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Tese Agostinho DELTA

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1
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA 
Instituto de Geociências e Ciências Exatas 
Campus de Rio Claro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMPACTOS E CONDIÇÕES AMBIENTAIS DA ZONA 
COSTEIRA DO ESTADO DO PIAUÍ 
 
 
 
 
 
 
 Agostinho Paula Brito Cavalcanti 
 
 
 Orientador: Prof. Dr. José Carlos Godoy Camargo 
 
 
 
Tese de Doutorado apresentada junto ao Curso de Pós-Graduação em 
Geografia – Área de Concentração em Organização do Espaço para obtenção do 
Título de Doutor em Geografia 
 
 
 
 
 
Rio Claro (SP) 
2000 
 
 
 2
ÍNDICE 
 
 
 
 
Índice de cartas.................................................................................................... vii 
Índice de figuras................................................................................................... viii 
Índice de fotografias............................................................................................. x 
Índice de tabelas.................................................................................................. xiii 
Índice de quadros................................................................................................ xvii 
Índice de gráficos................................................................................................. xix 
 
 
Capítulo I – INTRODUÇÃO.................................................................................. 1 
1.1. Considerações gerais................................................................................. 1 
1.2. Identificação dos problemas....................................................................... 6 
1.3. Justificativas e objetivos............................................................................. 9 
1.4. Metodologia e técnicas de análise............................................................. 11 
Capítulo II – CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DAS ZONAS COSTEIRAS........ 19 
2.1. Zonas costeiras: uma revisão de conceitos ............................................... 19 
2.2. Classificação da zona costeira do Estado do Piauí.................................... 41 
Capítulo III – CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO................... 50 
3.1. Localização e descrição geográfica............................................................ 50 
3.2. Histórico da ocupação e processos antrópicos....................................... 58 
Capítulo IV – DIAGNÓSTICO AMBIENTAL......................................................... 68 
4.1. Processos da dinâmica natural costeira..................................................... 69 
4.2. Diagnóstico das potencialidades e limitações............................................. 97 
 4.2.1. Potencialidades naturais e antrópicas............................................ 98 
 4.2.2. Limitações naturais e antrópicas.................................................... 105
4.3. Caracterização das unidades ambientais costeiras................................... 111
 
 
 
 3
Capítulo V – AVALIAÇÃO E ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS............ 125 
5.1. As praias e os campos de dunas dissipadas............................................. 133 
5.2. Os campos de dunas estabilizadas............................................................ 157 
5.3. As planícies fluviais.................................................................................... 174 
5.4. As planícies flúvio-marinhas....................................................................... 194 
5.5. As planícies flúvio-lacustres....................................................................... 218 
5.6. Os tabuleiros costeiros............................................................................... 237 
Capítulo VI – PERSPECTIVAS ATUAIS DE DESENVOLVIMENTO................... 256 
6.1. Programas de manejo e sustentabilidade das unidades ambientais.......... 259 
 6.1.1. Programas de manejo das unidades ambientais........................... 260 
 6.1.2. Propostas de sustentabilidade ambiental...................................... 271 
6.2. Proposta de zoneamento costeiro.............................................................. 277 
6.3. Plano de gestão ambiental......................................................................... 297 
Capítulo VII – CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................... 313 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 324 
 
 
ANEXO 1 – Fundamentação legal para ocupação do espaço costeiro............... 332 
ANEXO 2 – Dados climáticos............................................................................... 337 
ANEXO 3 – Dados sócio-econômicos.................................................................. 348 
ANEXO 4 – Vista aérea tomadas por sobrevôo.................................................... 353 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4
 iv 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A meus pais Hamilton e Britinha e 
meus irmãos Eudes e Anna.... por toda uma 
vida de estímulo; 
A minha esposa Fátima e aos meus filhos 
Aline, Alano e Aléssio... como uma 
compensação pelo tempo que deixamos de 
ficar juntos. 
 
 v 
 5
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Este trabalho é resultado da colaboração conjunta de diversas pessoas e 
instituições, que cooperaram permanentemente para a sua 
consecução, aos quais agradeço, muito especialmente: 
Ao Professor Dr. José Carlos Godoy Camargo, do Departamento de Geografia 
do Instituto de Geociências e Ciências Exatas – IGCE da UNESP – Campus de Rio 
Claro, pela valiosa orientação, críticas e sugestões proporcionadas em todas as fases 
desse estudo; 
A Professora Dra. Lívia de Oliveira, pelo estímulo permanente e amizade 
fraterna; 
Aos colegas professores e funcionários do Departamento de Geografia e 
História da Universidade Federal do Piauí – UFPI, pela solicitude demonstrada 
durante meu afastamento; 
A Professora Ana Zélia C. Lima Castelo Branco, da Coordenação Geral de 
Capacitação de Docentes da UFPI, pelo estímulo e apoio dispensados; 
A Professora Doutoranda Marta Celina Linhares Sales da UFPI, ao Professor 
Dr. Luiz Botelho de Albuquerque da UFC e em especial ao Pedro Sales de 
Albuquerque pela amizade e ajuda constantes; 
Aos Professores do Departamento de Geografia da Universidade Federal do 
Ceará – UFC, em especial ao Dr. Edson Vicente da Silva, Dr. José Levi Furtado 
Sampaio e ao MSc. Raimundo Castelo Melo Pereira, pelo companheirismo e apoio 
ininterruptos; 
 
 
 6
 vi 
 Aos professores do Departamento de Geografia e Planejamento Regional do 
IGCE da UNESP – Campus de Rio Claro, em especial ao Dr. Adler Guilherme 
Viadana, Dr. Antonio Carlos Tavares, Dr. Antonio Christofoletti (in memoriam), Dr. 
Helmut Troppmair, Dra. Iandara Alves Mendes, Dra. Maria Juraci Zani dos Santos, Dr. 
Miguel Cezar Sanchez e Dra. Nádia Regina do Nascimento, pelos ensinamentos nas 
disciplinas cursadas e apoio irrestrito; 
A Professora Dra. Celina Foresti, do Departamento de Biociências da UNESP– Campus de Rio Claro, pelas sugestões na área de Sensoriamento Remoto; 
Aos Professores Dr. José Manuel Mateo Rodriguez e Dr. Arturo Rua de Cabo, 
da Universidade de Havana – Cuba, pela oportunidade de convivência e discussões 
de temas ligados à ciência geográfica; 
A Professora Doutoranda Liége de Souza Moura e a Professora MSc. 
Elisabeth Mary de Carvalho Baptista, do Departamento de Geografia da Universidade 
Estadual do Piauí - UESPI, pela amizade e estímulo permanentes; 
Aos colegas do Curso de Geografia do IGCE / UNESP – Campus de Rio Claro: 
Adriano Scalzitti, Ariclenes Polo Souza, Cristiano León Martins, Maria de Fátima 
Santos Gomes, Ricardo Wagner Ad-Víncula, Rogério Nomura , Renato dos Anjos 
Santos e Salvador Carpi Júnior, pelo apreço dispensado. 
 
 
 
 
 
 
 7
 vii 
 
 
Índice de Cartas Página 
 
 
Carta 1 - 
 
Base cartográfica e unidades ambientais...................................... 
 
117
Carta 2 - Dinâmica natural e impactos ambientais....................................... 132
 Carta 3 - Zoneamento costeiro..................................................................... 278
 Carta-imagem 1 – Zona costeira do Estado do Piauí..................................... 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 viii 
 
 8
 
Índice de Figuras Página 
 
 
Figura 1 - Diagrama esquemático das fontes de energia e sedimentos para 
a zona costeira (1.1). Perfil esquemático das zonas costeiras 
(1.2). Perfil esquemático dos diversos setores da zona costeira 
do Estado do Piauí (1.3)................................................................ 
 
 
 
49 
Figura 2 - Localização da área de estudo no contexto do continente 
americano e da região Nordeste do Brasil.................................... 
 
51 
Figura 3 - Diagrama esquemático da dinâmica natural na zona costeira do 
Estado do Piauí............................................................................. 
 
71 
Figura 4 - Zona costeira do Estado do Piauí.................................................. 74 
Figura 5 - Aspectos da dinâmica natural costeira do Estado do Piauí........... 76 
Figura 6 - Principais correntes marítimas do Atlântico Sul............................. 79 
Figura 7 - Transporte de sedimentos efetuado pelos ventos com saltação 
dos grãos de areia (7.1). Transporte de sedimentos efetuado 
pelos ventos com suspensão dos grãos de areia (7.2)................. 
 
 
84 
Figura 8 - Circulação das ondas e transporte de sedimentos........................ 87 
Figura 9 - Potencialidades da zona costeira do Estado do Piauí................... 103
Figura 10 - Limitações da zona costeira do Estado do Piauí........................... 109
Figura 11 - Deslocamento de sedimentos arenosos na praia devido a ação 
dos ventos alísios de NE (11.1). Transporte de sedimentos pela 
atuação das ondas e ventos, com posterior deposição na praia 
(11.2). Transporte de sedimentos, com exposição durante a 
baixa-mar e acumulação em forma de dunas (11.3)..................... 
 
 
 
 
134
Figura 12 - Principais impactos e estado ambiental nas praias e dunas 
dissipadas...................................................................................... 
 
155
 
 
 
 
 
 
 
 
 9
Figura 13 - Campo de dunas estabilizadas mostrando os estágios de 
evolução e os impactos ambientais. Início da seqüência através 
das formações pioneiras, seguidas pela vegetação 
subperenifólia arbustiva e arbórea, responsáveis pela 
bioestabilização do relevo dunar (13.1). Avanço de sedimentos 
arenosos devido o desmatamento com introdução de culturas de 
subsistência e pecuária extensiva (13.2)....................................... 
 
 
 
 
 
 
158
Figura 14 - Principais impactos e estado ambiental nas dunas estabilizadas.. 172
Figura 15 - Blocos-diagrama mostrando a planície fluvial do rio Parnaíba 
(15.1); Igarassu (15.2); Camurupim (15.3) e Ubatuba (15.4)........ 
 
177
Figura 16 - Principais impactos e estado ambiental na planície fluvial............ 192
Figura 17 - Blocos-diagrama da planície flúvio-marinha do rio Parnaíba 
(17.1) e dos rios Cardoso / Camurupim (17.2).............................. 
 
196
Figura 18 - Principais impactos e estado ambiental na planície flúvio-
marinha......................................................................................... 
 
216
Figura 19 - Principais impactos e estado ambiental na planície flúvio-lacustre 235
Figura 20 - Principais impactos e estado ambiental no tabuleiro costeiro........ 254
 
 
 
 
 
 
 
 x 
 
Índice de Fotografias Página 
 
 10
 
Foto 1 - Movimento orbital da onda próximo à praia (1.1) Maré alta 
próximo a localidade Pedra do Sal – PI (1.2)................................ 
 
89 
Foto 2 - Flecha costeira próxima a localidade Barra Grande – PI.............. 93 
Foto 3 - Praias e dunas dissipadas com deposição de areias formadas 
por quartzo, em constante deslocamento devido a deflação 
eólica, próximo à praia de Atalaia.................................................. 
 
 
137
Foto 4 - Areias quartzosas marinhas depositadas na praia Peito de Moça 
(4.1). Dunas dissipadas, próximo a localidade Tatus (4.2). Dunas 
dissipadas com formação de reservatórios de água, próximo a 
Ilha Grande (4.3). Dunas em formação com ocorrência de ripple-
marks, próximo a localidade Sobradinho (4.4).............................. 
 
 
 
 
140
Foto 5 - Ocorrência dos recifes da Pedra do Sal (5.1). Praia de Itaqui 
(5.2) e localidade de Cajueiro da Praia (5.3)................................. 
 
146
Foto 6 - Impactos ambientais nas praias e dunas dissipadas. Construção 
de habitações, próximo a Pedra do Sal (6.1). Turismo pontual e 
urbanização na praia de Atalaia (6.2). Atividades comerciais e de 
recreação e lazer na praia do Macapá (6.3). Turismo pontual e 
lazer na praia da Barra Grande (6.4)............................................. 
 
 
 
 
150
Foto 7 - Dunas estabilizadas com recobrimento vegetal e intensos 
processos de edafização, próximo a praia da Pedra do Sal.......... 
 
161
Foto 8 - Avanço de dunas devido o desmatamento com recobrimento de 
áreas da planície flúvio-lacustre do lago Sobradinho (8.1). Dunas 
estabilizadas por espécies pioneiras e gramíneo-herbáceas, 
próximo a localidade Ilha Grande (8.2). Dunas em processo de 
estabilização com proteção artificial devido o avanço sobre áreas 
residenciais, próximo a Luís Correia.............................................. 
 
 
 
 
 
168
 
 
 
 
 
Foto 9 - Planície fluvial do rio Parnaíba com ocorrência de meandros em 
 11
áreas de acumulação de sedimentos............................................. 179
Foto 10 - Impactos ambientais na planície fluvial. Navegação com 
derramamento de óleo – rio Parnaíba (10.1). Urbanizaçãocom 
atividades comerciais e industriais – rio Igarassu (10.2). 
Extrativismo vegetal – rio Camurupim (10.3). Desmatamento e 
erosão das margens – rio Ubatuba (10.4)..................................... 
 
 
 
 
189
Foto 11 - Planície flúvio-marinha com deposição de sedimentos 
halomórficos, recobertos por manguezais no rio Parnaíba (11.1), 
rio Igarassu (11.2), rio Camurupim (11.3) e rio Ubatuba (11.4)..... 
 
 
201
Foto 12 - Impactos ambientais na planície flúvio-marinha. Cultura de arroz 
– rio Parnaíba (12.1). Construção de salinas – rio Igarassu 
(12.2). Espécies invasoras devido o desmatamento – rio 
Camurupim (12.3). Pesca predatória – rio Ubatuba (12.4)............ 
 
 
 
211
Foto 13 - Planície flúvio-lacustre em áreas de sedimentação e solos 
hidromórficos na lagoa do Portinho (13.1) e no lago Sobradinho 
13.2)............................................................................................... 
 
 
223
Foto 14 - Impactos ambientais na planície flúvio-lacustre. Desmonte de 
dunas e construção de habitações na lagoa do Portinho (14.1). 
Desmatamento e assoreamento das margens do lago 
Camurupim (14.2). Desmatamento e erosão das margens do 
lago Sobradinho (14.3).................................................................. 
 
 
 
 
231
Foto 15 - Superfície aplainada dissecada do relevo tabuliforme, com 
sedimentos da Formação Barreiras e predomínio de material 
areno-argiloso, próximo a localidade Camurupim (15.1) e a 
localidade Jabuti (15.2).................................................................. 
 
 
 
239
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto 16 - Impactos ambientais nos tabuleiros costeiros. Desmatamento e 
 12
compactação do solo para construção da via de acesso a 
localidade Barra Grande (16.1). Retirada de madeira para 
utilização como combustível na localidade Carapeba (16.2). 
Desmatamento e queimadas, próximo a localidade Queimadas 
(16.3). Desmatamento e deposição de resíduos sólidos, próximo 
a cidade de Cajueiro da Praia (16.4)............................................. 
 
 
 
 
 
247
Foto 17 - Desembocadura do rio Igarassu, próximo a cidade de Luís 
Correia (17.1). Planície flúvio-marinha do rio Igarassu (17.2). 
Campo de dunas dissipadas, próximo a lagoa do Portinho (17.3). 
 
 
354
Foto 18 - Planície fluvial do rio Cardoso (18.1). Planície fluvial do rio 
Camurupim (18.2). Campo de dunas dissipadas próximo a 
localidade Sobradinho (18.3)......................................................... 
 
 
355
Foto 19 - Campo de dunas dissipadas e estabilizadas próximo a 
localidade Pedra do Sal (19.1). Campo de dunas estabilizadas 
com recobrimento vegetal, próximo a cidade de Ilha Grande 
(19.2). Urbanização – cidade de Luís Correia (19.3)..................... 
 
 
 
356
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 xiii 
 
 
 
 13
Índice de Tabelas Página 
 
 
Tabela 1 - Correntes de maré...................................................................... 81 
Tabela 2 - Variações do nível das marés de acordo com as fases da Lua.. 91 
Tabela 3 - Dados quantitativos das unidades ambientais predominantes.... 124
Tabela 4 - Levantamento preliminar das espécies da vegetação pioneira 
das praias e dunas dissipadas.................................................... 
 
142
Tabela 5 - Levantamento preliminar das espécies da vegetação gramíneo-
herbácea das praias e dunas dissipadas.................................... 
 
142
Tabela 6 - Levantamento preliminar das principais espécies da ictiofauna 
marinha........................................................................................ 
 
144
Tabela 7 - Levantamento preliminar das principais espécies de moluscos 
das praias e dunas dissipadas.................................................... 
 
144
Tabela 8 - Levantamento preliminar das principais espécies da avifauna 
das praias e dunas dissipadas.................................................... 
 
145
Tabela 9 - Levantamento preliminar das espécies da vegetação gramíneo-
herbácea das dunas estabilizadas.............................................. 
 
163
Tabela 10 - Levantamento preliminar das espécies da vegetação 
subperenifólia das dunas estabilizadas....................................... 
 
164
Tabela 11 - Levantamento preliminar das espécies da avifauna das dunas 
estabilizadas............................................................................... 
 
165
Tabela 12 - Levantamento preliminar das principais espécies de répteis das 
dunas estabilizadas..................................................................... 
 
166
Tabela 13 - Levantamento preliminar das principais espécies de mamíferos 
das dunas estabilizadas............................................................. 
 
166
Tabela 14 - Levantamento preliminar das espécies da vegetação 
subperenifólia ribeirinha da planície fluvial.................................. 
 
183
 
 
 xiv 
 
 
Tabela 15 - Levantamento preliminar das principais espécies da avifauna 
 14
da planície fluvial......................................................................... 184
Tabela 16 - Levantamento preliminar das principais espécies da ictiofauna 
da planície fluvial......................................................................... 
 
185
Tabela 17 - Levantamento preliminar das principais espécies de répteis da 
planície fluvial.............................................................................. 
 
185
Tabela 18 - Levantamento preliminar das principais espécies de mamíferos 
da planície fluvial......................................................................... 
 
186
Tabela 19 - Levantamento das principais espécies frutíferas da planície 
fluvial........................................................................................... 
 
188
Tabela 20 - Levantamento preliminar das espécies da vegetação perenifólia 
de mangue da planície flúvio-marinha......................................... 
 
203
Tabela 21 - Levantamento preliminar das principais espécies da avifauna 
da planície flúvio-marinha............................................................ 
 
204
Tabela 22 - Levantamento preliminar das principais espécies da ictiofauna 
da planície flúvio-marinha............................................................ 
 
205
Tabela 23 - Levantamento preliminar das principais espécies de moluscos 
da planície flúvio-marinha........................................................... 
 
206
Tabela 24 - Levantamento preliminar das principais espécies de crustáceos 
da planície flúvio-marinha........................................................... 
 
207
Tabela 25 - Dados quantitativos dos reservatórios de água.......................... 224
Tabela 26 - Levantamento preliminar das espécies da vegetação 
subperenifólia ribeirinha e aquática da planície flúvio-marinha... 
 
226
Tabela 27 - Levantamento preliminar das principais espécies da ictiofauna 
da planície flúvio-lacustre............................................................ 
 
227
Tabela 28 - Levantamento preliminar das principais espécies de crustáceos 
e moluscos da planícieflúvio-lacustre......................................... 
 
228
Tabela 29 - Levantamento preliminar das principais espécies da avifauna 
da planície flúvio-lacustre............................................................ 
 
228
 
 xv 
 
Tabela 30 - Levantamento preliminar das espécies da vegetação 
subcaducifólia arbórea-arbustiva do tabuleiro costeiro................ 
 
243
 15
Tabela 31 - Levantamento preliminar das principais espécies da avifauna 
do tabuleiro costeiro.................................................................... 
 
244
Tabela 32 - Levantamento preliminar das principais espécies de répteis do 
tabuleiro costeiro.......................................................................... 
 
245
Tabela 33 - Levantamento preliminar das principais espécies de mamíferos 
do tabuleiro costeiro.................................................................... 
 
245
Tabela 34 - Levantamento preliminar das principais espécies forrageiras do 
tabuleiro costeiro......................................................................... 
 
249
Tabela 35 - Levantamento das principais espécies frutíferas do tabuleiro 
costeiro........................................................................................ 
 
251
Tabela 36 - Propostas para a Zona de Proteção Permanente (ZPP)............. 281
Tabela 37 - Propostas para a Zona de Compensação (ZCP)......................... 283
Tabela 38 - Propostas para a Zona de Ecoturismo (ZEC).............................. 285
Tabela 39 - Propostas para a Zona de Reserva Extrativista (ZRE)................ 288
Tabela 40 - Propostas para a Zona de Urbanização Prioritária 
(ZUP)............. 
290
Tabela 41 - Levantamento das principais espécies de hortaliças 
recomendáveis para a zona de agricultura.................................. 
 
294
Tabela 42 - Propostas para a Zona de Aquicultura e Agricultura (ZAA)......... 296
Tabela 43 - Levantamento das principais instituições públicas e privadas..... 299
Tabela 44 - Levantamento preliminar das espécies vegetais utilizadas para 
fins medicinais............................................................................. 
 
302
Tabela 45 - Banco de dados pluviométricos................................................... 339
Tabela 46 - Balanço hídrico segundo Thornthwaite e Mather (1955)............ 347
Tabela 47 - Domicílios rurais e urbanos......................................................... 349
Tabela 48 - População urbana-rural, área e densidade demográfica............. 349
Tabela 49 - População em idade escolar segundo o nível de ensino e taxa 
de analfabetismo de crianças e adultos...................................... 
 
350
 
 xvi 
 
 
Tabela 50 - Agricultura permanente – Área plantada (Ha)............................. 350
 16
Tabela 51 - Agricultura temporária – Área plantada (Ha)................................ 351
Tabela 52 - Efetivo dos rebanhos – Cabeças................................................. 351
Tabela 53 - Número de unidades de saúde e leitos segundo município........ 352
Tabela 54 - Proporção de chefes de domicílios com renda mensal até ½ 
salário mínimo e analfabetos....................................................... 
 
352
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 xvii 
 
 
 
 
 17
Índice de Quadros Página 
 
 
Quadro 1 - Síntese das unidades ambientais com seus respectivos 
indicadores naturais.................................................................... 
 
116
Quadro 2 - Síntese das unidades ambientais, com determinação dos 
indicadores naturais, potencialidades, limitações e impactos 
ambientais................................................................................... 
 
 
122
Quadro 3 - Seqüência do processo de degradação das unidades 
ambientais................................................................................... 
 
126
Quadro 4 - Características naturais e antrópicas dominantes e seus 
respectivos índices de artificialização, uso da terra e 
recomendações para ocupação................................................... 
 
 
129
Quadro 5 - Características dos solos das praias e dunas dissipadas............ 139
Quadro 6 - Síntese do diagnóstico ambiental – Praias e dunas dissipadas.. 152
Quadro 7 - Síntese da avaliação dos impactos ambientais – Praias e dunas 
dissipadas.................................................................................... 
 
152
Quadro 8 - Características dos solos das dunas estabilizadas..................... 162
Quadro 9 - Síntese do diagnóstico ambiental – Dunas estabilizadas............ 169
Quadro 10 - Síntese da avaliação dos impactos ambientais – Dunas 
estabilizadas................................................................................ 
 
170
Quadro 11 - Características dos solos da planície fluvial................................ 181
Quadro 12 - Síntese do diagnóstico ambiental – Planície fluvial..................... 190
Quadro 13 - Síntese da avaliação dos impactos ambientais – Planície fluvial. 191
Quadro 14 - Características dos solos da planície flúvio-marinha................... 200
Quadro 15 - Síntese do diagnóstico ambiental – Planície flúvio-marinha........ 213
Quadro 16 - Síntese da avaliação dos impactos ambientais – Planície flúvio-
marinha....................................................................................... 
215
Quadro 17 - Características dos solos da planície flúvio-lacustre................... 220
 xviii 
 
 
 
 18
Quadro 18 - Síntese do diagnóstico ambiental – Planície flúvio-lacustre........ 232
Quadro 19 - Síntese da avaliação dos impactos ambientais – Planície flúvio-
lacustre........................................................................................ 
 
233
Quadro 20 - Características dos solos do tabuleiro costeiro........................... 241
Quadro 21 - Síntese do diagnóstico ambiental – Tabuleiro costeiro............... 248
Quadro 22 - Síntese da avaliação dos impactos ambientais – Tabuleiro 
costeiro........................................................................................ 
 
253
Quadro 23 - Potencialidades e fragilidades para aplicação da 
sustentabilidade ambiental na zona costeira do Estado do 
Piauí............................................................................................ 
 
 
273
Quadro 24 - Síntese da gestão ambiental – Infra-estrutura urbana e dos 
serviços....................................................................................... 
 
301
Quadro 25 - Síntese da gestão ambiental – Potencial natural........................ 312xix 
 
 
 
 19
 
Índice de Gráficos 
Página 
 
 
Gráfico 1 - Direção e velocidade dos ventos – Média mensal (m/s).............. 86 
Gráfico 2 - Precipitação – Total anual (mm).................................................. 340
Gráfico 3 - Precipitação – Média mensal (mm)............................................. 341
Gráfico 4 - Temperatura média (máxima, média e mínima) mensal (oC)...... 342
Gráfico 5 - Umidade relativa do ar – Média mensal (%)................................ 343
Gráfico 6 - Evaporação – Média mensal (mm).............................................. 344
Gráfico 7 - Direção e velocidade dos ventos – Média mensal (m/s).............. 345
Gráfico 8 - Insolação mensal (horas)............................................................. 346
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 20
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
 
 
 
 
 
 21
 
 22
 
 
 
Capítulo I 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 
 
A ciência geográfica necessita atualmente elaborar novos critérios conceituais, 
novas técnicas e meios mais eficientes para estudar as relações que ocorrem entre 
os fenômenos naturais e sociais. Isto só será conseguido através de trabalhos 
constantes e intensivos de caráter específico, em setores ou aspectos particulares da 
Geografia. 
Considerando-se que a organização do espaço é tarefa primordial do geógrafo, 
e que este espaço é composto por diferentes ambientes naturais e antrópicos, deve-
se avaliar as estruturas e processos atuantes na sua dinâmica, de conformidade com 
o caráter interdisciplinar requerido pela ciência geográfica. 
A difusão de métodos e técnicas adequadas de manejo do meio ambiente, como 
estratégia de utilização plena e equilibrada dos recursos naturais cumpre seu papel 
nos processos de desenvolvimento e planejamento. 
A civilização contemporânea, através da urbanização e de inovações 
tecnológicas, trouxe consigo uma série de transformações no meio natural e, se 
resultados benéficos têm advindo para a humanidade, problemas vêm se 
acumulando ao longo do tempo. 
A formação de uma consciência ambiental sobre as necessidades de 
preservação e da procura do equilíbrio ecológico, não decorre simplesmente de uma 
ordenação de leis ou de normas, mas que se dê ênfase a uma ampla e persistente 
pesquisa científica, aliada a uma efetiva ação educativa, através dos quais se 
disseminem valores e atitudes em relação aos recursos naturais. 
 23
A ocupação de extensas áreas naturais, o aproveitamento e utilização dos seus 
recursos de forma predatória, constituem atualmente a nível mundial, um sinal 
desalentador da expansão das fronteiras econômicas da atividade produtiva. 
Nas zonas costeiras ocorrem a maior concentração da produtividade biológica 
do planeta, localizada ao longo de uma faixa relativamente estreita, formada pelas 
plataformas continentais e limites das planícies costeiras. 
Encontram-se ainda os habitats mais produtivos e diversos, vitais para a 
proteção da costa e fornecedora de alimento e abrigo para uma variedade de 
espécies, inclusive o homem. 
Na utilização dos recursos fornecidos pelo ambiente costeiro, com o intuito de 
atingir os objetivos de desenvolvimento, sem a simultânea degradação da qualidade 
do meio ambiente, é preciso novos mecanismos que possibilitem a avaliação 
adequada desses recursos. Estes mecanismos abrangem atitudes conscientes e 
ações objetivas, onde procura-se analisar a importância das zonas costeiras, 
determinando as necessidades de cada setor e como integrar a conservação ao 
desenvolvimento. 
No território brasileiro, as ações governamentais, a legislação pertinente e o 
setor privado não tem levado em consideração os danos resultantes da apropriação 
indevida dos recursos naturais disponíveis e nem sempre renováveis. 
De acordo com SILVEIRA (1968), a análise das costas brasileiras, considerados 
seus tipos, características e articulações, deve constituir preocupação fundamental 
para aqueles que desejam interpretar a evolução do Brasil e compreender os 
complexos geográficos que em seu território se formam. Se o litoral brasileiro, em si, 
já representa vasto campo de estudos, as relações dessa porção do país com o 
interior são chaves para explicações de numerosas questões, cujo esclarecimento 
fundamenta a interpretação da Geografia e da História brasileiras. 
Faz-se necessário compreender que o ambiente costeiro brasileiro é composto 
por sistemas naturais que estão relacionados através de seus componentes físicos, 
 24
biológicos e antrópicos, e que o estado atual de sua ocupação estão indicados pela 
alteração de áreas representadas principalmente pela especulação imobiliária. 
Os impactos ambientais induzidos pela pressão humana são extremamente 
significativos nas áreas costeiras, trazendo sérios problemas, sendo muitas vezes 
superior a capacidade de assimilação dos sistemas naturais. 
Pelo fato de um significativo contingente populacional habitarem estas áreas, 
ocorrem intensas pressões, com a capacidade de suporte de seus recursos sendo 
excedida. 
A população é um importante indicador das mudanças, com sua composição e 
amplitude, afetando diretamente o caráter do desenvolvimento ou a imposição dos 
impactos sobre os sistemas naturais. 
As atividades humanas interferem nos processos naturais e a proteção do 
sistema ambiental costeiro é necessária para a continuidade da vida. Os ambientes 
terrestres e marinhos são sistemas totalmente integrados e suas partes estão 
interrelacionadas e dependentes, onde a alteração de um componente influi em 
outras partes e na disfunção do sistema como um todo. 
As pressões exercidas pela presença do homem produzem necessidades como 
a construção de moradias, hotéis, restaurantes, lojas, etc., requerendo uma infra-
estrutura básica (estradas, pontes, saneamento, loteamentos, eletrificação, etc.), 
cada um exercendo pressões no ambiente ou produzindo vários impactos negativos, 
como a locação de materiais impróprios, suporte da infra-estrutura e modificação do 
escoamento superficial e a drenagem subterrânea. 
O impacto acumulativo devido ao uso da água provoca mudanças no potencial 
hidrológico, resultando em intrusões de água salgada, pela contaminação orgânica e 
inorgânica e pela disposição do lixo. 
Os impactos advindos de um simples projeto podem ser minimizados em uma 
certa extensão; poderá tornar-se parte de um problema ecológico, principalmente em 
 25
áreas que possuem recursos sensíveis (praias, campo de dunas, planícies fluviais, 
planícies flúvio-marinhas, planícies flúvio-lacustres e tabuleiros costeiros), sendo 
particularmente vulneráveis a acumulação dos impactos. 
Para o estudo dos impactos ambientais necessita-se de uma metodologia capaz 
de integrar diferenciadas considerações sobre os recursos naturais e os fatores 
antrópicos, garantindo a proteção e aproveitamento de acordo com os objetivos 
propostos, devido principalmente ao avanço do conhecimento científico dos recursos 
naturais e o aperfeiçoamento de novos métodos e técnicas. 
Nas últimas décadas tem havido modificações na zona costeira piauiense, 
devido as transformações mais amplas que atingem toda a sociedade, tais como os 
processos de urbanização e demanda de serviços. 
Há uma busca permanente por uma maior ocupação do espaço costeiro 
piauiense, com a população avançando sobre esta área ampliando o domínio das 
atividades indiretas de exploração do solo, através do incremento de novas 
edificações; da expansão de obras para recreação e lazer e da crescente 
transformação da terra. 
Este é o quadrogeral da zona costeira do Estado do Piauí, onde os estudos 
mais detalhados poderão mostrar a dinâmica natural e os impactos ambientais, 
devendo ser entendido como um detalhamento das potencialidades e limitações para 
uso em gerenciamento dos recursos naturais e formas de utilização, tanto a nível de 
conhecimento da costa piauiense, como também pelos encaminhamentos 
metodológicos utilizados neste estudo. 
Neste sentido, ao se propor ações sistemáticas visando a conservação do meio 
ambiente e a implantação de métodos de desenvolvimento em bases sustentáveis, o 
estudo dos impactos e da sustentabilidade ambiental, consubstancia a cidadania, 
onde os segmentos da sociedade costeira piauiense serão responsáveis pela 
qualidade de vida, cabendo-lhes decidir sobre esta questão no cotidiano e de forma 
permanente. 
 26
Este estudo preocupa-se essencialmente em fomentar ações que levem à 
relação equilibrada do ser humano com seu ambiente, objetivando a sustentabilidade 
do processo de desenvolvimento, incentivando atitudes de respeito às comunidades 
tradicionais e às culturas locais. 
Um diagnóstico obtido da análise dos recursos naturais com a integração das 
características dos mesmos e as condições de degradação da superfície permitirão a 
tomada de decisões sobre a capacidade de uso. Baseando-se em informações 
agregadas pela integração de cartas, representando os aspectos naturais do espaço 
e as atividades sócio-econômicas, recorrendo a um conjunto de medidas que possam 
ser utilizadas de acordo com um amplo trabalho de difusão dos princípios teóricos e 
práticos da ciência geográfica. 
Este trabalho de pesquisa, sob o título “Impactos e condições ambientais da 
zona costeira do Estado do Piauí”, corresponde a tese de Doutorado do curso de 
Pós-Graduação em Geografia, da Universidade Estadual Paulista – UNESP / 
Campus de Rio Claro – SP, onde foi possível desenvolver estudos e pesquisas na 
área de Organização do Espaço, com professores e estudantes brasileiros e 
estrangeiros, de diferentes setores no âmbito da ciência geográfica. 
Com a visão interdisciplinar efetivada durante o curso, pode-se ampliar a 
atuação profissional e desenvolver novos métodos de investigação, direcionados ao 
uso, planejamento, manejo e gestão do espaço. 
A opção da área de pesquisa na zona costeira piauiense, deve-se ainda a 
significativa importância ecológica e econômica para o Estado e para a Região. 
As investigações tiveram por objetivo, obter resultados e alternativas aplicáveis 
em benefício da população e do espaço local, incluindo a harmonia das relações da 
sociedade com o meio natural, permitindo uma convivência equilibrada a longo prazo. 
 
 
 
 
 
 27
 
1.2. IDENTIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS 
 
 
A identificação dos problemas é uma questão que decorre de situações 
específicas da área a ser estudada, estando relacionada aos fenômenos ou variáveis 
que serão investigadas na pesquisa. 
As variáveis propostas são decorrentes da ação dos ventos, ondas, marés, 
correntes marinhas e atividades antrópicas, todas contribuindo para a evolução da 
área, seja através da dinâmica natural e/ou impactos ambientais. 
A partir do reconhecimento das condições existentes, experimentados ao longo 
do processo histórico de ocupação e das atividades antropogênicas, responsáveis 
pelas transformações dos fluxos de energia e matéria e pelas modificações na 
estrutura e funcionamento do ambiente costeiro e seus componentes, foram 
identificados os principais problemas, assim estabelecidos: 
1. Transformação dos processos naturais, responsáveis pela determinação do 
clima, do ar e das águas, da reciclagem de elementos essenciais e da 
gênese e regeneração dos solos. 
2. Redução da diversidade biológica e conseqüente diminuição da variedade de 
ecossistemas e do potencial genético das espécies. 
3. Avanço de dunas provocado pela deflação eólica, com transporte de 
sedimentos arenosos, favorecendo o recobrimento da vegetação, 
soterramento dos canais fluviais, áreas residenciais e de cultivos. 
4. Modificações ambientais no meio hídrico, devido a inundações periódicas, 
formação de lagoas e solapamento das margens dos cursos de água. 
5. Intensificação da ocupação dos núcleos populacionais, com crescente 
especulação imobiliária, provocando emigração dos nativos, aumento do 
custo de vida e conflitos da terra. 
 28
Estes problemas expressam relações entre duas ou mais variáveis, implicando 
na possibilidade de testes e obtendo-se evidências reais sobre as relações 
apresentadas, inerente a própria natureza da ciência geográfica, que consiste em 
testar relações entre os fenômenos naturais e antrópicos.. 
Como resultado, numa ampla área de pesquisa, como nos estudos geográficos, 
é interessante fornecer um banco de dados básicos, que possa ser utilizado no futuro 
para geração e testes de hipóteses. 
Na formulação das idéias para a contextualização de uma hipótese, algumas 
dificuldades tornam-se consideráveis, pois a identificação dos problemas e os seus 
estudos em potencial requerem uma certa objetividade, geralmente trabalhando-se 
com uma ou mais hipóteses. 
Estas idéias deverão ser trabalhadas e complementadas com a utilização de 
documentos, tais como: mapas, fotografias aéreas, cartas temáticas e imagens 
orbitais, que estabelecem os padrões de mudanças em um passado recente; 
derivando um conhecimento prévio, leitura contínua das fontes de dados, intuição e 
familiaridade com a questão proposta, aliada a disponibilidade de estudos específicos 
e técnicas adequadas. 
O resultado de uma interpretação em termos de hipótese original, depende 
ainda da amplitude das mudanças ambientais ocorridas durante um dado período e 
os efeitos das atividades humanas antes das fases citadas, durante e depois da 
ocupação da área. 
Seguindo-se estes procedimentos, pode-se testar as hipóteses relacionadas a 
zona costeira do Estado do Piauí, a partir: 
- do papel exercido como ponto de redimensionamento da interação oceano-
continente; 
- do relacionamento entre a localização geográfica e as características 
naturais em função dos ventos, marés, ondas e correntes; 
 29
- do poder dos impactos ambientais exercidos sobre as unidades 
componentes, em função das interferências humanas. 
O redimensionamento da interação oceano-continente refere-se a zona costeira 
dentro de seus limites atuais, definida como a superfície compreendida entre os 
níveis da máxima preamar e a mínima baixamar, acrescida no continente a área 
influenciada pelas forças marinhas, havendo portanto, uma penetração entre os 
domínios submarino e terrestre. 
A relação entre a localização geográfica e as características naturais refere-se 
ao posicionamento da área no contexto regional e a dinâmica natural, através das 
ações que intervêem os ventos, marés, ondas e correntes marítimas como fatores 
responsáveis pela morfologia costeira atual. 
A geração dos impactos ambientais através das interferências antrópicas, 
refere-se ao diagnóstico e avaliação com um sistemático processo de revisão e 
controle ambiental. 
 Estas hipóteses enunciam relações que deverão ser estudadas e que serão 
testadas na pesquisa, tornando-se necessário identificar clara e inteiramente suas 
variáveis e deduzir suas implicações no contexto da área. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30
1.3. JUSTIFICATIVAS E OBJETIVOS 
 
 
Devido a complexidade natural e a intensidade da intervenção do homem na 
organização do espaço costeiro, merecendo especial atenção quanto a manutenção 
de seu equilíbrio, utilização racional e conhecimento detalhado de sua estrutura e 
funções, dentro de uma visão geográfica, justifica-se esta pesquisapelo fato de: 
• estabelecer critérios técnicos e científicos entre os atributos naturais e 
humanos, visando um planejamento coerente com a legislação ambiental, 
com as perspectivas políticas e administrativas e com os anseios da 
comunidade; 
• fornecer uma análise de caráter geográfico, proporcionando subsídios 
teóricos e metodológicos para a abordagem da dinâmica natural, avaliação 
de impactos ambientais e elaboração de prognóstico em áreas costeiras; 
• propor medidas objetivas ao planejamento integrado, estabelecendo 
critérios para seu pleno desenvolvimento e efetivação. 
Trata-se, portanto, de um estudo que procura desenvolver um modelo das 
relações entre os sistemas naturais e antrópicos, tendo como ponto fundamental a 
dinâmica natural e os impactos provenientes das interferências humanas, sob a ótica 
da ciência geográfica. 
Considerando de fundamental importância nos estudos geográficos a visão 
integrada do espaço, direcionada ao conjunto dos fatores naturais e suas 
interdependências, aliados a fatores de ordem sócio-econômica e político-
administrativas, esta pesquisa tem como objetivo principal o estudo das unidades 
ambientais da zona costeira do Estado do Piauí, fundamentado através da análise 
das condições naturais; dos impactos decorrentes das atividades antrópicas e na 
identificação de suas potencialidades e problemas, com o intuito de oferecer 
subsídios para a organização do espaço. 
 
 31
Como objetivos específicos, considerados a partir de uma concepção de análise 
geográfica, foram relacionados os seguintes: 
1. Inventário e caracterização geográfica da área considerando-se a análise da 
literatura, do material cartográfico e trabalho de campo; 
2. Avaliação do processo histórico de ocupação, servindo para determinar a 
evolução originada pelas interferências humanas; 
3. Levantamento e análise dos aspectos naturais do espaço, visando o 
conhecimento de suas potencialidades e limitações; 
4. Localização e análise dos impactos ambientais, correlacionando suas 
causas, efeitos e conseqüências para a área; 
5. Propostas e alternativas de manejo, considerando o atual estado de 
utilização e proteção ambiental; 
6. Prognóstico e zoneamento ambiental, oferecendo efetiva contribuição para o 
desenvolvimento em bases sustentáveis. 
Estes objetivos permitirão chegar a conclusões que contribuirão para aumentar 
o conhecimento científico e fornecer informações aos órgãos públicos, que efetuam o 
planejamento regional e a própria comunidade, que terá um modelo de 
aproveitamento e preservação, resultado da análise da dinâmica e do diagnóstico 
ambiental, necessários para um adequado desenvolvimento da área. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 32
 
1.4. METODOLOGIA E TÉCNICAS DE ANÁLISE 
 
 
A análise da metodologia em Geografia, no sentido de uma compreensão mais 
clara da natureza desta ciência, passa necessariamente pelo estabelecimento de um 
avanço entre a preocupação descritiva e contemplativa do passado e a preocupação 
crítica e/ou de intervenção na organização do espaço no presente. 
Os métodos de investigação científica apresentam-se como um conjunto de 
normas e de passos lógicos que devem ser satisfeitos, caso se deseje que a 
pesquisa seja adequadamente conduzida e capaz de levar a conclusões racionais. 
Os geógrafos comumente utilizam métodos de relações específicas e 
direcionais entre os fenômenos naturais e sociais. De acordo com este procedimento, 
os dados necessários para o desenvolvimento da pesquisa serão levantados através 
da observação direta, medições de campo e análise de dados, que servirão para a 
resolução dos problemas encontrados. 
Com relação a nossa pesquisa procuramos adotar o denominado Método 
Científico determinando a ordem que os estágios de pesquisa normalmente ocorrem: 
o desenvolvimento da proposta, os processos de coleta de dados e análise, a 
elaboração do trabalho e conclusões. 
A esse respeito, SILVA (1978) trabalha a questão do método científico e a 
observação em Geografia, ressaltando que os procedimentos percorrem as seguintes 
etapas: 
- Seleção e definição de condições e problemas, essenciais em qualquer 
pesquisa, requerendo um relativo nível de conhecimento prévio da área, 
onde ocorrem problemas, procurando explicitá-los e defini-los de acordo com 
os métodos e técnicas utilizadas; 
 
 
 33
- Observação, coleta de dados e seus registros, através de métodos, técnicas e 
instrumentos adequados, que servem para o exame direto dos fatos ou 
costumes do local, estando acompanhados do interrogatório imediato 
(entrevistas), procurando maiores detalhes para o aprofundamento da análise; 
- Análise e classificação dos dados, onde são agregadas as informações 
adquiridas, analisadas e classificadas de acordo com os objetivos propostos. 
Seguindo-se estes critérios procurou-se adequar a metodologia aplicada 
segundo a necessidade de alcançar os objetivos previamente estabelecidos, de 
maneira seqüencial, sendo correlacionados com os problemas e finalidades, como 
também da realidade das condições existentes. 
As técnicas utilizadas na realização desta pesquisa estão relacionadas a uma 
seqüência de operações para se chegar a uma determinada finalidade e ficou assim 
composta: 
1. Pesquisa de reconstrução histórica, referida a coleta de dados sobre 
fenômenos ocorridos em um passado próximo ou remoto, procurando 
elementos para a compreensão do presente. Procedeu-se uma pesquisa 
bibliográfica, com o intuito de se obter dados e informações sobre as formas 
de ocupação e povoamento, onde foram avaliadas as primeiras 
interferências antrópicas. 
2. Pesquisa de campo, destinada a obtenção de dados a respeito de 
fenômenos que ocorrem no presente. As observações serviram para o 
exame atento dos acontecimentos, fatos e costumes diretamente no local de 
ocorrência, acompanhando os detalhes dos objetos de estudo, sendo 
complementadas pelas entrevistas, obtendo-se maiores subsídios no 
aprofundamento da análise. As entrevistas foram fundamentais, pois 
possibilitam o registro das observações na sua aparência e na sua natureza, 
sendo importantes na análise e interpretação dos dados coletados. Nesta 
fase da pesquisa foram entrevistados os habitantes das diversas 
 34
comunidades da zona costeira, o que facilitou a compreensão e evolução de seu 
desenvolvimento. Percorreram-se as vias de acesso (estradas pavimentadas ou 
não, caminhos e trechos significativos como a linha da costa, dunas, áreas com 
vegetação nativa e áreas agrícolas). Para os trechos de difícil acesso 
(manguezal e desembocaduras dos cursos de água), utilizou-se embarcações 
dos pescadores. Todas as observações e coletas de material foram 
devidamente transcritas e plotadas em carta plani-altimétrica básica e anotadas 
em caderneta de campo, proporcionando um conhecimento real da área. 
Paralelamente fizeram-se registros fotográficos, que permitiu preservar detalhes 
para um estudo mais intenso, em épocas posteriores. Saliente-se que as 
pesquisas de campo foram efetivadas em períodos distintos (chuvoso e seco), 
entre os anos de 1998 a 2000, o que propiciou um maior conhecimento da área, 
preferencialmente nos meses de março/abril (período chuvoso) e 
outubro/novembro (período seco). 
3. Pesquisa de gabinete, com a elaboração das cartas temáticas, análise das 
informações pertinentes a revisão bibliográfica e cartográfica, da 
interpretação dos dados colhidos em campo e da redação final da tese. 
Este procedimento permitiu a caracterização, o diagnóstico, o zoneamento e o 
monitoramento dos processos naturais e das atividades antrópicas da zona costeira, 
fundamentais para o planejamentoe conhecimento das mudanças ocorridas e das 
tendências atuais. 
Para o desenvolvimento deste trabalho foram utilizados os seguintes materiais: 
imagem em papel do sensor TM (Thematic Mapper) do satélite LANDSAT-5, órbita 
WRS 219/62, quadrantes E e W, com passagem em 08/11/91, na escala de 1:50.000, 
reproduzida nas bandas espectrais do visível e infravermelho próximo: TM3 (0,63 a 
0,69 µ); TM4 (0,76 a 0,90 µ) e TM5 (1,55 a 1,75 µ) formando composição colorida 5 
(Vermelho), 4 (Verde), 3 (Azul), fornecida pelo INPE. 
Tivemos ainda como suporte técnico para interpretação visual as imagens em 
papel do sensor HRV1 do satélite SPOT, órbita 716-356/0, com passagem em 
 35
07/09/95 e do sensor HRV2, órbita 717-356/3, com passagem em 22/08/95, na escala 
de 1:100.000, fornecida pela SPOT IMAGE / CNES – 1995 (Carta-imagem 1). 
As informações extraídas das imagens orbitais foram interpretadas e registradas 
quando da confecção dos “overlays”, sendo posteriormente lançadas na base 
cartográfica e nas cartas temáticas. 
Para identificação dos aspectos geográficos, orientação de trabalho de campo e 
informações gerais sobre a área de estudo, foram utilizados ainda os seguintes 
materiais: 
- Fotografias aéreas em preto e branco, datadas de novembro/1982, na escala 
de 1:30.000, fornecidas pela TERRAFOTO. 
- Mosaico aerofotogramétrico semi-controlado, datado de novembro/1982, na 
escala de 1:100.000, fornecido pela TERRAFOTO. 
- Folhas sistemáticas plani-altimétricas da DSG / SUDENE, na escala de 
1:100.000. 
• Folha PARNAÍBA: SA.24-Y-A-IV 
• Folha CHAVAL: SA.24-Y-C-II 
• Folha BITUPITÁ: SA.24-Y-A-V 
• Folha COCAL: SA.24-Y-C-I 
 
- Carta náutica – Brasil – Costa Norte: Porto de Luís Correia da DHN – 
Marinha do Brasil, na escala de 1:250.000. 
- Produtos fotográficos em papel e diapositivos, obtidos durante o trabalho de 
campo. 
Outro aspecto metodológico importante trata da aplicação de técnicas de 
extração de dados para mapeamento, onde inclui-se os materiais disponíveis (mapas 
e cartas preexistentes, fotografias aéreas convencionais e imagens orbitais) e a 
utilização de técnicas de análise visual. 
 36
Neste processo faz-se necessária a recuperação de informações passadas, que 
possam fornecer dados para o encaminhamento da pesquisa, servindo como 
complemento no entendimento da dinâmica da organização espacial. 
A seguir serão descritas as etapas de coleta e extração de dados que foram 
utilizados para o mapeamento: 
1. Delimitação da área de estudo e definição de objetivos, que serviram para 
orientar o desenvolvimento do trabalho e a localização e delimitação da área 
de estudo em uma carta-base. 
2. Coleta de dados gerais da área através de revisão cartográfica (aquisição de 
mapas e cartas já existentes) e revisão bibliográfica (aquisição de trabalhos 
já realizados na área ou que se relacionam com os objetivos propostos). 
3. Aquisição de fotografias aéreas e imagens orbitais obtidas nos órgãos 
públicos que dispunham de vôos aerofotogramétricos da área (fotografias 
aéreas) e no Instituto de Pesquisas Espaciais – INPE (imagens orbitais TM / 
LANDSAT-5 e HRV / SPOT). 
4. Aplicação de técnicas de análise visual que consistiu na comparação entre 
as propriedades espectrais e texturais, que cada fenômeno espacial assumiu 
nas diversas cenas registradas, associando diferentes níveis de reflectância 
aos diversos fenômenos, época de tomada das imagens, relacionadas com 
os alvos espectrais. A partir daí, confeccionou-se as chaves de interpretação, 
com as unidades de mapeamento, compatível ao nível de detalhamento e 
determinação da legenda. 
5. Inspeção de campo, que possibilitou estabelecer com segurança as 
informações fornecidas pelos padrões das fotografias aéreas e imagens 
orbitais dos diferentes objetos, servindo para a eliminação de dúvidas em 
áreas que não se ajustaram aos padrões estabelecidos nas chaves de 
interpretação. 
 37
6. Interpretação final onde aferiu-se a verdade terrestre e estabelecida a 
legenda definitiva, elaborando-se a base cartográfica na escala de 
1:100.000. 
7. Elaboração das cartas temáticas onde foram expostos os resultados finais da 
interpretação, contendo informações necessárias para a identificação e 
localização geográfica dos elementos básicos de mapeamento (núcleos 
urbanos, vias de acesso, hidrografia, escala, coordenadas e legenda) e os 
diversos temas abordados, (unidades ambientais, dinâmica natural, impactos 
ambientais e zoneamento costeiro) na escala de 1:100.000. 
Para o desenvolvimento dos aplicativos de geoprocessamento, foram utilizados 
os seguintes equipamentos: 
- Microcomputador: processador central (500 Mhz), co-processador e memória 
principal de 32 Mgbytes; 
- Periféricos: Winchester de 1.2 Gbytes, floppy de disco de 3,5 polegadas, 
terminal de vídeo SVGA, teclado alfanumérico; 
- Terminal gráfico: unidade visualizadora de imagens; 
- Controlador gráfico VGA: terminal gráfico de alta resolução (utiliza a própria 
tela do microcomputador); 
- Mesa digitalizadora: Digigraf Van Gogh – formato A1; 
- Plotadora: plotter Digicon – formato A0. 
Como suporte a elaboração dos aplicativos, foi desenvolvido no INPE – Instituto 
de Pesquisas Espaciais – o Sistema Geográfico de Informações – SGI, que permite a 
criação de um banco de dados geográficos, podendo-se adquirir, armazenar, 
combinar, analisar e recuperar informações codificadas espacialmente. 
Tais sistemas apresentam um enorme potencial, baseados em tecnologias de 
custo relativamente baixo, tornando possível a automatização de tarefas antes 
realizadas manualmente e facilita a realização de tarefas complexas, através da 
integração de dados geocodificados. 
 38
As cartas geradas neste trabalho tiveram por objetivo, integrar, numa única base 
de dados, as informações espaciais provenientes de dados cartográficos adquiridos 
da combinação de cartas topográficas, fotografias aéreas convencionais, imagens de 
satélite e aferições da verdade terrestre em pesquisas de campo. 
A partir destas operações o SGI armazenou a topologia dos diversos elementos 
geográficos, levando em consideração a diferente natureza dos dados. 
A identificação taxonômica da flora e da fauna seguiu os seguintes 
encaminhamentos. Com relação a análise florística foram coletadas amostras em 
áreas representativas de vegetação com distintos graus de conservação, através de 
trabalho de campo, com complementação do estudo taxonômico das espécies, 
processada através de consulta a bibliografia específica. Com relação a análise dos 
componentes faunísticos, a coleta e observação sistemática foram a base dos 
levantamentos realizados. As espécies coletadas foram identificadas por sua 
denominação popular com a colaboração dos habitantes da área, através de 
informações e entrevistas, complementadas em sua nomenclatura científica, com 
consultas a bibliografia especializada. 
A análise das condições sócio-econômicas da população e a infra-estrutura das 
localidades, foi efetuada através das observações e levantamentos dos núcleos 
populacionais, utilizando-se questionários e avaliando-se a infra-estrutura das 
residências e logradouros públicos, complementadas com consultas aos registros 
demográficos e revisões bibliográficas específicas. 
A localização e avaliação da dinâmica natural foi efetuada através de estudos 
sistemáticos, apoiados em entrevistas e observações diretas, complementadas com 
consultas a bibliografia existente. 
A localização e avaliação dos impactos ambientais foi efetivada através de 
observações sistemáticas e levantamentos qualitativos dos componentes naturais, 
permitindo avaliar as causas e conseqüências dos agentes impactantes.39
Para as perspectivas de desenvolvimento optou-se pela afirmação de valores e 
ações que contribuam para a transformação econômica e social e proteção 
ambiental, onde as comunidades implementem suas próprias alternativas, buscando 
uma melhor qualidade de vida. 
Com base nos estudos da integração dos elementos acima citados, torna-se 
possível realizar previsões ou prognósticos das consequências sobre o meio 
ambiente, recorrendo-se à utilização de indicadores componentes das características 
ambientais a serem identificadas no diagnóstico, permitindo uma classificação 
qualitativa dos impactos. 
A avaliação dos impactos ficará condicionada ao nível de conhecimento dos 
indicadores, através da identificação e interpretação dos impactos, podendo-se 
chegar à definição de medidas capazes de atenuar os principais efeitos negativos. 
O conjunto dos elementos expostos deverá indicar o conhecimento da evolução 
espacial da área, sendo possível estabelecer o diagnóstico sócio-ambiental, 
indicando-se alternativas de manejo, propostas de sustentabilidade e o zoneamento e 
prognóstico ambiental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 40
 
 
Capítulo II 
 
 
CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DAS ZONAS COSTEIRAS 
 
 
2.1. ZONAS COSTEIRAS: UMA REVISÃO - CONCEITOS E INTERPRETAÇÕES 
 
 
Foram relacionados trabalhos específicos por ordem cronológica, resultados de 
pesquisas em ambientes costeiros ou mesmo artigos que abordam descrições mais 
detalhadas de determinadas áreas, realizando uma coleta dos principais trabalhos em 
língua portuguesa e estrangeira, relatando as contribuições publicadas no exterior, no 
Brasil e na Região Nordeste. 
A indicação de trabalhos clássicos, contemporâneos e mesmo inéditos, 
compreendem textos temáticos de análise, discursivos e de apoio referencial. Os 
trabalhos de outra natureza tais como dados censitários, mapas e cartas, já estão 
devidamente registrados como fontes ou base de dados na elaboração de cartas 
básicas e temáticas, gráficos, tabelas, figuras e quadros, além das fotografias 
registradas pelo autor. 
Foram selecionadas publicações que diretamente contribuíram ou trouxeram 
subsídios para o entendimento do tema proposto, sem contudo ter a pretensão de 
esgotar o assunto, procurando aqueles que nos fornecessem um apoio teórico e 
metodológico no âmbito de ambientes costeiros. 
 
♦ Contribuição de autores estrangeiros 
 
Em termos de bibliografia clássica referente a ambientes costeiros, cabe-nos 
ressaltar a obra de JOHNSON (1938), sob o título: “Shore Processes and Shoreline 
Development”, onde estudou exaustivamente os princípios fundamentais e os 
processos atuantes nas zonas costeiras, incuindo desenvolvimento da linha da costa 
 41
Através de uma análise detalhada tratou a questão da ação e do trabalho das 
ondas e correntes marinhas nos capítulos iniciais. A seguir aborda o desenvolvimento 
da linha da costa, detendo-se desde os estágios iniciais até os de maturidade, 
observando os efeitos de transgressão e regressão marinha no tempo histórico. 
Sobre este assunto, pode-se citar também o trabalho de GUILCHER (1957), sob 
o título: “Morfologia Litoral y Submarina”, cujo objetivo foi apresentar os aspectos das 
formas ligadas a presença e atividade das zonas costeiras. O autor aborda as ações 
que intervêm na morfologia das costas, relatando o trabalho das ondas, correntes e 
ventos. A questão das formas ligadas a proximidade com o oceano, como as praias e 
dunas, estuários e deltas, são também revistas.Especial atenção foi também 
dispensada sobre a evolução costeira através de conceitos clássicos, de acordo com 
as categorias iniciais (primárias) e conseqüentes (secundárias). 
O trabalho de KING (1962) intitulado: “Oceanography for Geographers”, teve por 
finalidade estudar os aspectos oceanográficos levando-se em conta os fatores físicos 
e biológicos de forma integrada. Foram reunidas importantes informações para o 
estudo das características dos oceanos, especialmente aquelas de relevante 
interesse para os geógrafos que não desejam se aprofundar em estudos específicos, 
mas que necessitam conhecer e descobrir as tendências atuais deste vasto campo 
de conhecimento. 
Todos os capítulos foram revistos, especialmente aqueles que tratam da 
circulação das águas dos oceanos, do trabalho das marés e ondas, das 
características dos sedimentos e principalmente o capítulo IX, que aborda o 
significado geográfico dos oceanos, reportando-se a interação destes com a 
atmosfera, as mudanças do nível do mar, as mudanças costeiras influenciadas pelas 
forças marinhas, os oceanos vistos como meios de exploração, através de fonte de 
recursos para alimentação e como meio de transporte de mercadorias. 
Estudo mais específico foi elaborado por OTTMANN (1965), onde trabalha com 
a geologia marinha e litorânea, tornando-se um estudo oceanográfico de considerável 
valor. Foi dada especial atenção ao capítulo IV, que trata das costas arenosas, 
 42
especialmente as praias, dunas e cordões, através de estudos da morfologia das 
praias; os aspectos geológicos e a instabilidade das costas arenosas. 
Uma análise mais detalhada foi realizada no capítulo V, que discorre sobre os 
estuários, marismas e deltas. Os estuários e marismas foram vistos através de 
estudos específicos de sua sedimentação, morfologia e evolução; já os deltas, 
através de sua formação e evolução, sedimentos e morfologia. 
Um estudo importante para o conhecimento de ambientes costeiros foi realizado 
por ZENKOVICH (1967) onde destaca-se o estudo das formas e processos de 
acumulação, relatando os fatores gerais, sua origem e desenvolvimento sob 
condições naturais e uma classificação adotando os critérios morfológicos e 
dinâmicos. Considerou ainda a influência dos cursos d’água na evolução das costas, 
tratando sobremaneira dos fatores gerais e dos processos, da desembocadura, dos 
terraços aluviais e marinhos e das costas deltaicas. Abordou também os processos 
eólicos costeiros, através das características regionais e a conexão entre a formação 
de dunas e a dinâmica geral das costas, o mecanismo da ação do vento e a 
morfologia das dunas costeiras. 
Uma obra de caráter técnico-científico e de importância para o conhecimento da 
geomorfologia, foi publicada por TRICART (1968). Trata-se de um livro em que é 
dada relevância à geomorfologia estrutural, abordando a construção geral do globo 
terrestre. Os tópicos de interesse para este trabalho tratam especificamente das 
variações do nível do mar e posição do litoral; mecanismos do eustatismo; oscilações 
quaternárias do nível marinho; correlação dos antigos níveis marinhos e variações 
quaternárias do nível geral dos mares. 
Com a publicação sob o título: “Beaches and Coasts”, KING (1972) estudou as 
formações costeiras e seus processos atuantes, considerando os aspectos 
geomorfológicos, hidrológicos, climáticos e oceanográficos. Deteve-se especialmente 
nos ambientes praiais, onde foram revistas o desenvolvimento, evolução e os efeitos 
dos organismos, sedimentos, ondas e correntes. 
 43
O trabalho de NONN (1972) sob o título: “Géographie des littoraux”, teve por 
finalidade o estudo dos aspectos fisionômicos, gênese e modalidades de evolução do 
litoral, distinguindo entre litoral de submersão e emersão. O capítulo III, importante 
para nosso trabalho, aborda a diversidade das costas de acumulação, com referência 
as praias, flechas e dunas costeiras. Trata ainda dos estuários, marismas, lagunas e 
deltas, através de suas condições de formação, classificação e zonação. 
De forma genérica contribuiu para o presente suporte teórico-conceitual, a obra 
de GARNER (1974), sob o título: “The originof landscapes”, onde através de uma 
síntese geomorfológica são relatados os conceitos, objetivos e métodos aplicados em 
geomorfologia. Trata ainda dos elementos tectônicos, dos sistemas exógenos e dos 
sistemas geomorfológicos úmidos e áridos. Especial atenção foi dada aos capítulos 
IX e XII, que relatam respectivamente os sistemas costeiros e a geomorfologia 
ambiental. 
Com relação aos sistemas costeiros foram vistos o desenvolvimento e evolução 
da geomorfologia marinha; as condições das águas, dos organismos e os efeitos dos 
sedimentos, das ondas e das correntes costeiras. Já no tocante aos problemas 
ambientais referidos à geomorfologia, o autor identifica a complexidade da história 
ambiental relativa aos desequilíbrios causados pelos processos erosivos acelerados, 
com ênfase na erosão costeira. 
Ao apresentar uma revisão nos estudos sobre manguezais WALSH (1974), 
propõe algumas teorias para explicar a dispersão das espécies de mangue no litoral 
tropical. 
Ao estudarem a ecologia dos manguezais, LUGO e SNEDAKER (1974), 
classificaram estas áreas segundo os tipos fisiográficos, baseados nas características 
estruturais e funcionais, refletindo a interação existente entre eles e as condições 
locais presentes. 
Uma coletânea de artigos publicada por GEHU em 1975, tratou da vegetação 
das dunas marítimas. Este trabalho foi originado de um colóquio fitossociológico 
realizado em Paris no ano de 1971, sob os auspícios da Associação Internacional de 
 44
Fitossociologia. Foram apresentados trabalhos que abordaram aspectos originais 
para o conhecimento da vegetação das dunas, sua ecologia e sua dinâmica.Os 
ensaios, geralmente de síntese e de informações fitossociológicas, forneceram 
numerosas discussões, principalmente quanto a degradação acelerada das dunas em 
várias regiões do mundo. 
CHAPMAN (1976) apresentou uma abordagem bibliográfica concernente ao 
ponto de origem dos manguezais, objetivando explicar a dispersão das espécies e 
sua evolução na superfície terrestre. 
BLOOM (1978) faz também referência ao estudo das zonas costeiras, quando 
trabalha com as trocas de energia na costa, os sedimentos e paisagens costeiras. 
Neste trabalho o autor relata a dinâmica das ondas, marés e organismos, 
responsáveis pela energia do ambiente costeiro. As fontes e o transporte de 
sedimentos costeiros foram também revistos. Com relação as paisagens costeiras, 
trabalha com uma série de parâmetros responsáveis por sua evolução: tempo; 
assoreamento e erosão; submergência e emergência. 
Como parte integrante da fundamentação teórica na elaboração do presente 
trabalho, deve-se salientar a publicação de WARREN (1979), sob o título : “Process in 
geomorphology.” Nesta obra o autor realiza um estudo genérico sobre os processos 
geomorfológicos, relatando os processos endogenéticos e exogenéticos. 
Especificamente para nosso trabalho foi revisto o capítulo X, que trata dos processos 
eólicos, principalmente aqueles referentes a erosão, transporte e deposição de 
sedimentos. 
Ênfase especial deve ser dada a publicação de EMBLETON e THORNES 
(1979), principalmente nos capítulos X, XI e XII, que mais de perto correspondem aos 
objetivos do presente trabalho. Estes capítulos descrevem, respectivamente, temas 
relativos aos processos eólicos e marinhos, e aos processos e inter-relações entre a 
dinâmica e modificações nas zonas costeiras. 
Todos estes processos são causados por agentes como os ventos e as chuvas, 
ondas e marés, cursos d’água e relação sol-água, referentes as forças exercidas pela 
 45
resistência desses sistemas naturais, nas mudanças ocorridas na estrutura física e 
pela localização, procurando entender as relações entre as formas e os processos ou 
a cadeia causa-efeito. 
Sob o ponto de vista geomorfológico, DERBYSHIRE, GREGORY e HAILS 
(1979), publicaram uma obra cujo objetivo básico foi estudar os processos 
geomorfológicos e seus efeitos, dando ênfase a natureza desses processos e seu 
controle. Procuraram compreender os processos e mecanismos da paisagem, 
incluindo a influência do homem e os princípios teoréticos, ressaltando a 
operacionalização dos processos individuais. Tiveram também a oportunidade de 
trabalhar com cronologia do relevo no passado e com aplicações para o 
conhecimento adquirido, procurando compreender as futuras tendências dos 
processos. 
Deve-se salientar para nossa fundamentação teórica, o capítulo III, que trata dos 
processos costeiros: o trabalho das ondas e marés, transporte de sedimentos, 
configuração da linha de praia, planejamento e proteção das zonas costeiras; e o 
capítulo IV, que aborda questões relativas aos processos eólicos, com atenção para o 
transporte dos grãos de areia, abrasão e deflação e formas de acumulação de 
sedimentos. 
Estudo mais especializado foi elaborado por DAVIES (1980), através da obra 
intitulada: “Geographical Variation in Coastal Developmment”, que versou sobre os 
aspectos gerais da estrutura geológica, aspectos litológicos, análise climática, 
trabalho das ondas e marés e os efeitos dos fatores biológicos, procurando uma 
explicação para o desenvolvimento morfológico costeiro. De acordo com o autor, as 
zonas costeiras têm sido trabalhadas independentemente do clima, contrariando o 
que de modo geral ocorre com os processos geomorfológicos continentais, 
mostrando ser possível identificar significativos ambientes sob a influência das marés, 
através da distinção das zonas climáticas. 
Uma obra de caráter metodológico e de importância para o conhecimento dos 
princípios das investigações do campo e o mapeamento geomorfológico, foi realizada 
 46
por SPIRIDONOV (1981). Seu objetivo neste trabalho foi introduzir uma metodologia 
de estudos geomorfológicos aplicados, com base nos métodos gerais das pesquisas 
de campo. 
Na primeira parte, o autor analisa a organização e a metodologia das pesquisas 
e os métodos de registro dos resultados obtidos durante as observações, sobretudo 
os métodos de confecção dos mapas geomorfológicos. A segunda parte relata a 
metodologia de análise geomorfológica geral e inclui uma série de conclusões 
especiais de análise do relevo e os sedimentos que o integram. 
Especial interesse foi reservado aos capítulos XIV e XV, que tratam, 
respectivamente, do relevo eólico, com estudo dos fatores de formação, formas e 
representação; e das costas marinhas, com estudo das formas e representação do 
relevo de origem marinha. 
Ainda referente a geomorfologia pode-se acrescentar a obra de CLOWES e 
COMFORT (1982), que trata dos processos e formas do relevo, apresentando no 
capítulo IX, um esboço da geomorfologia contemporânea relativa aos ambientes 
costeiros. Os autores trabalham neste capítulo, com a erosão costeira, as praias, as 
formas construtivas, as mudanças no nível do mar, os estuários e dunas, e finalmente 
adotam uma classificação para as zonas costeiras e critérios para sua proteção. 
KOMAR (1983) organizou uma coletânea de trabalhos referentes aos ambientes 
costeiros. Os estudos referem-se aos processos físicos das ondas e correntes nas 
costas, responsáveis pela formação das praias, via transporte de sedimentos, 
resultando na mudança da morfologia costeira. 
Deve-se salientar o trabalho de BIRD (1984), que estudou as formações 
costeiras através de sua evolução, processos e mudanças ao longo do tempo. 
Convêm ressaltar os capítulos VI, VII e VIII, que tratam respectivamente das dunas 
costeiras e seu papel na formação de depósitos de sedimentos arenosos; dos 
estuários e lagoas costeiras, com descrição dos aspectos físicos da desembocadura 
dos rios e formação de manguezais; e das planícies deltaicas, com a abordagem das 
formas e estruturas

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