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MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 7 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
1 
 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO (AFT) 
 
Prezados Alunos! 
Na aula de hoje estudaremos o núcleo do direito 
internacional dos direitos humanos, composto pelos principais 
documentos internacionais voltados para a proteção dos direitos 
humanos. 
Uma dica: a serenidade é o primeiro passo para a 
sabedoria. Tenha disciplina e mantenha a serenidade que o 
conhecimento brotará em sua mente. 
 
Bons estudos! 
Ricardo Gomes 
 
 
 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 7 
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2 
 
 
 
 
 
QUADRO SINÓPTICO DA AULA: 
 
• 22 O núcleo de direito internacional dos direitos 
humanos. 
• 22.1 Carta das Nações Unidas. 
• 22.2 Declaração universal de direitos humanos. 
• 22.3 Pacto internacional de direitos civis e políticos. 
• 22.4 Pacto internacional de direitos econômicos, 
sociais e culturais. 
• 22.5 Convenção internacional sobre a eliminação de 
todas as formas de discriminação racial. 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 7 
PROF: RICARDO GOMES 
 
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3 
 
22 O núcleo de direito internacional dos direitos 
humanos. 
 
A palavra “núcleo” se refere à essência, ou seja, a parte mais 
importante de algo. Assim, o núcleo de direito internacional dos direitos 
humanos vai se referir aos instrumentos internacionais mais importantes 
para a proteção dos direitos humanos. 
O núcleo que será estudado na aula de hoje é composto pelos 
seguintes documentos: 
� Carta das Nações Unidas. 
� Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
� Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos. 
� Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e 
Culturais. 
� Convenção internacional sobre a eliminação de todas as 
formas de discriminação racial. 
Os tratados “Convenção sobre a eliminação de todas as formas 
de discriminação contra a mulher”, “Convenção contra a tortura e outros 
tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes”, “Convenção 
sobre os direitos da criança”, e “Convenção internacional sobre a proteção 
de direitos de todos os migrantes trabalhadores e membros de suas 
famílias” serão abordados na aula 8. 
Nem todos os documentos listados acima são tratados 
internacionais. Alguns como a Declaração Universal dos Direitos Humanos 
não passam de uma recomendação, todavia, o que integra esses 
documentos é o seu caráter abrangente. 
O mais antigo de todos é a Carta das Nações Unidas, também 
conhecida como Carta de São Francisco, que, adotada em 1945, no final da 
Segunda Guerra Mundial, foi o documento fundador da Organização das 
Nações Unidas (ONU) e responsável pela estruturação desse organismo 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
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4 
internacional intergovernamental. 
Logo, em seguida, temos a Declaração Universal dos Direitos 
Humanos (DUDH), documento inspirado na Declaração dos Direitos do 
Homem e do Cidadão proclamada durante a Revolução Francesa, e que foi 
adotada em 1948. 
Depois, surgiu um importante tratado chamado convenção 
internacional sobre a eliminação de todas as formas de discriminação racial 
que buscou promover uma igualdade racial ou étnica entre os indivíduos do 
planeta, tendo sido adotada em 1965. 
O Pacto internacional de direitos civis e políticos (PIDCP) e o 
Pacto internacional de direitos econômicos, sociais e culturais (PIDESC) são 
instrumentos internacionais celebrados em 1966 destinados a proteger os 
chamados direitos humanos de primeira e segunda geração. 
O Comitê de Direitos Humanos e o Comitê de Direitos 
Econômicos, Sociais e Culturais são os dois mecanismos convencionais 
criados com o intuito de fiscalizar o cumprimento de suas normas. 
A Convenção sobre a eliminação de todas as formas de 
discriminação contra a mulher foi celebrada em 1979, como um reflexo em 
âmbito global das lutas do movimento feminista em prol de uma igualdade 
de gênero. 
Na década de 1980, destacam-se ainda a adoção da Convenção 
contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou 
degradantes, de 1984, e da convenção sobre os direitos da criança, de 
1989. 
Por fim, em 1990, foi celebrada a Convenção internacional 
sobre a proteção de direitos de todos os migrantes trabalhadores e 
membros de suas famílias, convenção que busca proteger a dignidade da 
pessoa trabalhadora no contexto de globalização da mão-de-obra 
decorrente da divisão internacional do trabalho. 
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22.1 Carta das Nações Unidas. 
 
A Carta das Nações Unidas, também conhecida como Carta de 
São Francisco, foi assinada em São Francisco (EUA), a 26 de junho de 1945, 
após o término da Conferência das Nações Unidas sobre Organização 
Internacional, entrando em vigor a 24 de Outubro daquele mesmo ano. 
Esta Carta foi fundamental para o processo de 
internacionalização dos direitos humanos. Ela possui a natureza de tratado. 
Nesse sentido, o Brasil ratificou a mesma, promulgando a Carta das Nações 
Unidas por meio do Decreto nº 19.841/1945. 
A Carta de São Francisco possui as seguintes características: 
• Dividida em 19 capítulos. 
• Possui 111 artigos. 
• Tem um anexo: Estatuto da Corte Internacional de Justiça. 
• É um tratado. 
• Responsável pela constituição do Sistema ONU (conjunto 
de órgãos que formam as Nações Unidas) 
Mecanismos estabelecidos com base na Carta das Nações Unidas 
(mecanismos não-convencionais): 
� Conselho de Direitos Humanos (Que substituiu a Comissão 
de Direitos Humanos em 2006) 
� Revisão Periódica Universal (Um processo estabelecido em 
2006) 
O Conselho de Direitos Humanos foi tratado na aula passada. 
Hoje, iremos tratar da Revisão periódica universal. 
A revisão periódica universal, também chamada de exame 
periódico universal ou informe periódico universal, é um procedimento 
conduzido pelos Estados, sob a supervisão do Conselho de Direitos 
Humanos, no qual, cada Estado declara quais as medidas e providências 
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que adotaram nos últimos anos para melhorar a situação dos direitos 
humanos em seus países e cumprir as obrigações internacionais pertinentes. 
 
Atenção! 
Carta das Nações Unidas ≠ Carta Internacional de Direitos Humanos 
 
A Carta das Nações Unidas (Carta de São Francisco) é o 
documento internacional responsável pela constituição do Sistema ONU, ou 
seja, o conjunto de órgãos e instrumentos das Nações Unidas. 
A Carta Internacional de Direitos Humanos é o conjunto de 
documentos internacionais formado pela Declaração Universal de Direitos 
Humanos, o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e o Pacto 
Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. 
 
CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS ESQUEMATIZADA EM TÓPICOSAgora iremos expor de forma esquematizada em tópicos o 
conteúdo da Carta das Nações Unidas. Este esquema deverá ser lido em 
companhia com o inteiro teor da Carta que se encontra no final desta aula. 
 
Capítulo I: Objetivos e princípios (arts. 1 e 2) 
� Objetivos da ONU: 
o Manter a paz e a segurança internacionais 
o Desenvolver relações amistosas entre as nações 
o Cooperação internacional 
o Harmonizar a ação das nações para o cumprimento 
de objetivos em comum 
� Princípios da ONU: 
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o Igualdade de todos os seus Membros 
o Cumprimento de boa fé das obrigações 
o Solução pacífica das controvérsias internacionais 
o Evitar o uso da força contra qualquer outra nação 
o Dever de assistência às Nações Unidas 
o Influência dos princípios sobre Estados não Membros 
o Vedação à intervenção em assuntos internos 
 
Um dos principais objetivos da ONU e de seus órgãos é a 
proteção universal e efetiva dos direitos humanos. 
 
Capítulo II: Membros (arts. 3 a 6) 
� Estados que assinarem e ratificarem a Carta, tendo: 
o Participado da Conferência de São Francisco, ou 
o Assinado a Declaração das Nações Unidas (1942) 
� Admissão: 
o Estados amantes da paz que: 
� aceitarem as obrigações da Carta 
� aptos e dispostos a cumprir com as obrigações 
o Decisão da Assembléia Geral da ONU, mediante 
recomendação do Conselho de Segurança da ONU. 
� Suspensão: 
o Membro da ONU que sofrer ação coercitiva ou 
preventiva pelo Conselho de Segurança. 
o Decisão da Assembléia Geral da ONU, mediante 
recomendação do Conselho de Segurança da ONU. 
� Expulsão: 
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o Membro da ONU que violar persistentemente os 
Princípios da Carta. 
o Decisão da Assembléia Geral da ONU, mediante 
recomendação do Conselho de Segurança da ONU. 
 
Capítulo III: Órgãos (arts. 7 e 8) 
� Órgãos: 
o Principais: 
� Assembléia Geral 
� Conselho de Segurança 
� Conselho econômico e social 
� Conselho de tutela 
� Corte Internacional de Justiça 
� Secretariado 
o Subsidiários 
� Igualdade entre homens e mulheres durante a participação 
nos órgãos. 
� Curiosidades quanto à sede: vários órgãos possuem sedes 
distintas em Nova Iorque (EUA), Genebra (Suíça), entre 
outros lugares ao redor do mundo. 
 
Capítulo IV: Assembléia Geral (arts. 9 a 22) 
� Formada por todos os membros das Nações Unidas 
� Máximo de cinco representantes por Membro 
� Funções e atribuições: 
o Discutir quaisquer assuntos dentro das finalidades da 
Carta da ONU 
o Poderá fazer recomendações relativas aos princípios 
da ONU aos Membros ou ao Conselho de Segurança 
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o Poderá discutir quaisquer questões relativas à 
manutenção da paz e da segurança internacionais, 
que a ela forem submetidas: 
� por qualquer Membro das Nações Unidas, ou 
� pelo Conselho de Segurança, ou 
� por um Estado que não seja Membro. 
o Qualquer destas questões relativas à manutenção da 
paz e da segurança internacionais, para cuja solução 
for necessária uma ação, será submetida ao 
Conselho de Segurança pela Assembléia Geral. 
o Iniciar estudos e recomendações: 
� Sobre cooperação internacional 
� Desenvolvimento do direito internacional 
o Receber e examinar relatórios anuais e especiais do 
Conselho de Segurança e de outros órgãos da ONU. 
o Aprovar o orçamento da ONU 
� A ação do Conselho de Segurança suspende o poder de 
exame e recomendação da Assembléia Geral. 
� As despesas da ONU serão custeadas pelos próprios 
Membros, de acordo com cotas fixadas pela Assembléia 
Geral 
� Votação: 
o Cada Membro terá um voto. 
o Decisão será tomada por maioria de dois terços dos 
membros presentes e votantes. 
o Atraso no pagamento da contribuição pelo Membro 
impede o direito de voto. 
� Processo: 
o Sessões anuais regulares 
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o Sessões especiais de acordo com as circunstâncias 
o Eleição de um presidente para cada sessão. 
Capítulo V: Conselho de Segurança (arts. 23 a 32) 
� Composição: 15 membros 
o Permanentes: 5 
� Estados Unidos da América 
� França 
� Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do 
Norte 
� Rússia (ex-União Soviética) 
� China 
o Temporários: 10 (eleitos para mandato de 2 anos) 
� Possui “a principal responsabilidade” na manutenção da 
paz e da segurança internacionais e agirá em nome dos 
Membros da ONU. 
� Suas decisões são tomadas por meio de Resoluções. 
� É o único órgão da ONU capaz de tomar decisões 
obrigatórias para todos os Membros das Nações Unidas. 
� Submeterá relatórios anuais e especiais à Assembléia 
Geral 
� Votação: 
o Cada Membro tem direito a um voto 
o Maioria de nove votos de qualquer membro sobre 
assuntos processuais do Conselho 
o Decisão sobre outros assuntos será tomada pela 
maioria de nove votos, incluindo os votos 
afirmativos dos Membros Permanentes (poder de 
veto). 
 
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Atenção! Não basta haver uma maioria para que o Conselho de 
Segurança da ONU decida contra ou a favor de uma matéria. Isto ocorre em 
virtude do chamado “poder de veto” dos Membros Permanentes. O “poder 
de veto” exercido no Conselho de Segurança está previsto de forma 
implícita. 
Esta previsão se origina do fato de que, para a tomada de 
decisões sobre assuntos não processuais, o Conselho de Segurança exige 
uma maioria mínima de nove votos, sendo que dentro dessa maioria 
deverão ser contados “os votos afirmativos dos membros permanentes”, ou 
seja, se algum dos Membros Permanentes votarem contra, o Conselho de 
Segurança não poderá aprovar uma resolução. 
Exemplo hipotético: Caso 14 membros do Conselho de 
Segurança decidam em favor de uma intervenção em um país, ex. a Coréia 
do Norte, mas APENAS um dos membros permanentes, ex. a China, for 
contra, o Conselho de Segurança NÃO poderá aprovar a resolução em favor 
da intervenção naquele país, pois um membro permanente usou o “poder de 
veto”. 
Capítulo VI: Solução pacífica de controvérsias (arts. 33 a 38) 
� No plano internacional, os Estados podem recorrer aos 
seguintes meios de solução pacífica de controvérsias: 
o Negociação 
o Inquérito 
o Mediação 
o Conciliação 
o Arbitragem 
o solução judicial 
o recurso a entidades ou acordos regionais 
o qualquer outro meio pacífico à sua escolha 
� As controvérsias de caráter jurídico devem ser submetidas 
à Corte Internacional de Justiça. 
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Capítulo VII: Ação relativa a ameaças à paz, ruptura da paz e 
atos de agressão (arts.39 a 51) 
� O Conselho de Segurança determinará a existência de 
qualquer ameaça à paz, ruptura da paz ou ato de 
agressão, e fará recomendações ou decidirá que medidas 
deverão ser tomadas a fim de manter ou restabelecer a 
paz e a segurança internacionais. 
� Comissão de Estado-Maior 
o composta pelos Chefes de Estado-Maior dos 
Membros Permanentes do Conselho de Segurança ou 
de seus representantes 
o Responsável pela direção estratégica de todas as 
forças armadas postas à disposição do Conselho de 
Segurança. 
 
Capítulo VIII: Acordos regionais (arts. 52 a 54) 
� Regras que possibilitam a existência de entidades 
regionais, como a União Européia e a União Africana. 
 
Capítulo IX: Cooperação internacional, econômica e social 
(arts. 55 a 60) 
� A ONU, visando criar condições de estabilidade e bem 
estar, favorecerá: 
o níveis mais altos de vida, trabalho efetivo e 
condições de progresso e desenvolvimento 
econômico e social; 
o a solução dos problemas internacionais econômicos, 
sociais, sanitários e conexos; a cooperação 
internacional, de caráter cultural e educacional; e 
o respeito universal e efetivo à raça, sexo, língua ou 
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religião. 
� Entidades especializadas da ONU (art. 57): criadas 
para dar cumprimento às disposições internacionais nos 
campos econômico, social, cultural, educacional, sanitário 
e conexos. 
� Órgãos da ONU competentes nesse campo de atuação: 
o Assembléia Geral 
o Conselho Econômico e Social 
 
Capítulo X: Conselho Econômico e Social (arts. 61 a 72) 
� Um dos órgãos principais da ONU. Conhecido pela sigla 
inglesa ECOSOC. 
� Composição: 54 membros (eleitos pela Assembléia Geral). 
� Atribuições: 
o estudos e relatórios sobre assuntos nos campos 
econômico, social, cultural, educacional, sanitário e 
conexos. 
o recomendações destinadas a promover o respeito e 
a observância dos direitos humanos e das liberdades 
fundamentais para todos. 
o projetos de convenções a serem submetidos à 
Assembléia Geral. 
o Cumprimento das recomendações da Assembléia 
Geral nos assuntos de sua matéria. 
o Poderá comunicar à Assembléia Geral suas 
observações a respeito dos relatórios efetuados por 
entidades especializadas. 
o Convocar conferências internacionais sobre assuntos 
de sua competência. 
o Fornecer informações ao Conselho de Segurança. 
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� Decisões serão tomadas por maioria dos votos dos 
membros presentes e votantes. 
� Conselho de Direitos Humanos (antiga Comissão de 
Direitos Humanos): mecanismo não-convencional de 
proteção aos direitos humanos previsto no art. 68 da 
Carta. 
Art. 68. O Conselho Econômico e Social criará comissões 
para os assuntos econômicos e sociais e a proteção dos 
direitos humanos assim como outras comissões que 
forem necessárias para o desempenho de suas funções. 
 
Capítulo XI: Declaração relativa a territórios sem governo 
próprio (arts. 73 a 74) 
� Representa um dos fundamentos para o sistema 
internacional de tutela, que se encontra inativo desde 
1994, logo, não será exposto nesta aula. 
 
Capítulo XII: Sistema internacional de tutela (arts. 75 a 85) 
� Inativo desde 1994, não será exposto. 
Capítulo XIII: Conselho de tutela (arts. 86 a 91) 
� Inativo desde 1994, não será exposto. 
 
Capítulo XIV: Corte Internacional de Justiça (arts. 92 a 96) 
� Principal órgão judiciário das Nações Unidas. 
� Funcionará baseado nos procedimentos estabelecidos no 
Estatuto da Corte Internacional de Justiça (anexo da 
Carta). 
� Os Membros da ONU estão obrigados a cumprir as 
decisões desta Corte nos casos em que for parte (art. 94 
da Carta). 
� A Assembléia Geral ou o Conselho de Segurança poderá 
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15 
solicitar parecer consultivo desta Corte, sobre qualquer 
questão de ordem jurídica. 
 
Capítulo XV: O Secretariado (arts. 97 a 101) 
� Composição: 
o Secretário-Geral 
o Pessoal “exigido pela Organização”. 
� O Secretário-Geral será indicado pela Assembléia Geral 
mediante a recomendação do Conselho de Segurança. 
� O Secretário-Geral fará um relatório anual sobre os 
trabalhos da ONU. 
� Curiosidade: o Alto Comissariado de Direitos Humanos 
integra o Secretariado da ONU, tendo sede em Genebra 
(Suíça). 
 
Capítulo XVI: Disposições diversas (arts. 102 a 105) 
Capítulo XVII: Disposições transitórias sobre segurança (arts. 
106 e 107) 
Capítulo XVIII: Emendas (arts. 108 e 109) 
Capítulo XIX: Ratificação e assinatura (arts. 110 e 111) 
 
Considerando o foco deste concurso (AFT/MTE), não iremos 
trabalhar com os quatro últimos capítulos, todavia, caso o candidato tenha 
curiosidade em conhecê-los, disponibilizamos o teor da Carta (sem o anexo) 
no final desta aula. 
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16 
 
22.2 Declaração universal de direitos humanos. 
 
A Declaração Universal de Direitos Humanos (DUDH), 
adotada em 1948, constitui tecnicamente uma recomendação que influencia 
os Estados na promoção dos direitos humanos. Ela teve a aprovação de 48 
Estados e 8 abstenções. 
Ela consolida a afirmação de uma “ética universal” ao 
estabelecer um consenso contemporâneo sobre valores de natureza 
universal a serem observados pelos Estados, principalmente o respeito à 
dignidade humana. 
Os antecedentes históricos da DUDH se encontram na 
Declaração de Direitos da Virgínia (EUA) no séc. XVIII e a Declaração dos 
Direitos do Homem e do Cidadão proclamada durante a Revolução Francesa 
também no final do século XVIII. 
A própria estrutura formal da declaração foi inspirada no Código 
de Napoleão, uma consequência do contexto da Revolução Francesa, ao 
adotar um preâmbulo e princípios gerais introdutórios (arts. 1º e 2º da 
DUDH). 
O artigo 1º da DUDH mostra esta ligação ao prever 
implicitamente o lema “liberdade, igualdade e fraternidade” (liberté, egalité 
et fraternité) da época da Revolução Francesa, conforme o seguinte 
enunciado: 
Artigo I 
Todas as pessoas nascem livres e iguais em 
dignidade e direitos. São dotadas de razão e 
consciência e devem agir em relação umas às 
outras com espírito de fraternidade. 
A DUDH introduz a noção de indivisibilidade dos direitos 
humanos e estabelece duas categorias desses direitos: 
� Direitos civis e políticos (arts. 3º a 21). 
� Direitos econômicos, sociais e culturais (arts. 22 a 28). 
home
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17 
A Declaração não apenas menciona os dois direitos como buscar 
colocá-los em uma situação de paridade e ainda afirma a inter-relação, a 
indivisibilidade e interdependência de tais direitos. 
A base da DUDH é o preâmbulo e o art. 1º, parágrafo 3º da 
Carta das Nações Unidas: 
 
“NÓS, OS POVOS DAS NAÇÕES UNIDAS, RESOLVIDOS 
(...) a reafirmar a fé nos direitos fundamentaisdo 
homem, na dignidade e no valor do ser humano, na 
igualdade de direito dos homens e das mulheres (...)”. 
“Art. 1. Os objetivos das Nações unidas são: (...) 3. 
Conseguir uma cooperação internacional para resolver os 
problemas internacionais de caráter econômico, social, 
cultural ou humanitário, e para promover e estimular o 
respeito aos direitos humanos e às liberdades 
fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, 
língua ou religião;” 
A DUDH possui as seguintes características: 
• Possui 30 artigos. 
• É uma recomendação. 
A DUDH pode ser dividida em quatro partes: 
� 1ª parte (arts. 3 a 11): direitos individuais. 
� 2ª parte (arts. 12 a 17): direitos do indivíduo na sociedade 
e de participação política. 
� 3ª parte (arts. 18 a 21): liberdades políticas, públicas e 
religiosas. 
� 4ª parte (arts. 22 a 28): direitos econômicos, sociais e 
culturais. 
 
Os artigos finais tratam de aspectos que buscam dar 
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sistematicidade e força à DUDH. 
Observa-se, mais uma vez, que a DUDH inclui tanto direitos 
relacionados à não-intervenção estatal, de índole liberal, como também os 
direitos de cunho econômico e social, que demandam a participação do 
Estado. 
A DUDH de 1948, tradicional e tecnicamente, tem sido 
considerada como portadora da natureza de recomendação, tendo sido 
veiculada por meio de uma resolução, não apresentando instrumentos ou 
órgãos próprios destinados a tornar compulsória sua aplicação. 
Observação: há uma tendência contemporânea que defende a 
juridicidade e vinculação da DUDH, trazendo alguns argumentos: 
- a Declaração Universal seria uma interpretação autorizada da 
expressão “direitos humanos” contida na Carta das Nações Unidas. 
- a Declaração Universal seria um costume internacional, 
portanto, uma fonte formal do direito internacional público, visto que a 
DUDH teria se convertido gradativamente em uma norma consuetudinária. 
- a Declaração Universal seria um ato de organização 
internacional, portanto, uma fonte não-codificada de direito internacional 
público (entendimento do CESPE em vários concursos). 
Portanto, o candidato deve ter cuidado, pois se o examinador 
cobrar de maneira peremptória (de forma seca e sem rodeios) que a DUDH 
é um “tratado” ou um documento com “força jurídica vinculante” sem 
fundamentar, é possível que ele esteja optando pelo entendimento 
tradicional, segundo o qual a DUDH não possui juridicidade e vinculação. 
No entanto, se houver pelo examinador uma “complementação” 
(uma breve explicação do por quê da DUDH ser obrigatória ou vinculante), é 
possível que ele esteja querendo do candidato um entendimento mais 
contemporâneo quanto a natureza jurídica da Declaração. 
Existe outra particularidade que merece atenção por parte do 
candidato. Na atualidade, o direito humano ao meio ambiente tem sido uma 
realidade inevitável, no entanto, na época da elaboração da DUDH, esse 
direito fundamental era desconhecido. 
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O reconhecimento do direito humano ao meio ambiente somente 
vai ocorrer no plano internacional por meio de um documento internacional 
específico à área do meio ambiente: a Declaração do Rio de Janeiro de 1992 
sobre meio ambiente e desenvolvimento, produzida durante a ECO-92. 
Outro dado que merece atenção para o candidato é o fato de 
que a Declaração Universal dos Direitos Humanos NÃO cria, nem 
institui, quaisquer órgãos voltados para a efetivação de seus dispositivos, 
DIFERENTEMENTE do que ocorre com a Carta das Nações Unidas que 
prevê diversos órgãos responsáveis pela execução de suas disposições. 
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22.3 Pacto internacional de direitos civis e 
políticos 
 
A discussão envolvendo o Pacto Internacional de Direitos Civis e 
Políticos (PIDCP) e o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e 
Culturais (PIDESC) remete ao cenário da Guerra Fria quando os Estados 
Unidos (EUA) e a União Soviética (URSS) divergiam quanto ao conteúdo que 
deveria versar um tratado visando tornar obrigatórias e vinculantes as 
disposições contidas na Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
Os EUA eram contra tornar os direitos econômicos, sociais e 
culturais como direitos humanos, visto que esta matéria dependeria das 
condições financeiras de implementação pelos Estados, enquanto a URSS 
defendia o oposto (que tais direitos eram sim humanos e fundamentais) e, 
ao mesmo tempo, recusava-se a aceitar os direitos civis e políticos como 
direitos humanos, pois dependeriam do atendimento prévio das 
necessidades básicas veiculadas pelos direitos econômicos, sociais e 
culturais. 
A solução para o impasse foi dividir o conteúdo dos direitos 
humanos em dois tratados internacionais: 
� Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos. 
� Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e 
Culturais. 
Isto explica o curioso fato dos dois tratados possuírem em 
comum: o preâmbulo, o art. 1º, o art. 3º e o art. 5º, a seguir citados: 
ARTIGO 1º 
1. Todos os povos têm direito à autodeterminação. Em 
virtude desse direito, determinam livremente seu 
estatuto político e asseguram livremente seu 
desenvolvimento econômico, social e cultural. 
2. Para a consecução de seus objetivos, todos os povos 
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21 
podem dispor livremente de suas riquezas e de seus 
recursos naturais, sem prejuízo das obrigações 
decorrentes da cooperação econômica internacional, 
baseada no princípio do proveito mútuo, e do Direito 
internacional. Em caso algum, poderá um povo ser 
privado de seus meios de subsistência. 
3. Os Estados partes do presente pacto, inclusive 
aqueles que tenham a responsabilidade de administrar 
territórios não-autônomos e territórios sob tutela, 
deverão promover o exercício do direito à 
autodeterminação e respeitar esse direito, em 
conformidade com as disposições da Carta das nações 
unidas. 
(...) ARTIGO 3º 
Os Estados partes do presente pacto comprometem-se a 
assegurar a homens e mulheres igualdade no gozo de 
todos os direitos civis e políticos enunciados no presente 
pacto. (observação: no PIDESC substitui-se a 
expressão sublinhada por direitos econômicos, 
sociais e culturais) 
(...) ARTIGO 5º 
1. nenhuma disposição do presente pacto poderá ser 
interpretada no sentido de reconhecer a um Estado, 
grupo ou indivíduo qualquer direito de dedicar-se a 
quaisquer atos que tenham por objetivo destruir os 
direitos ou liberdades reconhecidos no presente Pacto ou 
impor-lhes limitações mais amplas do que aquelas nele 
prevista. 
2. Não se admitirá qualquer restrição ou suspensão dos 
direitos humanos fundamentais reconhecidos ou vigentes 
em qualquer Estado Parte do presente pacto em virtude 
de leis, convenções, regulamentos ou costumes, sob 
pretexto de que o presente pacto não os reconheça ou os 
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22 
reconheça em menor grau. 
 
O Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos foi adotado 
pela Assembléia Geral da ONU em 16/12/1966, passando a vigorar em 
23/03/1976, sendo incorporado pelo Brasil ao seu direito interno pelo 
Decreto nº 592, de 6 de julho de 1992. 
O PIDCP está estruturado da seguinte forma: 
� É um tratado internacional. 
� Normas autoaplicáveis. 
� Possui 53 artigos. 
� Objeto: normatizar e disciplinar os direitos civis e 
políticos. 
� Prevê um mecanismo convencional: o Comitê de 
Direitos Humanos. 
� Possui dois protocolos adicionais (ou facultativos): 
o 1º Protocolo: trata do Comitê de Direitos Humanos 
(sistemática de petições individuais). 
o 2º Protocolo: abolição da pena de morte. 
O PIDCP busca aplicar de forma imediata os direitos civis e 
políticos, ao invés de simplesmente enunciá-los como fez a DUDH. 
O PIDCP trata de direitos direcionados aos indivíduos. 
Principais “novidades” do PIDCP em relação à DUDH: 
• Pacto não só incorpora inúmeros dispositivos da DUDH, 
com maior detalhamento, como ainda estende o elenco 
desses direitos. 
• Pacto abriga novos direitos e garantias não incluídos na 
Declaração Universal. 
Apesar de as seis “Partes” do PIDCP não possuírem 
nomenclaturas, pode-se dividir o Pacto através de seus temas principais, a 
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23 
seguir: 
� Parte I (art. 1º): o direito à autodeterminação já citado 
acima; 
� Parte II (arts. 2º a 5º): garantias dos direitos humanos: 
o Art. 2º: 
� Dever de proteção aos direitos humanos e 
princípio da igualdade e isonomia. 
� Dever de legislar para cumprimento do Pacto. 
� Direito de petição e princípio da 
inafastabilidade de apreciação pela autoridade 
judicial. 
o Art. 4º: 
� Estado de exceção e o direito de suspensão. 
o Os arts. 3º e 5º foram citados integralmente acima. 
� Parte III (arts. 6º a 27): diferentes modalidades de 
direitos humanos (à vida; à dignidade humana; à 
liberdade de locomoção; às liberdades de pensamento, 
consciência e religião; às liberdades de livre reunião e 
associação; às proteções à família e à criança; à liberdade 
política; à igualdade; e das minorias étnicas): 
o Art. 6º: 
� Direito à vida 
� Pena de morte e crimes de genocídio (o 
Segundo Protocolo traz uma norma específica 
visando a abolição da pena de morte, 
diferentemente do texto original contido no 
Pacto). 
� Direito à petição de indulto ou comutação da 
pena. 
o Art. 7º: 
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24 
� Proibição de tortura e penas ou tratamentos 
cruéis, desumanos ou degradantes. 
o Art. 8º: 
� Escravidão, servidão e trabalhos forçados. 
o Arts. 9º, 10, 11, 14 e 15: 
� Direitos dos presos ou acusados de crimes: 
- Devido processo legal 
- Direito à comunicação de prisão e prisão 
preventiva. 
- Prisão legal e habeas corpus 
- Tratamento adequado do preso e 
separação de presos. 
- Prisão por dívidas 
- Acesso à justiça, contraditório e juiz 
natural. 
- Publicidade 
- Direito à presunção de inocência 
- Direitos do acusado de um delito. 
- Processos contra menores. 
- Direito ao duplo grau de jurisdição em 
matéria criminal. 
- Direito à indenização pelo erro judicial. 
- Vedação de bis in idem (alguém ser 
novamente processado e julgado pelo 
mesmo crime). 
- Irretroatividade das leis penais. 
- Crime internacional 
o Arts. 12 e 13: 
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25 
� Direito de locomoção e restrições 
� Direito de entrar no país 
� Expulsão de estrangeiro e devido processo 
legal 
o Arts. 16 e 17: 
� Direito a ser sujeito de direitos 
� Direito à privacidade e intimidade 
o Arts. 18, 19 e 20: 
� Liberdade de culto e pensamento 
� Liberdade de expressão 
� Restrição à propaganda de Governo e apologia 
o Arts. 21 e 22: 
� Direito de reunião e associação. 
o Arts. 23 e 24: 
� Direito à proteção da família e do livre 
consentimento no casamento. 
� Direitos da criança. 
o Art. 25: 
� Direitos políticos: 
• Direito à participação política 
• Acesso aos cargos públicos. 
o Arts. 26 e 27: 
� Direito à igualdade perante a lei. 
� Direito à preservação cultural de minorias. 
� Parte IV (arts. 28 a 45): dos mecanismos de 
implementação do Pacto (o Comitê): 
o Comitê de Direitos Humanos: 
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26 
� Instituição, funcionamento e atribuições. 
� Comitês temáticos. 
� Parte V (arts. 46 a 47): interpretações do Pacto; e 
� Parte VI (arts. 48 a 53): considerações finais. 
A quarta parte do Pacto trata de um importante mecanismo de 
implementação do PIDCP (mecanismo convencional do sistema global de 
direitos humanos) denominado: Comitê de direitos humanos. 
O Comitê de direitos humanos é um órgão colegiado (18 
membros) com a atribuição de monitorar a implementação do PIDCP pelos 
Estados que são parte no referido tratado. 
Ele foi criado pelo art. 28 do próprio Pacto. O Comitê tem como 
atribuições principais: 
� Receber e analisar os relatórios sobre a situação dos 
direitos civis e políticos nos Estados que integram o PIDCP. 
� Receber denúncias formuladas contra Estado que integre o 
PIDCP por outros Estados ou particulares. 
Assim, cabe ao Comitê de Direitos Humanos examinar e estudar 
os relatórios (reports) tecendo comentários e observações gerais a 
respeito. Após isso, o Comitê deverá encaminhar o relatório, com os 
comentários elaborados, ao Conselho Econômico e Social da ONU. 
As decisões do Comitê de Direitos Humanos NÃO possuem 
caráter vinculante, não sendo de cumprimento obrigatório. 
Apesar do texto original do Pacto não ter admitido a 
possibilidade de recepção de comunicações de violações de direitos 
humanos provenientes de particulares, o 1º Protocolo Facultativo admitiu 
essa possibilidade, desde que o Estado integrante do PIDCP reconheça esse 
procedimento. 
 
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22.4 Pacto internacional de direitos econômicos, 
sociais e culturais. 
 
O Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais 
foi adotado pela Assembléia Geral da ONU em 19/12/1966, passando a 
vigorar em 03/01/1976, sendo incorporado pelo Brasil ao seu direito interno 
pelo Decreto nº 591, de 6 de julho de 1992. 
O PIDESC está estruturado da seguinte forma: 
� É um tratado internacional. 
� Normas de aplicação progressiva. 
� Possui 31 artigos. 
� Objeto: normatizar e disciplinar os direitos econômicos, 
sociais e culturais. 
� Prevê um mecanismo convencional: o Comitê de 
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. 
� Possui um protocolo facultativo: admissão de denúncias 
em relação ao descumprimento do Pacto. 
Conceito de direitos econômicos, sociais e culturais, de acordo 
com GeorgeMarmelstein: 
(...) os direitos econômicos, sociais e culturais são 
aqueles que se fundamentam na solidariedade, na 
igualdade e na dignidade da pessoa humana, visando (a) 
a uma melhor qualidade de vida, (b) à equalização das 
oportunidades e (c) à redução das desigualdades sociais, 
quase sempre através da prestação de bens ou serviços 
referentes às necessidades básicas, como alimentação, 
saúde, moradia, educação, assistência social etc. para as 
pessoas em situação de desvantagem socioeconômico-
cultural. 
Assim, o PIDESC trata de direitos de caráter social, cuja 
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28 
natureza exige, de forma predominante, a realização de atividades 
concretas pelo Estado para a sua efetivação, ou seja, os Poderes Públicos 
precisam praticar um conjunto de prestações positivas voltadas para a sua 
materialização na realidade social. 
O PIDESC trata de direitos direcionados aos Estados. 
O Pacto é dividido formalmente em cinco partes: 
� Parte I (art. 1º): o direito à autodeterminação já citado 
acima; 
� Parte II (arts. 2º a 5º): compromisso dos Estados de 
implementar os direitos previstos: 
o Art. 2º: 
� Princípio da realização progressiva dos direitos 
econômicos, sociais e culturais. 
� Princípio da igualdade ou isonomia. 
o Art. 4º: 
� Limitações dos direitos econômicos, sociais e 
culturais. 
o Os arts. 3º e 5º foram citados integralmente acima. 
� Parte III (arts. 6º a 15): direitos propriamente ditos: 
o Art. 6º: 
� Direito ao trabalho. 
o Art. 7º: 
� Direito a condições dignas de trabalho. 
o Art. 8º: 
� Direito à liberdade sindical. 
o Art. 9º: 
� Direito à previdência social. 
o Art. 10: 
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� Proteção à família e livre consentimento dos 
cônjuges para contração do vínculo 
matrimonial. 
� Direito à proteção da maternidade 
� Proteção à crianças e adolescentes 
o Art. 11: 
� Direito ao nível adequado de vida 
� Direito à alimentação 
o Art. 12: 
� Direito à saúde 
o Arts. 13 e 14: 
� Direito à educação 
� Direito dos representantes das crianças e 
adolescentes em escolher o modo de ensino. 
o Art. 15: 
� Direito de participação no desenvolvimento 
cultural, científico e artístico. 
� Parte IV (arts. 16 a 25): mecanismo de supervisão por 
meio da apresentação de relatórios ao ECOSOC: 
o Relatórios de monitoramento. 
� Parte V (arts. 26 a 31): normas referentes à sua 
ratificação e entrada em vigor. 
Em relação a todos os direitos expostos de forma 
esquematizada, iremos apresentar o inteiro teor daqueles direitos mais 
importantes para o estudo do(a) futuro(a) auditor(a) fiscal do trabalho. São 
eles: 
• Direito ao trabalho (art. 6º do PIDESC) 
• Direito a condições dignas de trabalho (art. 7º do PIDESC) 
• Direito à liberdade sindical (art. 8º do PIDESC) 
 
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O direito ao trabalho está previsto nos seguintes termos: 
1. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o 
direito ao trabalho, que compreende o direito de toda 
pessoa de ter a possibilidade de ganhar a vida mediante 
um trabalho livremente escolhido ou aceito, e tomarão 
medidas apropriadas para salvaguardar esse direito. 
2. As medidas que cada Estado Parte do presente Pacto 
tomará a fim de assegurar o pleno exercício desse direito 
deverão incluir a orientação e a formação técnica e 
profissional, a elaboração de programas, normas e 
técnicas apropriadas para assegurar um desenvolvimento 
econômico, social e cultural constante e o pleno emprego 
produtivo em condições que salvaguardem aos indivíduos 
o gozo das liberdades políticas e econômicas 
fundamentais. 
O direito a condições dignas de trabalho está previsto nos 
seguintes termos: 
Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o 
direito de toda pessoa de gozar de condições de trabalho 
justas e favoráveis, que assegurem especialmente: 
a) Uma remuneração que proporcione, no mínimo, a 
todos os trabalhadores: 
i) Um salário eqüitativo e uma remuneração igual por um 
trabalho de igual valor, sem qualquer distinção; em 
particular, as mulheres deverão ter a garantia de 
condições de trabalho não inferiores às dos homens e 
perceber a mesma remuneração que eles por trabalho 
igual; 
ii) Uma existência decente para eles e suas famílias, em 
conformidade com as disposições do presente Pacto; 
b) A segurança e a higiene no trabalho; 
c) Igual oportunidade para todos de serem promovidos, 
em seu Trabalho, à categoria superior que lhes 
corresponda, sem outras considerações que as de tempo 
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de trabalho e capacidade; 
d) O descanso, o lazer, a limitação razoável das horas de 
trabalho e férias periódicas remuneradas, assim como a 
remuneração dos feriados. 
O direito à liberdade sindical está previsto nos seguintes 
termos: 
1. Os Estados Partes do presente Pacto comprometem-se 
a garantir: 
a) O direito de toda pessoa de fundar com outras, 
sindicatos e de filiar-se ao sindicato de escolha, 
sujeitando-se unicamente aos estatutos da organização 
interessada, com o objetivo de promover e de proteger 
seus interesses econômicos e sociais. O exercício desse 
direito só poderá ser objeto das restrições previstas em 
lei e que sejam necessárias, em uma sociedade 
democrática, no interesse da segurança nacional ou da 
ordem pública, ou para proteger os direitos e as 
liberdades alheias; 
b) O direito dos sindicatos de formar federações ou 
confederações nacionais e o direito destas de formar 
organizações sindicais internacionais ou de filiar-se às 
mesmas. 
c) O direito dos sindicatos de exercer livremente suas 
atividades, sem quaisquer limitações além daquelas 
previstas em lei e que sejam necessárias, em uma 
sociedade democrática, no interesse da segurança 
nacional ou da ordem pública, ou para proteger os 
direitos e as liberdades das demais pessoas: 
d) O direito de greve, exercido de conformidade com as 
leis de cada país. 
2. O presente artigo não impedirá que se submeta a 
restrições legais o exercício desses direitos pelos 
membros das forças armadas, da política ou da 
administração pública. 
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32 
3. Nenhuma das disposições do presente artigo permitirá 
que os Estados Partes da Convenção de 1948 da 
Organização Internacional do Trabalho, relativa à 
liberdade sindical e à proteção do direito sindical, venham 
a adotar medidas legislativas que restrinjam - ou a 
aplicar a lei de maneira a restringir as garantias previstas 
na referida Convenção. 
Em dezembro de 2008, foi aprovado pela Assembléia Geral da 
ONU um protocolo facultativo ao PIDESC que possibilitou a admissão de 
denúncias em relação ao descumprimento dos deveres previstos no PIDESC, 
a serem analisados pelo Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. 
O Comitê de Direitos Econômicos,Sociais e Culturais é um 
órgão de monitoramento específico para o PIDESC criado pela Resolução 
nº 1.985/17 do Conselho Econômico e Social da ONU (ECOSOC). 
Esse Comitê tornou-se o órgão do ECOSOC responsável pelo 
acompanhamento e análise dos relatórios encaminhados pelos Estados em 
virtude das disposições do PIDESC, por isso ele é um mecanismo 
convencional. 
Esse Comitê possui competências e procedimentos semelhantes 
aos do Comitê de Direitos Humanos. As principais diferenças entre ambos 
são as seguintes: 
• Documento internacional objeto de monitoramento. 
• No Comitê do PIDESC não há a possibilidade de 
apresentação de denúncias feitas por Estados em relação 
a outros Estados, nem de petições (reclamações) 
individuais (No Comitê de Direitos Humanos isso é 
possível). 
Em relação à compreensão desses direitos, o Comitê de Direitos 
Econômicos, Sociais e Culturais tem ainda enfatizado o dever de os Estados 
membros assegurar um núcleo essencial mínimo (minimum core obrigation) 
relativo a cada direito previsto no PIDESC. 
De acordo com Flávia Piovesan: 
O dever de observância do mínimo essencial concernente 
aos direitos econômicos, sociais e culturais tem como 
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fonte o princípio maior da dignidade humana, que é o 
princípio fundante e nuclear do direito internacional dos 
direitos humanos, demandando urgência e prioridade. 
 
 
 
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34 
22.5 Convenção internacional sobre a eliminação 
de todas as formas de discriminação racial. 
 
A Convenção internacional sobre a eliminação de todas as 
formas de discriminação racial foi adotada pela ONU em 21 de dezembro de 
1965, tendo sido incorporada pelo Brasil ao seu direito interno pelo Decreto 
nº 65.810, de 08 de dezembro de 1969. 
A criação de um tratado internacional voltado para a temática 
específica da discriminação racial visa um aperfeiçoamento da proteção 
abrangente conferida pelos instrumentos jurídicos anteriores estudados, 
principalmente os dispositivos que tutelam a igualdade entre as pessoas. 
Todos os indivíduos possuem uma dignidade que lhes é inerente 
e que não pode ser violada sob qualquer pretexto, inclusive o de raça ou 
origem étnica, de maneira que o combate à discriminação racial parte dos 
seguintes princípios: 
� Universalidade 
� Igualdade 
� Não-discriminação 
A Convenção REJEITA qualquer doutrina de superioridade 
baseada em diferenças raciais, considerando tal pensamento doutrinário 
como: 
• Cientificamente falso 
• Moralmente condenável 
• Socialmente injusta e perigosa 
 
O conceito de discriminação racial inclui não apenas a 
discriminação por motivo de RAÇA, mas também pelos elementos: 
� Cor 
� Descendência ou origem étnica 
� Descendência ou origem nacional 
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35 
A Convenção NÃO inclui como discriminação racial, as seguintes 
práticas dos Estados: 
• Distinções entre cidadãos e não cidadãos (art. 1º, § 2º). 
• Normas estatais relativas à nacionalidade, cidadania e 
naturalização, desde que os Estados não discriminem 
qualquer nacionalidade em particular (art. 1º, § 3º). 
• Políticas de ação afirmativa (art. 1º, § 4º) 
Os Estados se obrigam a adotar políticas públicas destinadas a 
eliminar a discriminação racial, mesmo quando a discriminação é 
institucionalizada com apoio (expresso ou tácito) do Estado. E também 
deverão: 
� Apoiar as organizações e movimentos multirraciais e 
outros meios adequados para o combate à discriminação 
(art. 2). 
� Tomar medidas eficazes, principalmente nos campos 
educacional, cultural e da informação, para (art. 7): 
o lutar contra os preconceitos que levem à 
discriminação racial. 
o promover a tolerância entre grupos raciais e étnicos. 
� Combater a propaganda e as organizações inspiradas em 
idéias ou teorias baseadas na superioridade de uma raça 
ou grupo étnico (art. 4). 
� Lutar contra a incitação à discriminação (art. 4). 
Por fim, a Convenção reafirma que todos os direitos 
proclamados na DUDH são aplicáveis a todos os indivíduos 
independentemente de sua raça, cor, origem nacional ou étnica (arts. 5 e 
6). 
O cumprimento das normas da Convenção Internacional sobre a 
Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial é uma atribuição que 
pertence a um mecanismo convencional chamado Comitê para a Eliminação 
da Discriminação Racial (CERD/CEDR), órgão criado pela própria 
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36 
Convenção (arts. 8 a 16). 
Um detalhe importante é que a Convenção sobre Discriminação 
Racial foi o primeiro instrumento internacional de direitos humanos a 
introduzir mecanismo próprio de supervisão. 
O CEDR é composto por especialistas independentes que 
deverão examinar os relatórios enviados pelos Estados a cada dois anos ou 
quando solicitados. 
Mecanismos utilizados pelo CEDR: 
� Denúncias preventivas 
� Denúncias entre Estados 
� Denúncias de particulares (indivíduos ou grupos) 
Para ser realizada uma denúncia perante o CEDR é obrigatório 
o esgotamento dos recursos internos, exceto quando o funcionamento 
desses recursos ultrapassar prazos razoáveis. 
Há também a Comissão de Conciliação ad hoc, que buscará 
solucionar amigavelmente os conflitos envolvendo a discriminação racial. 
Após o término dos trabalhos, a Comissão repassa suas conclusões e 
recomendações ao CEDR que informa os Estados a respeito, podendo 
acolher ou não tais recomendações. 
De acordo com o Decreto nº 4.738/2003, o Brasil reconheceu, 
de pleno direito e por prazo indeterminado, a competência do CEDR para 
receber e analisar denúncias individuais de violação dos direitos humanos 
previstos na Convenção sobre Discriminação Racial. 
Por fim, as decisões do CEDR são destituídas de força jurídica 
obrigatória ou vinculante da mesma forma como acontece com as decisões 
do Comitê de Direitos Humanos. Assim, apenas é publicado um relatório 
anual elaborado pelo CEDR que é encaminhado à Assembléia Geral da ONU. 
 
 
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37 
 
EXERCÍCIOS COMENTADOS 
 
QUESTÃO 112 (DPE/ES - CESPE – Defensor Público - 2012): Julgue o 
item a seguir, Julgue o(s) item(ns) que se segue(m), referente(s) ao direito 
internacional dos direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): 
A Carta das Nações Unidas não integra o núcleo de direito internacional dos 
direitos humanos, pois apenas institui um organismo internacional. 
 
COMENTÁRIOS: 
Errado. A Carta das Nações Unidas integra o núcleo de Direito Internacional 
dos Direitos Humanos, pois Um dos principais objetivos da ONU e de seus 
órgãos é a proteção universal e efetiva dos direitos humanos. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 113 (DPE/ES - CESPE – Defensor Público - 2012): Julgue o 
item a seguir, referente ao direito internacional dos direitos humanos,marcando C (certo) ou E (errado): 
Nos termos da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as 
Formas de Discriminação Racial, a exclusão de direitos baseada unicamente 
na origem nacional também poderá caracterizar discriminação racial. 
 
COMENTÁRIOS: 
O conceito de discriminação racial inclui não apenas a 
discriminação por motivo de RAÇA, mas também pelos elementos: 
� Cor 
� Descendência ou origem étnica 
� Descendência ou origem nacional 
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38 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 114 (TRT 9ª REGIÃO - PUC/PR – Juiz do Trabalho – 2007 - 
Adaptada): Julgue o item a seguir, referente ao direito internacional dos 
direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): 
O Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, 
embora criado em 1966, pela Assembléia Geral das Nações Unidas, só foi 
ratificado pelo Brasil em 1992. 
 
COMENTÁRIOS: 
A despeito da criação do PIDESC ter sido em 1966, o Brasil só 
incorporou ao seu direito interno o referido Pacto no ano de 1992. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 115 (TRT 1ª REGIÃO – INSTITUTO CIDADES – Juiz do 
Trabalho - 2008): Julgue o item a seguir, referente ao direito internacional 
dos direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): 
A Assembléia Geral das Nações Unidas, em 10.12.1948, aprovou a 
Declaração de Filadélfia. 
 
COMENTÁRIOS: 
Outra questão que trabalha com uma data correta da 
proclamação de uma declaração: a Universal de Direitos Humanos, sendo 
que a Declaração de Filadélfia foi concebida no âmbito da OIT em época 
distinta. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
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QUESTÃO 116 (FGV – 2013 - Adaptada): Sobre o sistema global de 
proteção dos Direitos Humanos, assinale a afirmativa correta. 
a) O Direito Humanitário, a Organização Internacional do Trabalho e a Liga 
das Nações são considerados os principais precedentes do processo de 
internacionalização dos direitos humanos. 
b) A Declaração Universal dos Direitos Humanos juntamente com a adoção 
do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos formam a Carta 
Internacional dos Direitos Humanos, podendo um Estado adotar ou não os 
seus postulados. 
c) O sistema global restringe-se à Carta Internacional dos Direitos 
Humanos. Outros tratados multilaterais sobre Direitos Humanos, que se 
referem a violações específicas de direitos, tais como a Convenção 
Internacional sobre a eliminação de todas as formas de Discriminação 
Racial, são facultativos e, consequentemente, não são considerados como 
parte do sistema global. 
d) O sistema global é composto por mecanismos não-convencionais de 
proteção dos direitos humanos. Tais mecanismos são aqueles criados por 
convenções específicas de Direitos Humanos, de adoção facultativa para os 
Estados. 
 
COMENTÁRIOS: 
Por exclusão, a resposta correta é a letra “a”. Vejamos, de 
maneira invertida da ordem da questão: 
O item “d” está errado, pois traz a definição de mecanismos 
convencionais para os mecanismos não convencionais. 
O item “c” erra, pois o sistema global compreende outros 
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40 
tratados além da Carta Internacional de Direitos Humanos. 
O item “b” peca por trazer um conceito restritivo de Carta 
Internacional de Direitos Humanos. 
Por fim, o item “a” apesar de ter sido trabalhado na aula 
anterior é completamente verdadeiro. E as bancas podem cobrar esse 
assunto mesclando com o que estamos estudando hoje, por isso, é bom o 
candidato estar atento para a lógica da construção paulatina do 
conhecimento em direitos humanos. 
 
RESPOSTA CERTA: A 
 
QUESTÃO 117 (PM/AL - CESPE – Oficial - 2012): A respeito do sistema 
de proteção dos direitos humanos e dos instrumentos de garantia desse 
sistema, assinale a opção correta. 
a) No sistema de proteção dos direitos humanos, os Estados e a 
comunidade internacional compartilham responsabilidade primária pela 
proteção desses direitos, razão pela qual os tratados internacionais 
encontram-se no mesmo patamar dos direitos nacionais na garantia de 
proteção aos direitos humanos. 
b) A Declaração Universal dos Direitos Humanos, detentora de força jurídica 
obrigatória e vinculante, além de fixar um elenco de direitos e liberdades 
fundamentais a serem garantidos pelos Estados-partes, determina as 
sanções aplicáveis no caso de seu descumprimento. 
c) O Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional dos Direitos Civis e 
Políticos estabelece um sistema de petições mediante o qual os indivíduos 
dispõem de capacidade processual internacional. Assim, indivíduos que 
aleguem ter sido vítimas de violação, pelos Estados-partes, de quaisquer 
dos direitos enunciados no Pacto podem apresentar ao Comitê de Direitos 
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41 
Humanos comunicações denunciando tais violações. 
d) Tanto o Pacto dos Direitos Civis e Políticos quanto o Pacto dos Direitos 
Econômicos, Sociais e Culturais estabelecem direitos endereçados aos 
indivíduos, e não aos Estados. 
e) Como documento que elevou a promoção dos direitos humanos a 
propósito e finalidade dos países da Organização dos Direitos Humanos, a 
Carta das Nações Unidas, de 1948, determina a importância de defender e 
respeitar os direitos humanos e as liberdades fundamentais, definindo com 
precisão o conteúdo dessas expressões. 
 
COMENTÁRIOS: 
Outra questão que exige um pouco de atenção pelo candidato. 
O item “a” é falso, pois a comunidade internacional somente tem 
responsabilidade subsidiária no âmbito da proteção aos direitos humanos. 
O item “b” igualmente é falso, pois a doutrina majoritária 
entende a DUDH como uma mera recomendação. 
O item “c” é verdadeiro, pois o 1º Protocolo de fato estabelece 
esse sistema de petições que permite aos indivíduos participar do processo 
de efetivação dos direitos humanos. 
O item “d” é falso, pois o PIDESC estabelece direitos 
endereçados aos Estados. 
O item “e” é falso, pois além da Carta da ONU ser em data 
distinta (1945), a definição não condiz com a realidade, pois a Carta não 
trazia uma definição clara de alguns conceitos como o de direitos humanos. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 118 (DPE/RR - CESPE – Defensor Público – 2013 - 
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42 
Adaptada): No que concerne à proteção internacional dos direitos 
humanos, marque C ou E. 
A proteção internacional dos direitos humanos está desvinculada do 
processo de universalização dos direitos humanos. 
 
COMENTÁRIOS: 
O item em questão é completamente falso, pois a proteção 
internacional dos direitos humanos é justamente um reflexo do 
universalismo dos direitos humanos. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 119 (FGV – 2012 - Adaptada): Com base da Carta das NaçõesUnidas, assinale C ou E: 
Os principais órgãos das Nações Unidas são a Assembleia Geral, o Conselho 
de Segurança, a Organização Mundial do Comércio e a Corte Internacional 
de Justiça. 
 
COMENTÁRIOS: 
O item em questão é completamente falso, pois dispõem os 
artigos 7 e 8 da Carta da ONU sobre seis órgãos principais, conforme o 
seguinte esquema: 
Capítulo III: Órgãos (arts. 7 e 8) 
� Órgãos: 
o Principais: 
� Assembléia Geral 
� Conselho de Segurança 
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43 
� Conselho econômico e social 
� Conselho de tutela 
� Corte Internacional de Justiça 
� Secretariado 
o Subsidiários 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 120 (FGV – 2012 - Adaptada): Com base da Carta das Nações 
Unidas, assinale C ou E: 
A Assembleia Geral pode expulsar um Estado membro que tenha 
persistentemente violado os princípios da Carta das Nações Unidas, ouvido o 
Conselho de Segurança. 
 
COMENTÁRIOS: 
O item em questão é verdadeiro. Para entendermos isso, vamos 
relembrar de forma esquematizada como está disciplinado na Carta da ONU 
o regime jurídico dos membros da Organização. 
Capítulo II: Membros (arts. 3 a 6) 
� Estados que assinarem e ratificarem a Carta, tendo: 
o Participado da Conferência de São Francisco, ou 
o Assinado a Declaração das Nações Unidas (1942) 
� Admissão: 
o Estados amantes da paz que: 
� aceitarem as obrigações da Carta 
� aptos e dispostos a cumprir com as obrigações 
o Decisão da Assembléia Geral da ONU, mediante 
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44 
recomendação do Conselho de Segurança da ONU. 
� Suspensão: 
o Membro da ONU que sofrer ação coercitiva ou 
preventiva pelo Conselho de Segurança. 
o Decisão da Assembléia Geral da ONU, mediante 
recomendação do Conselho de Segurança da ONU. 
� Expulsão: 
o Membro da ONU que violar persistentemente os 
Princípios da Carta. 
o Decisão da Assembléia Geral da ONU, mediante 
recomendação do Conselho de Segurança da ONU. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 121 (FGV – 2012 - Adaptada): Com base da Carta das Nações 
Unidas, assinale C ou E: 
As principais atribuições do Conselho de Segurança são a manutenção da 
paz internacional e a liberalização dos fluxos internacionais de comércio. 
 
COMENTÁRIOS: 
 
Capítulo V: Conselho de Segurança (arts. 23 a 32) 
� Composição: 15 membros 
o Permanentes: 5 
� Estados Unidos da América 
� França 
� Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do 
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45 
Norte 
� Rússia (ex-União Soviética) 
� China 
o Temporários: 10 (eleitos para mandato de 2 anos) 
� Possui “a principal responsabilidade” na 
manutenção da paz e da segurança internacionais e 
agirá em nome dos Membros da ONU. 
� Suas decisões são tomadas por meio de Resoluções. 
� É o único órgão da ONU capaz de tomar decisões 
obrigatórias para todos os Membros das Nações Unidas. 
� Submeterá relatórios anuais e especiais à Assembléia 
Geral 
Logo, observa-se que a liberalização dos fluxos internacionais 
de comércio está fora do rol de atribuições principais. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 122 (DPE/PI - CESPE – Defensor Público - 2009): Com 
relação aos mecanismos internacionais de proteção e monitoramento dos 
direitos humanos, assinale a opção correta. 
a) O Tribunal de Nuremberg não teve nenhum papel histórico na 
internacionalização dos direitos humanos. 
b) A ONU nasceu com diversos objetivos, como a manutenção da paz e 
segurança internacionais, entretanto a proteção internacional dos direitos 
humanos não estava incluído entre eles. 
c) Quando foi adotada e proclamada por resolução da Assembleia Geral das 
Nações Unidas, a DUDH, por não ter sido aceita por todos os países, não 
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46 
teve importância histórica. 
d) Além da DUDH de 1948 não há outros documentos relevantes no âmbito 
da proteção internacional global dos direitos humanos. 
e) O Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos de 1966 previu novas 
espécies de direitos humanos além daquelas previstas expressamente na 
DUDH de 1948. 
 
COMENTÁRIOS: 
Uma questão simples que foi exigida em um concurso de peso 
como é o caso de Defensor Público. Os itens “a”, “b”, “c” e “d” estão 
completamente descabidos enquanto que o item “e” traz uma informação 
verdadeira. 
O PIDCP busca aplicar de forma imediata os direitos civis e 
políticos, ao invés de simplesmente enunciá-los como fez a DUDH. 
O PIDCP trata de direitos direcionados aos indivíduos. 
Principais “novidades” do PIDCP em relação à DUDH: 
• Pacto não só incorpora inúmeros dispositivos da DUDH, 
com maior detalhamento, como ainda estende o elenco 
desses direitos. 
• Pacto abriga novos direitos e garantias não incluídos na 
Declaração Universal. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 123 (DPE/SP - FCC – Defensor Público - 2010): Considere 
as seguintes afirmações: 
I. O Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos, criado a 
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47 
partir de recomendação da Conferência Mundial sobre Direitos Humanos, 
tem por função coordenar as atividades desenvolvidas pelos demais órgãos 
da ONU a respeito do tema. 
II. O Comitê de Direitos Humanos, criado pela Carta das Nações Unidas, 
tem por função produzir relatórios sobre a situação dos direitos humanos 
nos países integrantes da ONU. 
III. A Comissão de Direitos Humanos, recentemente extinta, foi responsável 
pela redação dos principais tratados de direitos humanos das Nações Unidas 
e por desenvolver o sistema de "relatores especiais". 
IV. O Conselho de Direitos Humanos, criado pelo Pacto Internacional de 
Direitos Civis e Políticos, tem por função receber denúncias de violação dos 
direitos previstos naquele instrumento das Nações Unidas. 
 
Estão corretas SOMENTE as afirmações: 
a) II e IV. 
b) III e IV. 
c) I e II. 
d) I e III. 
e) II e III. 
 
COMENTÁRIOS: 
Vamos analisar os quatro itens que compõem a questão. 
O item II é falsa, pois o Comitê de Direitos Humanos foi criado 
pelo Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (PIDCP) e não pela 
Carta da ONU. 
Já o item IV erra, pois o Conselho de Direitos Humanos é um 
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48 
mecanismo não-convencional, enquanto que o órgão competente para 
monitorar o PIDCP é o mecanismo convencional citado no item II. 
Restam os itens I e III que são verdadeiros, conforme 
estudamos na aula anterior e relembramos no tópico relativo à Carta das 
Nações Unidas. 
 
RESPOSTA CERTA: D 
 
QUESTÃO 124(DPE/ES - CESPE – Defensor Público – 2012 - 
Adaptada): Julgue os itens que se seguem, referentes ao direito 
internacional dos direitos humanos. 
A Carta Internacional dos Direitos Humanos não integra o núcleo de direito 
internacional dos direitos humanos, pois apenas institui um organismo 
internacional: as Nações Unidas. 
 
COMENTÁRIOS: 
Atenção! 
Carta das Nações Unidas ≠ Carta Internacional de Direitos Humanos 
 
A Carta das Nações Unidas (Carta de São Francisco) é o 
documento internacional responsável pela constituição do Sistema ONU, ou 
seja, o conjunto de órgãos e instrumentos das Nações Unidas. 
A Carta Internacional de Direitos Humanos é o conjunto de 
documentos internacionais formado pela Declaração Universal de Direitos 
Humanos, o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e o Pacto 
Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
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49 
 
QUESTÃO 125 (MPE/AM - CESPE – Promotor de Justiça – 2007): 
Acerca da Declaração Universal dos Direitos do Homem, julgue os itens a 
seguir. 
I De inspiração iluminista, encontra raízes no liberalismo e no 
enciclopedismo do período de transição entre a idade moderna e a idade 
contemporânea. 
II Corresponde ao tratado firmado no âmbito da Organização das Nações 
Unidas, após a Segunda Guerra Mundial. 
III Possui natureza jurídica de ato de organização internacional e, como tal, 
é fonte não-codificada de direito internacional público. 
IV Conforma declaração de princípios que, apesar de serem respeitados pela 
comunidade internacional, não integram o ordenamento jurídico brasileiro. 
V Como norma de direito internacional, gera obrigações jurídicas apenas 
para Estados que a tenham subscrito e ratificado. 
 
Estão certos apenas os itens: 
a) I e III. 
b) I e IV. 
c) II e IV. 
d) II e V. 
e) III e V. 
 
COMENTÁRIOS: 
Uma questão que merece uma observação cautelosa quanto a 
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50 
natureza da DUDH. 
Como sabemos, a DUDH é entendida de forma majoritária como 
uma recomendação de natureza não obrigatória ou vinculativa. Em face 
disso, os itens II e V são falsos. 
O item I é verdadeiro, pois a DUDH foi inspirada em um 
documento fruto do Iluminismo: a Declaração dos Direitos do Homem e do 
Cidadão, produzido durante a Revolução Francesa. 
O item III também é verdadeiro, de acordo com o entendimento 
de modernas correntes contemporâneas. Nesse sentido, vale recordar o que 
estudamos na aula de hoje: 
A DUDH de 1948, tradicional e tecnicamente, tem sido 
considerada como portadora da natureza de recomendação, tendo sido 
veiculada por meio de uma resolução, não apresentando instrumentos ou 
órgãos próprios destinados a tornar compulsória sua aplicação. 
Observação: há uma tendência contemporânea que defende a 
juridicidade e vinculação da DUDH, trazendo alguns argumentos: 
- a Declaração Universal seria uma interpretação autorizada da 
expressão “direitos humanos” contida na Carta das Nações Unidas. 
- a Declaração Universal seria um costume internacional, 
portanto, uma fonte formal do direito internacional público, visto que a 
DUDH teria se convertido gradativamente em uma norma consuetudinária. 
- a Declaração Universal seria um ato de organização 
internacional, portanto, uma fonte não-codificada de direito internacional 
público (entendimento do CESPE em vários concursos). 
Portanto, o candidato deve ter cuidado, pois se o examinador 
cobrar de maneira peremptória (de forma seca e sem rodeios) que a DUDH 
é um “tratado” ou um documento com “força jurídica vinculante” sem 
fundamentar, é possível que ele esteja optando pelo entendimento 
tradicional, segundo o qual a DUDH não possui juridicidade e vinculação. 
No entanto, se houver pelo examinador uma “complementação” 
(uma breve explicação do por quê da DUDH ser obrigatória ou vinculante), é 
possível que ele esteja querendo do candidato um entendimento mais 
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51 
contemporâneo quanto a natureza jurídica da Declaração. 
Considerando que trata-se de uma questão oriunda do CESPE, 
observa-se que o candidato deve estar atento às novas tendências, de 
maneira que o item IV representa concepção exageradamente positivistas e 
tradicionais não condizentes com o entendimento do examinador. 
 
RESPOSTA CERTA: A 
 
QUESTÃO 126 (MPE/RO - CESPE – Promotor de Justiça – 2008): 
Após as conseqüências devastadoras da Segunda Guerra Mundial, os países 
resolveram criar uma organização multi e supranacional para regular as 
relações entre os povos. Nesse marco, surgiu, em 1945, a Carta das 
Nações, cujos fundamentos visavam, essencialmente, à manutenção da paz 
internacional, que incluía a proteção da integridade territorial dos Estados 
frente à agressão e à intervenção externa; ao fomento entre as nações de 
relações de amizade, levando em conta os princípios de igualdade, 
soberania e livre determinação dos povos; e à realização de cooperação 
internacional para solução de problemas internacionais de caráter 
econômico, social, cultural e humanitário, incluindo o respeito aos direitos 
humanos e às liberdades fundamentais, sem fazer distinção por motivos de 
raça, sexo, idioma ou religião. A Carta das Nações deu origem à ONU, que, 
posteriormente, criou uma carta de direitos - a Declaração Universal dos 
Direitos Humanos (DUDH) - adotada e proclamada pela Resolução 217-A 
(III) da Assembléia Geral das Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948. 
 
Acerca dos direitos fundamentais previstos no documento mencionado no 
texto acima, assinale a opção incorreta. 
a) A DUDH surgiu para atender ao clamor de toda a humanidade e buscou 
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52 
realçar alguns princípios básicos fundamentais para a compreensão da 
dignidade humana, entre eles, a liberdade e a igualdade. 
b) A DUDH protege o genoma humano como unidade fundamental de todos 
os membros da espécie humana e também reconhece como inerentes sua 
dignidade e sua diversidade. Em um sentido simbólico, a DUDH reconhece o 
genoma como a herança da humanidade. 
c) A DUDH afirma que o desrespeito aos direitos humanos é causa da 
barbárie. 
d) A DUDH assegura o direito de resistência. 
e) A DUDH assegura o direito de resistência. E A DUDH correlaciona o 
estabelecimento de uma compreensão comum dos direitos humanos com o 
seu pleno cumprimento. 
 
COMENTÁRIOS: 
Por exclusão, é óbvio que a resposta seria a letra “b”, pois o 
genoma humano, assim como os demais aspectos da biotecnologia são 
assuntos recentes que não sequer eram cogitados na época em que a 
Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) foi elaborada (1948), 
não sendo tutelado e resguardado pelo referido instrumento. 
 
RESPOSTA CERTA: B 
 
QUESTÃO 127 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
A Carta da ONU ao prever entre seus princípios

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