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MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
1 
 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO (AFT) 
Prezados Alunos! 
Foi uma LONGA jornada desde a Aula 1 até esta Aula 12 
de Direitos Humanos... 
A matéria foi inédita no concurso de AFT e, além disso, 
exigiu conhecimentos muito específicos de Direitos Humanos, nunca 
cobrados em concursos pretéritos, razão pela qual tivemos que 
imprimir dedicação integral para sua finalização com a qualidade e 
celeridade que devemos entregar a vocês, nossos alunos. 
Como já colocamos anteriormente, tendo em vista que 
abarcamos item por item do Edital, de forma exaustiva, na tentativa 
de abarcar todas as eventuais possibilidades da Banca, esperamos 
alcançar 100% das Questões do CESPE, como já conseguimos nos 
últimos concursos (Ex: PRF, MPU, TJDFT, entre outros). 
Com esta aula, concluímos o programa da disciplina, com 
assuntos um pouco mais simples. Por isso, estudem enfocando 
alguns conceitos e idéias chaves que destacarei nesta aula. Tenho 
certeza que vocês terão um excelente desempenho na prova! 
Fiquem ligados: disponibilizarei um RESUMÃO FINAL de 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
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2 
Direitos Humanos, para Revisão antes da prova! 
Desejo uma excelente prova para cada um de vocês! 
 
Ricardo Gomes 
Por sua aprovação no concurso de AFT! 
 
 
 
 
 
QUADRO SINÓPTICO DA AULA: 
 
• 36 A Auditoria Fiscal do Trabalho como agente de 
proteção e concretização dos direitos fundamentais 
dos trabalhadores. 
• 36.1 Segurança e Saúde no Trabalho. 
• 36.2 Combate à redução análoga ao trabalho escravo. 
• 36.3 Discriminação e ações afirmativas. 
• 36.4 Direitos da mulher, da Criança, do Adolescente e 
do Idoso. 
• 36.5 Direito das Pessoas com Deficiência. 
• 37 Programa Nacional de Direitos Humanos (Decreto 
nº 7.037/2009 – Eixos Orientadores II e III). 
 
 
 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
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3 
36 A Auditoria Fiscal do Trabalho como agente de 
proteção e concretização dos direitos fundamentais dos 
trabalhadores. 
 
A Auditoria Fiscal do Trabalho é uma carreira especializada 
destinada a efetuar a INSPEÇÃO DO TRABALHO. Esta atividade fiscalizatória 
se encontra fundamentada, principalmente, na Convenção nº 81 da OIT que 
disciplina a fiscalização do trabalho e na própria Constituição Federal de 
1988 (CF/88) que prevê a competência da União para exercer a inspeção do 
trabalho, além e consagrar diversos direitos sociais aos trabalhadores. 
A história da inspeção do trabalho se confunde com a origem do 
Direito do Trabalho, visto que este ramo do direito surgiu como resposta às 
condições subumanas que atingiam os trabalhadores. Nesse sentido, temos 
como um dos primórdios da Inspeção do Trabalho na Inglaterra com a lei 
Althorp Act que, em 1833, delegou o poder de fiscalização dos 
estabelecimentos submetidos às normas de proteção do trabalhador a 
agentes públicos, autorizando, inclusive, a imposição de sanções aos 
infratores das citadas normas, mesclando-se funções administrativas e até 
mesmo judiciais. Somente no ano de 1844, esses fiscais passariam a 
desempenhar apenas funções administrativas. 
Portanto, verificamos que a origem da Auditoria Fiscal do 
Trabalho está diretamente atrelada à proteção e concretização de direitos 
fundamentais para os trabalhadores. 
Da Inglaterra, a concepção de inspeção do trabalho se espalhou 
pelo mundo com diversos países adotando normas semelhantes, algumas 
mais protetivas, outros menos. No Brasil, a primeira iniciativa de criação de 
uma inspeção do trabalho ocorreu ainda no século XIX, com o Decreto nº 
1.313/1891, que instituiu uma fiscalização restrita aos estabelecimentos 
fabris do Rio de Janeiro, sem alcançar as demais partes do país. 
A consolidação de um órgão governamental responsável pela 
inspeção do trabalho somente ocorreria quarenta anos depois, durante a Era 
Vargas, com a atribuição da competência de inspeção do trabalho ao 
Departamento Nacional do Trabalho, por meio do Decreto nº 19.671-
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4 
A/1931. 
Um detalhe curioso é que esse Departamento já existia desde 
1918, todavia, somente em 1931 lhe foi autorizado exercer as competências 
fiscalizatórias de inspeção do trabalho, no contexto da criação do Ministério 
do Trabalho, Indústria e Comércio por Getúlio Vargas em 1930. 
Em seguida, foram criados órgãos específicos para essa 
atribuição: as Inspetorias Regionais do Ministério do Trabalho, Indústria e 
Comércio, instituídas por meio dos Decretos nºs 21.690 e 23.288, de 1º de 
agosto de 1932 e 26 de outubro de 1933, respectivamente. 
 As Inspetorias Regionais foram transformadas em Delegacias 
Regionais do Trabalho, por meio do Decreto-Lei nº 2.168, de 6 de maio de 
1940. 
Com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de 1943, houve 
a disciplina da fiscalização trabalhista, com um viés bem mais repressivo, 
prevendo o processo das multas administrativas (arts. 626 a 642). 
A ratificação da Convenção nº 81 da Organização Internacional 
do Trabalho (OIT) pelo Brasil, através do Decreto nº 41.721/57, contribuiu 
para a reafirmação da inspeção do trabalho no país, de modo que, alguns 
anos depois, foi editado o Regulamento da Inspeção do Trabalho (RIT), cuja 
primeira versão era de 1965, e atualmente está em vigor a edição veiculada 
pelo Decreto nº 4.552/2002. 
A consagração dos direitos sociais dos trabalhadores na 
Constituição Federal de 1988 elevou a temática das relações de trabalho ao 
plano dos direitos humanos fundamentais, de forma que a inspeção do 
trabalho deixou de ser uma mera atividade de fiscalização administrativa 
das normas aplicáveis a um componente da Economia (a mão de obra) e 
passou a ser um instrumento de concretização dos direitos fundamentais 
dos trabalhadores. 
Com a reestruturação da carreira Auditoria Fiscal do Trabalho, 
por meio da Lei nº 10.593/02, a inspeção do trabalho passou a ter um 
quadro funcional mais organizado e racional de forma a atender, 
adequadamente às necessidades de fiscalização do cumprimento das 
normas de proteção aos trabalhadores. 
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5 
Por fim, em 2008, as Delegacias Regionais do Trabalho foram 
transformadas em Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego, 
passando a ser competentes também para a execução, a supervisão e o 
monitoramento de todas as ações relacionadas às políticas públicas afetas 
ao Ministério do Trabalho e Emprego. 
Feita a contextualização histórica, vamos abordar quais os 
direitos que são resguardados pelos auditores fiscais do trabalho. 
Os direitos fundamentais dos trabalhadores estão previstos 
nos arts. 7º, 9, 10 e 11 da Constituição Federal de 1988. Eles podem ser de 
dois tipos: 
� Direitos dos trabalhadores em suas relações individuais de 
trabalho (art. 7º). 
� Direitos coletivos dos trabalhadores (arts. 9º a 11). 
O primeiro tratados direitos fundamentais garantidos aos 
trabalhadores nas relações individuais que estes estabelecem com seus 
empregadores no contexto de um contrato de emprego. 
O segundo tipo aborda os direitos que os trabalhadores exercem 
de forma coletiva ou no interesse de uma coletividade laboral, ex.: o direito 
de associação sindical, o direito de greve, o direito de substituição 
processual, o direito de participação e o direito de representação classista. 
Considerando o foco deste ponto, iremos aprofundar os direitos 
individuais dos trabalhadores contidos no art. 7º da CF/88. Tais direitos 
podem ser classificados da seguinte forma: 
� Direito ao trabalho e garantia do emprego 
� Direitos sobre as condições de trabalho 
� Direitos relativos ao salário 
� Direitos relativos ao repouso e à inatividade do trabalhador 
� Direitos relativos aos dependentes do trabalhador 
� Participação nos lucros e co-gestão 
O direito ao trabalho e garantia do emprego encontra-se 
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6 
previsto em diversos dispositivos da Constituição, tais como o art. 1º, inc. 
IV, 6º e 170, além do art. 7º, inc. I, a seguir: 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, 
além de outros que visem à melhoria de sua condição 
social: 
I - relação de emprego protegida contra despedida 
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei 
complementar, que preverá indenização compensatória, 
dentre outros direitos; 
 
Este direito encontra respaldo em diversos instrumentos e 
normas internacionais de direitos humanos, destacando-se o art. 23 da 
Declaração Universal de Direitos Humanos e o art. 6º do Pacto Internacional 
sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. 
 
Os direitos sobre as condições de trabalho encontram-se 
previstos em diversos incisos do art. 7º, a seguir: 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, 
além de outros que visem à melhoria de sua condição 
social: 
(...) 
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito 
horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a 
compensação de horários e a redução da jornada, 
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; 
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em 
turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação 
coletiva; 
(...) 
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, 
mediante incentivos específicos, nos termos da lei; 
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7 
(...) 
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio 
de normas de saúde, higiene e segurança; 
XXIII - adicional de remuneração para as atividades 
penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; 
(...) 
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos 
coletivos de trabalho; 
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; 
(...) 
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, 
técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; 
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou 
insalubre aos menores de dezoito e de qualquer trabalho 
a menores de quatorze anos, salvo na condição de 
aprendiz; 
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou 
insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a 
menores de dezesseis anos, salvo na condição de 
aprendiz, a partir de quatorze anos; 
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com 
vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. 
 
Estes direitos encontram respaldo em diversos instrumentos e 
normas internacionais de direitos humanos, destacando-se o art. 23, 
parágrafo 1, da Declaração Universal de Direitos Humanos e o art. 7º do 
Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. 
 
 
Os direitos relativos ao salário encontram-se previstos em 
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diversos incisos do art. 7º, a seguir: 
(...) IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente 
unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais 
básicas e às de sua família com moradia, alimentação, 
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e 
previdência social, com reajustes periódicos que lhe 
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua 
vinculação para qualquer fim; 
V - piso salarial proporcional à extensão e à 
complexidade do trabalho; 
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em 
convenção ou acordo coletivo; 
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para 
os que percebem remuneração variável; 
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração 
integral ou no valor da aposentadoria; 
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do 
diurno; 
 X - proteção do salário na forma da lei, constituindo 
crime sua retenção dolosa; 
(...) XVI - remuneração do serviço extraordinário 
superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do 
normal; 
(...) XXX - proibição de diferença de salários, de exercício 
de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, 
idade, cor ou estado civil; 
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a 
salário e critérios de admissão do trabalhador portador de 
deficiência; 
 
Estes direitos encontram respaldo em diversos instrumentos e 
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normas internacionais de direitos humanos, destacando-se o art. 23, 
parágrafos 2 e 3, da Declaração Universal de Direitos Humanos e o art. 7º, 
letra “a”, do Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e 
Culturais. 
 
Os direitos relativos ao repouso e à inatividade do 
trabalhador encontram-se previstos em diversos incisos do art. 7º, a 
seguir: 
(...) II - seguro-desemprego, em caso de desemprego 
involuntário; 
III - fundo de garantia do tempo de serviço; 
(...) 
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente 
aos domingos; 
(...) XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo 
menos, um terço a mais do que o salário normal; 
(...) XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego 
e do salário, com a duração de cento e vinte dias; 
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 
(...) XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, 
sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; 
(...) 
XXIV - aposentadoria; 
(...) XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a 
cargo do empregador, sem excluir a indenização a que 
este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; 
Estes direitos encontram respaldo em diversos instrumentos e 
normas internacionais de direitos humanos, destacando-se os arts. 24 e 25 
da Declaração Universal de Direitos Humanos e o art. 7º, letra “d”, do Pacto 
Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. 
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Os direitos relativos aos dependentes do trabalhador 
encontram-se previstos em diversos incisos do art. 7º, a seguir: 
(...) XII - salário-famíliapago em razão do dependente 
do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; 
(...) XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes 
desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em 
creches e pré-escolas; 
Estes direitos encontram respaldo em diversos instrumentos e 
normas internacionais de direitos humanos, destacando-se o art. 23, 
parágrafos 2 e 3, da Declaração Universal de Direitos Humanos e o art. 7º, 
letra “a”, do Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e 
Culturais. 
Os direitos relativos a participação nos lucros e co-gestão 
encontram-se previstos em diversos incisos do art. 7º, a seguir: 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, 
além de outros que visem à melhoria de sua condição 
social: 
(...) XI - participação nos lucros, ou resultados, 
desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, 
participação na gestão da empresa, conforme definido em 
lei; 
(...) Art. 10. É assegurada a participação dos 
trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos 
públicos em que seus interesses profissionais ou 
previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação. 
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, 
é assegurada a eleição de um representante destes com 
a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento 
direto com os empregadores. 
Portanto, a fiscalização do trabalho – auditoria fiscal do trabalho 
– desempenha a imprescindível tarefa de vistoria das condições de 
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execução do contrato de emprego envolvendo a parte mais frágil desta 
relação contratual que é o trabalhador (princípio da proteção). 
A fiscalização do trabalho na aplicação dos direitos fundamentais 
dos trabalhadores desempenha as seguintes funções: 
• Preventiva 
• Pedagógica 
• Atuação independente de provocação e reiterada. 
A função preventiva permite ao Auditor Fiscal do Trabalho 
avaliar e relatar as condições negativas ao empreendimento, mesmo que 
este estabelecimento ainda não tenha começado a funcionar, conforme 
dispõe a CLT, no seu artigo 160. 
A função pedagógica deriva do fato de o Auditor Fiscal do 
Trabalho estar legalmente autorizado a prevenir o empregador do 
procedimento inadequado ou até mesmo ilegal, antes de aplicar a sanção 
cabível, nas hipóteses que a legislação o permita, como, por exemplo, as 
dos artigos 627 e 627-A, da CLT. 
A última função da fiscalização do trabalho consiste na atuação 
de ofício da Auditoria Fiscal do Trabalho. Mesmo que não haja qualquer 
denúncia, o Auditor Fiscal do Trabalho está autorizado a efetuar uma 
fiscalização ordinária e frequente aos estabelecimentos para avaliar o 
cumprimento dos direitos fundamentais envolvendo seus trabalhadores. 
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12 
 
36.1 Segurança e Saúde no Trabalho. 
 
Conforme foi visto acima, um dos direitos fundamentais dos 
trabalhadores previsto no art. 7º, XXII, da CF/88 é o de redução dos riscos 
inerentes ao ambiente de trabalho, conforme se vê a seguir: 
Art. 7º (...) 
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio 
de normas de saúde, higiene e segurança; 
 
A redução desses riscos consiste no estabelecimento de medidas 
preventivas visando a minimização ou eliminação das seguintes ocorrências: 
• Acidentes de trabalho 
• Doenças ocupacionais 
Ela se dá por meio de normas de segurança e saúde no 
trabalho, as quais se encontram disciplinadas especialmente: 
• Consolidação das Leis do Trabalho – CLT (Arts. 154 a 201) 
• Normas Regulamentadoras - NR 
Existem hoje 36 Normas Regulamentadoras que tratam de 
diversos aspectos relacionados ao ambiente laboral. Entre elas, destaquem-
se as seguintes: 
• Inspeção Prévia (NR 2) 
• Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em 
Medicina do Trabalho – SESMT (NR 4) 
• Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA(NR 5) 
• Equipamento de Proteção Individual (NR 6) 
• Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional(NR 7) 
• Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (NR 9) 
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13 
36.2 Combate à redução análoga ao trabalho 
escravo. 
 
A escravidão é uma das formas mais ultrajantes da exploração 
do homem pelo próprio homem. A Declaração Universal dos Direitos do 
Homem de 1948, em seu art. 4º, repudia esta prática: 
Art. IV 
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a 
escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em 
todas as suas formas. 
 
A liberdade é uma condição existencial básica para o ser 
humano. Nesse sentido, o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, 
Sociais e Culturais estabelece em seu conceito de direito ao trabalho a 
seguinte norma que enfatiza essa condição humana: 
ARTIGO 6º 
1. Os Estados Partes do Presente Pacto reconhecem o 
direito ao trabalho, que compreende o direito de toda 
pessoa de ter a possibilidade de ganhar a vida mediante 
um trabalho livremente escolhido ou aceito, e tomarão 
medidas apropriadas para salvaguarda esse direito. 
(...) 
 
Em que pese o Brasil ter abolido a escravidão desde 1888, por 
meio da Lei Áurea (Lei nº 3.353/1888), têm sido relatados, ao longo da 
história brasileira, diversos casos de redução de trabalhadores à condição 
análoga à de escravo. 
Visando mudar essa realidade, desde 1995, o Ministério do 
Trabalho e Emprego, por intermédio do Grupo Especial de Fiscalização 
Móvel (GEFM) e de equipes das Delegacias Regionais do Trabalho – DRT’s 
(atuais Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego), subordinados 
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à Secretaria de Inspeção do Trabalho, tem realizado inspeções em diversas 
propriedades rurais denunciadas por exploração do trabalho escravo e assim 
promover o combate à submissão do trabalhador à condição análoga à de 
escravo. 
Esta atuação governamental tem sido reconhecida, inclusive no 
plano internacional pela OIT, que a considera como exemplar no combate ao 
trabalho escravo no Brasil. 
Em 11 de dezembro de 2003, foi promulgada a Lei n. 
10.803/2003, que alterando o Código Penal, tornou mais fácil de 
compreensão do tipo penal de Redução a condição análoga à de 
escravo, facilitando a própria punição aos empregadores que se utilizam 
dessa prática, conforme se observa: 
 
Redação do Código Penal antes 
da Lei 10.803/2003 
Redação do Código Penal depois da Lei 
10.803/2003 
Art. 149 - Reduzir alguém a 
condição análoga à de escravo: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 
(oito) anos. 
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à 
de escravo, quer submetendo-o a trabalhos 
forçados ou a jornada exaustiva, quer 
sujeitando-o a condições degradantes de 
trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, 
sua locomoção em razão de dívida contraída 
com o empregador ou preposto: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, 
além da pena correspondente à violência. 
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: 
I - cerceia o uso de qualquer meio de 
transporte por parte do trabalhador, com o fim 
de retê-lo no local de trabalho; 
II - mantémvigilância ostensiva no local de 
trabalho ou se apodera de documentos ou 
objetos pessoais do trabalhador, com o fim de 
retê-lo no local de trabalho. 
§ 2o A pena é aumentada de metade, se o 
crime é cometido: 
I - contra criança ou adolescente; 
II - por motivo de preconceito de raça, cor, 
etnia, religião ou origem. 
 
 
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Por fim, em relação ao citado GEFM, ele é disciplinado pela 
Portaria MTE n. 265/2002. Este Grupo é composto por AUDITORES FISCAIS 
DO TRABALHO. Nas operações de repressão ao trabalho escravo integram a 
equipe: Procuradores do Trabalho, Delegados e Agentes da Polícia Federal, 
Policiais Rodoviários Federais, dentre outros órgãos e instituições que 
possam ser chamados a colaborar de forma eventual. 
Também deve ser destacada a criação do CONATRAE – 
Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo. Esta comissão é 
um órgão colegiado criado pelo Decreto de 31 de julho 2003 e vinculado à 
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (e 
NÃO ao Ministério do Trabalho e Emprego!). 
O CONATRAE tem por missão acompanhar o cumprimento dos 
Planos de Erradicação e propor estudos e pesquisas na área, dentre outras 
atribuições. O Ministério do Trabalho e Emprego é apenas um membro do 
colegiado. 
No mesmo ano de 2003, foi lançado o Plano Nacional de 
Erradicação do Trabalho Escravo pelo Governo Federal. Um dado 
interessante é que 68,4% das metas do primeiro plano haviam sido 
alcançadas. 
Atualmente, o citado Plano foi atualizado compondo o vigente 2º 
Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo – II PNETE foi 
produzido pela CONATRAE. Aprovado em 2008, este Plano é uma política 
pública setorial de direitos humanos que constitui uma referência nacional 
para o enfrentamento e erradicação do trabalho escravo no país. 
A relevância do monitoramento das 65 ações contidas no plano 
reflete na possibilidade de se fazer inferências sobre a destinação 
orçamentária para as ações, sobre a tomada de decisões e indicação de 
melhorias na sua condução. Este acompanhamento das ações é 
fundamental para a existência da própria CONATRAE, pois possui como 
principal função articulação e coordenação dessas políticas públicas. 
Além dessas ações, uma das medidas instituídas pelo Ministério 
do Trabalho e Emprego foi a edição da Portaria nº 540/2004, que criou o 
Cadastro de empregadores que tenham mantido trabalhadores em 
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16 
condições análogas à de escravo, conhecida como lista suja do trabalho 
escravo. 
Essa lista é produzida após a "decisão administrativa final 
relativa ao auto de infração lavrado em decorrência de ação fiscal em que 
tenha havido a identificação de trabalhadores submetidos a condições 
análogas à de escravo", com os empregadores condenados na esfera 
administrativa sendo inscritos no cadastro. 
Este cadastro, de natureza informativa, tem sido utilizado por 
instituições financeiras para estabelecer sua política de financiamentos. 
Desse modo, restrições no acesso ao crédito tem sido um importante 
instrumento de repressão a atividades de escravização. 
 
 
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17 
36.3 Discriminação e ações afirmativas. 
 
A discriminação é outra prática ultrajante que os ordenamentos 
jurídicos, internacional e brasileiro, repudiam expressamente. A Declaração 
Universal dos Direitos do Homem de 1948, em seu art. 7º, prevê que: 
Art. VII 
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer 
distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual 
proteção contra qualquer discriminação que viole a presente 
Declaração e contra qualquer incitamento a tal 
discriminação. 
 
Não basta praticar a discriminação, basta incitá-la para estar 
caracterizada a mesma. 
A Convenção Internacional sobre a eliminação de todas as 
formas de Discriminação Racial de 1968, em seu art. 5º, prevê que: 
Artigo 5º - Em conformidade com as obrigações 
fundamentais enunciadas no artigo 2, os Estados-partes 
comprometem-se a proibir e a eliminar a discriminação 
racial em todas as suas formas e a garantir o direito de 
cada um à igualdade perante a lei, sem distinção de raça, 
de cor ou de origem nacional ou étnica, principalmente no 
gozo dos seguintes direitos: 
(...) 
e) direitos econômicos, sociais e culturais, principalmente: 
i) direitos ao trabalho, à livre escolha de trabalho, a 
condições equitativas e satisfatórias de trabalho, à proteção 
contra o desemprego, a um salário igual para um trabalho 
igual, a uma remuneração equitativa e satisfatória; 
ii) direito de fundar sindicatos e a eles se afiliar; 
 
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18 
Há ainda um instrumento internacional específico para o 
combate à discriminação no ambiente laboral: a Convenção da OIT nº 
111. A citada Convenção define discriminação da seguinte maneira: 
ARTIGO 1º 
 1. Para fins da presente convenção, o têrmo 
"discriminação" compreende: 
 a) Tôda distinção, exclusão ou preferência fundada na 
raça, côr, sexo, religião, opinião política, ascendência 
nacional ou origem social, que tenha por efeito destruir ou 
alterar a igualdade de oportunidades ou de tratamento em 
matéria de emprêgo ou profissão; 
 b) Qualquer outra distinção, exclusão ou preferência 
que tenha por efeito destruir ou alterar a igualdade de 
oportunidades ou tratamento em matéria de emprêgo ou 
profissão, que poderá ser especificada pelo Membro 
Interessado depois de consultadas as organizações 
representativas de empregadores e trabalhadores, quando 
estas existam, e outros organismos adequados. 
 2. As distinção, exclusões ou preferências fundadas 
em qualificações exigidas para um determinado emprêgo 
não são consideradas como discriminação. 
 3. Para os fins da presente convenção as palavras 
"emprêgo" e "profissão" incluem o acesso à formação 
profissional, ao emprêgo e às diferentes profissões, bem 
como as condições de emprêgo. 
 
O Brasil já recepcionou a citada Convenção em seu ordenamento 
jurídico, de maneira que ele deve ser considerado pelo aplicador do direito. 
O Brasil já ratificou a Convenção da OIT nº 111, de 1958, que 
trata da Discriminação em Matéria de Emprego e Ocupação, por meio do 
Decreto nº 62.150, de 1968. 
 
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19 
A DISCRIMINAÇÃO pode ser de duas formas: 
� Negativa 
� Positiva 
A discriminação negativa é a conduta de alguém que, 
baseado em um critério injustamente desqualificante, nega a outrem um 
tratamento ou direito que lhe seria devido. Exemplo: não contratar uma 
pessoa em razão de sua cor ou de sua origem. 
A discriminação negativa no ambiente de trabalho é proibida 
expressamente pelo direito brasileiro. São exemplos de normas jurídicas 
que combatem essa prática: 
• Convençãoda OIT nº 111 (ratificada pelo Brasil) 
• Constituição Federal de 1988 (art. 1º) 
• Código Penal (vide o art. 149) 
A discriminação positiva é aquela em que se faz um 
tratamento diferenciado utilizando um critério justo, buscando promover 
reparações a situações em que já existe uma desigualdade ou diferença 
social. Destinam-se a grupos vulneráveis ou minorias visando incluí-las no 
ensino e mercado de trabalho. Exemplo: as ações afirmativas como as cotas 
em instituições de ensino. 
Trata-se de uma prática com origem estrangeira, precisamente 
do direito norte-americano que adotou as affirmative actions (ações 
afirmativas) como resposta jurídica para a segregação racial que vigorava 
nos EUA, sendo um paradigma disso a decisão da Suprema Corte dos EUA 
no Caso Regents of the University of California vs. Bakke (1978). 
A discriminação positiva vem se incorporando, aos poucos, à 
realidade brasileira graças a dois diplomas normativos: 
• Estatuto da Igualdade Racial 
• III Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) 
 
A Lei nº 12.288/2010 (Estatuto da Igualdade Racial) prevê, 
nos arts. 38 a 42, dispositivos que tratam da aplicação de medidas de 
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20 
discriminação positiva nas relações de trabalho: 
Normas a serem observadas: 
Art. 38. A implementação de políticas voltadas para a 
inclusão da população negra no mercado de trabalho será 
de responsabilidade do poder público, observando-se: 
I - o instituído neste Estatuto; 
II - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a 
Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as 
Formas de Discriminação Racial, de 1965; 
III - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a 
Convenção no 111, de 1958, da Organização Internacional 
do Trabalho (OIT), que trata da discriminação no emprego e 
na profissão; 
IV - os demais compromissos formalmente assumidos pelo 
Brasil perante a comunidade internacional. 
Igualdade de oportunidades: 
Art. 39. O poder público promoverá ações que assegurem a 
igualdade de oportunidades no mercado de trabalho para a 
população negra, inclusive mediante a implementação de 
medidas visando à promoção da igualdade nas contratações 
do setor público e o incentivo à adoção de medidas 
similares nas empresas e organizações privadas. 
§ 1o A igualdade de oportunidades será lograda mediante a 
adoção de políticas e programas de formação profissional, 
de emprego e de geração de renda voltados para a 
população negra. 
§ 2o As ações visando a promover a igualdade de 
oportunidades na esfera da administração pública far-se-ão 
por meio de normas estabelecidas ou a serem estabelecidas 
em legislação específica e em seus regulamentos. 
§ 3o O poder público estimulará, por meio de incentivos, a 
adoção de iguais medidas pelo setor privado. 
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21 
§ 4o As ações de que trata o caput deste artigo 
assegurarão o princípio da proporcionalidade de gênero 
entre os beneficiários. 
§ 5o Será assegurado o acesso ao crédito para a pequena 
produção, nos meios rural e urbano, com ações afirmativas 
para mulheres negras. 
§ 6o O poder público promoverá campanhas de 
sensibilização contra a marginalização da mulher negra no 
trabalho artístico e cultural. 
§ 7o O poder público promoverá ações com o objetivo de 
elevar a escolaridade e a qualificação profissional nos 
setores da economia que contem com alto índice de 
ocupação por trabalhadores negros de baixa escolarização. 
Programas de inclusão racial junto ao CODEFAT: 
Art. 40. O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao 
Trabalhador (Codefat) formulará políticas, programas e 
projetos voltados para a inclusão da população negra no 
mercado de trabalho e orientará a destinação de recursos 
para seu financiamento. 
Estímulo a empresários negros: 
Art. 41. As ações de emprego e renda, promovidas por 
meio de financiamento para constituição e ampliação de 
pequenas e médias empresas e de programas de geração 
de renda, contemplarão o estímulo à promoção de 
empresários negros. 
Parágrafo único. O poder público estimulará as atividades 
voltadas ao turismo étnico com enfoque nos locais, 
monumentos e cidades que retratem a cultura, os usos e os 
costumes da população negra. 
Ações afirmativas em cargos comissionados e funções de 
confiança: 
Art. 42. O Poder Executivo federal poderá implementar 
critérios para provimento de cargos em comissão e funções 
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22 
de confiança destinados a ampliar a participação de negros, 
buscando reproduzir a estrutura da distribuição étnica 
nacional ou, quando for o caso, estadual, observados os 
dados demográficos oficiais. 
 
Além do disposto na legislação, a jurisprudência do Tribunal 
Superior do Trabalho (TST) tem reconhecido a aplicação da discriminação 
positiva em prol da mão-de-obra local: 
AÇÃO ANULATÓRIA - MÃO-DE-OBRA - PREFERÊNCIA NA 
CONTRATAÇÃO. A discriminação positiva, nesse contexto, 
visa garantir o acesso aos poucos empregos que são 
gerados pela instalação de grandes projetos na região. 
Recurso a que se nega provimento. (TST, Recurso 
Ordinário em Ação Anulatória nº 96006220045080000, 
Rel. Carlos Alberto Reis de Paula, data do julgamento: 13 
set. 2005) 
 
A Seção de Dissídios Coletivos (SDC) do Tribunal Superior do 
Trabalho (TST) acabou declarando a validade de cláusula que dá preferência 
de contratação à mão-de-obra local como forma de integrar os 
trabalhadores de uma comunidade ao desenvolvimento da região, 
garantindo seu acesso aos empregos gerados. 
Essa medida de discriminação positiva visa os seguintes 
resultados: 
• Proteção da mão-de-obra local; 
• Valorização daquele que migra em caráter definitivo; 
• Imposição à empresa a responsabilidade pela moradia do 
trabalhador migrante temporário. 
 
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23 
36.4 Direitos da mulher, da Criança, do 
Adolescente e do Idoso. 
 
DIREITOS DA MULHER: 
 
Os direitos fundamentais das mulheres na condição de 
trabalhadoras abrangem principalmente medidas visando promover a 
igualdade por meio do combate à discriminação por motivo de sexo. Esse 
reconhecimento tem se dado tanto no plano internacional quanto no plano 
do direito brasileiro. 
No plano internacional, destaca-se o art. 7º, letra “a”, e art. 10, 
parágrafo 2, do Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e 
Culturais, e o art. 11 da Convenção internacional sobre a eliminação de 
todas as formas de Discriminação contra a Mulher de 1979. 
O citado dispositivo da Convenção sobre a discriminação contra 
a mulher apresenta o seguinte teor: 
 
Artigo 11 - 1. Os Estados-partes adotarão todas as medidas 
apropriadas para eliminar a discriminação contra a mulher 
na esfera do emprego a fim de assegurar, em condições de 
igualdade entre homens e mulheres, os mesmos direitos, 
em particular: 
a) o direito ao trabalho como direito inalienável de todo ser 
humano; 
b) o direito às mesmas oportunidades de emprego, inclusive 
a aplicaçãodos mesmos critérios de seleção em questões de 
emprego; 
c) o direito de escolher livremente profissão e emprego, o 
direito à promoção e à estabilidade no emprego e a todos os 
benefícios e outras condições de serviço, e o direito ao 
acesso à formação e à atualização profissionais, incluindo 
aprendizagem, formação profissional superior e 
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24 
treinamento periódico; 
d) o direito a igual remuneração, inclusive benefícios, e 
igualdade de tratamento relativa a um trabalho de igual 
valor, assim como igualdade de tratamento com respeito à 
avaliação da qualidade do trabalho; 
e) o direito à seguridade social, em particular em casos de 
aposentadoria, desemprego, doença, invalidez, velhice ou 
outra incapacidade para trabalhar, bem como o direito a 
férias pagas; 
f) o direito à proteção da saúde e à segurança nas 
condições de trabalho, inclusive a salvaguarda da função de 
reprodução. 
2. A fim de impedir a discriminação contra a mulher por 
razões de casamento ou maternidade e assegurar a 
efetividade de seu direito a trabalhar, os Estados-partes 
tomarão as medidas adequadas para: 
a) proibir, sob sanções, a demissão por motivo de gravidez 
ou de licença-maternidade e a discriminação nas demissões 
motivadas pelo estado civil; 
b) implantar a licença-maternidade, com salário pago ou 
benefícios sociais comparáveis, sem perda do emprego 
anterior, antiguidade ou benefícios sociais; 
c) estimular o fornecimento de serviços sociais de apoio 
necessários para permitir que os pais combinem as 
obrigações para com a família com as responsabilidades do 
trabalho e a participação na vida pública, especialmente 
mediante o fomento da criação e desenvolvimento de uma 
rede de serviços destinada ao cuidado das crianças; 
d) dar proteção especial às mulheres durante a gravidez nos 
tipos de trabalho comprovadamente prejudiciais a elas. (...) 
 
 
 
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25 
No plano do direito brasileiro, merece menção as seguintes 
normas jurídicas: 
� Constituição Federal (art. 5º, I, art. 7º, XVIII e XX, entre 
outros); 
� CLT (arts. 372 a 377); 
� Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995. 
 
A Constituição Federal trata da igualdade entre homens e 
mulheres, garantias à maternidade e a proteção da mulher no mercado de 
trabalho. 
A CLT estabelece um capítulo dedicado à proteção do trabalho 
da mulher. Entre os diversos dispositivos, destaque-se o art. 373-A: 
Art. 373-A. Ressalvadas as disposições legais destinadas 
a corrigir as distorções que afetam o acesso da mulher ao 
mercado de trabalho e certas especificidades 
estabelecidas nos acordos trabalhistas, é vedado: 
I - publicar ou fazer publicar anúncio de emprego no qual 
haja referência ao sexo, à idade, à cor ou situação 
familiar, salvo quando a natureza da atividade a ser 
exercida, pública e notoriamente, assim o exigir; 
II - recusar emprego, promoção ou motivar a dispensa do 
trabalho em razão de sexo, idade, cor, situação familiar 
ou estado de gravidez, salvo quando a natureza da 
atividade seja notória e publicamente incompatível; 
III - considerar o sexo, a idade, a cor ou situação familiar 
como variável determinante para fins de remuneração, 
formação profissional e oportunidades de ascensão 
profissional; 
IV - exigir atestado ou exame, de qualquer natureza, 
para comprovação de esterilidade ou gravidez, na 
admissão ou permanência no emprego; 
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26 
V - impedir o acesso ou adotar critérios subjetivos para 
deferimento de inscrição ou aprovação em concursos, em 
empresas privadas, em razão de sexo, idade, cor, 
situação familiar ou estado de gravidez; 
VI - proceder o empregador ou preposto a revistas 
íntimas nas empregadas ou funcionárias. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não obsta a 
adoção de medidas temporárias que visem ao 
estabelecimento das políticas de igualdade entre homens 
e mulheres, em particular as que se destinam a corrigir 
as distorções que afetam a formação profissional, o 
acesso ao emprego e as condições gerais de trabalho da 
mulher. 
(...) 
Art. 377 - A adoção de medidas de proteção ao trabalho 
das mulheres é considerada de ordem pública, não 
justificando, em hipótese alguma, a redução de salário. 
 
A Lei nº 9.029/95 proíbe a exigência de atestados de gravidez e 
esterilização, e outras práticas discriminatórias, para efeitos admissionais ou 
de permanência da relação jurídica de trabalho. 
 
 
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: 
 
Os direitos fundamentais aplicáveis à criança e ao adolescente 
combatem toda forma de exploração econômica e social. Isso significa que a 
presença deles no ambiente de trabalho deve ser entendida de forma 
restritiva para evitar a citada exploração. Esse entendimento tem se dado 
tanto no plano internacional quanto no plano do direito brasileiro. 
No plano internacional, destaca-se o art. 10, parágrafo 3, do 
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27 
Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais - PIDESC, e 
o art. 32 da Convenção sobre os Direitos da Criança de 1979. 
Prevê o PIDESC: 
ARTIGO 10 
 Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem que: 
(...) 3. Devem-se adotar medidas especiais de proteção e 
de assistência em prol de todas as crianças e adolescentes, 
sem distinção por motivo i de filiação ou qualquer outra 
condição. Devem-se proteger as crianças e adolescentes 
contra a exploração econômica e social. O emprego de 
crianças e adolescentes em trabalhos que lhes sejam 
nocivos à saúde ou que lhes façam correr perigo de vida, ou 
ainda que lhes venham a prejudicar o desenvolvimento 
normal, será punido por lei. 
 Os Estados devem também estabelecer limites de idade 
sob os quais fique proibido e punido por lei o emprego 
assalariado da mão-de-obra infantil. 
 
Prevê a Convenção sobre os Direitos da Criança: 
Artigo 32 
1. Os Estados Partes reconhecem o direito da criança de 
estar protegida contra a exploração econômica e contra o 
desempenho de qualquer trabalho que possa ser perigoso 
ou interferir em sua educação, ou que seja nocivo para sua 
saúde ou para seu desenvolvimento físico, mental, 
espiritual, moral ou social. 
2. Os Estados Partes adotarão medidas legislativas, 
administrativas, sociais e educacionais com vistas a 
assegurar a aplicação do presente artigo. Com tal propósito, 
e levando em consideração as disposições pertinentes de 
outros instrumentos internacionais, os Estados Partes, 
deverão, em particular: 
a) estabelecer uma idade ou idades mínimas para a 
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28 
admissão em empregos; 
b) estabelecer regulamentação apropriada relativa a 
horários e condições de emprego; 
c) estabelecer penalidades ou outras sanções apropriadas a 
fim de assegurar o cumprimentoefetivo do presente artigo. 
 
No plano do direito brasileiro, merece menção as seguintes 
normas jurídicas: 
� Constituição Federal (art. 7º, XXXIII, e art. 227, § 3º, 
incs. I a III) 
� CLT (arts. 402 a 441) 
� ECA (arts. 60 a 69) 
 
Prevê a Constituição Federal: 
Art. 7º (...) 
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou 
insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a 
menores de dezesseis anos, salvo na condição de 
aprendiz, a partir de quatorze anos; 
(...) 
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado 
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com 
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à 
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à 
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à 
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a 
salvo de toda forma de negligência, discriminação, 
exploração, violência, crueldade e opressão. 
(...) 
§ 3º - O direito a proteção especial abrangerá os 
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29 
seguintes aspectos: 
I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao 
trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII; 
II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas; 
III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e 
jovem à escola; 
 
O direito brasileiro prevê normas aplicáveis à criança e ao 
adolescente voltadas para: 
� Profissionalização 
� Proteção 
 
Isso pode ser observado não somente na Constituição, mas 
também na legislação infraconstitucional, em especial, a Lei nº 8.069/90 
(Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA), conforme se infere dos 
artigos a seguir expostos: 
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze 
anos de idade, salvo na condição de aprendiz. (Vide 
Constituição Federal) 
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada 
por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei. 
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-
profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da 
legislação de educação em vigor. 
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos 
seguintes princípios: 
I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino 
regular; 
II - atividade compatível com o desenvolvimento do 
adolescente; 
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30 
III - horário especial para o exercício das atividades. 
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é 
assegurada bolsa de aprendizagem. 
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, 
são assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários. 
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é 
assegurado trabalho protegido. 
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime 
familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em 
entidade governamental ou não-governamental, é vedado 
trabalho: 
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia 
e as cinco horas do dia seguinte; 
II - perigoso, insalubre ou penoso; 
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao 
seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social; 
IV - realizado em horários e locais que não permitam a 
freqüência à escola. 
Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho 
educativo, sob responsabilidade de entidade governamental 
ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá 
assegurar ao adolescente que dele participe condições de 
capacitação para o exercício de atividade regular 
remunerada. 
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral 
em que as exigências pedagógicas relativas ao 
desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem 
sobre o aspecto produtivo. 
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho 
efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu 
trabalho não desfigura o caráter educativo. 
Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à 
proteção no trabalho, observados os seguintes aspectos, 
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31 
entre outros: 
I - respeito à condição peculiar de pessoa em 
desenvolvimento; 
II - capacitação profissional adequada ao mercado de 
trabalho. 
Entre as medidas governamentais que buscam efetivar os 
direitos no que se refere à PROIBIÇÃO do trabalho envolvendo menores de 
16 anos, salvo se estiverem na condição de aprendiz (quando se aplicará o 
limite de 14 anos), por força do art. 7º, inc. XXXIII, da CF/88, devem ser 
mencionados ainda: 
� Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil 
� Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil – 
CONAETI 
O Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil é uma 
política pública setorial que tem por finalidade coordenar diversas 
intervenções e introduzir novas, sempre direcionadas a assegurar a 
eliminação do trabalho infantil. 
A Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil 
(CONAETI), coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com 
participação quadripartite, visa implementar a aplicação das disposições das 
Convenções nºs 138 e 182 da OIT. Possui, como uma de suas principais 
atribuições, o acompanhamento da execução do Plano Nacional de 
Erradicação do Trabalho Infantil, por ela elaborado em 2003. 
 
 
DIREITO DO IDOSO: 
 
Os direitos fundamentais aplicáveis ao idoso no ambiente laboral 
buscam, justamente, incluí-lo no mercado de trabalho. Diferentemente dos 
grupos vulneráveis mencionados antes, não existem tantos instrumentos 
internacionais que disciplinem diretamente o direito ao trabalho do idoso. 
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32 
No plano internacional, a principal norma aplicável ao Brasil que 
disciplina essa matéria é o art. 17, letra “b”, do Protocolo Adicional à 
Convenção Americana de Direitos Humanos sobre Direitos Econômicos, 
Sociais e Culturais (Protocolo de San Salvador) que prevê a seguinte 
norma: 
Artigo 17 
Proteção de pessoas idosas 
Toda pessoa tem direito à proteção especial na velhice. 
Nesse sentido, os Estados Partes comprometem-se a adotar 
de maneira progressiva as medidas necessárias a fim de pôr 
em prática este direito e. especialmente, a: 
(...) 
b) Executar programas trabalhistas específicos destinados a 
dar a pessoas idosas a possibilidade de realizar atividade 
produtiva adequada às suas capacidades, respeitando sua 
vocação ou desejos; 
 
No plano brasileiro, as principais normas vão estar contidas na 
Lei nº 10.741/2003 (Estatuto do Idoso), em especial os arts. 3º, 26 a 28, 
a seguir expostos: 
Art.3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade 
e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta 
prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à 
alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao 
trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito 
e à convivência familiar e comunitária. 
 Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade 
profissional, respeitadas suas condições físicas, intelectuais 
e psíquicas. 
Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou 
emprego, é vedadaa discriminação e a fixação de limite 
máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados os 
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33 
casos em que a natureza do cargo o exigir. 
Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em 
concurso público será a idade, dando-se preferência ao de 
idade mais elevada. 
Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de: 
I – profissionalização especializada para os idosos, 
aproveitando seus potenciais e habilidades para atividades 
regulares e remuneradas; 
II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, 
com antecedência mínima de 1 (um) ano, por meio de 
estímulo a novos projetos sociais, conforme seus interesses, 
e de esclarecimento sobre os direitos sociais e de cidadania; 
III – estímulo às empresas privadas para admissão de 
idosos ao trabalho. 
 
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34 
 
36.5 Direito das Pessoas com Deficiência. 
 
O principal instrumento internacional que disciplina o direito 
fundamental ao trabalho das pessoas com deficiência é a Convenção 
internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo 
Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007. 
Essa convenção, que é um tratado internacional de direitos 
humanos, possui a particularidade de ter sido recepcionada pela 
Constituição Federal de 1988 por meio do procedimento especial previsto no 
art. 5º, § 3º, de maneira que as normas dessa Convenção possuem na 
natureza de EMENDA CONSTITUCIONAL. 
Há também o art. 18, letra “a”, do Protocolo Adicional à 
Convenção Americana de Direitos Humanos sobre Direitos Econômicos, 
Sociais e Culturais (Protocolo de San Salvador) que prevê a obrigação 
dos Estados de adotar medidas visando executar programas trabalhistas 
adequados às possibilidades da pessoa com deficiência. 
O Direito Brasileiro consagra proteção especial para o direito das 
pessoas com deficiência. Destaquem-se os seguintes diplomas legais: 
� Normas constitucionais: 
o Constituição Federal de 1988 (art. 7º, XXXI, art. 37, 
VIII, entre outros) 
o Convenção de Nova York sobre os Direitos das 
Pessoas com Deficiência (art. 27) 
� Normas infraconstitucionais: 
o CLT (arts. 428 e 461, § 4º) 
o Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989. 
A Constituição Federal, em seu art. 7º, XXXI, prevê que: 
 
Art. 7º (...) 
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a 
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35 
salário e critérios de admissão do trabalhador portador de 
deficiência; 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência e, também, ao seguinte: 
(...) VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos 
públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá 
os critérios de sua admissão; 
 
A Convenção de Nova York sobre os Direitos das Pessoas com 
Deficiência prevê que: 
 
Artigo 27 - Trabalho e emprego 
1.Os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas com 
deficiência ao trabalho, em igualdade de oportunidades com 
as demais pessoas. Esse direito abrange o direito à 
oportunidade de se manter com um trabalho de sua livre 
escolha ou aceitação no mercado laboral, em ambiente de 
trabalho que seja aberto, inclusivo e acessível a pessoas 
com deficiência. Os Estados Partes salvaguardarão e 
promoverão a realização do direito ao trabalho, inclusive 
daqueles que tiverem adquirido uma deficiência no 
emprego, adotando medidas apropriadas, incluídas na 
legislação, com o fim de, entre outros: 
a) Proibir a discriminação baseada na deficiência com 
respeito a todas as questões relacionadas com as formas de 
emprego, inclusive condições de recrutamento, contratação 
e admissão, permanência no emprego, ascensão 
profissional e condições seguras e salubres de trabalho; 
b) Proteger os direitos das pessoas com deficiência, em 
condições de igualdade com as demais pessoas, às 
condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo iguais 
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36 
oportunidades e igual remuneração por trabalho de igual 
valor, condições seguras e salubres de trabalho, além de 
reparação de injustiças e proteção contra o assédio no 
trabalho; 
c) Assegurar que as pessoas com deficiência possam 
exercer seus direitos trabalhistas e sindicais, em condições 
de igualdade com as demais pessoas; 
d) Possibilitar às pessoas com deficiência o acesso efetivo a 
programas de orientação técnica e profissional e a serviços 
de colocação no trabalho e de treinamento profissional e 
continuado; 
e) Promover oportunidades de emprego e ascensão 
profissional para pessoas com deficiência no mercado de 
trabalho, bem como assistência na procura, obtenção e 
manutenção do emprego e no retorno ao emprego; 
f) Promover oportunidades de trabalho autônomo, 
empreendedorismo, desenvolvimento de cooperativas e 
estabelecimento de negócio próprio; 
g) Empregar pessoas com deficiência no setor público; 
h) Promover o emprego de pessoas com deficiência no setor 
privado, mediante políticas e medidas apropriadas, que 
poderão incluir programas de ação afirmativa, incentivos e 
outras medidas; 
i) Assegurar que adaptações razoáveis sejam feitas para 
pessoas com deficiência no local de trabalho; 
j) Promover a aquisição de experiência de trabalho por 
pessoas com deficiência no mercado aberto de trabalho; 
k) Promover reabilitação profissional, manutenção do 
emprego e programas de retorno ao trabalho para pessoas 
com deficiência. 
2.Os Estados Partes assegurarão que as pessoas com 
deficiência não serão mantidas em escravidão ou servidão e 
que serão protegidas, em igualdade de condições com as 
demais pessoas, contra o trabalho forçado ou compulsório. 
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37 
 
Merece atenção ainda os dispositivos da CLT que tratam, 
principalmente, da condição da pessoa trabalhadora portadora de deficiência 
no contrato de aprendizagem (art. 428), e os dispositivos que consagram o 
direito ao trabalho da pessoa deficiente na Lei nº 7.853/89. 
A Lei nº 7.853/89 prevê as seguintes normas relacionadas ao 
direito ao trabalho: 
Art. 2º Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às 
pessoas portadoras de deficiência o pleno exercício de seus 
direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à 
saúde, ao trabalho, ao lazer, à previdência social, ao 
amparo à infância e à maternidade, e de outros que, 
decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-
estar pessoal, social e econômico. 
Parágrafo único. Para o fim estabelecido no caput deste 
artigo, os órgãos e entidades da administração direta eindireta devem dispensar, no âmbito de sua competência e 
finalidade, aos assuntos objetos esta Lei, tratamento 
prioritário e adequado, tendente a viabilizar, sem prejuízo 
de outras, as seguintes medidas: (...) 
III - na área da formação profissional e do trabalho: 
a) o apoio governamental à formação profissional, e a 
garantia de acesso aos serviços concernentes, inclusive aos 
cursos regulares voltados à formação profissional; 
b) o empenho do Poder Público quanto ao surgimento e à 
manutenção de empregos, inclusive de tempo parcial, 
destinados às pessoas portadoras de deficiência que não 
tenham acesso aos empregos comuns; 
c) a promoção de ações eficazes que propiciem a inserção, 
nos setores públicos e privado, de pessoas portadoras de 
deficiência; 
d) a adoção de legislação específica que discipline a reserva 
de mercado de trabalho, em favor das pessoas portadoras 
de deficiência, nas entidades da Administração Pública e do 
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setor privado, e que regulamente a organização de oficinas 
e congêneres integradas ao mercado de trabalho, e a 
situação, nelas, das pessoas portadoras de deficiência; 
 
Deve ser mencionado ainda que a discriminação no emprego 
envolvendo pessoa portadora de deficiência é considerada crime, conforme 
o seguinte dispositivo da Lei nº 7853/89: 
 
Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 1 (um) a 4 
(quatro) anos, e multa: 
(...) II - obstar, sem justa causa, o acesso de alguém a 
qualquer cargo público, por motivos derivados de sua 
deficiência; 
III - negar, sem justa causa, a alguém, por motivos 
derivados de sua deficiência, emprego ou trabalho; 
(...) 
 
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37 Programa Nacional de Direitos Humanos 
(Decreto nº 7.037/2009 – Eixos Orientadores II e III). 
 
O PNDH-3 é um programa governamental que visa concretizar 
os Direitos Humanos (DH) e se divide em 6 eixos orientadores que se 
subdividem em 25 diretrizes, 82 objetivos estratégicos, e 521 ações 
programáticas. 
 
Os seis eixos orientadores do PNDH-3: 
� Eixo Orientador I: Interação democrática entre Estado e 
sociedade civil 
� Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos 
Humanos 
� Eixo Orientador III: Universalizar direitos em um 
contexto de desigualdades 
� Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso à Justiça 
e Combate à Violência 
� Eixo Orientador V: Educação e Cultura em Direitos 
Humanos 
� Eixo Orientador VI: Direito à Memória e à Verdade. 
 
Pela linguagem utilizada pelo PNDH-3, observa-se que o mesmo 
utiliza conceitos do planejamento estratégico (eixos orientadores, 
diretrizes...), com a finalidade de saber o que deve ser executado e de que 
maneira deve ser executado e, assim, viabilizar o sucesso da Política 
Nacional de Direitos Humanos. 
Cada eixo orientador se divide em diretrizes, as quais se 
desdobram em objetivos estratégicos que, por sua vez, subdividem-se em 
ações programáticas. 
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Na aula 3 deste curso, estudamos de uma forma geral o PNDH-
3, hoje iremos focar nos eixos orientadores II e III, buscando a 
memorização dos mesmos. 
 
EIXO ORIENTADOR II: 
 
 
 
O eixo orientador II chamado de Desenvolvimento e Direitos 
Humanos trata de instrumentos e propostas para políticas públicas de 
redução das desigualdades sociais concretizadas por meio de ações de 
transferência de renda, incentivo à economia solidária e ao cooperativismo, 
à expansão da reforma agrária, ao fomento da aquicultura, da pesca e do 
extrativismo e da promoção do turismo sustentável. 
Eixo orientador II: 
Desenvolvimento e DH 
Diretriz 4: 
Efetivação de modelo de 
desenvolvimento 
sustentável 
Diretriz 5: 
Pessoa humana como 
sujeito central do processo 
de desenvolvimento 
Diretriz 6: 
Promover e proteger os 
direitos ambientais como 
DH 
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41 
Ele também inova ao incorporar o meio ambiente saudável e as 
cidades sustentáveis como Direitos Humanos, propondo a inclusão do item 
"direitos ambientais" nos relatórios de monitoramento sobre Direitos 
Humanos e do item "Direitos Humanos" nos relatórios ambientais, além de 
fomentar pesquisas de tecnologias socialmente inclusivas e ecologicamente 
mais limpas. Este eixo orientador prevê três diretrizes: 
� Diretriz 4: Efetivação de modelo de desenvolvimento 
sustentável, com inclusão social e econômica, 
ambientalmente equilibrado e tecnologicamente 
responsável, cultural e regionalmente diverso, 
participativo e não discriminatório. 
� Diretriz 5: Valorização da pessoa humana como sujeito 
central do processo de desenvolvimento. 
� Diretriz 6: Promover e proteger os direitos ambientais 
como Direitos Humanos, incluindo as gerações futuras 
como sujeitos de direitos. 
 
Alcançar o desenvolvimento com Direitos Humanos é capacitar 
as pessoas e as comunidades a exercerem a cidadania, com direitos e 
responsabilidades. Isto significa que a população deve ser incorporada nos 
projetos governamentais e também que os grandes projetos de 
desenvolvimento econômico devem ser geridos com transparência. 
Além do mais, devem ser criadas formas de compensação para 
as populações diretamente atingidas pelos projetos governamentais (ex. 
perda de uma propriedade em virtude da construção uma barragem que irá 
inundar a área da propriedade). Vamos ver os objetivos estratégicos e 
ações programáticas de cada uma dessas diretrizes 
 
Diretriz 4: Efetivação de modelo de desenvolvimento 
sustentável, com inclusão social e econômica, ambientalmente 
equilibrado e tecnologicamente responsável, cultural e 
regionalmente diverso, participativo e não discriminatório. 
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Esta diretriz só possui quatro objetivos estratégicos: 
� Implementação de políticas públicas de desenvolvimento 
com inclusão social 
� Fortalecimento de modelos de agricultura familiar e 
agroecológica 
� Fomento à pesquisa e à implementação de políticas para o 
desenvolvimento de tecnologias socialmente inclusivas, 
emancipatórias e ambientalmente sustentáveis 
� Garantia do direito a cidades inclusivas e sustentáveis. 
 
Objetivo estratégico I: Implementação de políticas públicas 
de desenvolvimento com inclusão social. 
Ações programáticas: 
a)Ampliar e fortalecer as políticas de desenvolvimento social e 
de combate à fome, visando a inclusão e a promoção da cidadania, 
garantindo a segurança alimentar e nutricional, renda mínima e assistência 
integral às famílias. 
b)Expandir políticas públicas de geração e transferência de 
renda para erradicação da extrema pobreza e redução da pobreza. 
c)Apoiar projetos de desenvolvimento sustentável local para 
redução das desigualdades inter e intrarregionais e o aumento da 
autonomiae sustentabilidade de espaços sub-regionais. 
d)Avançar na implantação da reforma agrária, como forma de 
inclusão social e acesso aos direitos básicos, de forma articulada com as 
políticas de saúde, educação, meio ambiente e fomento à produção 
alimentar. 
e)Incentivar as políticas públicas de economia solidária, de 
cooperativismo e associativismo e de fomento a pequenas e micro 
empresas. 
f)Fortalecer políticas públicas de apoio ao extrativismo e ao 
manejo florestal comunitário ambientalmente sustentáveis. 
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43 
g)Fomentar o debate sobre a expansão de plantios de 
monoculturas que geram impacto no meio ambiente e na cultura dos povos 
e comunidades tradicionais, tais como eucalipto, cana-de-açúcar, soja, e 
sobre o manejo florestal, a grande pecuária, mineração, turismo e pesca. 
h)Erradicar o trabalho infantil, bem como todas as formas de 
violência e exploração sexual de crianças e adolescentes nas cadeias 
produtivas, com base em códigos de conduta e no Estatuto da Criança e do 
Adolescente. 
i)Garantir que os grandes empreendimentos e projetos de 
infraestrutura resguardem os direitos dos povos indígenas e de 
comunidades quilombolas e tradicionais, conforme previsto na Constituição 
e nos tratados e convenções internacionais. 
j)Integrar políticas de geração de emprego e renda e políticas 
sociais para o combate à pobreza rural dos agricultores familiares, 
assentados da reforma agrária, quilombolas, indígenas, famílias de 
pescadores e comunidades tradicionais. 
k)Integrar políticas sociais e de geração de emprego e renda 
para o combate à pobreza urbana, em especial de catadores de materiais 
recicláveis e população em situação de rua. 
l)Fortalecer políticas públicas de fomento à aquicultura e à pesca 
sustentáveis, com foco nos povos e comunidades tradicionais de baixa 
renda, contribuindo para a segurança alimentar e a inclusão social, 
mediante a criação e geração de trabalho e renda alternativos e inserção no 
mercado de trabalho. 
m)Promover o turismo sustentável com geração de trabalho e 
renda, respeito à cultura local, participação e inclusão dos povos e das 
comunidades nos benefícios advindos da atividade turística. 
 
Objetivo estratégico II: Fortalecimento de modelos de 
agricultura familiar e agroecológica. 
Ações programáticas: 
a)Garantir que nos projetos de reforma agrária e agricultura 
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44 
familiar sejam incentivados os modelos de produção agroecológica e a 
inserção produtiva nos mercados formais. 
b)Fortalecer a agricultura familiar camponesa e a pesca 
artesanal, com ampliação do crédito, do seguro, da assistência técnica, 
extensão rural e da infraestrutura para comercialização. 
c)Garantir pesquisa e programas voltados à agricultura familiar 
e pesca artesanal, com base nos princípios da agroecologia. 
d)Fortalecer a legislação e a fiscalização para evitar a 
contaminação dos alimentos e danos à saúde e ao meio ambiente causados 
pelos agrotóxicos. 
e)Promover o debate com as instituições de ensino superior e a 
sociedade civil para a implementação de cursos e realização de pesquisas 
tecnológicas voltados à temática socioambiental, agroecologia e produção 
orgânica, respeitando as especificidades de cada região. 
 
Objetivo estratégico III: Fomento à pesquisa e à 
implementação de políticas para o desenvolvimento de tecnologias 
socialmente inclusivas, emancipatórias e ambientalmente sustentáveis. 
Ações programáticas: 
a)Adotar tecnologias sociais de baixo custo e fácil aplicabilidade 
nas políticas e ações públicas para a geração de renda e para a solução de 
problemas socioambientais e de saúde pública. 
b)Garantir a aplicação do princípio da precaução na proteção da 
agrobiodiversidade e da saúde, realizando pesquisas que avaliem os 
impactos dos transgênicos no meio ambiente e na saúde. 
c)Fomentar tecnologias alternativas para substituir o uso de 
substâncias danosas à saúde e ao meio ambiente, como poluentes orgânicos 
persistentes, metais pesados e outros poluentes inorgânicos. 
d)Fomentar tecnologias de gerenciamento de resíduos sólidos e 
emissões atmosféricas para minimizar impactos à saúde e ao meio 
ambiente. 
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45 
e)Desenvolver e divulgar pesquisas públicas para diagnosticar os 
impactos da biotecnologia e da nanotecnologia em temas de Direitos 
Humanos. 
f)Produzir, sistematizar e divulgar pesquisas econômicas e 
metodologias de cálculo de custos socioambientais de projetos de 
infraestrutura, de energia e de mineração que sirvam como parâmetro para 
o controle dos impactos de grandes projetos. 
 
Objetivo estratégico IV: Garantia do direito a cidades 
inclusivas e sustentáveis. 
Ações programáticas: 
a)Apoiar ações que tenham como princípio o direito a cidades 
inclusivas e acessíveis como elemento fundamental da implementação de 
políticas urbanas. 
b)Fortalecer espaços institucionais democráticos, participativos e 
de apoio aos Municípios para a implementação de planos diretores que 
atendam aos preceitos da política urbana estabelecidos no Estatuto da 
Cidade. 
c)Fomentar políticas públicas de apoio aos Estados, Distrito 
Federal e Municípios em ações sustentáveis de urbanização e regularização 
fundiária dos assentamentos de população de baixa renda, comunidades 
pesqueiras e de provisão habitacional de interesse social, materializando a 
função social da propriedade. 
d)Fortalecer a articulação entre os órgãos de governo e os 
consórcios municipais para atuar na política de saneamento ambiental, com 
participação da sociedade civil. 
e)Fortalecer a política de coleta, reaproveitamento, triagem, 
reciclagem e a destinação seletiva de resíduos sólidos e líquidos, com a 
organização de cooperativas de reciclagem, que beneficiem as famílias dos 
catadores. 
f)Fomentar políticas e ações públicas voltadas à mobilidade 
urbana sustentável. 
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g)Considerar na elaboração de políticas públicas de 
desenvolvimento urbano os impactos na saúde pública. 
h)Fomentar políticas públicas de apoio às organizações de 
catadores de materiais recicláveis, visando à disponibilização de áreas e 
prédios desocupados pertencentes à União, a fim de serem transformados 
em infraestrutura produtiva para essas organizações. 
i)Estimular a produção de alimentos de forma comunitária, com 
uso de tecnologias de bases agroecológicas, em espaços urbanos e 
periurbanos ociosos e fomentar a mobilização comunitária para a 
implementação de hortas, viveiros, pomares, canteiros de ervas medicinais, 
criação de pequenos animais, unidades de processamento e beneficiamento 
agroalimentar, feiras e mercados públicos populares. 
 
Diretriz 5: Valorização da pessoa humana como sujeito 
central do processo de desenvolvimento. 
Esta diretriz só possui três objetivos estratégicos: 
� Garantia da participação e do controle social nas políticas 
públicas de desenvolvimento com grande impacto 
socioambiental 
� Afirmação dos princípios da dignidade

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