Buscar

Aula 13 Resumão dir hum

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
1 
 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO (AFT) 
Prezados Alunos! 
Segue o RESUMÃO FINAL de Direitos Humanos, para 
Revisão antes da prova! 
Desejo uma excelente prova para cada um de vocês! 
Ricardo Gomes 
Por sua aprovação no concurso de AFT! 
 
 
RESUMÃO FINAL 
 
Os Direitos Humanos abarcam a maneira pela qual cada um 
de nós gostaria de ser tratados pelos nossos pares, com respeito e 
igualdade. Além disso, trata-se do direito de ser respeitado por suas ideias e 
atitudes., engloba o direito de falar o que se pensa (liberdade de 
pensamento) e o de professar a sua fé (liberdade religiosa), 
fundamentando-se na dignidade da pessoa humana. 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
2 
Nesse sentido, os Direitos Humanos abarcam os seguintes 
conceitos fundamentais: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os Direitos Humanos são aplicáveis igualitariamente a todos 
aqueles pertencentes à espécie humana em qualquer lugar, 
independentemente de cor, etnia, país, governo, classe social, idade 
etc. TODOS TÊM, EXATAMENTE, OS MESMOS DIREITOS!! Não há 
castas, separação e diferenciação entre os humanos (todos são iguais 
perante a lei). 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos é o 
documento que elenca os direitos inerentes à condição humana. Não tem 
força de lei, mas com caráter de recomendação a todos os países 
integrantes da Organização das Nações Unidas – ONU. 
No início da conformação de nossas sociedades, os direitos 
humanos não existiam. Diversas cidades guerreavam entre si, sendo que os 
ganhadores vendiam os vencidos como escravos e praticavam as mais 
variadas barbaridades. 
A Magna Carta de 1215 limitou o poder monárquico. Este 
Direitos Humanos 
Conjunto de Direitos 
Respeito à Dignidade 
da pessoa humana. 
Limite ao arbítrio estatal 
e o estabelecimento de 
igualdade dos pontos de 
partida. 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
3 
documento é considerado o 1º instrumento de defesa dos indivíduos e 
referência para os futuros tratados sobre direitos humanos. 
Os ideais ILUMINISTAS fundamentaram revoltas populares 
dentre as quais se destacam a REVOLUÇÃO FRANCESA, de caráter 
UNIVERSAL (LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE) e a 
REVOLUÇÃO AMERICANA. 
O Petition of Rights (07 de junho de 1628 na Inglaterra) 
foi o documento que impôs ao soberano restrições, como a cobrança e/ou 
aumento de impostos sem a autorização parlamentar, a prisão de indivíduos 
sem julgamento justo e à lei marcial. Portanto, os pontos insertos no 
“Petition of Rights” submetiam e condicionavam a autoridade do Rei ao 
controle e autorização do Parlamento Inglês. 
O Habeas Corpus Act de 1679 protegeu a liberdade de 
locomoção sendo que se encontra presente no ordenamento jurídico de 
diversos países até os dias atuais. 
O Bill of Rights foi o documento que buscava blindar a 
liberdade, a vida, a propriedade privada e o poder parlamentar. 
O fim da 2ª grande guerra e a criação das Nações Unidas 
foram o 3º marco histórico na evolução dos Direitos Humanos, juntamente 
com o Iluminismo e a Revolução Francesa. 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos não é 
vinculante, não tem força de lei, mas guarda apenas um caráter 
enunciativo, de recomendação e princípios gerais a serem aplicáveis 
por cada Estado. 
Da Declaração Universal dos Direitos Humanos, decorrem 3 
princípios fundamentais: 
1) Inviolabilidade da pessoa humana; 
2) Autonomia da pessoa humana; 
3) Dignidade da pessoa humana. 
Fundamentos dos Direitos Humanos: 
• Positivistas; 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
4 
• Jusnaturalistas. 
 
 
POSITIVISMO: 
a) Mutável; 
b) Caráter coercitivo das normas; 
c) Foco na efetividade dos direitos humanos 
 
JUSNATURALISMO: 
a) Indivíduo como centro e fundamento absoluto dos direitos 
humanos; 
b) Foco na dignidade do ser humano; 
c) Os direitos humanos independem da cultura e da história 
específica de cada povo; 
d) Os direitos humanos já existiam antes mesmo da positivação 
das normas. 
 
O UNIVERSALISMO adere ao JUSNATURALISMO e o 
RELATIVISMO ao POSITIVISMO. 
 
UNIVERSALISMO: 
a) Direitos humanos acima da Lei, da cultura e do Estado; 
b) Considera plausível a aplicação da coercitividade para obrigar um 
Estado soberano a seguir os ditames insertos na Declaração Universal 
dos Direitos Humanos. 
RELATIVISMO: 
a) O Direito é uma produção cultural dependente do desenvolvimento 
dos povos na história; 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
5 
b) Considera necessário respeitar o multiculturalismo e a soberania dos 
povos; 
c) Contra a universalização dos direitos humanos. 
 
 
Historicamente, com o surgimento dos direitos humanos 
sobreveio a necessidade de mitigar o poder estatal, em face da proteção dos 
direitos da pessoa humana. Assim, em um 1º momento, os direitos 
humanos surgiram como tutela às liberdades individuais, resguardando 
as pessoas das ações abusivas do Estado. 
Dessa forma, foi imposto ao Estado as liberdades 
NEGATIVAS, ou seja, o dever de abster-se e de não interferir nas 
liberdades individuais. Com o aparecimento dos direitos humanos, houve 
uma ampliação da autonomia do indivíduo. 
A Emenda Constitucional 45/2004 introduziu no art. 5º, § 
3º, os tratados e convenções internacionais de DIREITOS HUMANOS 
com status de emenda constitucional, caso sejam aprovados formalmente 
pelas 2 Casas do Congresso Nacional (Senado e Câmara), em 2 Turnos, 
por 3/5 dos votos dos membros. 
Assim, para que os tratados e convenções internacionais de 
Direitos Humanos tenham status de emendas constitucionais, devem-se 
preencher os seguintes requisitos: 
a) Ser aprovados pelas 2 Casas do Congresso Nacional 
(Senado e Câmara); 
b) 2 Turnos de votação (não votação única); 
c) Aprovação por pelo menos 3/5 dos votos dos membros 
de cada Casa Legislativa. 
 
INFLUÊNCIA DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS 
HUMANOS 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
6 
INTERNACIONAL INTERNA 
• Influência a construção 
de tratados que 
protegem os Direitos 
Humanos. 
• Fundamenta a jurisprudência de 
Tribunais como, por exemplo, o 
STF; 
• Os Direitos presentes em seu 
texto serviram de molde para 
diversos artigos de nossa 
Constituição; 
• Serve como modelo de cunho 
valorativo para a interpretação 
dos normativos pátrios que 
disponham sobre Direitos 
Humanos; 
• Quando seguem o mesmo trâmite 
de aprovação das emendas 
constitucionais, os tratados e 
convenções internacionais sobre 
direitos humanos adquirem a 
força de normas 
constitucionais (não apenas 
infraconstitucionais). 
 
COMPOSIÇÃODA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS 
HUMANOS 
Preâmbulo (constituído de 07 considerandos) + 30 (trinta) artigos 
 
Outro aspecto importante a ser tratado é a divisão de assuntos 
na Declaração Universal. No seu texto, fica evidente a divisão entre: 
• LIBERDADES PÚBLICAS (direitos CIVIS E 
POLÍTICOS, que posteriormente serão chamados de 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
7 
direitos de 1ª Geração) – abarcados nos artigos I ao XXI, 
e os 
• DIREITOS SOCIAIS, ECONÔMICOS E CULTURAIS 
(chamados direitos de 2ª Geração) – insertos nos artigos 
XXII e XXVII. 
 
Liberdades Públicas (1ª Geração): 
DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS 
(Representam as conquistas das 
chamadas Revoluções Liberais do 
século XVIII) 
Artigo da Declaração Universal 
Igualdade de todos perante a lei Art. I, art. II e art. VII 
Direito à vida e à liberdade Art. III 
Presunção de inocência Art. IX 
Direito à intimidade Art. XII 
Liberdade de religião Art. XVIII 
Liberdade de expressão Art. XIX 
Liberdade de associação Art. XX 
 
Direitos sociais, econômicos e culturais (2ª Geração): 
DIREITOS ECONÔMICOS, 
SOCIAIS E CULTURAIS 
(Derivam das conquistas 
Artigo da Declaração 
Universal 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
8 
alcançadas nos séculos XIX e XX – 
Revolução Socialista) 
Segurança social Art. XXII e art. XXV 
Trabalho Art. XXIII 
Repouso e lazer Art. XXIV 
Educação Art. XXVI 
 
 
GERAÇÃO/DIMENSÃO DIREITOS 
1ª 
CIVIS E POLÍTICOS - fundamentados na 
LIBERDADE (são os direitos e garantias 
individuais e políticos clássicos - liberdades 
públicas) 
2ª SOCIAIS, ECONÔMICOS e CULTURAIS 
3ª 
SOLIDARIEDADE OU FRATERNIDADE (Direito ao 
meio ambiente, ao Desenvolvimento e à Paz). 
Cabe informar que parte da doutrina incluiu mais 2 
gerações/dimensões de direitos fundamentais: 
GERAÇÃO/DIMENSÃO DIREITOS 
4ª Democracia, informação e pluralismo 
5ª Direito à PAZ 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
9 
 
CARACTERÍSTICAS como inerentes aos DIREITOS HUMANOS: 
CARACTERÍSTICA CONCEITO 
UNIVERSALIDADE; 
GENERALIDADE; 
IMPESSOALIDADE 
Alcançam a todos os seres humanos, 
indistintamente, independente de sua 
raça, sexo, cor, nacionalidade, credo ou 
convicção. Todo e qualquer ser humano 
é sujeito ativo desses direitos, podendo 
pleiteá-lo em qualquer foro nacional ou 
internacional (parágrafo 5º da 
Declaração e Programa de Ação de Viena 
de 1993). 
INDIVISIBILIDADE 
Não podem ser analisados 
separadamente (ISOLADAMENTE). 
Compõem um único conjunto de direitos 
(parágrafo 5º da Declaração e Programa 
de Ação de Viena de 1993). 
INTERDEPENDÊNCIA 
Os direitos estão vinculados uns aos 
outros (parágrafo 5º da Declaração e 
Programa de Ação de Viena de 1993). 
INTER-
RELACIONARIDADE 
Os direitos humanos e os sistemas de 
proteção inter-relacionam-se, 
possibilitando às pessoas escolherem 
entre o mecanismo de proteção global 
ou regional, pois não há hierarquia entre 
eles (parágrafo 5º da Declaração e 
Programa de Ação de Viena de 1993). 
IMPRESCRITIBILIDADE 
Tais direitos não se perdem com o 
passar do tempo, com o decurso de 
prazo. Os direitos humanos não sofrem 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
10 
alterações com o decurso do tempo, pois 
têm caráter ETERNO. São anteriores, 
concomitantes e posteriores aos 
indivíduos. 
INDIVIDUALIDADE 
Podem ser exercidos por apenas 1 
indivíduo. 
COMPLEMENTARIDADE 
Os direitos humanos devem ser 
interpretados em conjunto, NÃO 
havendo HIERARQUIA entre eles. 
RELATIVIDADE 
Os direitos humanos podem ser 
exercidos simultaneamente, não 
encontrado limitações nos demais 
direitos. Assim, havendo conflito entre 
direitos é necessária uma solução que 
ajuste os direitos envolvidos 
(ponderação dos direitos em questão). 
INVIOLABILIDADE 
Não podem ser violados por leis 
infraconstitucionais, nem por ato de 
autoridade do Poder Público, sob pena 
de responsabilidade civil, penal e 
administrativa. Os direitos humanos não 
podem ser descumpridos ou violados por 
nenhuma pessoa ou autoridade. 
INDISPONIBILIDADE 
Não se pode dispor desses direitos 
(abrir mão, renunciar). 
INALIENABILIDADE 
Os direitos humanos não podem ser 
vendidos, transferidos ou, de 
qualquer forma, negociados. Ou seja, 
não existe possibilidade de 
transferência, a qualquer título (seja a 
título gratuito ou oneroso), desses 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
11 
direitos. Nesse sentido, não podem ser 
objeto de comércio ou transferidos de 
indivíduo para indivíduo. 
HISTORICIDADE 
Os direitos humanos apresentam 
natureza histórica, advindo do 
Cristianismo, superando diversas 
revoluções até chegarem aos dias 
atuais. Estão vinculados ao 
desenvolvimento histórico e cultural do 
ser humano. 
IRRENUNCIABILIDADE 
Deles não pode haver renúncia, pois 
ninguém pode abrir mão da própria 
natureza. Não se pode renunciar aos 
direitos humanos. Eles são inerentes 
à pessoa humana. Ressalte-se que 
essa é uma discussão que gera muita 
controvérsia. Exemplos: Eutanásia e 
aborto. 
VEDAÇÃO DO 
RETROCESSO 
O Estado não pode proteger menos do 
que já protege. Uma vez estabelecidos 
os direitos humanos, não se admite o 
retrocesso visando a sua limitação ou 
diminuição (art. 4º, parágrafo 3º, da 
Convenção Americana sobre Direitos 
Humanos – não se pode restabelecer a 
pena de morte nos Estados que a hajam 
abolido). 
INERÊNCIA 
Os direitos humanos são inerentes ou 
inatos (naturalmente ligados) aos seres 
humanos, desde a sua concepção e 
nascimento com vida. 
EFETIVIDADE O Estado deve garantir a efetivação 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
12 
dos direitos humanos (no mínimo, os 
direitos civis e políticos). Ou seja, o 
Poder Público constituído deve criar 
mecanismos coercitivos para a garantia 
dos direitos humanos. 
ESSENCIALIDADE 
Os direitos humanos são essenciais por 
excelência, na medida em que são 
inerentes ao ser humano, tendo por 
base os valores supremos do homem e 
sua dignidade (aspecto material), 
assumindo posição normativa de 
destaque (aspecto formal). São 
essenciais aos seres humanos, 
podendo ser dividido em: 
• Direitos Humanos MATERIAIS -
constituem a dignidade da 
pessoa humana) 
• Direitos Humanos FORMAIS - 
prevalecem em face da 
legislação interna para 
proteger as pessoas – art. 7º, 
parágrafo 7º da Convenção 
Americana de Direitos Humanos – 
prisão civil só para devedor de 
alimentos – RE 466.343 e Súmula 
Vinculante 25). 
LIMITABILIDADE 
ATENÇÃO!!! Os direitos humanos 
NÃO são ABSOLUTOS, pois sofrem 
restrições nos momentos constitucionais 
de crise(Liberdade ambulatória x Estado 
de Sítio) e também frente aos interesses 
ou direitos que, acaso confrontados, 
sejam mais importantes (Princípio da 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
13 
Ponderação). Desse modo, os direitos 
humanos podem ser limitados em 
situações excepcionais previstas nas 
legislações, como, por exemplo, a prisão 
de um indivíduo que cometeu um delito 
(limitação da liberdade de ir e vir). No 
Brasil, é possível limitar o direito de 
reunião nos casos de estado de defesa e 
de estado de sítio (artigos 136 e 139 da 
CF/88, respectivamente). 
INESGOTABILIDADE OU 
INEXAURIBILIDADE 
São inesgotáveis no sentido de que 
podem ser expandidos, ampliados, 
sendo que a qualquer tempo podem 
surgir novos direitos (vide art. 5º, 
parágrafo 2º, da C.F.). Os direitos 
humanos não são elencados em um rol 
fechado ou limitado, podendo ser 
ampliados de acordo com a evolução 
histórica da sociedade. 
CONCORRÊNCIA 
Os direitos fundamentais podem ser 
exercidos de forma acumulada, quando, 
por exemplo, um jornalista transmite 
uma notícia e expõe sua opinião 
(liberdade de informação + comunicação 
+ opinião). É possível o seu exercício 
concomitante ou simultaneamente 
(direito de reunião e manifestação, entre 
outros). 
 
As primeiras bases fundamentais para a tripartição dos poderes 
e, por conseguinte, para o sistema de “checks and balances” foram 
lançadas por Aristóteles, em sua obra Política. O pensador grego 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
14 
vislumbrava a existência de 3 funções distintas exercidas pelo poder 
soberano: 
• a função de editar normas gerais a serem observadas 
por todos (Poder Legislativo); 
• a de aplicar as referidas normas no caso concreto 
(Poder Executivo); 
• e a função de julgamento, dirimindo os conflitos oriundos 
da execução das normas gerais nos casos concretos 
(Poder Judiciário). 
Tendo em vista o exposto, a separação dos poderes é um 
princípio fundamental que impacta vigorosamente em nossa Lei Maior (CF). 
Nessa direção, são os seguintes alguns exemplos de delimitação de poder 
abraçados por nossa Constituição de 1988: 
• O controle de constitucionalidade das leis e atos 
normativos do Poder Público (exercido pelo Judiciário); 
• O poder dos chefes do Executivo em vetar projetos de lei 
aprovados pelo Congresso Nacional, quando esses forem 
inconstitucionais ou contrários ao interesse público; 
• Iniciativa de leis do Executivo e o poder de criar seus 
próprios regimentos internos do Judiciário; 
• Poder fiscalizatório do Legislativo, que tem mecanismo de 
controle e investigação de atos dos outros poderes; 
• Poder de emenda de projetos de lei do Executivo, além do 
poder de rejeição do veto do chefe do Executivo; 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
15 
• Participação na nomeação de Membros do Poder Judiciário 
pelo Poder Executivo e Legislativo (Ex: nomeação pelo 
Presidente da República e sabatina no Senado Federal). 
Podemos definir a institucionalização dos direitos e 
garantias fundamentais como os meios de FORMULAÇÃO E 
IMPLEMENTAÇÃO de POLÍTICAS PÚBLICAS E PROGRAMAS para 
PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS. Portanto, quando se fala na 
institucionalização dos direitos, estamos querendo se referir aos 
instrumentos que pretendem concretizar os direitos e garantias 
fundamentais que a nossa CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
estabeleceu. 
Vimos que esses instrumentos compreendem os programas 
nacionais de direitos humanos (PNDH) e os órgãos competentes para o 
planejamento e a implementação dessas políticas públicas (SDH/PR, 
CDDPH, ONDH...). 
A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da 
República (SDH/PR) é o órgão responsável pela articulação 
interministerial e intersetorial das políticas de promoção e proteção 
aos Direitos Humanos no Brasil. Criada em 1997 dentro da estrutura do 
Ministério da Justiça, foi elevada ao status de MINISTÉRIO em 2003, 
por meio da Lei nº 10.683/2003. Em 2010, esta Secretaria ganhou o 
atual nome. 
O Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana - 
CDDPH - é um órgão colegiado, criado pela Lei nº 4.319/1964, situado 
na estrutura da SDH/PR, com representantes de setores representativos, 
ligados aos direitos humanos, e com importância fundamental na promoção 
e defesa dos direitos humanos no País. 
 
Vimos que um cuidado que o candidato ter é que a Lei de criação do 
CDDPH (1964) previa ser esse Conselho integrante da estrutura do 
Ministério da Justiça. Ocorre que com a elevação da Secretaria de 
Direitos Humanos ao nível de ministério, logicamente, o CDDPH foi 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
16 
incorporado à estrutura daquela Secretaria por força do art. 24, § 2º, 
da Lei nº 10.683/2003. 
De forma resumida, observamos que o Conselho tem por 
principal atribuição receber denúncias e investigar, em conjunto com 
as autoridades competentes locais, violações de direitos humanos de 
especial gravidade com abrangência nacional, como chacinas, 
extermínio, assassinatos de pessoas ligadas a defesa dos direitos humanos, 
massacres, abusos praticados por operações das polícias militares, etc. Para 
tanto, o Conselho constitui comissões especiais de inquérito e atua por meio 
de resoluções. 
A ONDH é um órgão de assistência direta e imediata da 
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que 
tem por competência legal exercer as funções de Ouvidoria Geral: 
• Da cidadania; 
• Da criança; 
• Do adolescente; 
• Da pessoa com deficiência; 
• Do idoso; 
• De LGBT; 
• E de outros grupos sociais mais vulneráveis. 
A Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos poderá agir de 
ofício sempre que tiver conhecimento de atos que violem os direitos 
humanos individuais ou coletivos e também poderá receber denúncias 
anônimas. 
O Fórum Nacional de Ouvidores de Polícia é uma instituição 
que congrega todas as Ouvidorias de Polícia do Brasil, das esferas federal, 
estadual e do Distrito Federal. Ele se encontra no âmbito da Secretaria de 
Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), pasta que tem a 
atribuição de fornecer os serviços administrativos necessários para o 
funcionamento do Fórum. 
A Política Nacional de Direitos Humanos é uma política 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
17 
pública de abrangência nacional prevista no art. 24 da Lei nº 
10.683/2003. 
A Política Nacional de Direitos Humanos é coordenada pela 
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e todas as 
ações relacionadas com essa política deverão ser exercidas respeitando as 
diretrizes do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH). 
1ª OBSERVAÇÃO: a sigla PNDH é utilizada pelos 
documentos oficiais brasileiros para se referir ao Programa Nacional de 
Direitos Humanos e não à Política Nacional de Direitos Humanos. 
2ª OBSERVAÇÃO: não confundir a Política Nacional deDireitos Humanos com o Programa Nacional de Direitos Humanos! 
O PNDH é resultado dos compromissos internacionais 
assumidos pelo Brasil em relação à temática dos direitos humanos. 
Os PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL 
DE DIREITOS HUMANOS SÃO OS PROGRAMAS NACIONAIS DE 
DIREITOS HUMANOS, estando vigente atualmente o III Programa 
Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), aprovado pelo Decreto nº 
7.037, de 2009. 
Existem iniciativas governamentais que pretendem ampliar a 
proteção aos Direitos Humanos. Tratam-se dos seguintes temas: 
• Conferência Nacional de Direitos Humanos. 
• Principais políticas setoriais de Direitos Humanos. 
A Conferência Nacional de Direitos Humanos é o principal 
fórum de discussão da sociedade acerca da Política Nacional de Direitos 
Humanos do Brasil. 
Todos os Programas Nacionais de Direitos Humanos (PNDH) 
instituídos pelo Governo Federal receberam contribuições das Conferências 
Nacionais de Direitos Humanos. 
A Conferência tem sido, desde sua primeira edição em 1996, 
um espaço solidário, democrático e pluralista de definição de estratégias 
para a promoção e proteção dos Direitos Humanos no Brasil. 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
18 
Políticas públicas de direitos humanos: 
- Gerais 
- Específicas ou setoriais 
Há órgãos e políticas que tratam dos Direitos Humanos de 
forma geral (ex. a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da 
República e o PNDH-3) e de forma específica (ex. o Conselho Nacional dos 
Direitos da Criança e do Adolescente – CONANDA). 
Principais políticas setoriais de Direitos Humanos que o 
Governo brasileiro vem implementando: 
� Educação em Direitos Humanos 
� Erradicação do trabalho escravo 
� Profissionais de segurança pública 
� Criança e adolescente 
� Pessoas idosas 
� Pessoas com deficiência 
� LGBT – Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais 
� Tolerância religiosa 
� Igualdade racial 
� Combate à violência doméstica 
� Saúde mental 
A política setorial de Educação em Direitos Humanos é uma 
política pública especificamente voltada para a disseminação da informação 
sobre os Direitos Humanos. 
A ONU tem reconhecido o direito à educação em direitos 
humanos em diversos documentos internacionais. 
A institucionalização pelo Brasil da política setorial de Educação 
em Direitos Humanos tem se dado pelos seguintes órgãos: 
� Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos; 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
19 
� Coordenação Geral de Educação em Direitos 
Humanos. 
Atenção! Os órgãos responsáveis pela Educação em Direitos 
Humanos se encontram na estrutura administrativa da SDH/PR. 
Já o principal instrumento de implantação dessa política pelo 
Estado brasileiro é o Plano Nacional de Educação em Direitos 
Humanos. 
Além de estabelecer concepções, princípios, objetivos, diretrizes 
e linhas de ação, o vigente PNEDH está estruturado em cinco grandes 
eixos de atuação: 
� Educação Básica; 
� Educação Superior; 
� Educação Não-Formal; 
� Educação dos Profissionais dos Sistemas de Justiça e 
Segurança Pública; e 
� Educação e Mídia. 
A Política Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (PNETE), 
cuja origem remonta ao Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) do 
Ministério do Trabalho, grupo instituído em 1995 que reunia auditores-
fiscais do trabalho entre outros agentes públicos, encontra-se consolidada 
por meio dos seguintes instrumentos e instituições: 
� 2º Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo; 
� Cadastro de empresas e pessoas autuadas por exploração 
do trabalho escravo (“Lista Suja”); 
� Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho 
Escravo (CONATRAE) 
O Brasil desenvolveu três programas nacionais de direitos 
humanos visando consolidar a Política Nacional de Direitos Humanos: 
• PNDH-1 (1996) 
• PNDH-2 (2002) 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
20 
• PNDH-3 (2009) 
O PNDH-1 foi resultante de um longo e, muitas vezes, penoso 
processo de democratização da sociedade e do Estado brasileiro. 
A natureza do PNDH-1 é a de plano de ação que tinha ênfase 
nos direitos civis, ou seja, aqueles que ferem mais diretamente a 
integridade física e o espaço de cidadania de cada um. Assim, foram 
abordados nesse programa os entraves à cidadania plena, que levam à 
violação sistemática dos direitos, visando a proteger o direito à vida e 
à integridade física; o direito à liberdade; o direito à igualdade perante a 
lei. 
O PNDH-2 foi instituído pelo Decreto n° 4.229, de 13 de 
maio de 2002 e tinha como um dos objetivos principais a promoção da 
concepção de direitos humanos como um conjunto de direitos universais, 
indivisíveis e interdependentes, que compreendem direitos civis, 
políticos, sociais, culturais e econômicos. 
O PNDH-2 promovia a INCLUSÃO DOS DIREITOS 
ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS, mantendo a coerência com a 
noção de INDIVISIBILIDADE E INTERDEPENDÊNCIA de todos os 
direitos humanos expressa na Declaração e Programa de Ação de Viena 
(1993), orientando-se pelos parâmetros estabelecidos pela própria 
Constituição Federal de 1988, no Pacto Internacional dos Direitos 
Econômicos, Sociais e Culturais de 1966 e no Protocolo de San Salvador em 
matéria de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. Ratificados pelo Brasil 
em 1992 e 1996, respectivamente. 
Nesse sentido, o PNDH-2 incorporou ações específicas 
visando garantir diversos direitos sociais, tais como a educação, a saúde, a 
previdência e assistência social, ao meio ambiente saudável, entre outros, 
com vistas à construção e consolidação de uma cultura de respeito aos 
direitos humanos. 
O PNDH-3 é um programa governamental que visa concretizar 
os Direitos Humanos (DH) e se divide em 6 eixos orientadores que se 
subdividem em 25 diretrizes, 82 objetivos estratégicos, e 521 ações 
programáticas. 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
21 
O PNDH-3 não é uma política exclusiva de um órgão da 
Administração Pública, mas envolve uma articulação interinstitucional de 
diversos órgãos para que possa ser executado, tendo instituído o Comitê 
de Acompanhamento e Monitoramento do PNDH-3, órgão colegiado 
composto por 21 ministérios que visa acompanhar a execução desse 
programa. 
De acordo com o Anexo do Decreto nº 7.037, de 2009, existe 
uma distribuição de atribuições por ação programática, na qual uma ação 
programática será exercida por um ou mais órgãos públicos. Em relação aos 
Planos de Ação de Direitos Humanos, o PNDH-3 estipulou que esses 
Planos de Ação passaram a ser bianuais. 
 
Os seis eixos orientadores do PNDH-3: 
� Eixo Orientador I: Interação democrática entre Estado e 
sociedade civil 
� Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos Humanos 
� Eixo Orientador III: Universalizar direitos em um contexto 
de desigualdades 
� Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso à Justiça e 
Combate à Violência 
� Eixo Orientador V: Educação e Cultura em Direitos 
Humanos 
� Eixo Orientador VI: Direito à Memória e à Verdade. 
Cada eixo orientador se divide em diretrizes, as quaisse 
desdobram em objetivos estratégicos que, por sua vez, subdividem-se em 
ações programáticas. 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
22 
 
 
 
EIXO ORIENTADOR I: 
 
 
EIXO ORIENTADOR II: 
 
 
 
Eixo Orientador II: 
Desenvolvimento e DH 
Diretriz 4: 
Efetivação de modelo de 
desenvolvimento 
sustentável 
Diretriz 5: 
Pessoa humana como 
sujeito central do processo 
de desenvolvimento 
Diretriz 6: 
Promover e proteger os 
direitos ambientais como 
DH 
Eixo Orientador I: 
Interação democrática entre 
Estado e Sociedade Civil 
Diretriz 1: 
Fortalecimento da 
democracia participativa 
Diretriz 2: 
DH como instrumento 
transversal 
Diretriz 3: 
Integração e ampliação dos 
sistemas de informações 
em DH 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
23 
 
EIXO ORIENTADOR III: 
 
EIXO ORIENTADOR IV: 
 
 
 
 
 
 
Eixo Orientador IV: 
Segurança Pública, Acesso à 
Justiça e Combate à Violência 
 
Diretriz 16: 
Modernização da política de 
execução penal 
Diretriz 13: 
Prevenção da violência 
e profissionalização da 
investigação 
Diretriz 14: 
Combate à violência 
institucional 
(tortura, chacinas...) 
Diretriz 15: 
Garantia dos direitos das 
vítimas de crimes e proteção 
das pessoas ameaçadas 
Diretriz 11: 
Democratização e 
modernização da 
segurança pública 
Diretriz 17: 
Promoção de sistema de 
justiça mais acessível, ágil e 
efetivo 
Diretriz 12: 
Transparência na 
segurança pública e 
justiça criminal 
Eixo Orientador III: 
Universalizar direitos em um 
contexto de desigualdades 
Diretriz 7: 
Garantia dos DH de forma 
universal, indivisível e 
interdependente 
Diretriz 9: 
Combate às 
desigualdades 
estruturais 
Diretriz 10: 
Garantia da 
igualdade na 
diversidade 
Diretriz 8: 
Promoção dos direitos 
de crianças e 
adolescentes 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
24 
 
 
EIXO ORIENTADOR V: 
 
 
EIXO ORIENTADOR VI: 
 
 
Para um maior aprofundamento sobre os eixos orientadores, 
sugerimos a leitura do Decreto do PNDH-3 (Decreto 7.037/2009). 
constatou-se que o surgimento de instituições internacionais 
como a ONU e o Tribunal Penal Internacional (TPI), a adoção de 
documentos como a Declaração Universal dos Direitos do Homem, os Pactos 
de Direitos e outras convenções internacionais, formam uma nova realidade 
que repercute direta na globalização da noção de direitos humanos. 
Os principais organismos internacionais que interferem na 
Eixo Orientador V: 
Educação e Cultura em DH 
Diretriz 20: 
Reconhecimento 
da educação 
não-formal 
Diretriz 21: 
Educação em DH 
nos serviços 
públicos 
transversal 
Diretriz 22: 
Direito à 
comunicação 
democrática 
Diretriz 18: 
Efetivação da 
PNEDH 
 
Diretriz 19: 
Democracia e DH 
nos sistemas de 
educação 
Eixo Orientador VI: 
Direito à Memória e à 
Verdade 
Diretriz 23: 
Reconhecimento da 
memória e da verdade 
como Direito e Dever 
Diretriz 24: 
Preservação da memória 
histórica e construção 
pública da verdade 
Diretriz 25: 
Modernização da legislação 
sobre o direito à memória e 
à verdade 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
25 
temática da globalização e direitos humanos são: 
� Organização das Nações Unidas (ONU), órgãos 
principais: 
- Assembléia Geral: 
 � Alto Comissariado das Nações Unidas para 
Refugiados (ACNUR) 
- Conselho de Segurança: 
 � Conselho de Direitos Humanos 
- Conselho Econômico e Social 
- Secretariado 
 � Alto Comissariado das Nações Unidas para os 
Direitos Humanos 
- Corte Internacional de Justiça 
� Tribunal Penal Internacional (TPI) 
O TPI é um órgão judicial de abrangência internacional, 
instituído pelo Estatuto de Roma, que, em vigor desde 
2002, responsabiliza criminalmente pessoas e não Estados 
em relação a quatro tipos de crimes: 
- Genocídios 
- Crimes de guerra 
- Crimes contra a humanidade 
- Crimes de agressão 
 
O Brasil faz parte do Estatuto de Roma tendo, inclusive, incluído 
na Constituição de 1988, por meio da Emenda nº 45/2004, um dispositivo 
(o § 4º, do art. 5º) reafirmando o compromisso do Brasil com a instituição 
do TPI, conforme se observa a seguir: 
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal 
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
26 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
O fundamento para a adoção dessas normas jurídicas que visam 
tutelar os direitos humanos é o princípio da dignidade da pessoa 
humana, segundo o qual os indivíduos possuem um VALOR PRÓPRIO. 
Todavia, existem duas abordagens principais sobre essa questão: 
� Universalismo 
� Relativismo 
UNIVERSALISMO = concepção uniforme dos direitos humanos 
RELATIVISMO = concepção distinta dos direitos humanos de 
acordo com cada cultura. 
As três vertentes que compõem a proteção internacional dos 
direitos humanos: 
� Direito internacional humanitário 
� Direito internacional dos refugiados 
� Direito internacional dos direitos humanos 
A palavra “FUNDAMENTO” se refere principalmente à razão de 
ser desses direitos, ou seja, o que justifica ou motiva a sua existência ou 
importância. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o panorama 
inaugurado pela ONU e seus instrumentos normativos passaram a 
reconhecer na DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA o fundamento dos 
direitos humanos, de acordo com a doutrina majoritária. 
Identificamos a seguinte evolução das diferentes formas de 
justificação (fundamentos) dos direitos humanos: 
 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
27 
Podemos sintetizar as principais teorias que buscam explicar o 
fundamento dos direitos humanos: 
• Negacionismo 
• Jusnaturalismo 
• Positivismo 
• Moralismo 
• Dignidade da pessoa humana (majoritária) 
Chamamos de característica aquilo que é a qualidade distintiva 
fundamental de determinada coisa. Os direitos humanos possuem 
característica que expressam algumas qualidades distintivas desses direitos 
em comparação com outros. 
 No contexto do direito internacional, os direitos humanos 
possuem as seguintes características: 
• Universalidade 
• Indivisibilidade 
• Interdependência 
• Interrelacionaridade 
• Imprescritibilidade 
• Individualidade 
• Complementaridade 
• Inviolabilidade 
• Indisponibilidade 
• Inalienabilidade 
• Historicidade 
• Irrenunciabilidade 
• Vedação do retrocesso 
• Inerência 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHOAULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
28 
• Inesgotabilidade ou inexauribilidade 
 
A interpretação dos tratados internacionais é regulada pela 
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, celebrada em 1969. 
As normas que abordam a interpretação estão nos artigos 31 a 33, cujo 
inteiro teor consta no final da aula destinada à legislação. 
O princípio geral de interpretação dos tratados é a BOA FÉ. 
De acordo com a Convenção de Viena, um tratado deve ser 
interpretado de boa fé (de forma honesta, leal, fiel, sem dissimulações para 
lesar o próximo) e buscando entender o seu teor utilizando o significado 
usual das palavras que compõem o documento. 
Além dos métodos (ou meios) de interpretação acima 
mencionados, há os meios (ou métodos) suplementares definidos como: 
circunstâncias de conclusão do acordo e os trabalhos 
preparatórios do tratado, que podem ser estudados, por 
exemplo, pelos registros das rodadas de negociação e de 
comunicações diplomáticas trocadas entre as partes. 
Além dessas regras aplicáveis a todos os tratados internacionais, 
existem alguns princípios vetores da interpretação que a jurisprudência 
internacional criou para ser aplicado especificamente para os tratados sobre 
direitos humanos. 
� Princípio pro homine (primazia da norma mais favorável) 
� Princípio da efetividade (effet utile) 
� Proporcionalidade 
Outro aspecto que merece um estudo é a teoria da margem 
de apreciação. De acordo com a citada teoria, os órgãos de interpretação 
do Direito Internacional dos Direitos Humanos, em determinados casos 
polêmicos, devem aceitar a POSIÇÃO NACIONAL sobre o tema, evitando 
impor soluções interpretativas às comunidades nacionais, ou seja, um 
Estado. 
As três vertentes que compõem a proteção internacional dos 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
29 
direitos humanos: 
� Direito internacional humanitário 
� Direito internacional dos refugiados 
� Direito internacional dos direitos humanos 
O direito internacional dos direitos humanos (DIDH) é aquele 
que visa a proteger todos os indivíduos, qualquer que seja a sua 
nacionalidade, promovendo a dignidade da pessoa humana. 
As principais características do DIDH: 
� Universalidade e transnacionalidade 
� Possibilidade de monitoramento internacional 
� Possibilidade de responsabilização internacional 
� Papel primordial dos Estados 
O direito internacional humanitário, também chamado de 
“direito humanitário” ou “direito de Genebra”, constitui aquele que visa 
reduzir a violência inerente aos conflitos armados, limitando o impacto das 
hostilidades por meio da proteção de um mínimo de direitos atrelados à 
pessoa humana e pela regulamentação da assistência às vítimas das 
guerras, externas ou internas. 
Princípios do direito humanitário: 
� Neutralidade 
� Não-discriminação 
� Responsabilidade 
Principais normas: as quatro Convenções de Genebra de 
1949 que tratam das seguintes temáticas: 
� Proteção dos feridos e enfermos em guerra terrestre. 
� Feridos, enfermos e náufragos na guerra naval. 
� Tratamento devido aos prisioneiros de guerra. 
� Proteção dos civis em tempos de guerra. 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
30 
Em 1977, foram celebrados dois protocolos adicionais 
tratando dos seguintes assuntos: 
� Guerras de libertação nacional 
� Guerra civil (conflitos internos) 
O direito internacional humanitário se aplica somente em 
situações de CONFLITOS ARMADOS, externos ou internos. 
Uma distinção importante: Direito de Genebra x Direito de 
Haia. 
O Direito de Genebra: foco principal na proteção das vítimas 
das guerras. 
O Direito de Haia: foco principal na regulamentação das 
operações militares (o Direito de Guerra), disciplinando os direitos e as 
obrigações dos beligerantes nos combates. 
O direito internacional dos refugiados visa regular a 
proteção de pessoas envolvidas no fenômeno dos deslocamentos em massa 
com o fim de obter REFÚGIO ou abrigo diante de situações de conflitos 
armados, desastres ou perseguições e, também, do estabelecimento do 
marco legal da cooperação internacional contra o problema. 
Definição de REFUGIADO: 
Trata-se da pessoa que sofre ou teme sofrer, em seu Estado de 
origem, perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo 
social ou questões políticas e que, por esses motivos, deixa esse Estado em 
que estava, pois sua integridade corria riscos. 
 
O direito dos refugiados é orientado pelo princípio do non-
refoulment, ou seja, o princípio da proibição de expulsão ou de rechaço. 
De acordo com o princípio do non-refoulment, o Estado que 
recebe um suposto refugiado está proibido de: 
� impedir sua entrada. 
� ser enviado ao Estado de onde proveio. 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
31 
As principais normas internacionais que disciplinam o direito 
dos refugiados são: 
� Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados (1951) 
� Protocolo sobre o Estatuto dos Refugiados (1967) 
Ambas foram recepcionadas pelo Brasil, sendo que o país 
promulgou uma lei ordinária para melhor aplicar as normas do Estatuto dos 
Refugiados: a Lei nº 9.474/97. 
A Lei 9.474/97 criou o CONARE (Comitê Nacional para os 
Refugiados), órgão colegiado da estrutura do Ministério da Justiça. 
A recepção das normas internacionais por um Estado depende 
do sistema adotado pelo direito interno desse Estado. Assim, identificamos 
dois sistemas existentes: 
� Monismo jurídico 
o Monismo internacionalista 
o Monismo nacionalista 
� Dualismo jurídico. 
o Dualismo radical 
o Dualismo moderado 
 
O monismo jurídico é o sistema que pressupõe a recepção 
automática do tratado internacional pelo direito interno do Estado a partir 
do momento em que a autoridade competente assina o tratado. 
O dualismo jurídico é o sistema que exige a obediência a um 
rito processual previsto pelo direito interno para que a norma internacional 
tenha aplicação no Estado, de maneira que o tratado internacional assinado 
NÃO produz efeitos imediatos. 
 
O Brasil adota o sistema do dualismo jurídico para 
recepcionar os tratados internacionais em seu ordenamento 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
32 
jurídico. 
 
A Constituição brasileira de 1988 disciplina os tratados 
internacionais de direitos humanos explicitamente no art. 5º, § 2º, e no 
art. 5º, § 3º, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 45/2004, 
os quais possuem o seguinte teor: 
Art. 5º (...) 
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta 
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e 
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil 
seja parte. 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre 
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos 
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes 
às emendas constitucionais. 
 
No Brasil, a natureza jurídica dos tratados internacionaisvaria 
de acordo com o conteúdo e a forma como ela é recepcionada. Logo, ela 
pode ser de três tipos: 
� Emenda constitucional 
� Caráter supralegal 
� Lei ordinária 
 
Para que um tratado internacional seja equiparado à emenda 
constitucional ele precisa atender a dois requisitos: 
� Material: conteúdo tratar de direitos humanos. 
� Formal: procedimento de aprovação similar ao da emenda 
constitucional. 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
33 
Para o STF, APENAS os tratados internacionais sobre direitos 
humanos têm natureza jurídica supralegal no Brasil, prevalecendo sobre a 
legislação infraconstitucional que seja incompatível com eles, 
independentemente de a legislação infraconstitucional ser anterior ou 
posterior à ratificação interna. 
 
Observação: Qualquer tratado internacional que NÃO observar 
os procedimentos de recepção das normas internacionais previstos pelo 
direito brasileiro NÃO terá validade no país. 
Os procedimentos de recepção de tratados internacionais 
previstos no direito brasileiro observam três fases principais: 
� Negociação 
� Aprovação 
� Ratificação 
FASE INSTRUMENTO COMPETÊNCIA 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
34 
1ª Assinatura PRESIDENTE 
2ª Decreto Legislativo CONGRESSO NACIONAL 
3ª Decreto Presidencial PRESIDENTE 
 
O Brasil faz parte de diversos tratados que compõem um 
complexo sistema de proteção dos direitos humanos, que se divide em dois 
sistemas: 
• Sistema global de direitos humanos 
o Mecanismos convencionais 
o Mecanismos não-convencionais 
• Sistemas regionais de direitos humanos 
Os MECANISMOS CONVENCIONAIS são aqueles criados por 
convenções específicas. Esses mecanismos seguem o parâmetro do primeiro 
dos órgãos convencionais criado por tratado: o Comitê de Direitos 
Humanos, instituído pelo Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos 
(PIDCP). 
O Comitê dos Direitos Humanos (CCPR) é o órgão criado 
pelo art. 28º do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos com o 
objetivo de controlar a aplicação, pelos Estados que fazem parte do citado 
Pacto, das normas contidas no próprio PIDCP (bem como do seu segundo 
Protocolo Adicional com vista à Abolição da Pena de Morte). 
Os MECANISMOS NÃO-CONVENCIONAIS são aqueles criados por 
resoluções elaboradas pelos órgãos da ONU, ou pelos próprios documentos 
de constituição do sistema ONU (ex. a Carta das Nações Unidas). 
Os principais organismos internacionais que interferem na 
temática dos direitos humanos são: 
� Conselho Econômico e Social (ECOSOC) 
� Conselho de Direitos Humanos (antiga Comissão de Direitos 
Humanos) 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
35 
� Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos 
Humanos 
O Conselho Econômico e Social (ECOSOC) faz recomendações à 
Assembléia Geral sobre questões de direitos humanos. Também revisa os 
relatórios apresentados pelo Conselho de Direitos Humanos e submete as 
versões com emendas à Assembléia Geral. 
O Conselho de Direitos Humanos (UNHRC) é um órgão inter-
governamental no âmbito do sistema das Nações Unidas (ONU) responsável 
por fortalecer a promoção e proteção dos direitos humanos em todo o 
mundo e para a resolução de situações de violações de direitos humanos e 
fazer recomendações sobre eles. Sua sede fica em Genebra (Suíça). 
Atenção! NÃO confundir o COMITÊ de Direitos Humanos com o 
CONSELHO de Direitos Humanos! 
Comitê de Direitos Humanos = mecanismo convencional 
Conselho de Direitos Humanos = mecanismo não-convencional 
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos 
Humanos (OHCHR) é uma agência independente da ONU que coordena as 
atividades da área de direitos humanos através do Sistema das Nações 
Unidas e supervisiona o Conselho de Direitos Humanos. 
Já os sistemas REGIONAIS são sistemas localizados, que 
abrangem um determinado número de Estados, e complementa o Sistema 
Global, em observância a uma das principais características dos direitos 
humanos, ou seja, a universalidade. 
O Brasil integra o Sistema Interamericano de Direitos 
Humanos, que é administrado pela Organização dos Estados Americanos 
(OEA). 
No que se refere ao alcance das normas de direitos 
humanos, existem duas concepções ideológicas principais: 
� Universalismo 
� Relativismo cultural 
O universalismo defende que a proteção dos direitos 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
36 
humanos não deve ficar limitada ao âmbito interno da soberania dos 
Estados, mas deve ser uma realidade jurídica compartilhada em nível 
internacional, ou seja, os direitos humanos devem ser protegidos em todo o 
Planeta, de forma absoluta e padronizada. 
De acordo com Antônio Cançado Trindade, a principal crítica do 
universalismo ao relativismo cultural é que ele pode ser usado como 
justificativa (ou pretexto) para graves casos de violações dos direitos 
humanos. 
O relativismo cultural dos Direitos Humanos se ampara no 
fato de que cada cultura, com suas crenças e princípios, valoriza e conceitua 
de forma diferente o que seriam os Direitos Humanos. Assim, aquilo que 
seria fundamental para a cultura X poderia não ser para a cultura Y e vice-
versa. Um exemplo disso seria a dignidade humana, que pode ter 
significados diferentes quando comparamos as culturas X e Y. 
Críticas do relativismo ao universalismo: 
� Estimulam o imperialismo cultural 
� É uma construção exclusiva da sociedade ocidental 
� Promove a destruição da diversidade cultural 
UNIVERSALISMO = concepção uniforme dos direitos humanos 
RELATIVISMO = concepção distinta dos direitos humanos de 
acordo com cada cultura. 
Resumindo, são precedentes históricos da internacionalização 
dos direitos humanos: 
� Direito Humanitário 
� Liga das Nações 
� Organização Internacional do Trabalho (OIT) 
 
A Liga das Nações (ou Sociedade das Nações - SdN) foi 
criada em 1919, pelo Tratado de Versalhes, após a Primeira Guerra Mundial 
com a finalidade de promover a cooperação, a paz e segurança 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
37 
internacional, condenando agressões externas contra a integridade 
territorial e a independência política dos seus membros. 
A Convenção da Liga das Nações, celebrada em 1920, previa 
normas genéricas sobre os direitos humanos (ex.: sistema de mandatos, 
sistema das minorias, normas internacionais do direito ao trabalho, etc.) 
que representavam um limite à concepção de soberania estatal absoluta, 
pois a Liga poderia aplicar sanções econômicas e militares contra os Estados 
que violassem seus dispositivos. 
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é um 
organização internacional intergovernamental criada, em 1919, pelo Tratado 
de Versalhes, após a Primeira Guerra Mundial que também contribuiu com a 
internacionalização dos direitos humanos. 
Em 1944, os delegados da Conferência Internacional do 
Trabalho adotaram aDeclaração de Filadélfia que, como anexo à sua 
Constituição, constitui, desde então, a carta de princípios e objetivos da 
OIT. 
A principal finalidade da OIT era promover padrões 
internacionais de condições de trabalho e bem estar. 
Atualmente, 185 dos 193 Estados membros da ONU integram a 
OIT. Sua sede fica em Genebra (Suíça). A estrutura organizacional da OIT é 
composta da seguinte forma: 
� Conferência Internacional do Trabalho 
� Conselho de Administração 
� Repartição Internacional do Trabalho, chefiada por um 
Diretor-Geral. 
Os documentos internacionais oriundos da OIT são de dois tipos: 
� As convenções da OIT (tratados internacionais). 
� As recomendações da OIT 
As CONVENÇÕES da OIT são normas jurídicas emanadas da 
Conferência Internacional da OIT com propósito de fixar regras gerais e 
de natureza obrigatória para os Estados deliberantes que participam de 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
38 
seu ordenamento interno, observados os ditames constitucionais 
pertinentes. 
As Convenções da OIT, sob o prisma da natureza de suas 
normas, podem ser classificadas em três modalidades: 
• Auto-aplicáveis 
• De princípios 
• Promocionais. 
As RECOMENDAÇÕES da OIT são normas de caráter precário e 
facultativo, que não criam direitos e obrigações. 
Os principais instrumentos de direitos humanos que são 
previstos pelo sistema internacional são os seguintes: 
� Carta das Nações Unidas. 
� Declaração universal de direitos humanos (DUDH). 
� Pacto internacional de direitos civis e políticos (PIDCP). 
� Pacto internacional de direitos econômicos, sociais e 
culturais (PIDESC). 
Além desses instrumentos, existem outros que tratam de 
matérias bem mais específicas (ex. combate a tortura, direitos da criança, 
racismo, direitos das mulheres, etc.). 
A Carta das Nações Unidas possui as seguintes 
características: 
• Possui 111 artigos. 
• Tem anexo: Estatuto da Corte Internacional de Justiça. 
• É um tratado. 
A Declaração Universal de Direitos Humanos (DUDH), 
adotada em 1948, constitui tecnicamente uma recomendação que influencia 
os Estados na promoção dos direitos humanos. Ela teve a aprovação de 48 
Estados e 8 abstenções. 
A DUDH introduz a noção de indivisibilidade dos direitos 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
39 
humanos e estabelece duas categorias desses direitos: 
� Direitos civis e políticos (arts. 3º a 21). 
� Direitos econômicos, sociais e culturais (arts. 22 a 28). 
A DUDH possui as seguintes características: 
• Possui 30 artigos. 
• É uma recomendação. 
A DUDH de 1948, apesar de ter natureza de recomendação, 
tendo sido veiculada por meio de uma resolução, não apresenta 
instrumentos ou órgãos próprios destinados a tornar compulsória sua 
aplicação. 
O Pacto internacional de direitos civis e políticos (PIDCP) e o 
Pacto internacional de direitos econômicos, sociais e culturais (PIDESC) são 
instrumentos internacionais celebrados em 1966 destinados a proteger os 
chamados direitos humanos de primeira e segunda geração. 
 
abordamos o núcleo do direito internacional dos direitos 
humanos, ou seja, os principais documentos internacionais voltados para a 
proteção desses direitos. Assim, estudamos: 
� Carta das Nações Unidas. 
� Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
� Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos. 
� Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e 
Culturais. 
� Convenção internacional sobre a eliminação de todas as 
formas de discriminação racial. 
A Carta das Nações Unidas, também conhecida como Carta de 
São Francisco, foi assinada em São Francisco (EUA), a 26 de junho de 1945, 
após o término da Conferência das Nações Unidas sobre Organização 
Internacional, entrando em vigor a 24 de Outubro daquele mesmo ano. O 
Brasil ratificou a mesma, promulgando a Carta das Nações Unidas por 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
40 
meio do Decreto nº 19.841/1945. 
A Carta de São Francisco possui as seguintes características: 
• Dividida em 19 capítulos. 
• Possui 111 artigos. 
• Tem um anexo: Estatuto da Corte Internacional de Justiça. 
• É um tratado. 
• Responsável pela constituição do Sistema ONU (conjunto 
de órgãos que formam as Nações Unidas) 
Mecanismos estabelecidos com base na Carta das Nações Unidas 
(mecanismos não-convencionais): 
o Conselho de Direitos Humanos (Que substituiu a Comissão 
de Direitos Humanos em 2006) 
o Revisão Periódica Universal (Um processo estabelecido em 
2006) 
O Conselho de Direitos Humanos é um dos principais órgãos 
internacionais de proteção aos direitos humanos no âmbito do sistema 
global, junto com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos 
Humanos. 
Quando esse Conselho era a Comissão de Direitos Humanos, ele 
desempenhou um importante papel na redação dos principais tratados de 
direitos humanos das Nações Unidas e por desenvolver o sistema de 
"relatores especiais". 
A revisão periódica universal, também chamada de exame 
periódico universal ou informe periódico universal, é um procedimento 
conduzido pelos Estados, sob a supervisão do Conselho de Direitos 
Humanos, no qual, cada Estado declara quais as medidas e providências 
que adotaram nos últimos anos para melhorar a situação dos direitos 
humanos em seus países e cumprir as obrigações internacionais pertinentes. 
 
Atenção! 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
41 
Carta das Nações Unidas ≠ Carta Internacional de Direitos Humanos 
 
A Carta das Nações Unidas (Carta de São Francisco) é o 
documento internacional responsável pela constituição do Sistema ONU, ou 
seja, o conjunto de órgãos e instrumentos das Nações Unidas. 
A Carta Internacional de Direitos Humanos é o conjunto de 
documentos internacionais formado pela Declaração Universal de Direitos 
Humanos, o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e o Pacto 
Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. 
A Declaração Universal de Direitos Humanos (DUDH), 
adotada em 1948, constitui tecnicamente uma recomendação que influencia 
os Estados na promoção dos direitos humanos. Ela teve a aprovação de 48 
Estados e 8 abstenções. 
A DUDH introduz a noção de indivisibilidade dos direitos 
humanos e estabelece duas categorias desses direitos: 
� Direitos civis e políticos (arts. 3º a 21). 
� Direitos econômicos, sociais e culturais (arts. 22 a 28). 
A DUDH possui as seguintes características: 
• Possui 30 artigos. 
• Apesar de tecnicamente ser uma recomendação, a 
doutrina atual tem considerado ela dotada da natureza de 
ato de organização internacional. 
A DUDH pode ser dividida em quatro partes: 
� 1ª parte (arts. 3 a 11): direitos individuais. 
� 2ª parte (arts. 12 a 17): direitos do indivíduo na sociedade 
e de participação política. 
� 3ª parte (arts. 18 a 21): liberdades políticas, públicas e 
religiosas. 
� 4ª parte (arts. 22 a 28): direitos econômicos, sociais e 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
42 
culturais. 
 
Os artigos finais tratam de aspectos que buscam dar 
sistematicidade e força à DUDH. 
Observa-se, mais uma vez, que a DUDH inclui tanto direitos 
relacionados à não-intervenção estatal, de índole liberal, como também os 
direitos de cunho econômico e social, que demandam a participação do 
Estado. 
A DUDH de 1948, tradicional e tecnicamente, tem sido 
considerada como portadora da natureza de recomendação, tendo sido 
veiculada por meio de uma resolução, não apresentando instrumentos ou 
órgãos próprios destinados a tornar compulsória sua aplicação. 
 
Observação: há uma tendência contemporânea que defende a 
juridicidade e vinculação da DUDH, trazendo alguns argumentos: 
- a Declaração Universal seria uma interpretação autorizada da 
expressão “direitos humanos” contida na Carta das Nações Unidas. 
- a Declaração Universal seria um costume internacional, 
portanto, uma fonte formal do direito internacional público, visto que a 
DUDH teria se convertido gradativamente em uma norma consuetudinária. 
- a Declaração Universal seria um ato de organização 
internacional, portanto, uma fonte não-codificada de direito internacional 
público (entendimento do CESPE em vários concursos). 
Portanto, o candidato deve ter cuidado, pois se o examinador 
cobrar de maneira peremptória (de forma seca e sem rodeios) que a DUDH 
é um “tratado” ou um documento com “força jurídica vinculante” sem 
fundamentar, é possível que ele esteja optando pelo entendimento 
tradicional, segundo o qual a DUDH não possui juridicidade e vinculação. 
No entanto, se houver pelo examinador uma “complementação” 
(uma breve explicação do por quê da DUDH ser obrigatória ou vinculante), é 
possível que ele esteja querendo do candidato um entendimento mais 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
43 
contemporâneo quanto a natureza jurídica da Declaração. 
Outro dado que merece atenção para o candidato é o fato de 
que a Declaração Universal dos Direitos Humanos NÃO cria, nem 
institui, quaisquer órgãos voltados para a efetivação de seus dispositivos, 
DIFERENTEMENTE do que ocorre com a Carta das Nações Unidas que 
prevê diversos órgãos responsáveis pela execução de suas disposições. 
O Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos foi adotado 
pela Assembléia Geral da ONU em 16/12/1966, passando a vigorar em 
23/03/1976, sendo incorporado pelo Brasil ao seu direito interno pelo 
Decreto nº 592, de 6 de julho de 1992. 
O PIDCP está estruturado da seguinte forma: 
� É um tratado internacional. 
� Normas autoaplicáveis. 
� Possui 53 artigos. 
� Objeto: normatizar e disciplinar os direitos civis e 
políticos. 
� Prevê um mecanismo convencional: o Comitê de 
Direitos Humanos. 
� Possui dois protocolos adicionais (ou facultativos): 
o 1º Protocolo: trata do Comitê de Direitos Humanos 
(sistemática de petições individuais). 
o 2º Protocolo: abolição da pena de morte. 
O PIDCP busca aplicar de forma imediata os direitos civis e 
políticos, ao invés de simplesmente enunciá-los como fez a DUDH. 
O PIDCP trata de direitos direcionados aos indivíduos. 
Principais “novidades” do PIDCP em relação à DUDH: 
• Pacto não só incorpora inúmeros dispositivos da DUDH, 
com maior detalhamento, como ainda estende o elenco 
desses direitos. 
• Pacto abriga novos direitos e garantias não incluídos na 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
44 
Declaração Universal. 
A quarta parte do Pacto trata de um importante mecanismo de 
implementação do PIDCP (mecanismo convencional do sistema global de 
direitos humanos) denominado: Comitê de direitos humanos. 
O Comitê de direitos humanos tem como atribuições principais: 
� Receber e analisar os relatórios sobre a situação dos 
direitos civis e políticos nos Estados que integram o PIDCP. 
� Receber denúncias formuladas contra Estado que integre o 
PIDCP por outros Estados ou particulares. 
As decisões do Comitê de Direitos Humanos NÃO possuem 
caráter vinculante, não sendo de cumprimento obrigatório. 
O Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais 
(PIDESC) foi adotado pela Assembléia Geral da ONU em 19/12/1966, 
sendo incorporado pelo Brasil ao seu direito interno pelo Decreto nº 591, de 
6 de julho de 1992. 
O PIDESC está estruturado da seguinte forma: 
� É um tratado internacional. 
� Normas de aplicação progressiva. 
� Possui 31 artigos. 
� Objeto: normatizar e disciplinar os direitos econômicos, 
sociais e culturais. 
� Prevê um mecanismo convencional: o Comitê de 
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. 
� Possui um protocolo facultativo: admissão de denúncias 
em relação ao descumprimento do Pacto. 
O PIDESC trata de direitos direcionados aos Estados. 
O Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais é um 
órgão de monitoramento específico para o PIDESC criado pela Resolução 
nº 1.985/17 do Conselho Econômico e Social da ONU (ECOSOC). 
Esse Comitê tornou-se o órgão do ECOSOC responsável pelo 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
45 
acompanhamento e análise dos relatórios encaminhados pelos Estados em 
virtude das disposições do PIDESC, por isso ele é um mecanismo 
convencional. 
Esse Comitê possui competências e procedimentos semelhantes 
aos do Comitê de Direitos Humanos. As principais diferenças entre ambos 
são as seguintes: 
• Documento internacional objeto de monitoramento. 
• No Comitê do PIDESC não há a possibilidade de 
apresentação de denúncias feitas por Estados em relação 
a outros Estados, nem de petições (reclamações) 
individuais (No Comitê de Direitos Humanos isso é 
possível). 
A Convenção internacional sobre a eliminação de todas as 
formas de discriminação racial foi adotada pela ONU em 21 de dezembro de 
1965, tendo sido incorporada pelo Brasil ao seu direito interno pelo Decreto 
nº 65.810, de 08 de dezembro de 1969. 
O conceito de discriminação racial inclui não apenas a 
discriminação por motivo de RAÇA, mas também pelos elementos: 
� Cor 
� Descendência ou origem étnica 
� Descendência ou origem nacional 
A Convenção NÃO inclui como discriminação racial, as seguintes 
práticas dos Estados: 
• Distinções entre cidadãos e não cidadãos (art. 1º, § 2º). 
• Normas estatais relativas à nacionalidade, cidadania e 
naturalização, desde que os Estados não discriminem 
qualquer nacionalidade em particular (art. 1º, § 3º). 
• Políticas de ação afirmativa (art. 1º, § 4º) 
Os Estados se obrigam a adotar políticas públicas destinadas a 
eliminar a discriminação racial, mesmo quando a discriminação é 
institucionalizada com apoio (expresso ou tácito) do Estado. 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
46 
O cumprimento das normas da Convenção Internacional sobre a 
Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial é uma atribuição que 
pertence a um mecanismo convencional chamado Comitê para a Eliminação 
da Discriminação Racial (CERD/CEDR), órgão criado pela própria 
Convenção (arts. 8 a 16). 
Um detalhe importanteé que a Convenção sobre Discriminação 
Racial foi o primeiro instrumento internacional de direitos humanos a 
introduzir mecanismo próprio de supervisão. 
Mecanismos utilizados pelo CEDR: 
� Denúncias preventivas 
� Denúncias entre Estados 
� Denúncias de particulares (indivíduos ou grupos) 
Para ser realizada uma denúncia perante o CEDR é obrigatório 
o esgotamento dos recursos internos, exceto quando o funcionamento 
desses recursos ultrapassar prazos razoáveis. 
Há também a Comissão de Conciliação ad hoc, que buscará 
solucionar amigavelmente os conflitos envolvendo a discriminação racial. 
De acordo com o Decreto nº 4.738/2003, o Brasil reconheceu, 
de pleno direito e por prazo indeterminado, a competência do CEDR para 
receber e analisar denúncias individuais de violação dos direitos humanos 
previstos na Convenção sobre Discriminação Racial. 
Por fim, as decisões do CEDR são destituídas de força jurídica 
obrigatória ou vinculante da mesma forma como acontece com as decisões 
do Comitê de Direitos Humanos. Assim, apenas é publicado um relatório 
anual elaborado pelo CEDR que é encaminhado à Assembléia Geral da ONU. 
A Convenção sobre a eliminação de todas as formas de 
discriminação contra a mulher (conhecida pela sigla em inglês CEDAW) foi 
adotada em 1979 pelas Nações Unidas. 
Os fundamentos da Convenção são os seguintes: 
• Eliminação da desigualdade. 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
47 
• Garantia da igualdade. 
A CEDAW, ou seja, a Convenção sobre a eliminação de todas as 
formas de discriminação contra a mulher possui as seguintes características: 
� Natureza de tratado internacional 
� Possui 30 artigos 
� Está dividida em 6 partes: 
o Parte I: arts. 1º a 6º (disposições gerais) 
o Parte II: arts. 7º a 9º (direitos políticos e de 
nacionalidade) 
o Parte III: arts. 10 a 14 (direitos específicos) 
o Parte IV: arts. 15 a 16 (igualdade perante a lei, 
instâncias judiciais, no casamento e na família) 
o Parte V: arts. 17 a 22 (Comitê CEDAW) 
o Parte VI: arts. 23 a 30 (Disposições finais) 
Conceito de discriminação contra a mulher: 
Artigo 1º - Para fins da presente Convenção, a expressão 
"discriminação contra a mulher" significará toda 
distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo e que 
tenha por objeto ou resultado prejudicar ou anular o 
RECONHECIMENTO, GOZO ou EXERCÍCIO pela mulher, 
independentemente de seu estado civil, com base na 
igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos 
e liberdades fundamentais nos campos político, 
econômico, social, cultural e civil ou em qualquer outro 
campo. 
A convenção recepciona a adoção de ações afirmativas como 
medida de obtenção da igualdade. 
A Convenção não enfrenta de forma explícita, ou seja, direta, a 
questão da violência doméstica contra a mulher. 
Atenção! O único documento internacional que o Brasil faz 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
48 
parte e que combate explicitamente a violência doméstica é a “Convenção 
Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a 
Mulher”, conhecida como Convenção de Belém do Pará, adotada pela 
Assembléia Geral da Organização dos Estados Americanos – OEA em 1994, 
trata-se de um tratado internacional pertencente ao sistema regional de 
direitos humanos. 
 
O principal mecanismo de monitoramento da Convenção é o 
Comitê sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a 
Mulher ou Comitê CEDAW, um MECANISMO CONVENCIONAL criado nos 
mesmos moldes de outros comitês como o CEDR (Comitê sobre Eliminação 
da Discriminação Racial). 
Em 1999, foi aprovado o Protocolo Adicional (ou Facultativo) à 
Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a 
Mulher. Esse Protocolo estabeleceu dois novos mecanismos de 
monitoramento: 
a) Mecanismo de petição (comunicações) apresentada por 
indivíduos ou grupo de indivíduos; 
b) Procedimento investigativo (inquéritos confidenciais) que 
habilita o Comitê CEDAW a investigar a existência de grave e 
sistemática violação aos direitos humanos das mulheres. 
 
Na atualidade, o Brasil reconhece todos os direitos em favor da 
igualdade de gênero estabelecidos na Convenção sobre a Eliminação de 
todas as formas de Discriminação contra a Mulher. 
 
A Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas 
cruéis, desumanos ou degradantes foi adotada em 1984 pela Assembléia 
Geral da Organização das Nações Unidas, por meio da Resolução nº 
39/1946. 
A Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
49 
cruéis, desumanos ou degradantes possui as seguintes características: 
� Natureza de tratado internacional 
� Possui 33 artigos 
� Está dividida em 3 partes: 
o Parte I: arts. 1º a 16 (disposições gerais e 
obrigações internacionais) 
o Parte II: arts. 17 a 24 (Comitê contra a Tortura) 
o Parte III: arts. 25 a 33 (Disposições finais) 
Conceito de tortura: 
1. Para os fins da presente Convenção, o termo "tortura" 
designa qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos 
agudos, físicos ou mentais, são infligidos 
intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou 
de uma terceira pessoa, informações ou confissões; de 
castigá-la por ato cometido; de intimidar ou coagir esta 
pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo 
baseado em discriminação de qualquer natureza; quando 
tais dores ou sofrimento são infligidos por um funcionário 
público ou outra pessoa no exercício de funções públicas, 
ou por sua instigação, ou com o seu consentimento ou 
aquiescência. Não se considerará como tortura as dores 
ou sofrimentos conseqüência unicamente de sanções 
legítimas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas 
decorram. 
A convenção é explicita e enfática em determinar que nada e 
nenhuma circunstância pode ser invocada como justificativa para a tortura 
(art. 2º da Convenção). 
Considera a tortura um crime que viola o Direito Internacional. 
Assim, os Estados Partes estão obrigados a punir os torturadores, 
independentemente do território onde a violação tenha ocorrido e da 
nacionalidade do violador e da vítima (arts. 5º a 8º). 
O principal mecanismo de monitoramento da Convenção é o 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) 
DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO 
AULA 12 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
50 
Comitê contra a Tortura, um MECANISMO CONVENCIONAL criado nos 
mesmos moldes de outros comitês como o CEDR (Comitê sobre Eliminação 
da Discriminação Racial). 
 
Atenção! O art. 22, parágrafo 2, da Convenção veda a 
recepção de comunicações anônimas ou que representem abuso de direito! 
 
Em 2002, foi adotado pela ONU o Protocolo Adicional (ou 
Facultativo) à Convenção. Esse Protocolo estabeleceu um sistema 
preventivo de visitas regulares a locais de detenção, para erradicar, 
definitivamente, a prática da tortura. 
Este Protocolo estabeleceu ainda a criação de um Subcomitê de 
Prevenção à Tortura, órgão responsável pelo sistema de visitas regulares. 
O Brasil ratificou esta Convenção em 1991, conforme o Decreto 
presidencial nº 40/1991. Já em relação ao Protocolo Adicional à Convenção, 
o Brasil se

Outros materiais