue o item 
seguinte, relativo aos tratados internacionais de Direitos Humanos, 
marcando C (certo) ou E (errado): 
Para que uma convenção sobre direitos humanos seja equivalente às 
emendas constitucionais, é necessário que seja aprovada, em cada casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos 
respectivos membros. 
 
QUESTÃO 86 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, relativo à interpretação dos tratados internacionais 
de direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): 
De acordo com a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, a boa fé 
constitui o princípio geral de interpretação dos tratados. 
 
QUESTÃO 87 (PGFN – Procurador da Fazenda Nacional – 2004 - 
Adaptada): Tradicionalmente o direito internacional concebeu duas teorias 
com referência à relação entre os ordenamentos jurídicos nacionais e 
internacionais. Marque a alternativa verdadeira: 
a) o monismo jurídico não aceita a existência de duas ordens jurídicas 
autônomas, independentes e não derivadas, defendendo-se por vezes a 
primazia do direito interno e por vezes a primazia do direito internacional. 
b) o monismo jurídico aceita várias ordens jurídicas, com aplicabilidade 
simultânea, configurando-se um pluralismo de fontes, porém aplicadas por 
um único ordenamento. 
c) o dualismo jurídico não aceita a existência de duas ordens jurídicas, 
independentes e derivadas, uma nacional e outra internacional, sendo que 
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45 
esta última é que confere validade à primeira. 
d) o monismo jurídico, em todas as hipóteses e versões, não aceita a 
validade de uma ordem jurídica internacional, dado que desprovida de 
sanção e de conteúdos morais, fundamentada meramente em princípios de 
cortesia internacional. 
 
QUESTÃO 88 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
São princípios específicos aplicáveis à interpretação dos direitos humanos, 
exceto: 
a) efetividade 
b) primazia da norma mais favorável 
c) proporcionalidade 
d) utilidade 
 
QUESTÃO 89 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, relativo à interpretação dos tratados internacionais 
de direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): 
O princípio pro homine prevê que os tratados de direitos humanos devem 
ser interpretados de forma restritiva, visando controlar a atuação do Estado, 
pois determinados assuntos e valores devem ser decididos pelas próprias 
comunidades nacionais. 
 
QUESTÃO 90 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, relativo à interpretação dos tratados internacionais 
de direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): 
A teoriada margem de apreciação defende que, em determinados casos 
polêmicos, os órgãos internacionais de Direitos Humanos devem aceitar a 
posição nacional sobre o tema formulada por um Estado. 
 
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46 
QUESTÃO 91 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, relativo à interpretação dos tratados internacionais 
de direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): 
As circunstâncias de conclusão do acordo e os trabalhos preparatórios do 
tratado (ex. os registros das rodadas de negociação) são meios 
suplementares para a interpretação dos tratados internacionais, incluindo os 
de direitos humanos. 
 
 
GABARITOS OFICIAIS 
 
72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 
E C E B C E C C E C 
82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 
E C C E C A D E C C 
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47 
 
RESUMO DA AULA 
 
Na aula de hoje, abordamos alguns temas relacionados à 
proteção internacional dos direitos humanos, incluindo suas três vertentes, 
e sua interação com o direito brasileiro. 
A interpretação dos tratados internacionais é regulada pela 
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, celebrada em 1969. 
As normas que abordam a interpretação estão nos artigos 31 a 33, cujo 
inteiro teor consta no final da aula destinada à legislação. 
O princípio geral de interpretação dos tratados é a BOA FÉ. 
De acordo com a Convenção de Viena, um tratado deve ser 
interpretado de boa fé (de forma honesta, leal, fiel, sem dissimulações para 
lesar o próximo) e buscando entender o seu teor utilizando o significado 
usual das palavras que compõem o documento. 
Além dos métodos (ou meios) de interpretação acima 
mencionados, há os meios (ou métodos) suplementares definidos como: 
circunstâncias de conclusão do acordo e os trabalhos 
preparatórios do tratado, que podem ser estudados, por 
exemplo, pelos registros das rodadas de negociação e de 
comunicações diplomáticas trocadas entre as partes. 
Além dessas regras aplicáveis a todos os tratados internacionais, 
existem alguns princípios vetores da interpretação que a jurisprudência 
internacional criou para ser aplicado especificamente para os tratados sobre 
direitos humanos. 
� Princípio pro homine (primazia da norma mais favorável) 
� Princípio da efetividade (effet utile) 
� Proporcionalidade 
Outro aspecto que merece um estudo é a teoria da margem 
de apreciação. De acordo com a citada teoria, os órgãos de interpretação 
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48 
do Direito Internacional dos Direitos Humanos, em determinados casos 
polêmicos, devem aceitar a POSIÇÃO NACIONAL sobre o tema, evitando 
impor soluções interpretativas às comunidades nacionais, ou seja, um 
Estado. 
As três vertentes que compõem a proteção internacional dos 
direitos humanos: 
� Direito internacional humanitário 
� Direito internacional dos refugiados 
� Direito internacional dos direitos humanos 
O direito internacional dos direitos humanos (DIDH) é aquele 
que visa a proteger todos os indivíduos, qualquer que seja a sua 
nacionalidade, promovendo a dignidade da pessoa humana. 
As principais características do DIDH: 
� Universalidade e transnacionalidade 
� Possibilidade de monitoramento internacional 
� Possibilidade de responsabilização internacional 
� Papel primordial dos Estados 
O direito internacional humanitário, também chamado de 
“direito humanitário” ou “direito de Genebra”, constitui aquele que visa 
reduzir a violência inerente aos conflitos armados, limitando o impacto das 
hostilidades por meio da proteção de um mínimo de direitos atrelados à 
pessoa humana e pela regulamentação da assistência às vítimas das 
guerras, externas ou internas. 
Princípios do direito humanitário: 
� Neutralidade 
� Não-discriminação 
� Responsabilidade 
Principais normas: as quatro Convenções de Genebra de 
1949 que tratam das seguintes temáticas: 
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49 
� Proteção dos feridos e enfermos em guerra terrestre. 
� Feridos, enfermos e náufragos na guerra naval. 
� Tratamento devido aos prisioneiros de guerra. 
� Proteção dos civis em tempos de guerra. 
Em 1977, foram celebrados dois protocolos adicionais 
tratando dos seguintes assuntos: 
� Guerras de libertação nacional 
� Guerra civil (conflitos internos) 
O direito internacional humanitário se aplica somente em 
situações de CONFLITOS ARMADOS, externos ou internos. 
Uma distinção importante: Direito de Genebra x Direito de 
Haia. 
O Direito de Genebra: foco principal na proteção das vítimas 
das guerras. 
O Direito de Haia: foco principal na regulamentação das 
operações militares (o Direito de Guerra), disciplinando os direitos e as 
obrigações dos beligerantes nos combates. 
O direito internacional dos refugiados visa regular a 
proteção de pessoas envolvidas no fenômeno dos deslocamentos em massa 
com o fim de obter REFÚGIO ou abrigo diante de situações de conflitos 
armados, desastres ou perseguições e, também, do estabelecimento do 
marco legal da cooperação internacional contra o problema. 
Definição de REFUGIADO: 
Trata-se da pessoa que sofre ou teme sofrer, em seu Estado de 
origem, perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo 
social ou questões políticas e que, por esses motivos, deixa esse Estado em 
que estava, pois sua integridade corria riscos. 
 
O direito dos refugiados é orientado pelo princípio do non-
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50 
refoulment, ou seja, o princípio da proibição de expulsão ou de rechaço. 
De acordo com o princípio do non-refoulment, o Estado que 
recebe um suposto refugiado está proibido de: 
� impedir sua entrada. 
� ser enviado ao Estado de onde proveio. 
As principais normas internacionais que disciplinam o direito 
dos refugiados são: 
� Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados (1951) 
� Protocolo sobre o Estatuto dos Refugiados (1967) 
Ambas foram recepcionadas pelo Brasil, sendo que o país 
promulgou uma lei ordinária para melhor aplicar as normas do Estatuto dos 
Refugiados: a Lei nº 9.474/97. 
A Lei 9.474/97 criou o CONARE (Comitê Nacional para os 
Refugiados), órgão colegiado da estrutura do Ministério da Justiça. 
A recepção das normas internacionais por um Estado depende 
do sistema adotado pelo direito interno desse Estado. Assim, identificamos 
dois sistemas existentes: 
� Monismo jurídico 
o Monismo internacionalista 
o Monismo nacionalista 
� Dualismo jurídico. 
o Dualismo radical 
o Dualismo moderado 
 
O monismo jurídico é o sistema que pressupõe a recepção 
automática do tratado internacional pelo direito interno do Estado a partir 
do momento em que a autoridade competente assina o tratado. 
O dualismo jurídico é o sistema que exige a obediência a um 
rito processual previsto pelo direito interno para que

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