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Suspenção condicional da pena

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Suspensão condicional da pena 
Trata-se de um benefício (direito público subjetivo do réu) consistente na suspensão da execução da pena privativa de liberdade, mediante condições impostas pelo juiz, após o preenchimento de requisitos legais. 
Com a Lei 9714/98, o instituto do sursis praticamente deixou de existir, uma vez que é subsidiário à pena alternativa, em primeiro lugar o juiz deve verificar se é caso de aplicar a restritiva de direitos ou a multa em substituição à ppl, e somente então verificada a impossibilidade, é que se tenta aplicar o sursi. Como cabe substituição por prd quando a ppl imposta não exceder 4 anos, e sursis quando tal pena for igual ou inferior a 2, teoricamente, sempre que couber este último, caberá o primeiro, sendo inaplicável. Restam, no entanto, ainda três possibilidades: crimes dolosos cometidos mediante violência ou grave ameaça cuja pena imposta não exceder 2 anos, ou no caso do sursis etário e humanitário, 4 anos (art. 44, I, segunda parte); condenado reincidente em crime doloso, cuja pena anterior tenha sido a de multa (art. 77, §1º); condenado reincidente específico em crime culposo (art. 44, §3º, parte final).
Natureza jurídica: 
Direito público subjetivo do sentenciado- o juiz não pode negar sua concessão ao réu quando preenchidos os requisitos legais; 
Forma de execução da pena- é medida penal de natureza restritiva da liberdade e não um benefício, o STJ decidiu que deixou de ser mero incidente de execução para tornar-se modalidade de execução da condenação, a reforma penal introduzida pela Lei 7209/84 conferiu ao sursis a natureza de pena efetiva, tratando-se de forma de execução da pena; 
Sistemas: 
Anglo-americano- o juiz declara o réu culpado, mas não o condena, suspendendo o processo, independentemente da gravidade do delito, desde que as circunstancias indiquem que o réu não tornará a delinquir;
Belga-francês- o juiz condena o réu, mas suspende a execução da pena imposta, desde que aquele seja primário e a pena não ultrapasse 2 anos (é o nosso);
Requisitos: 
Objetivos: 
Qualidade da pena: pena privativa de liberdade, não pode ser concedido nas prds nem nas penas de multa a teor do art. 80;
Quantidade da pena: pena igual ou inferior a dois anos, em se tratando de concurso de crimes, não se despreza o acréscimo para efeito de consideração do limite quantitativo da pena (ultrapassou 2 anos não tem direito, o que se deve levar em consideração é o quantum final resultante da condenação), em crime contra o meio ambiente admite-se o benefício desde que a ppl não exceda 3 anos;
Impossibilidade de substituição por pena restritiva de direito: tal requisito justifica-se porque no sursis, operada a revogação, o condenado terá de cumprir a ppl imposta integralmente, uma vez que durante o período de prova, esta não foi executada, apenas ficou suspensa. Na prd o juízo da condenação promove uma verdadeira substituição, com isso computa-se o cumprimento da mesma na ppl caso seja revogada. 
Subjetivos: 
Não reincidente em crime doloso: culposo e doloso pode, doloso e culposo pode, contravenção e doloso pode, condenação anterior a pena de multa e doloso pode, se entre os crimes dolosos se tiver operado a prescrição da reincidência (art. 64, I) pode, crime militar próprio/crime político e doloso pode, anterior perdão judicial/abolitio criminis/anistia e doloso pode, causa anterior extintiva da punibilidade anterior à condenação definitiva e novo crime doloso pode, réu anteriormente beneficiado com o sursis processual e novo crime pode, somente doloso e doloso não pode;
Circunstancias judiciais (art. 59) favoráveis: exige mínima culpabilidade e boa índole, exige-se a necessária demonstração de periculosidade do réu para indeferimento do sursis, apoiada em indícios validos a presunção de futura reincidência. A intensidade do dolo não é elemento capaz de impedir a concessão do sursis. 
Espécies de “sursi”
Simples: pena privativa de liberdade igual ou inferior a dois anos; período de prova de dois a quatro anos, devendo o condenado, no primeiro ano do período de prova, prestar serviço à comunidade ou ter limitado o seu final de semana (art. 78, §1º).
Especial: pena privativa de liberdade igual ou inferior a dois anos; período de prova de dois a quatro anos; obrigação de reparar o dano (entende-se que também é presente no simples, uma vez que a recusa é causa de revogação de benefício, art. 81, II) e ter as circunstancias do art. 59 inteiramente favoráveis (meramente favoráveis, igual no simples), e não fica sujeito a nenhuma pena restritiva. Fica sujeito a condições mais brandas, previstas cumulativamente no art. 78,§2º. 
Etário: é o concedido para maior de setenta anos na data da sentença. É cabível se a pena privativa de liberdade for igual ou inferior a quatro anos, e o período de prova pode variar de quatro a seis anos. 
Humanitário: concedido por motivo de saúde, independente de idade. É cabível se a pena privativa de liberdade for igual ou inferior a quatro anos, e o período de prova pode variar de quatro a seis anos.
O STF já se manifestou que se impõe ao juiz pronunciar-se sobre a concessão ou não do sursis em se tratando de pena que exceda o teto de 2 anos.
Caso haja revogação do sursi, o sujeito deverá cumprir a ppl.
O sursi só poderá ser concedido, caso a ppl seja igual ou inferior a 2 anos.
O sursi só poderá ser aplicado caso não seja possível a substituição da pena privativa por uma pena restritiva. Dessa forma, o sursi é aplicado de forma subsidiária à substituição da pena.
Para concessão do sursi o réu não pode ser reincidente em crime doloso.
As circunstâncias do artigo 59, dentre elas: a culpabilidade, os antecedentes, os motivos do crime, a personalidade do agente, as consequências e as circunstâncias do crime devem ser favoráveis ao agente.
Período de prova é o prazo em que a execução da pena privativa de liberdade imposta fica suspensa mediante o cumprimento das condições estabelecidas. 
Condições legais: previstas em lei, são as do sursis simples e especial (art. 78, §1º e 2º); judiciais: impostas livremente pelo juiz, não prevista em lei (art. 79); legais indiretas: nome dado as causas de revogação do benefício.
É o próprio juiz da condenação o competente para conceder o sursi. Primeiro o juiz aplica a pena e, num segundo momento, concede o sursi. 
Uma vez concedido o sursi, o juiz irá designar uma audiência denominada “Admonitória”, onde irá cientificar o condenado acerca da concessão do benefício, bem como das condições que ser-lhe-ão impostas.
O não comparecimento do condenado à audiência admonitória, acarreta a cassação do benefício, bem como o aumento de pena que exclua o benefício em decorrência do provimento do recurso da acusação. 
Obs: a audiência admonitória só pode ser realizada após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. 
O descumprimento das condições impostas pode acarretar a revogação obrigatória ou facultativa do benefício.
Em se tratando de revogação obrigatória, o juiz está obrigado a proceder à revogação nas hipóteses: superveniência de condenação irrecorrível pela prática de crime doloso (pouco importa se a infração foi praticada antes ou depois do início do período de prova, o que provoca a revogação é a sobrevinda condenação definitiva; frustração da execução da pena de multa, sendo o condenado solvente (lei 9268/96 pode ter extinguido essa hipótese); não reparação do dano, sem motivo justificado; descumprimento de qualquer das condições legais do sursis simples; o condenado cumprirá a ppl. Em se tratando de revogação facultativa, ocorre quando há superveniência de condenação irrecorrível pela prática de crime culposo ou contravenção, exceto se imposta pena de multa; descumprimento das condições legais do sursis especial; descumprimento de qualquer outra condição não elencada em lei, imposta pelo juiz; o juiz poderá ou revogar o benefício ou: 
Advertir o condenado;
Aumentar as condições que lhe foram impostas; ou
Aumentar o período de prova até o máximo. 
Prorrogação e extinçãoautomáticas: o art. 81, §2º, dispõe que se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo. Os tribunais têm-se manifestado pela possibilidade de prorrogação após o vencimento do período de prova, quando o juiz cientifica-se de que o réu está sendo processado por outro crime ou contravenção. O STF entende que mesmo depois do termino do prazo de prova, nada impede a revogação do sursis, se no seu decurso o réu veio a ser condenado por crime doloso em sentença irrecorrível; também, caso o beneficiário, durante o prazo prorrogado, volte a ser condenado em sentença irrecorrível por crime doloso, é obrigatória a revogação do próprio sursis sendo irrelevante a descoberta dessas circunstancias após o vencimento do prazo inicial. Durante o período resultante da prorrogação, não subsistem as condições impostas (art. 81,§2º). 
A decisão que declarar extinta a pena sem a previa manifestação do MP é nula.
É possível a renúncia ao sursis. 
Sursis para estrangeiro: tem que ter carteira com visto permanente; o fato de ser estrangeiro, por si só, não impede o benefício; o estrangeiro mesmo em caráter temporário no país tem direito ao sursis.
Não confundir a suspensão da execução da pena, previsto no art. 77, CP, com a suspensão condicional do processo, também chamado de “sursi processual”, previsto no art. 89, Lei 9099/95. 
O sursi processual, embora previsto na Lei 9099/95, aplica-se a todos os crimes cuja pena mínima não ultrapasse 1 ano.
Se a lei fala em suspensão do processo, pressupõe-se o recebimento de uma denúncia ofertada pelo MP.
O promotor de justiça, ao oferecer a denúncia, já irá propor ao juiz a suspensão do processo.
A manifestação do promotor é denominada de “cota ministerial”.
O juiz, por sua vez, irá receber ou rejeitar a denúncia.
Caso a receba, irá verificar, num segundo momento, a possibilidade da suspensão do processo.
Uma vez suspenso o processo, o juiz irá aplicar um período de prova, que pode variar entre 02 e 04 anos. 
O juiz também irá designar uma audiência admonitória, na qual irá cientificar o réu acerca das condições que lhe foram impostas.
Caso o réu observe as condições impostas, o juiz, ao final do período de prova, extinguir o processo e, por via de consequência, a punibilidade do réu.
Se, por outro lado, descumprir as condições impostas, terá o benefício revogado, e o processo seguirá o curso normal até final sentença condenatória ou absolvitória. 
O sursi do CP gera a reincidência, uma vez que existe condenação transitada em julgado, o que não acontece com o sursi processual, pois nesse há condenação.
Livramento condicional
Trata-se de uma antecipação provisória da liberdade do condenado satisfeitos certos requisitos e mediante determinadas condições.
Não confundir livramento condicional com sursi do CP.
No sursi o sujeito nem chega a iniciar o cumprimento da pena; a pena fica suspensa. Já no livramento condicional o sentenciado cumpre parte da pena, obtendo, posteriormente, o direito de cumprir o restante em liberdade, sob certas condições. 
No sursi, o período de prova, dependendo da espécie, pode variar de 02 a 04 ou de 04 a 06 anos; já no livramento condicional, o período de prova corresponde ao restante da pena.
São requisitos para a obtenção do livramento condicional:
Objetivos
Qualidade da pena: ppl;
Pena privativa de liberdade igual ou superior a 02 anos;
Reparação do dano, salvo impossibilidade justificada, assim dispensa-se em caso de detento pobre, em estado de insolvência. Não se presta a simples apresentação de certidão negativa de ação indenizatória proposta pela vítima ou outrem, isso porque a iniciativa de reparação do dano é do sentenciado , a ele cabe a satisfação do debito;
Cumprimento de parte de pena nas seguintes proporções: mais de 1/3, desde que tenha bons antecedentes e não seja reincidente em crime doloso; mais da metade se reincidente em crime doloso, mais de 2/3 se a condenação for por crime hediondo; entre 1/3 e a metade se tiver maus antecedentes mas não for reincidente em crime doloso.
Obs: o reincidente específico (reincidente em crimes previstos na mesma lei de crimes hediondos) em crime hediondo não faz jus ao livramento condicional. É necessário que ambos os delitos tenham sido cometidos após a entrada em vigor da Lei 8072/90.
Reincidência específica Lei dos crimes hediondos (reincidente em crimes previstos nessa lei); lei de drogas (reincidente em crimes previstos no art. 33, caput e §1º, 34 a 37 dessa lei), CP e legislação em geral (crimes previstos no mesmo tipo legal)
Subjetivos
Comportamento satisfatório durante a execução da pena (as sanções havidas no curso da execução não impedem a concessão do livramento condicional se o apenado, após ser devidamente sancionado administrativamente, demonstra adequado comportamento carcerário);
Bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído (a omissão do poder público na atribuição de trabalho ao condenado não impede a concessão do benefício);
Aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho; 
Nos crimes dolosos cometidos mediante violência ou grave ameaça, o benefício fica sujeito à verificação da cessação da periculosidade do agente; 
Nos crimes previstos na Lei 8072/90, não ser reincidente especifico. 
Condições 
Obrigatórias 
Proibição de se ausentar da comarca sem comunicação ao juiz;
Comparecimento periódico a fim de justificar atividade; 
Obter ocupação licita dentro de prazo razoável.
Facultativas
Não mudar de residência sem comunicação ao juiz e a autoridade incumbida de fiscalizar; 
Recolher-se a habitação em hora fixada;
Não frequentar determinados lugares.
Revogação do livramento condicional
A condenação irrecorrível pela prática de outro crime, durante o período de prova do livramento condicional é causa obrigatória de revogação do livramento condicional. 
Caso a condenação seja relativa a crime ocorrido antes do período de prova, significa que o beneficiado pelo livramento não traiu a confiança do juiz. Nesse caso, embora tenha o benefício revogado, o tempo do período de prova transcorrido até a data da revogação do livramento será computado como cumprimento de pena. Ademais, o condenado poderá somar o restante do período de prova com a nova condenação para fins de novo cálculo de livramento condicional. 
Se, por outro lado, a condenação for relativa a crime ocorrido durante o período de prova, significa dizer que o beneficiado traiu a confiança do juízo, razão pela qual terá que cumprir todo o período de prova, uma vez que não poderá computar como pena cumprida o período de prova transcorrido até a data da revogação do benefício. Aliás, não poderá somar o restante da pena com a nova condenação para fins de cálculo de novo livramento condicional. Nesse caso, deverá cumprir todo o restante da pena relativa a primeira condenação, onde o livramento foi revogado, e obter o segundo livramento apenas na condenação superveniente.
Revogação facultativa condenação irrecorrível por crime ou contravenção a pena não privativa de liberdade (multa ou prd), não importa se foi cometida antes ou durante o período de prova; por descumprimento das obrigações impostas (não é descontado o tempo em que esteve solto e não pode obter novo livramento em relação a essa pena, uma vez que traiu a confiança do juízo).
Na revogação facultativa o juiz poderá escolher entre: 
- Advertir novamente o sentenciado;
- Revogar o beneficio; 
- Exacerbar as condições impostas.
Suspensão do livramento
Crime cometido durante a vigência do benefício (art. 86, I) praticada pelo liberado outra infracao penal, o juiz poderá ordenar sua prisão, ouvidos o Conselho Penitenciario e MP, suspendendo o curso do livramento, cuja revogação ficará dependendo da decisão final. 
Descumprimento das obrigações constantes da sentença (art. 87) inadmissível. 
Art. 87, 2ª parte permite-se a suspensão provisória do benefício até o julgamento final.
O juiz não poderá declarar extintaa pena enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado por crime cometido na vigência do livramento. O período de prova se prorroga até o transito em julgado da decisão desse processo para que se saiba se haverá ou não revogação. Só haverá prorrogação se o processo originar-se de crime cometido na vigência do livramento, assim como a mera instauração de inquérito policial não acarreta a prorrogação do benefício.
Se até o seu termino o livramento não é revogado após a prorrogação automática ou quando esta não ocorrer, considera-se extinta a ppl.
É inadmissível a revogação do livramento sem a previa oitiva do condenado e oportunidade de se defender.

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