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Aula 10

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MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 10 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
1 
 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO (AFT) 
 
Prezados Alunos! 
 
Na aula de hoje aprofundaremos o estudo da regra do 
esgotamento dos recursos internos, abordaremos os sistemas 
regionais de direitos humanos e, por fim, enfrentaremos o tema da 
responsabilização internacional no âmbito dos direitos econômicos, 
sociais e culturais. 
No final da aula há vários textos integrais de tratados 
internacionais importantíssimos. A leitura deles é fundamental. 
Continuem firmes nessa caminhada! 
 
Bons estudos! 
Ricardo Gomes 
 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 10 
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2 
 
 
 
 
QUADRO SINÓPTICO DA AULA: 
 
• 27 Regra do esgotamento dos recursos internos na 
proteção dos direitos humanos. 
• 30 Sistema europeu de direitos humanos. 
• 31 Sistema interamericano de direitos humanos. 
• 31.1 Comissão interamericana de direitos humanos e 
corte interamericana de direitos humanos. 
• 31.2 Proteção dos direitos humanos no Mercosul. 
• 32 Responsabilidade internacional dos estados por 
violações de direitos sociais, econômicos e culturais. 
 
 
 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 10 
PROF: RICARDO GOMES 
 
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3 
 
 
27 Regra do esgotamento dos recursos internos 
na proteção dos direitos humanos. 
 
O esgotamento dos recursos internos é um requisito 
processual de admissibilidade para o acesso à jurisdição internacional. Esse 
mecanismo foi criado para ser aplicado aos litígios entre Estados e 
estrangeiros, a fim de evitar um conflito direto entre o Estado de origem do 
estrangeiro e o outro Estado. Os recursos internos referem-se tanto às vias 
administrativas quanto às vias judiciais. 
No direito internacional dos direitos humanos, assim como no 
sistema interamericano, o critério adotado é aquele segundo o qual deve ser 
esgotados os recursos e mecanismos da jurisdição interna que estejam à 
disposição dos indivíduos para solucionar a violação dos direitos humanos, 
antes de serem acionadas a instâncias internacionais. 
O objetivo desta regra é permitir ao Estado resolver a nível 
doméstico os seus deveres no âmbito dos direitos humanos, assim como 
reforçar o caráter internacional como um sistema SUBSIDIÁRIO e 
COMPLEMENTAR ao sistema de proteção interno, e que deve ser acionado 
como último recurso (ultima ratio). 
No sistema global de direitos humanos, a regra do esgotamento 
dos recursos internos se encontra recepcionada nos seguintes tratados 
internacionais de direitos humanos: 
� Convenção contra a Tortura (art. 22, § 5º, b, primeira 
parte) 
� Protocolo Facultativo do Pacto de Direitos Civis e Políticos 
(art. 2º; e art. 5º, § 2º, b, primeira parte) 
� Convenção para a Eliminação da Discriminação Racial (art. 
14, § 2º, parte final, § 7º, a, segunda parte) 
 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 10 
PROF: RICARDO GOMES 
 
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4 
A regra do esgotamento prévio somente pode ser dispensado 
quando os recursos internos são: 
• inexistentes; 
• quando não são idôneos ou eficazes; 
• excede o prazo razoável. 
 
Ele também tem sido aplicado no âmbito da responsabilidade 
internacional dos direitos humanos, principalmente em situações nas quais 
se verificam que os sistemas nacionais de direito interno, onde se aplicam 
os chamados “recursos internos” não são capazes de tutelar 
adequadamente os direitos humanos ou na prática simplesmente não 
existem. 
No contexto do sistema regional interamericano de direitos 
humanos, a regra do esgotamento dos recursos internos se encontra 
recepcionada no próprio Pacto de San José da Costa Rica de 1969, conforme 
se infere do art. 46, parágrafo 1 (a) do Pacto: 
Art. 46. Para que uma petição ou comunicação 
apresentada de acordo com os artigos 44 ou 45 seja 
admitida pela Comissão, será necessário: 
a) que hajam sido interpostos e esgotados os recursos 
da jurisdição interna, de acordo com os princípios de 
Direito Internacional geralmente reconhecidos. 
 
Observa-se que o dispositivo contido no art. 46, parágrafo 1 (a) 
da Convenção prevê que para uma petição ou comunicação apresentada à 
Comissão Interamericana de Direitos Humanos seja considerada admissível 
para se iniciar a apuração da violação aos direitos humanos, é necessário 
“que hajam sido interpostos e esgotados os recursos de jurisdição interna, 
de acordo com os princípios de direito internacional geralmente 
conhecidos”. 
Na prática da Corte Interamericana de Direitos Humanos, o 
obstáculo formal oposto na prática pela maioria dos Estados, diante das 
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5 
denúncias apresentadas à Comissão, é alegação da falta de esgotamento 
dos recursos internos. 
Contudo, deve ser recordado que o objeto do sistema 
internacional de proteção aos direitos humanos é a efetiva proteção dos 
direitos humanos. Desse modo, a depender do caso em questão, a regra do 
esgotamento prévio dos recursos pode não vir a prevalecer. 
As exceções à regra do esgotamento dos recursos internos no 
âmbito da Convenção Americana de Direitos Humanos se encontra 
disciplinado no seu art. 46, parágrafo 2, a seguir exposto: 
Artigo 46 - Para que uma petição ou comunicação 
apresentada de acordo com os artigos 44 ou 45 seja 
admitida pela Comissão, será necessário: 
a) que hajam sido interpostos e esgotados os recursos da 
jurisdição interna, de acordo com os princípios de Direito 
Internacional geralmente reconhecidos; 
 (...) 
2. As disposições das alíneas "a" e "b" do inciso 1 deste 
artigo não se aplicarão quando: 
a) não existir, na legislação interna do Estado de que se 
tratar, o devido processo legal para a proteção do direito 
ou direitos que se alegue tenham sido violados; 
b) não se houver permitido ao presumido prejudicado em 
seus direitos o acesso aos recursos da jurisdição interna, 
ou houver sido ele impedido de esgotá-los; e 
c) houver demora injustificada na decisão sobre os 
mencionados recursos. 
 
Podemos sistematizar as exceções à regra do esgotamento de 
recursos internos previstas no Pacto de San José da Costa Rica da seguinte 
maneira: 
� Inexistência de recursos internos (letra a): 
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o Ausência do devido processo legal 
o Não reconhecimento dos direitos envolvidos 
� Ineficácia dos recursos internos (letra b): 
o Dificuldade no acesso ao recurso 
o Impedimento oficial que o recurso seja esgotado 
� Demora injustificada da decisão (letra c) 
 
A hipótese da letra “a” pode ser ilustrada no caso de uma 
legislação processual que não permita a defesa através de um advogado 
dativo (advogado nomeado independentemente da vontade da parte para 
garantir o respeito ao princípio do contraditório), ou que dificultea 
apresentação de provas, violando, assim, o devido processo legal. 
Um exemplo que explica a letra “b” seria a hipótese de a vítima 
de uma violação a direitos sofrer algum tipo de ameaça por parte dos 
policiais encarregados da investigação, restringindo-a a ter acesso aos 
recursos internos. 
Um exemplo que ilustra a letra “c” que trata da situação de 
demora injustificada da decisão ocorre nos casos em que de paralisação 
injustificada por muito tempo (anos até) do processo jurisdicional sem que a 
autoridade competente tenha proferido a decisão correspondente ou que os 
culpados tenham sido punidos. 
 Em relação ao esgotamento de recursos interno, existem 
“regras” que não estão previstas em tratados internacionais de direitos 
humanos, mas que são resultantes de decisões contínuas de órgãos judiciais 
(jurisprudência). 
É o caso da Corte Interamericana de Direitos Humanos que 
possui alguns entendimentos sobre alguns assuntos que os tratados não 
deixou claro: 
• O incidente processual de exceção de não esgotamento 
dos recursos internos só será tempestivo quando 
apresentada na etapa de admissibilidade do procedimento 
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perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos. 
• O Estado-parte tem direito a renunciar à regra do prévio 
esgotamento dos recursos internos. 
• 
 
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30 Sistema europeu de direitos humanos 
 
O sistema europeu de direitos humanos é o SISTEMA 
REGIONAL de proteção aos direitos humanos aplicado aos Estados que 
fazem parte do Conselho da Europa, pessoa jurídica de direito público 
internacional responsável defesa dos direitos humanos, desenvolvimento 
democrático e estabilidade político-social da Europa. Atualmente, existem 
47 países que são membros do Conselho da Europa. 
O Conselho da Europa é uma instituição completamente distinta 
da União Européia que possui seu próprio Conselho (o Conselho Europeu). A 
sede do Conselho da Europa é a cidade de Estrasburgo (França). 
Atenção! Não confundir CONSELHO DA EUROPA com o 
CONSELHO EUROPEU, nem estes dois com o CONSELHO DA UNIÃO 
EUROPÉIA! 
Vejamos as diferenças: 
• Conselho da Europa: pessoa jurídica de direito 
internacional público que reúne 47 países da Europa com a 
finalidade de promover a defesa dos direitos humanos, da 
democracia e a estabilidade político-social. 
• Conselho Europeu: nome das reuniões envolvendo 28 
Chefes de Estado ou de Governo onde é decidida a política 
geral da UNIÃO EUROPEIA. 
• Conselho da União Européia: órgão político da UNIÃO 
EUROPÉIA, reunindo representantes dos 28 membros da 
União Européia. Ele exerce o papel de casa legislativa em 
conjunto com o Parlamento Europeu. 
O Conselho da Europa e a União Européia são pessoas jurídicas 
de direito internacional público distintas, pois enquanto a primeira reúne os 
diferentes Estados sem buscar integrá-los juridicamente, a segunda possui 
justamente essa pretensão. Logo, o Conselho Europeu e o Conselho da 
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União Européia não passam de partes integrantes da União Européia. 
O Conselho da Europa surgiu da necessidade de cooperação 
política entre os Estados Soberanos, tendo sido instituída pela Convenção de 
Londres de 1949, enquanto que a União Européia surgiu da necessidade de 
integração econômica, tendo origem na Comunidade Européia do Carvão e 
do Aço criada pelo Tratado de Paris de 1951. 
Fruto da distinção entre Conselho da Europa e União Européia, 
percebe-se que, quando se fala em proteção dos direitos humanos na 
Europa, existem mais de uma forma de protegê-los. Existem três formas 
(âmbitos) de proteção dos direitos humanos na Europa: 
� Sistemas nacionais: baseado nas Constituições de cada 
Estado. 
� Sistema regional: baseado na Convenção Européia de 
Direitos Humanos de 1950. 
� Sistema comunitário: baseado nas instituições, normas e 
documentos da União Européia (principalmente a Carta de 
Direitos Fundamentais da União Européia). 
 
O nosso foco neste tópico será o sistema regional instituído 
pela Convenção Européia de Direitos Humanos por estar previsto no edital 
do concurso de AFT. 
O sistema europeu de direitos humanos, comparado com os 
demais sistemas regionais de proteção (ex., o interamericano e o africano), 
foi o que alcançou o maior grau de evolução até o momento, por ter sido o 
primeiro a ser efetivamente instalado, a partir da aprovação da Convenção 
Européia de Direitos Humanos, de 1950. 
As principais normas jurídicas de proteção dos direitos humanos 
no âmbito regional europeu são as seguintes: 
• Convenção Européia de Direitos Humanos (1950) 
• Diversos Protocolos à Convenção Européia 
 
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A principal instituição que compõe o sistema europeu de direitos 
humanos é a Corte Européia de Direitos Humanos. 
Observação: A Comissão Européia de Direitos Humanos não 
existe mais, pois, em 1998, ela se fundiu com a Corte Européia de Direitos 
Humanos, a qual continua a existir. 
 
 
CONVENÇÃO EUROPÉIA DE DIREITOS HUMANOS 
 
A “Convenção Européia para a Proteção dos Direitos Humanos e 
das Liberdades Fundamentais” ou simplesmente Convenção Européia de 
Direitos Humanos, concluída em Roma (Itália), em 4 de novembro de 
1950, é o tratado-regente do sistema regional europeu de proteção dos 
direitos humanos, tal como a Convenção Americana sobre Direitos Humanos 
é o principal instrumento sobre direitos humanos do sistema 
interamericano. Ela entrou em vigor em 3 de setembro de 1953, quando 
dez Estados europeus a ratificaram. 
A Convenção Européia de Direitos Humanos tem por finalidade 
estabelecer padrões mínimos de proteção aos direitos humanos naquele 
Continente, institucionalizando um compromisso dos Estados partes de não 
adotarem normas de direito interno contrárias às normas da Convenção, 
bem como de estarem aptos a sofrer demandas na Corte Européia de 
Direitos Humanos (e de não embaraçar, por qualquer meio, o exercício do 
direito de petição) caso desrespeitem as normas do tratado em relação a 
quaisquer pessoas sob sua jurisdição. 
A Convenção Européia está estruturada em três partes: 
� Primeira parte: Direitos e liberdades fundamentais 
� Segunda parte: Corte Européia de Direitos Humanos 
� Terceira parte: Disposições diversas 
 
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11 
 
A primeira parte (arts. 2º a 18) consagrou os seguintes direitos 
e liberdades fundamentais: 
� Direito à vida (art. 2º) 
� Proibição à tortura (art. 3º) 
� Proibição da escravatura e do trabalho forçado (art. 4º) 
� Direito à liberdade e à segurança (art. 5º) 
� Direito a um processo equitativo (art. 6º) 
� Princípio da legalidade (art. 7º) 
� Direito ao respeito pela vida privada e familiar (art. 8º) 
� Liberdade de pensamento, de consciência e dereligião 
(art. 9º) 
� Liberdade de expressão (art. 10) 
� Liberdade de reunião e de associação (art. 11) 
� Direito ao casamento (art. 12) 
� Direito a um recurso efetivo dentro das instâncias 
nacionais (art. 13) 
� Proibição de discriminação (art. 14) 
� Limites aos direitos fundamentais (arts. 15 a 18): 
o Derrogação em caso de estado de necessidade 
o Restrições à atividade política dos estrangeiros 
o Proibição do abuso de direito 
o Limitação da aplicação de restrições aos direitos 
 
A segunda parte (arts. 19 a 51) trata da estrutura e 
funcionamento da Corte Européia de Direitos Humanos, o tribunal 
responsável pelo controle judicial das violações a direitos humanos 
estabelecidos na referida Convenção e em âmbito regional. 
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12 
A terceira e última parte (arts. 52 a 59) é destinada a algumas 
disposições diversas, como as requisições do Secretário-Geral do Conselho 
de Europa, poderes do Comitê de Ministros, reservas à Convenção, sua 
denúncia, entre outros assuntos que não possuem ligação direta com a 
temática dos direitos humanos. 
Além das normas do texto principal merecem atenção os 
diversos Protocolos que complementaram a Convenção Européia. Dentre 
eles, destacam-se os seguintes: 
� Protocolo nº 1: direito de propriedade, à instrução e de 
sufrágio 
� Protocolo nº 4: proibição da prisão civil por dívidas, 
liberdade de circulação, proibição da expulsão de nacionais 
e proibição da expulsão coletiva de estrangeiros. 
� Protocolo nº 6: abolição da pena de morte em tempo de 
paz. 
� Protocolo nº 7: adoção de garantias processuais na 
expulsão de estrangeiros, garantia ao duplo grau de 
jurisdição em matéria criminal, direito à indenização em 
caso de erro judiciário, o princípio do non bis in idem e o 
princípio da igualdade conjugal. 
� Protocolo nº 12: direito à não-discriminação 
� Protocolo nº 13: abolição completa da pena de morte, 
mesmo em situações de exceção 
 
Tais protocolos desempenham o papel de ampliar o conteúdo 
normativo da Convenção Européia de Direitos Humanos, a fim de 
aperfeiçoá-la a evolução do tempo, em especial com as mudanças ocorridas 
na sociedade européia desde o final da Segunda Guerra Mundial. 
 
 
 
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13 
CORTE EUROPÉIA DE DIREITOS HUMANOS 
 
A segunda parte da Convenção Européia de Direitos Humanos 
(arts. 19 a 51) trata da estrutura e funcionamento da Corte Européia de 
Direitos Humanos, o tribunal responsável pelo controle judicial das violações 
a direitos humanos estabelecidos na referida Convenção e em âmbito 
regional. 
A Corte Européia de Direitos Humanos foi criada em 1959 e tem 
a sua sede em Estrasburgo (França). Ela é o tribunal ou órgão judicial 
competente para verificar o respeito dos princípios da Convenção Européia 
de Direitos Humanos. A Corte só pode efetuar julgamentos contra os 
Estados que assinaram a Convenção que são os 47 membros do Conselho 
da Europa, os quais estão obrigados a acatar suas decisões. 
De acordo com o art. 20 da Convenção, existem a Corte será 
composta de um número de juízes igual ao número de Altas Partes 
Contratantes. Assim, ela possui 47 juízes e de cada Estado parte da 
Convenção Européia. 
Os juízes são eleitos pela Assembléia Parlamentar do Conselho 
da Europa para um mandato de nove anos que não admite reeleição. 
 Para o exame dos assuntos que lhe sejam submetidos, a Corte 
funcionará da seguinte forma: 
• Juiz singular 
• Comitês compostos por 3 juízes 
• Seções compostas por 7 juízes 
• Corte plena composta por 17 juízes. 
 
A competência da Corte abrange todas as questões relativas à 
interpretação e à aplicação da Convenção Européia de Direitos Humanos e 
dos respectivos protocolos. 
Possuem legitimidade para submeter petições alegando 
violações a direitos os seguintes interessados: 
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14 
• Estados membros do Conselho da Europa (art. 33). 
• Qualquer pessoa singular (art. 34) 
• Organização não governamental (art. 34) 
• Grupo de particulares que se considere vítima de violação 
(art. 34) 
 
Consta na Convenção que os Estados membros do Conselho da 
Europa se comprometeram a não criar qualquer entrave ao exercício efetivo 
desse direito. 
 
 
 
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15 
 
31 Sistema interamericano de direitos humanos. 
 
O Sistema Interamericano de Direitos Humanos é o SISTEMA 
REGIONAL de proteção aos direitos humanos aplicado aos Estados que 
fazem parte da Organização dos Estados Americanos (OEA). 
A OEA é uma pessoa jurídica de direito público internacional, 
fundada em 1948, e sediada em Washington D.C. (EUA), sendo um dos 
organismos regionais mais antigos do mundo, responsável pela defesa dos 
os interesses do continente americano (América do Norte, América Central e 
América do Sul), buscando soluções pacíficas para o desenvolvimento 
econômico, social e cultural e promover a cooperação entre os seus 
membros. Atualmente, existem 35 países que são membros do OEA. 
Na mesma conferência em que se criou a OEA (a XI Conferência 
dos Estados Americanos), também adotou-se uma declaração de direitos 
fundamentais de âmbito regional, a Declaração Americana dos Direitos e 
Deveres do Homem. 
A estrutura da OEA é formada pelos seguintes órgãos: 
• Assembléia Geral: 
o Comissão Interamericana de Direitos Humanos 
• Reunião de Consulta de Ministros das Relações Exteriores 
• Principais Conselhos: 
o Conselho Permanente 
o Conselho Interamericano para o Desenvolvimento 
Integral 
• Comitê Jurídico Interamericano 
• Comissão Interamericana de Direitos Humanos 
• Secretaria-geral 
• Conferências Especializadas e 
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16 
• Organismos especializados (ex. OPAS) 
 
Em relação aos direitos humanos no continente americano, a 
OEA assume fundamental importância. Foi no contexto da OEA que os 
Estados do continente decidiram celebrar um tratado internacional, de 
natureza regional, que assegurasse os direitos humanos em todo contente. 
Trata-se da Convenção Americana de Direitos Humanos, mais 
conhecida como Pacto de San José da Costa Rica, de 1969 que instituiu 
um sistema regional destinado à proteção de direitos humanos: o sistema 
interamericano de direitos humanos. 
O referido Sistema é disciplinado por quatro tratados 
internacionais: 
� Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem 
� Carta da OEA 
� Convenção Americana dos Direitos Humanos (Pacto de San 
José da Costa Rica) 
� Protocolo Adicional à Convenção Americana dos Direitos 
Humanos em Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e 
Culturais (Protocolo de San Salvador) 
 
A Convenção Americana dos Direitos Humanos foi assinada na 
Conferência Especializada Interamericana sobre Direitos Humanos em SanJosé, capital da Costa Rica, em 22 novembro de 1969. A referida Convenção 
entrou em vigor somente em 18 de julho de 1978. Contudo, o Pacto de San 
José somente foi ratificado pelo BRASIL em 25 de setembro de 1992. 
A Convenção Americana dos Direitos Humanos se encontra 
estruturada da seguinte forma: 
� Parte I - Deveres dos estados e direitos protegidos: 
o Cap. I - Enumeração dos deveres (arts. 1º e 2º) 
o Cap. II - Direitos civis e políticos (arts. 3º e 25): 
� Art. 3. Direito ao reconhecimento da 
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17 
personalidade jurídica 
� Art. 4. Direito a vida: 
• Principio da vedação do retrocesso 
quanto a abolição da pena de morte 
• Proibição da pena de morte a crimes 
políticos e crimes conexos com estes 
• Regra da ampliação 
• Impossibilidade de aplicação da pena de 
morte enquanto pendente solicitação de 
anistia, indulto ou comutação da pena 
� Art. 5. Direito a integridade pessoal 
� Art. 6. Proibição da escravidão e da servidão 
� Art. 7. Direito à liberdade pessoal 
• Habeas Corpus 
• Vedação à prisão por inadimplemento 
contratual - O STF passou a entender 
pela impossibilidade da prisão do 
depositário infiel (RE 46643-SP) 
� Art. 8. Garantias Judiciais 
• Direito a assistência gratuita de 
interprete 
• Direito irrenunciável a defesa técnica 
• Ausência do direito de recorrer em 
liberdade 
• Proibição dos meio indiretos 
• Censura prévia em razão da proteção a 
criança e adolescente 
� Art. 9. Princípio da legalidade 
� Art. 10. Direito à indenização 
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18 
� Art. 11. Proteção da honra e da dignidade 
� Art. 12. Liberdade de consciência e de religião 
� Art. 13. Liberdade de pensamento e de 
expressão 
� Art. 14. Direito de retificação ou resposta 
� Art. 15. Direito de reunião 
� Art. 16. Liberdade de associação 
• Igualdade de direito entre filhos nascidos 
fora e dentro do casamento 
� Art. 18. Direito ao nome 
� Art. 19. Direito da criança 
� Art. 21. Direito a propriedade privada 
� Art. 22. Direito de circulação e de residência 
• Direito ao asilo político 
• Ampliação de direitos do estrangeiro 
� Art. 23. Direitos políticos 
• Restrições ao exercício dos direitos 
políticos 
� Art. 24. Igualdade perante a lei 
� Art. 25. Proteção judicial 
o Recurso de amparo ou mandado de segurança 
o Cap. III - Direitos econômicos, sociais e culturais (art. 
26): 
� Desenvolvimento progressivo 
o Cap. IV - Suspensão de garantias, interpretação e 
aplicação (arts. 27 e 31) 
o Cap. V - Deveres das pessoas (art. 32) 
� Parte II - Meios de proteção: 
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19 
o Cap. VI – Órgãos Competentes (art. 33): 
� Comissão Interamericana de DH 
� Corte Interamericana de DH 
o Cap. VII – Comissão Interamericana de Direitos 
Humanos (arts. 34 a 51) 
o Cap. VIII – Corte Interamericana de Direitos Humanos 
(arts. 52 a 69) 
o Cap. IX - Disposições comuns (arts. 70 a 73) 
� Parte III – Disposições gerais e transitórias: 
o Cap. X - Assinatura, ratificação, reserva, emenda, 
protocolo e denúncia (arts. 74 a 78) 
o Cap. XI – Disposições Transitórias (art. 79 a 82) 
 
Em 1988, a Assembléia-Geral da OEA adotou um protocolo 
adicional à Convenção com o objetivo de regulamentar os direitos 
econômicos, sociais e culturais, que foi denominado com Protocolo de San 
Salvador. O citado Protocolo foi recepcionado pelo Brasil em 1999, por meio 
do Decreto nº 3.321, de 30 de dezembro de 1999. 
Os principais direitos consagrados pelo Protocolo de San 
Salvador são os seguintes: 
� Direito ao trabalho (arts. 6-8) 
� Previdência social (art. 9) 
� Direito à saúde (art. 10) 
� Meio ambiente sadio (art. 11) 
� Segurança alimentar (art. 12) 
� Educação e cultura (arts. 13 e 14) 
� Proteção da família, da criança e do idoso (arts. 15-17) 
� Portadores de necessidades especiais (art. 18) 
 
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Visando facilitar a compreensão dos sistemas regionais, segue 
um quadro comparativo: 
 
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21 
Por fim, o Sistema Interamericano de Direitos Humanos possui 
seus próprios mecanismos de implementação das normas da Convenção 
Americana. Esses mecanismos são compostos por dois órgãos: 
� Comissão Interamericana de Direitos Humanos 
� Corte Interamericana de Direitos Humanos 
 
Estudaremos de forma mais detalhada no próximo tópico sobre 
essas duas instituições. 
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22 
 
31.1 Comissão interamericana de direitos 
humanos e corte interamericana de direitos humanos. 
 
COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS 
 
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos é um órgão da 
OEA criado para promover a observância e defesa dos direitos humanos, 
além de servir como instância consultiva da Organização nesta matéria. 
Ela possui sede em Washington D.C. (EUA) e é composta por 
sete juristas eleitos pela OEA que não representam nenhum governo, mas 
os países membros da referida Organização, atuando independentemente. 
A Comissão NÃO é um órgão jurisdicional. Sua natureza se 
assemelha aos órgãos de tratados estudados em aulas anteriores como o 
Comitê de Direitos Humanos ligado ao Pacto Internacional dos Direitos Civis 
e Políticos. 
As principais atribuições conferidas à Comissão são as 
seguintes: 
• Atender às consultas dos Estados em questões 
relacionadas a direitos humanos. 
• Examinar petições individuais e comunicações interestatais 
que lhes forem dirigidas. 
• Formular recomendações aos Estados. 
• Solicitar dos Estados informações sobre medidas que 
adotarem no campo dos direitos humanos. 
• Investigar denúncias de violação aos direitos humanos. 
• Trabalhar para que os envolvidos em problemas vinculados 
aos direitos humanos encontrem uma solução amistosa. 
• Expressar suas conclusões e recomendações por meio de 
relatórios. 
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23 
A Comissão pode ser acionada pelos seguintes interessados: 
• Estados 
• Órgão da OEA 
• Indivíduos 
• Organizações não-governamentais 
 
Esta regra quanto a legitimidade para provocação da Comissão 
se encontra nos arts. 44 e 45 da Convenção Americana a seguir: 
Artigo 44 - Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou 
entidade não-governamental legalmente reconhecida em 
um ou mais Estados-membros da Organização, pode 
apresentar à Comissão petiçõesque contenham 
denúncias ou queixas de violação desta Convenção por 
um Estado-parte. 
Artigo 45 - 1. Todo Estado-parte pode, no momento do 
depósito do seu instrumento de ratificação desta 
Convenção, ou de adesão a ela, ou em qualquer 
momento posterior, declarar que reconhece a 
competência da Comissão para receber e examinar as 
comunicações em que um Estado-parte alegue haver 
outro Estado-parte incorrido em violações dos direitos 
humanos estabelecidos nesta Convenção. 
2. As comunicações feitas em virtude deste artigo só 
podem ser admitidas e examinadas se forem 
apresentadas por um Estado-parte que haja feito uma 
declaração pela qual reconheça a referida competência da 
Comissão. A Comissão não admitirá nenhuma 
comunicação contra um Estado-parte que não haja feito 
tal declaração. (...) 
 
A conclusão do processo das demandas envolvendo a violação a 
direitos humanos previstos em normas do sistema interamericano de 
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24 
direitos humanos perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos 
é uma condição prévia para que se inicie um processo junto à Corte (art. 
61, parágrafo 2), a seguir: 
Artigo 61 – (...) 
2. Para que a Corte possa conhecer de qualquer caso, é 
necessário que sejam esgotados os processos previstos nos 
artigos 48 a 50. 
 
Os processos previstos nos arts. 48 a 50 são justamente os 
pertinentes à Comissão Interamericana. 
 
Observação: a Comissão poderá submeter um caso de violação 
aos direitos humanos à Corte Interamericana de Direitos Humanos 
independentemente de qualquer ação dos Estados ou dos eventuais 
interessados nesse caso. Os particulares não podem apresentar diretamente 
seus casos perante a citada Corte. 
 
 
CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS 
 
A Corte Interamericana de Direitos Humanos é um TRIBUNAL, 
órgão jurisdicional autônomo, que tem sede em San José (Costa Rica), cujo 
propósito é aplicar e interpretar a Convenção Americana de Direitos 
Humanos e outros tratados de direitos humanos. 
A Corte é composta por sete juízes, naturais dos Estados-
membros da OEA, eleitos a título pessoal entre juristas da mais elevada 
autoridade moral, de reconhecida competência em matéria de Direitos 
Humanos, que reúnam as condições requeridas para o exercício das mais 
elevadas funções judiciais conforme da lei do país do qual seja nacional ou 
do Estado que lhe proponha a candidatura. Não pode haver mais de um juiz 
da mesma nacionalidade. Os juízes da Corte possuem um mandato de seis 
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25 
anos e somente podem ser reeleitos uma vez. 
O quorum mínimo para julgamento é de cinco juízes. 
A Corte possui competência CONSULTIVA e CONTENCIOSA. 
A competência consultiva se dá por meio da elaboração de 
pareceres, comentários e interpretações sobre os tratados de direitos 
humanos. 
A competência contenciosa envolve a atividade jurisdicional de 
decisão em que se aplica a norma de direitos humanos a um caso concreto, 
constatando se houve ou não uma violação a direitos e determinando a 
punição aplicável. 
A legitimidade para iniciar processos perante a Corte é restrita a 
dois interessados: 
� Estados membros da OEA 
� Comissão Interamericana de Direitos Humanos 
Essa regra de legitimidade processual se encontra prevista no 
art. 61 a seguir exposta: 
Artigo 61 - 1. Somente os Estados-partes e a Comissão 
têm direito de submeter um caso à decisão da Corte. 
 
Os Estados somente poderão submeter um caso perante a Corte 
se eles reconhecerem a competência obrigatória desse Tribunal 
Interamericano. 
Portanto, os particulares e as organizações não-governamentais 
NÃO podem apresentar diretamente à Corte Interamericana de Direitos 
Humanos petições individuais relatando violações a direitos. Eles devem 
procurar a Comissão em primeiro lugar. 
O Brasil reconheceu a competência obrigatória da Corte 
Interamericana de Direitos Humanos por meio do Decreto nº 4.463, de 8 de 
novembro de 2002. 
A sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos deve 
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26 
ser fundamentada e será considerada definitiva e inapelável. Contudo, em 
caso de divergência entre os juízes sobre o sentido ou alcance da decisão 
judicial, a Corte poderá interpretá-la a pedido de qualquer das partes 
envolvidas no processo, desde que esse pedido seja feito em até noventa 
dias a partir da notificação da sentença. 
Nesse sentido, estão previstos nos arts. 66 e 67: 
Artigo 66 - 1. A sentença da Corte deve ser 
fundamentada. 
2. Se a sentença não expressar no todo ou em parte a 
opinião unânime dos juízes, qualquer deles terá direito a 
que se agregue à sentença o seu voto dissidente ou 
individual. 
Artigo 67 - A sentença da Corte será definitiva e 
inapelável. Em caso de divergência sobre o sentido ou 
alcance da sentença, a Corte interpretá-la-á, a pedido de 
qualquer das partes, desde que o pedido seja 
apresentado dentro de noventa dias a partir da data da 
notificação da sentença. 
 
Para ser aplicada no Brasil, a sentença da Corte Interamericana 
de Direitos Humanos dispensa processo de homologação de sentença 
perante o STJ, visto que se trata de sentença internacional e NÃO de 
uma sentença estrangeira. 
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27 
 
31.2 Proteção dos direitos humanos no Mercosul. 
 
O Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) é a união aduaneira 
(uma zona de livre-comércio e política comercial comum) de cinco Estados 
da América do Sul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela) que foi 
instituído por meio do por meio do Tratado de Assunção, acordo 
internacional firmado na capital paraguaia, em 26 de março de 1991. 
Além dos Estados membros plenos mencionados acima, o 
MERCOSUL tem os seguintes Estados Associados: Chile, Colômbia, Peru e 
Equador. 
Originalmente, o MERCOSUL era composto por quatro Estados 
que assinaram o Tratado de Assunção: Brasil, Argentina, Uruguai e 
Paraguai. Em 2012, houve a adesão da Venezuela como membro pleno 
deste Mercado Comum, ao mesmo tempo em que houve a suspensão do 
Paraguai pelo prazo de um ano, suspensão finalizada em 15 de agosto de 
2013. 
Apesar de ser apenas uma união aduaneira, o MERCOSUL vem 
buscando evoluir no sentido de se consolidar como uma comunidade de 
Estados nos moldes da União Européia. Todavia, diversos desafios ainda se 
impõem nesse sentido, sendo que muitos desses obstáculos são impostos 
pelos próprios membros por razões de ordem interna. 
Desde o Protocolo de Ouro Preto (1994), o MERCOSUL passou a 
ser uma pessoa jurídica de direito internacional público, com órgãos 
permanentes, sede e capacidade para celebrar tratados, assemelhando-se, 
logo, às organizações internacionais. 
A estrutura institucional do MERCOSUL é formada pelos 
seguintes órgãos: 
� Conselho do Mercado Comum (CMC) 
� Grupo Mercado Comum (GMC) 
� Comissão de Comércio do MERCOSUL (CCM) 
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28 
� Parlamento do MERCOSUL (PARLASUL) 
� Secretaria do MERCOSUL (SM) 
� Tribunal Permanente de Revisão do MERCOSUL (TPR) 
� Tribunal Administrativo-Trabalhista do MERCOSUL (TAL) 
� Foro Consultivo Econômico-Social (FCES) 
� Centro MERCOSUL de Promoção do Estado de Direito 
(CMPED) 
 
A referida estrutura pode ser esquematizada da seguinte forma: 
 
 
Considerando que o foco deste tópico é a proteção dos direitos 
humanos no âmbito do MERCOSUL, iremos focar na explicação de alguns 
dos órgãos citados acima. São eles: o CMC, o GMC, o CCM, o PARLASUL e o 
TPR. 
Depois iremos tratar dos órgãos diretamente atrelados à 
temática dos direitos humanos: o FCCP, o RAADDHH e o IPPDDHH. 
O Conselho do Mercado Comum (CMC) é o órgão superior do 
MERCOSUL incumbido da condução política do processo de integração e da 
tomada de decisões para assegurar o cumprimento dos objetivos 
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29 
estabelecidos pelo Tratado de Assunção e atingir a constituição final do 
mercado comum. O CMC manifestará seus atos deliberativos por meio de 
Decisões que serão obrigatórias para os Estados Partes. Por fim, a 
Presidência do Conselho será exercida por rotação dos Estados Partes e em 
ordem alfabética, por períodos de seis meses. 
O Grupo Mercado Comum (GMC) é o órgão decisório executivo, 
responsável de fixar os programas de trabalho, e de negociar acordos com 
terceiros em nome do MERCOSUL, por delegação expressa do CMC. O GMC 
se pronuncia por meio de Resoluções, e está integrado por representantes 
dos Ministérios de Relações Exteriores e de Economia, e dos Bancos Centrais 
dos Estados Parte. 
A Comissão de Comércio do MERCOSUL (CCM) é um órgão 
decisório técnico, é o responsável por apoiar o GMC no que diz respeito à 
política comercial da união alfandegária. Ela se pronuncia por meio de 
Diretivas. 
O Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul (TPR), com sede 
na cidade de Assunção (Paraguai), é um tribunal de revisão dotado de 
competência para avaliar e modificar os laudos arbitrais proferidos por 
árbitros ad hoc (escolhidos especialmente para um determinado caso) de 
primeira instância sobre questões de natureza comercial ou privada. Ele foi 
concebido com o objetivo de sanar uma das fontes de insegurança jurídica 
no MERCOSUL, que era a falta de um tribunal permanente para resolver 
litígios de maneira rápida e objetiva. 
O Parlamento do MERCOSUL (PARLASUL) é o órgão 
democrático, de formação unicameral, que visa a representação civil da 
pluralidade ideológica e política dos povos dos países-membros do 
MERCOSUL. Ele se encontra sediado em Montevideo (Uruguai) e também 
possui a particularidade de NÃO ser dotado de capacidades legislativas, 
integrando a estrutura institucional do bloco. 
Expostos os principais órgãos que integram a estrutura do 
MERCOSUL, vamos agora expor a estrutura dos órgãos que interferem na 
temática dos direitos humanos. 
O Foro de Consulta e Concertação Política (FCCP) é o órgão 
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30 
auxiliar do CMC, com o objetivo de ampliar e sistematizar a cooperação 
política entre os Estados. A RAADDHH está subordinada ao FCCP. 
A Reunião de Altas Autoridades na Área de Direitos Humanos 
(RAADDHH) é o principal foro de direitos humanos no MERCOSUL. Ele NÃO 
é um orgão de monitoramento dos direitos humanos na região, pois isso 
está a cargo do sistema interamericano. 
A RAADDH é um espaço de articulação político-diplomático entre 
os Estados membros e associados do MERCOSUL para sintonizarem posições 
e identificarem áreas para ações em política pública em direitos humanos 
comuns. O IPPDDHH está subordinado à RAADDHH. 
A Reunião de Altas Autoridades na Área de Direitos Humanos 
(RAADDHH) é um espaço de discussões políticas e não um órgão de 
implementação ou monitoramento dos direitos humanos entre os Estados 
que compõem o MERCOSUL. 
O Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos 
(IPPDDHH) é uma organização criada em 2009, com sede permanente na 
cidade de Buenos Aires (Argentina). Sua principal função é a cooperação 
técnica, a pesquisa aplicada e a coordenação das políticas públicas em 
direitos humanos no contexto dos países do MERCOSUL. A proposta do 
IPPDH é contribuir na concepção, implementação, avaliação e consolidação 
das políticas públicas em direitos humanos como o núcleo do 
desenvolvimento da identidade e integração dos países plenos e associados 
do MERCOSUL. 
As principais normas internacionais que regulamentam o 
MERCOSUL são: 
• Tratado de Assunção (1990) 
• Protocolos complementares ao Tratado de Assunção: 
o Protocolo de Ouro Preto (1994) 
o Protocolo de Ushuaia (1998) 
o Protocolo de Olivos (2002) 
o Protocolo de Assunção (2005) 
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31 
 
De todas as normas mencionadas merece destaque para o nosso 
estudo o Protocolo de Assunção, celebrado em 2005, que além de ser 
diferente do Tratado de Assunção, prevê normas que interessam para nosso 
curso, afinal, o referido Protocolo trata do Compromisso com a Promoção e 
a Proteção dos Direitos Humanos do MERCOSUL. 
O referido Protocolo foi recepcionado pelo Brasil por meio do 
Decreto nº 7.225, de 1º de julho de 2010. Ele se ampara no fato de que é 
fundamental assegurar a proteção, a promoção e a garantia dos direitos 
humanos e das liberdades fundamentais de todas as pessoas no espaço 
mercosulino e de que o gozo efetivo de tais direitos é condição 
indispensável para a consolidação do processo de integração regional na 
América do Sul. 
O Protocolo parte do compromisso de consolidar as instituições 
democráticas no MERCOSUL como condição indispensável para a existência 
e o desenvolvimento do bloco regional, e também da reafirmação da ligação 
de todos os membros do MERCOSUL com os principais documentos do 
sistema de proteção internacional dos direitos humanos e com os princípios 
que o orientam. 
O Protocolo de Assunção prevê que os integrantes do 
MERCOSUL deverão cooperar entre si para a promoção e proteção efetiva 
dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, por meio dos 
instrumentos institucionais estabelecidos na união alfandegária. 
Com amparo no art. 3º, está previsto também um mecanismo 
de consultas envolvendo os Estados do MERCOSUL e um Estado Membro 
do Bloco onde esteja ocorrendo graves sistemáticas violações dos direitos 
humanos, seja em situações de crise institucional, seja durante a vigência 
de estados de exceção previstos nos respectivos ordenamentos 
constitucionais. 
Caso as consultas NÃO gerem efeitos, e considerando a 
gravidade da situação, os membros do bloco poderão tomar medidas mais 
rígidas junto ao Estado violador dos direitos, tais como: 
• Suspensão do direito a participar do MERCOSUL; 
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32 
• Suspensão dos direitos e obrigações emergentes do fato 
de o Estado integrar esse mecanismo integracionista. 
Essas medidas serão adotadas por consenso pelosEstados-
Partes e deverá ser comunicado ao ente estatal afetado, o qual não 
participará do processo decisório cabível, entrando em vigor na data em que 
se realizar a comunicação pertinente à Parte afetada e cessará apenas a 
partir da data da comunicação, proferida pelo Estado onde ocorreram os 
problemas, de que as causas que as motivaram foram resolvidas (arts. 5 e 
6 do Protocolo). 
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33 
 
32 Responsabilidade internacional dos estados 
por violações de direitos sociais, econômicos e culturais. 
 
A efetivação dos direitos econômicos, sociais e culturais não é 
apenas uma obrigação moral dos Estados, mas um dever jurídico, que tem 
por fundamento os tratados internacionais de proteção dos direitos 
humanos, principalmente o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, 
Sociais e Culturais (PIDESC) de 1966. 
Assim, os Estados têm a obrigação de respeitar, proteger e 
implementar os direitos econômicos, sociais e culturais enunciados no 
PIDESC. 
Os direitos humanos sociais asseguram as condições para o 
exercício dos direitos humanos liberais (civis e políticos) e que, em razão 
disso, a responsabilidade internacional do Estado por violação dos direitos 
humanos sociais deve expor as omissões e fraquezas deste mesmo Estado e 
obrigá-lo a executar as políticas públicas necessárias à correta concretização 
destes direitos. 
Infelizmente, ocorre que enquanto os mecanismos políticos ou 
judiciários de enfrentamento à violação aos direitos civis e políticos estão 
respaldados em diversos instrumentos jurídicos internacionais, havendo, 
inclusive instrumentos coletivos nos âmbitos regionais (europeu e 
interamericano), os direitos sociais consagrados no PIDESC não possuem o 
mesmo tratamento, inexistindo mecanismos de apuração de violações 
cometidas pelo Estado. 
Isso demonstra uma seletividade no âmbito da 
responsabilização internacional dos Estados por violações aos direitos 
humanos: para os direitos civis e políticos não há problema em criar 
mecanismos de averiguação dessas violações, mas para os direitos sociais, 
haveria sim. 
Essa realidade vai de encontro com uma das características 
fundamentais dos direitos humanos que é justamente a indivisibilidade 
desses direitos. 
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34 
O próprio PIDESC demonstra essa cumplicidade dos Estados em 
não querer tornar efetivos os direitos econômicos, sociais e culturais 
conforme se observa do art. 23 do citado Pacto: 
Artigo 23.º 
Os Estados Partes no presente Pacto concordam que as 
medidas de ordem internacional destinadas a assegurar a 
realização dos direitos reconhecidos no dito Pacto incluem 
métodos, tais como a conclusão de convenções, a adoção 
de recomendações, a prestação de assistência técnica e a 
organização, em ligação com os Governos interessados, 
de reuniões regionais e de reuniões técnicas, para fins de 
consulta e de estudos. 
 
Assim, a responsabilidade do Estado se reduziria a apenas 
produzir relatórios a serem encaminhados ao Comitê de Direitos 
Econômicos, Sociais e Culturais contendo os seguintes dados: 
• Principais realizações na efetivação dos direitos 
• Progressos realizados 
Os relatórios seriam encaminhados pelo Comitê ao Conselho 
Econômico e Social da ONU que emitiria uma recomendação de ordem 
geral. Esse sistema foi feito para evitar que um Estado específico fosse 
responsabilizado de fato. 
O principal argumento que justifica uma postura tão amena com 
os Estados estaria no princípio do desenvolvimento progressivo ou 
progressividade adotado pelo PIDESC e também recepcionado pelo 
sistema interamericano, vide o art. 26 do Pacto de San José da Costa Rica. 
No âmbito do sistema interamericano, os mecanismos de 
responsabilidade internacional do Estado em matéria de direitos 
econômicos, sociais e culturais estão no Protocolo de San Salvador e são os 
seguintes: 
• Dever de apresentação de relatórios periódicos: 
o Conselho Interamericano para o Desenvolvimento 
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35 
Integral 
o Comissão Interamericana de Direitos Humanos 
• Ação de responsabilidade internacional nos seguintes 
casos: 
o Violação aos direitos à associação sindical e 
liberdade sindical 
o Violação ao direito à educação 
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36 
 
EXERCÍCIOS COMENTADOS 
 
QUESTÃO 176 (DPU - CESPE – Defensor Público - 2010): Julgue o 
item a seguir, referente(s) ao direito internacional dos direitos humanos, 
marcando C (certo) ou E (errado): 
Embora sem competência contenciosa, de caráter jurisdicional, a Corte 
Interamericana de Direitos Humanos tem competência consultiva, relativa à 
interpretação das disposições da Convenção Americana e das disposições de 
tratados concernentes à proteção dos direitos humanos. 
 
COMENTÁRIOS: 
A Corte possui competência CONSULTIVA e CONTENCIOSA. 
A competência consultiva se dá por meio da elaboração de 
pareceres, comentários e interpretações sobre os tratados de direitos 
humanos. 
A competência contenciosa envolve a atividade jurisdicional de 
decisão em que se aplica a norma de direitos humanos a um caso concreto, 
constatando se houve ou não uma violação a direitos e determinando a 
punição aplicável. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 177 (MPE/RR - CESPE – Assistente Administrativo - 
2008): Julgue o item a seguir, referente ao direito internacional dos direitos 
humanos, marcando C (certo) ou E (errado): 
Segundo a Convenção Americana sobre Direitos Humanos — Pacto de São 
José da Costa Rica, toda pessoa acusada de delito tem direito a que se 
presuma sua inocência enquanto não se comprove legalmente sua culpa. 
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37 
 
COMENTÁRIOS: 
O artigo 8 do Pacto de São José da Costa Rica prevê 
expressamente, conforme se observa do seguinte dispositivo: 
Artigo 8º - Garantias judiciais 
1. Toda pessoa terá o direito de ser ouvida, com as devidas 
garantias e dentro de um prazo razoável, por um juiz ou 
Tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido 
anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal 
formulada contra ela, ou na determinação de seus direitos e 
obrigações de caráter civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer 
outra natureza. 
2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que 
se presuma sua inocência, enquanto não for legalmente 
comprovada sua culpa. Durante o processo, toda pessoa 
tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias 
mínimas: 
a) direito do acusado de ser assistido gratuitamente por um 
tradutor ou intérprete, caso não compreenda ou não fale a 
língua do juízo ou tribunal; 
b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da 
acusação formulada; 
c) concessão ao acusado do tempo e dos meios necessários à 
preparação de sua defesa; 
d) direito do acusado de defender-se pessoalmenteou de ser 
assistido por um defensor de sua escolha e de comunicar-se, 
livremente e em particular, com seu defensor; 
e) direito irrenunciável de ser assistido por um defensor 
proporcionado pelo Estado, remunerado ou não, segundo a 
legislação interna, se o acusado não se defender ele próprio, 
nem nomear defensor dentro do prazo estabelecido pela lei; 
f) direito da defesa de inquirir as testemunhas presentes no 
Tribunal e de obter o comparecimento, como testemunhas ou 
peritos, de outras pessoas que possam lançar luz sobre os 
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38 
fatos; 
g) direito de não ser obrigada a depor contra si mesma, nem a 
confessar-se culpada; e 
h) direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal superior. 
3. A confissão do acusado só é válida se feita sem coação de 
nenhuma natureza. 
4. O acusado absolvido por sentença transitada em julgado 
não poderá ser submetido a novo processo pelos mesmos 
fatos. 
5. O processo penal deve ser público, salvo no que for 
necessário para preservar os interesses da justiça. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 178 (DPE/BA - CESPE – Defensor Público - 2010): Julgue o 
item a seguir, referente(s) ao direito internacional dos direitos humanos, 
marcando C (certo) ou E (errado): 
Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade não governamental 
legalmente reconhecida em um ou mais Estados-membros da Organização 
dos Estados Americanos pode apresentar diretamente à Corte 
Interamericana de Direitos Humanos petições que contenham denúncias ou 
queixas de violação dos termos da Convenção Americana de Direitos 
Humanos por um Estado-parte. 
 
COMENTÁRIOS: 
A legitimidade para iniciar processos perante a Corte é restrita a 
dois interessados: 
� Estados membros da OEA 
� Comissão Interamericana de Direitos Humanos 
Essa regra de legitimidade processual se encontra prevista no 
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39 
art. 61 a seguir exposta: 
Artigo 61 - 1. Somente os Estados-partes e a Comissão 
têm direito de submeter um caso à decisão da Corte. 
 
Os Estados somente poderão submeter um caso perante a Corte 
se eles reconhecerem a competência obrigatória desse Tribunal 
Interamericano. 
Portanto, os particulares e as organizações não-governamentais 
NÃO podem apresentar diretamente à Corte Interamericana de Direitos 
Humanos petições individuais relatando violações a direitos. Eles devem 
procurar a Comissão em primeiro lugar. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 179 (AGU - CESPE – Advogado da União - 2012): Julgue o 
item a seguir, referente(s) ao direito internacional dos direitos humanos, 
marcando C (certo) ou E (errado): 
Em casos que envolvam a prática de tortura sistemática, a Convenção 
Americana de Direitos Humanos permite o acesso direto do indivíduo à 
Corte Interamericana de Direitos Humanos. 
 
COMENTÁRIOS: 
A tortura sistemática por mais absurda que seja tal prática não 
autoriza que os indivíduos pleiteiem diretamente à Corte conforme foi 
exposto na questão anterior. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 180 (DPE/TO - CESPE – Defensor Público - 2013): Julgue o 
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40 
item a seguir, referente(s) ao direito internacional dos direitos humanos, 
marcando C (certo) ou E (errado): 
A Convenção Européia sobre Direitos Humanos e o Pacto Internacional de 
Direitos Civis e Políticos prescrevem que poderá ser exigida garantia de 
comparecimento ao juízo para a libertação de preso suspeito da prática de 
infração penal. 
 
COMENTÁRIOS: 
A Convenção Européia sobre Direitos Humanos, art. 5º, item 3, 
prevê que:
 
"Qualquer pessoa presa ou detida nas condições previstas 
no parágrafo 1, alínea c), do presente artigo deve ser 
apresentada imediatamente a um juiz ou outro 
magistrado habilitado pela lei para exercer funções 
judiciais e tem direito a ser julgada num prazo razoável, 
ou posta em liberdade durante o processo. A colocação 
em liberdade pode estar condicionada a uma garantia 
que assegure a comparência do interessado em juízo." 
Já o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, art. 9º, 
item 3: 
"Qualquer pessoa presa ou encerrada em virtude de 
infração penal deverá ser conduzida, sem demora, à 
presença do juiz ou de outra autoridade habilitada por lei 
a exercer funções e terá o direito de ser julgada em prazo 
razoável ou de ser posta em liberdade. A prisão 
preventiva de pessoas que aguardam julgamento não 
deverá constituir a regra geral, mas a soltura poderá 
estar condicionada a garantias que assegurem o 
comparecimento da pessoa em questão à audiência, a 
todos os atos do processo e, se necessário for, para a 
execução da sentença." 
 
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41 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 181 (DPE/TO - CESPE – Defensor Público - 2013): Julgue o 
item a seguir, referente(s) ao direito internacional dos direitos humanos, 
marcando C (certo) ou E (errado): 
A Convenção Americana sobre Direitos Humanos proíbe a pena de trabalhos 
forçados. 
 
COMENTÁRIOS: 
O artigo 6º do Pacto de San José da Costa Rica prevê 
expressamente que: 
Artigo 6º - Proibição da escravidão e da servidão 
1. Ninguém poderá ser submetido a escravidão ou servidão e 
tanto estas como o tráfico de escravos e o tráfico de mulheres 
são proibidos em todas as suas formas. 
2. Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado 
ou obrigatório. Nos países em que se prescreve, para certos 
delitos, pena privativa de liberdade acompanhada de 
trabalhos forçados, esta disposição não pode ser 
interpretada no sentido de proibir o cumprimento da dita pena, 
imposta por um juiz ou tribunal competente. O trabalho 
forçado não deve afetar a dignidade, nem a capacidade física e 
intelectual do recluso. 
3. Não constituem trabalhos forçados ou obrigatórios para os 
efeitos deste artigo: 
a) os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de pessoa 
reclusa em cumprimento de sentença ou resolução formal 
expedida pela autoridade judiciária competente. Tais trabalhos 
ou serviços devem ser executados sob a vigilância e controle 
das autoridades públicas, e os indivíduos que os executarem 
não devem ser postos à disposição de particulares, 
companhias ou pessoas jurídicas de caráter privado; 
b) serviço militar e, nos países em que se admite a isenção 
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42 
por motivo de consciência, qualquer serviço nacional que a lei 
estabelecer em lugar daquele; 
c) o serviço exigido em casos de perigo ou de calamidade que 
ameacem a existência ou o bem-estar da comunidade; 
d) o trabalho ou serviço que faça parte das obrigações cívicas 
normais. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 182 (DPE/TO - CESPE – Defensor Público - 2013): Julgue o 
item a seguir, referente(s) ao direito internacional dos direitos humanos, 
marcando C (certo) ou E (errado):A Convenção Americana sobre Direitos Humanos e a Declaração Universal 
dos Direitos Humanos exigem a separação entre o suspeito de praticar 
infração penal que aguarda julgamento e o preso condenado. 
 
COMENTÁRIOS: 
A questão está parcialmente correta. Isto ocorre, pois a 
Convenção Americana prevê que: 
Artigo 5º - Direito à integridade pessoal 
1. Toda pessoa tem direito a que se respeite sua integridade 
física, psíquica e moral. 
2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou 
tratos cruéis, desumanos ou degradantes. Toda pessoa privada 
de liberdade deve ser tratada com o respeito devido à 
dignidade inerente ao ser humano. 
3. A pena não pode passar da pessoa do delinquente. 
4. Os processados devem ficar separados dos 
condenados, salvo em circunstâncias excepcionais, e 
devem ser submetidos a tratamento adequado à sua 
condição de pessoas não condenadas. 
Ocorre que a Declaração Universal de Direitos Humanos não 
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43 
adentra nesse detalhe de maneira que o item foi considerado falso pelo 
CESPE. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 183 (DPE/TO - CESPE – Defensor Público - 2013): Julgue o 
item a seguir, referente(s) às garantias judiciais no direito internacional dos 
direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): 
A Convenção Européia sobre Direitos Humanos permite que à imprensa seja 
negado o acesso às sessões de julgamento nos tribunais. 
 
COMENTÁRIOS: 
O artigo 6º da Convenção Européia sobre Direitos Humanos 
prevê que: 
Artigo 6.º 
(Direito a um processo equitativo) 
1. Qualquer pessoa tem direito a que a sua causa seja 
examinada, equitativa e publicamente, num prazo 
razoável por um tribunal independente e imparcial, 
estabelecido pela lei, o qual decidirá, quer sobre a 
determinação dos seus direitos e obrigações de carácter 
civil, quer sobre o fundamento de qualquer acusação em 
matéria penal dirigida contra ela. O julgamento deve 
ser público, mas o acesso à sala de audiências pode 
ser proibido à imprensa ou ao público durante a 
totalidade ou parte do processo, quando a bem da 
moralidade, da ordem pública ou da segurança nacional 
numa sociedade democrática, quando os interesses de 
menores ou a protecção da vida privada das partes no 
processo o exigirem, ou, na medida julgada estritamente 
necessária pelo tribunal, quando, em circunstâncias 
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44 
especiais, a publicidade pudesse ser prejudicial para os 
interesses da justiça. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 184 (MPT - MPT – Procurador do Trabalho - 2007): Julgue 
o item a seguir, referente(s) às garantias judiciais no direito internacional 
dos direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): 
O Pacto de São José da Costa Rica consagra o duplo grau de jurisdição ao 
garantir o direito de recorrer de sentença a juiz ou tribunal. 
 
COMENTÁRIOS: 
O Pacto de São José da Costa Rica é explícito nesse sentido: 
Artigo 8º - Garantias judiciais 
(...) 2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que 
se presuma sua inocência, enquanto não for legalmente 
comprovada sua culpa. Durante o processo, toda pessoa 
tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias 
mínimas: 
(...) h) direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal 
superior. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 185 (DPE/TO - CESPE – Defensor Público - 2013): Julgue o 
item a seguir, referente(s) às garantias judiciais no direito internacional dos 
direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): 
A Convenção Americana sobre Direitos Humanos não reconhece o princípio 
do “ne bis in idem”. 
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45 
 
COMENTÁRIOS: 
O Pacto de San José da Costa Rica (Convenção Americana de 
Direitos Humanos) traz expressamente a vedação do bis in idem, ou seja, 
reconhece esse princípio conforme se infere a seguir: 
"Artigo 8º - Garantias judiciais. 
(...) 4. O acusado absolvido por sentença transitada em julgado 
não poderá ser submetido a novo processo pelos mesmos fatos." 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 186 (DPE/SE - CESPE – Defensor Público - 2012): Julgue o 
item a seguir, referente(s) ao sistema interamericano dos direitos humanos, 
marcando C (certo) ou E (errado): 
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos não pode aceitar nem 
processar petições individuais. 
 
COMENTÁRIOS: 
A Comissão é o único órgão do sistema interamericano de 
direitos humanos que recebe petições de particulares. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 187 (DPE/SE - CESPE – Defensor Público - 2012): Julgue o 
item a seguir, referente(s) ao sistema interamericano dos direitos humanos, 
marcando C (certo) ou E (errado): 
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos detém competência para 
conhecer denúncia de violação de direitos humanos praticada por qualquer 
país que integre a Organização dos Estados Americanos, nos termos da 
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46 
Convenção Americana de Direitos Humanos. 
 
COMENTÁRIOS: 
De acordo com o art. 45 da Convenção Americana a resposta é 
não. Prevê a citada norma: 
Artigo 45 - 1. Todo Estado-parte pode, no momento do 
depósito do seu instrumento de ratificação desta 
Convenção, ou de adesão a ela, ou em qualquer momento 
posterior, declarar que reconhece a competência da 
Comissão para receber e examinar as comunicações em que 
um Estado-parte alegue haver outro Estado-parte incorrido 
em violações dos direitos humanos estabelecidos nesta 
Convenção. 
2. As comunicações feitas em virtude deste artigo só podem 
ser admitidas e examinadas se forem apresentadas por um 
Estado-parte que haja feito uma declaração pela qual 
reconheça a referida competência da Comissão. A Comissão 
não admitirá nenhuma comunicação contra um Estado-parte 
que não haja feito tal declaração. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 188 (DPE/SE - CESPE – Defensor Público – 2012 - 
Adaptada): Julgue o item a seguir, referente(s) ao sistema interamericano 
dos direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): 
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos tem o poder de fixar seu 
próprio regulamento. 
 
COMENTÁRIOS: 
O artigo 39 do Pacto de San José prevê expressamente que: 
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47 
Artigo 39 - A Comissão elaborará seu estatuto e 
submetê-lo-á à aprovação da Assembléia Geral e 
expedirá seu próprio Regulamento. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 189 (DPE/SE - CESPE – Defensor Público - 2012): Julgue o 
item a seguir, referente(s) ao sistema interamericano dos direitos humanos, 
marcando C (certo) ou E (errado): 
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos tem como único 
documento paradigmático para a proteção dos direitos humanos no 
continente americano o Pacto de São José da Costa Rica. 
 
COMENTÁRIOS: 
Em relação aos direitos humanosno continente americano, a 
OEA assume fundamental importância. Foi no contexto da OEA que os 
Estados do continente decidiram celebrar um tratado internacional, de 
natureza regional, que assegurasse os direitos humanos em todo contente. 
Trata-se da Convenção Americana de Direitos Humanos, mais 
conhecida como Pacto de San José da Costa Rica, de 1969 que instituiu 
um sistema regional destinado à proteção de direitos humanos: o sistema 
interamericano de direitos humanos. 
O referido Sistema é disciplinado por quatro tratados 
internacionais: 
� Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem 
� Carta da OEA 
� Convenção Americana dos Direitos Humanos (Pacto de San 
José da Costa Rica) 
� Protocolo Adicional à Convenção Americana dos Direitos 
Humanos em Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e 
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48 
Culturais (Protocolo de San Salvador) 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 190 (DPE/SE - CESPE – Defensor Público – 2012 - 
Adaptada): Julgue o item a seguir, referente(s) ao sistema interamericano 
dos direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): 
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos não pode declarar a 
inadmissibilidade ou a improcedência da petição ou comunicação, com base em 
informação ou prova supervenientes. 
 
COMENTÁRIOS: 
Errado! O art. 48 do Pacto prevê que 
Artigo 48 - 1. A Comissão, ao receber uma petição ou 
comunicação na qual se alegue a violação de qualquer 
dos direitos consagrados nesta Convenção, procederá da 
seguinte maneira: 
a) se reconhecer a admissibilidade da petição ou 
comunicação, solicitará informações ao Governo do 
Estado ao qual pertença a autoridade apontada como 
responsável pela violação alegada e transcreverá as 
partes pertinentes da petição ou comunicação. As 
referidas informações devem ser enviadas dentro de um 
prazo razoável, fixado pela Comissão ao considerar as 
circunstâncias de cada caso; 
b) recebidas as informações, ou transcorrido o prazo 
fixado sem que sejam elas recebidas, verificará se 
existem ou subsistem os motivos da petição ou 
comunicação. No caso de não existirem ou não 
subsistirem, mandará arquivar o expediente; 
c) poderá também declarar a inadmissibilidade ou a 
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49 
improcedência da petição ou comunicação, com base em 
informação ou prova supervenientes; 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 191 (DPE/SE - CESPE – Defensor Público - 2012): Julgue o 
item a seguir, referente(s) ao sistema interamericano dos direitos humanos, 
marcando C (certo) ou E (errado): 
A exceção de não esgotamento dos recursos internos só será tempestiva 
quando apresentada na etapa de admissibilidade do procedimento perante a 
Comissão Interamericana de Direitos Humanos. 
 
COMENTÁRIOS: 
Esta questão não está explícita na Convenção, mas sim na 
jurisprudência interamericana. De acordo com a jurisprudência da Corte 
Interamericana de Direitos Humanos, o incidente processual de exceção de 
não esgotamento dos recursos internos só será tempestivo quando 
apresentada na etapa de admissibilidade do procedimento perante a 
Comissão Interamericana de Direitos Humanos. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 192 (DPE/SE - CESPE – Defensor Público - 2012): Julgue o 
item a seguir, referente(s) ao sistema interamericano dos direitos humanos, 
marcando C (certo) ou E (errado): 
O Estado-parte não tem direito a renunciar à regra do prévio esgotamento 
dos recursos internos. 
 
COMENTÁRIOS: 
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50 
De acordo com a jurisprudência da Corte Interamericana de 
Direitos Humanos, o Estado-parte tem direito a renunciar à regra do prévio 
esgotamento dos recursos internos. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 193 (DPE/SE - CESPE – Defensor Público - 2012): Julgue o 
item a seguir, referente(s) ao sistema interamericano dos direitos humanos, 
marcando C (certo) ou E (errado): 
A pena de morte pode ser restabelecida nos Estados-parte que a tenham 
abolido. 
 
COMENTÁRIOS: 
O artigo 4º do Pacto prevê expressamente o direito à vida 
nestes termos, conforme se observa do seguinte dispositivo: 
Artigo 4º - Direito à vida 
(...) 
2. Nos países que não houverem abolido a pena de morte, 
esta só poderá ser imposta pelos delitos mais graves, em 
cumprimento de sentença final de tribunal competente e em 
conformidade com a lei que estabeleça tal pena, 
promulgada antes de haver o delito sido cometido. 
Tampouco se estenderá sua aplicação a delitos aos quais 
não se aplique atualmente. 
3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos 
Estados que a hajam abolido. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 194 (DPE/SE - CESPE – Defensor Público - 2012): Julgue o 
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51 
item a seguir, referente(s) ao sistema interamericano dos direitos humanos, 
marcando C (certo) ou E (errado): 
Para a Convenção Americana de Direitos Humanos, o direito à vida deve ser 
protegido, como regra, desde a concepção. 
 
COMENTÁRIOS: 
O artigo 4º do Pacto prevê expressamente o direito à vida 
nestes termos, conforme se observa do seguinte dispositivo: 
Artigo 4º - Direito à vida 
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua 
vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em 
geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode 
ser privado da vida arbitrariamente. 
(...) 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 195 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
O Protocolo de San Salvador prevê o direito humano ao meio ambiente 
sadio. 
 
COMENTÁRIOS: 
Vide o art. 11 do Protocolo de San Salvador. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 196 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
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52 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
O Tribunal Permanente de Revisão é do MERCOSUL competente para 
processar e julgar as violações aos direitos humanos no âmbito da zona de 
livre comércio. 
 
COMENTÁRIOS: 
O Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul (TPR), com sede 
na cidade de Assunção (Paraguai), é um tribunal de revisão dotado de 
competência para avaliar e modificar os laudos arbitrais proferidos por 
árbitros ad hoc (escolhidos especialmente para um determinado caso) de 
primeira instância sobre questões de natureza comercial ou privada. Ele foi 
concebido com o objetivo de sanar uma das fontes de insegurança jurídica 
no MERCOSUL, que era a falta de um tribunal permanente para resolver 
litígios de maneira rápida e objetiva. 
Os únicos órgãos do MERCOSUL que lidam diretamente com os 
direitos humanos não possuem poderes decisórios de qualquer natureza. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 197 (MTE/AFT - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): 
Julgue o item a seguir, marcando

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