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Funções Essenciais à Justiça -Ministério Público

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Funções Essenciais à Justiça
1. Ministério Público
1.1 Conceito
O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (art. 127 da
Constituição Federal)
1.2 Princípios do Ministério Público
São princípios institucionais do Ministério Público, previstos na Constituição
Federal, a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
A doutrina enumera outros princípios infraconstitucionais, entre eles o
princípio do promotor natural.
1.2.1 Unidade
A unidade significa que os membros do Ministério Público integram um só órgão
sob a direção de um só Procurador-geral, ressalvado-se, porém, que só existe unidade dentro
de cada Ministério Público, inexistindo entre o Ministério Público Federal e os dos Estados, nem
entre o de um Estado e o de outro, nem entre os diversos ramos do Ministério Público da União.
1.2.2 Indivisibilidade
O Ministério Público é uno porque seus membros não se vinculam aos processos nos
quais atuam, podendo ser substituídos uns pelos outros de acordo com as normas legais.quais atuam, podendo ser substituídos uns pelos outros de acordo com as normas legais.
Importante ressaltar que a indivisibilidade resulta em verdadeiro corolário do princípio da
unidade, pois o Ministério Público não se pode subdividir em vários outros Ministérios Públicos
autônomos e desvinculados uns dos outros.
1.2.3 Princípio da independência ou autonomia funcional
O órgão do Ministério Público é independente no exercício de suas funções, não
ficando sujeito às ordens de quem quer que seja, somente devendo prestar contas de seus atos à
Constituição, às leis e à sua consciência.
Nem seus superiores hierárquicos podem ditar-lhes ordens no sentido de agir
desta ou daquela maneira dentro de um processo.
Os órgãos de administração superior do Ministério Público podem editar
recomendações sobre a atuação funcional para todos os integrantes da Instituição, mas sempre
sem caráter normativo.
Como ensina Quiroga Lavié, quando se fala de um órgão independente com autonomia
funcional e financeira, afirma-se que o Ministério Público é um órgão extrapoder, ou seja, não
depende de nenhum dos poderes de Estado, não podendo nenhum de seus membros receberdepende de nenhum dos poderes de Estado, não podendo nenhum de seus membros receber
instruções vinculantes de nenhuma autoridade pública.
No direito constitucional pátrio, só se concebe no Ministério Público uma hierarquia
no sentido administrativo, pela chefia do Procurador-Geral da instituição, nunca de índole
funcional.
A Constituição Federal valorizou de tal modo a independência e autonomia do
Ministério Público que considera crime de responsabilidade do Presidente da República a
prática de atos atentatórios ao livre exercício da Instituição (CF, art. 85, II).
1.2.4 Princípio do promotor natural
O Plenário do Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência do presente princípio,
no sentido de proibirem-se designações casuísticas efetuadas pela chefia da Instituição, que
criariam a figura do promotor de exceção, em incompatibilidade com a Constituição Federal, que
determina que somente o promotor natural é que deve atuar no processo, pois ele intervém de
acordo com seu entendimento pelo zelo do interesse público, garantia esta destinada a proteger,
principalmente, a imparcialidade da atuação do órgão do Ministério Público, tanto em sua defesa
quanto essencialmente em defesa da sociedade, que verá a Instituição atuando técnica e
juridicamente.juridicamente.
É inadmissível, após o advento da Constituição Federal, regulamentada pela Lei nº
8.625/93, que o Procurador-geral faça designações arbitrárias de Promotores de Justiça
para uma Promotoria ou para as funções de outro Promotor, que seria afastado
compulsoriamente de suas atribuições e prerrogativas legais, porque isto seria ferir a garantia
da inamovibilidade prevista no texto constitucional. Esta inamovibilidade é ampla, protegendo o
cargo e a função, pois seria um contrassenso ilógico subtrair as respectivas funções aos próprios
cargos. Salvo se as designações forem de acordo com a lei, como em casos de vacância,
afastamento temporário, ausência, impedimento, para assegurar a continuidade dos serviços.
1.3 Funções
A Constituição Federal de 1988 ampliou sobremaneira as funções do Ministério
Público, transformando-o em um verdadeiro defensor da sociedade, tanto no campo penal com
a titularidade exclusiva da ação penal pública, salvo se não intentada no prazo legal (ação privada
subsidiária da pública, art. 5º, LIX), quanto no campo cível como fiscal dos demais Poderes
Públicos e defensor da legalidade e moralidade administrativa, inclusive com a titularidade
do inquérito civil da ação civil pública.
Dessa forma, a Constituição Federal enumera exemplificadamente as importantíssimas
funções ministeriais.
São funções institucionais do Ministério Público:
I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
II – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância
pública aos direitos assegurados nesta constituição, promovendo as medidas necessárias a sua
garantia;
III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
IV – promover a ação de inconstitucionalidade (art. 103, inciso VI: o
Procurador-Geral da República) ou representação para fins de intervenção da União
e dos Estados, nos casos previstos nesta constituição (art. 36, incisos III e IV:
inobservância de princípio constitucional sensível pelo Estado e recusa à execução de
lei federal pelo Estado);
V – defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
VI – Expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua
competência, requisitando informações e documentos para instruí-los na forma da lei
complementar respectiva;
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei
complementar mencionada no artigo anterior;
VIII – requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito
policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais.
XI – Exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com
sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e consultoria jurídica de entidades
públicas;
Importante ressaltar que o rol constitucional é exemplificativo, possibilitando ao
Ministério Público exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis
com sua finalidade constitucional, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria
jurídica de entidades públicas.
A própria Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei nº8.625/93) em seuA própria Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei nº8.625/93) em seu
art. 25 estabelece outras funções ministeriais de grande relevância, com por exemplo:
1. exercer a fiscalização dos estabelecimentos prisionais e dos que abriguem idosos,
menores, incapazes ou pessoas portadoras de deficiência;
2. ingressar em juízo, de ofício, para responsabilizar os gestores do dinheiro público
condenados por tribunais e conselhos de contas;
3. interpor recursos ao Supremo Tribunal Federal e ao Superior Tribunal de Justiça.
Outras funções podem ser previstas em nível estadual, seja pelas
Constituição Estaduais, seja pelas diversas leis complementares dos Estados-membros,
desde que adequadas à finalidade constitucional do Ministério Público.
Importante ressaltar a total impossibilidade de legislação municipal
estabelecer atribuições ao membro do Ministério Público em atuação no Município.
Ademais, além de garantidor e fiscalizador da Separação dos Poderes, o
legisladorconstituinte conferiu ao Ministério Público funções de resguardo ao statuslegislador constituinte conferiu ao Ministério Público funções de resguardo ao status
constitucional dos indivíduos, armando-os de garantias que possibilitem o exercício
daquela (separação dos poderes) e a defesa deste (status constitucional).
Portanto, garantir ao indivíduo a fruição total de todos os seus status
constitucionais, por desejo do próprio legislador constituinte, que em determinado
momento histórico entendeu fortalecer a Instituição, dando-lhe independência e
autonomia, e a causa social para defender e proteger é também função do Ministério
Público, juntamente com os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
1.4 Garantias do Ministério Público
As garantias constitucionais do Ministério Público foram-lhe conferidas pelo
legislador constituinte objetivando o pleno e independente exercício de suas funções
e podem ser divididas em garantias institucionais e garantias aos membros.
Tão importante este objetivo, que a Constituição Federal considera crime de
responsabilidade do Presidente da República a prática de atos atentatórios ao livre
exercício do Ministério Público (art. 85, II, da Constituição Federal).exercício do Ministério Público (art. 85, II, da Constituição Federal).
As garantias e prerrogativas dos membros do Ministério Público, do mesmo
modo que as imunidades parlamentares e os predicamentos da magistratura, não são
privilégios nem quebram o princípio da isonomia. É essa a razão pela qual se pode
falar da vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos dos
promotores e dos juízes como prerrogativas visando à defesa do Estado democrático de
Direito e dos direitos fundamentais.
1.4.1 Garantias da instituição
A. Autonomia funcional, administrativa e financeira
O art. 127, §2º, da Constituição Federal prevê autonomia funcional e
administrativa ao Ministério Público, enquanto o art. 3º da Lei Orgânica Nacional ampliou
esta autonomia, prevendo também a financeira.
A autonomia funcional significa que os membros do Ministério Público, no
cumprimento dos deveres funcionais, submetem-se unicamente aos limites determinados
pela Constituição, pelas leis e pela as própria consciência, não estando subordinados apela Constituição, pelas leis e pela as própria consciência, não estando subordinados a
nenhum outro Poder, isto é, nem ao Poder Executivo, nem ao Poder legislativo, nem ao
Poder Judiciário.
O próprio art. 127, §2º, da Constituição Federal prevê que ao Ministério Público é
assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art.
169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços
auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política
remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento
(assim, podem elaborar seus regimentos internos).
Ora, a autonomia administrativa e funcional do Ministério Público traduz-se,
no plano financeiro, pela prerrogativa desse órgão público de elaborar sua proposta
orçamentária, dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias (CF,
art. 127, §3º).
O Ministério Público, tal como o Judiciário, não conta com recursos
financeiros próprios. Mas, na elaboração da proposta orçamentária global, ambos
esses órgãos têm iniciativa exclusiva de delimitar os recursos necessários a atender às
próprias despesas.próprias despesas.
Conforme ensina Hely Lopes Meirelles,
“a autonomia financeira é a capacidade de elaboração da proposta orçamentária e de
gestão e aplicação dos recursos destinados a prover as atividades e serviços do órgão titular da
dotação. Essa autonomia pressupõe a existência de dotações que possam ser livremente
administradas, aplicadas e remanejadas pela unidade orçamentária a que foram destinadas. Tal
autonomia é inerente aos órgãos funcionalmente independentes, como são o Ministério
Público e o Tribunal de Contas, os quais não poderiam realizar plenamente as suas funções se
ficassem na dependência de outro órgão controlador de suas dotações orçamentárias”.
Ressalte-se que a autonomia do Ministério Público é complementada pelas
normas constitucionais que concedem ao Procurador-Geral da República e aos
Procuradores-Gerais de Justiça iniciativa de lei sobre a organização, respectivamente,
dos Ministérios Públicos da União e dos Estados.
B. Modo de nomeação e destituição do Procurador-Geral
Para garantir que o Ministério Público, em defesa da sociedade, exercesse seu
mister constitucional, diversas garantias de independência e autonomia foram previstas,
bem como diversos sistemas de controles. Uma das garantias dadas pela Constituição
Federal ao Ministério Público, visando a sociedade e a defesa intransigente do regime
democrático, foi o modo de nomeação e destituição do Chefe da Instituição, seja do
Ministério Público da União (Procurador-Geral da República), seja dos Ministérios
Públicos dos Estados (Procurador-Geral da Justiça), bem como a existência de
mandato por tempo certo, impossibilitando sua demissão ad nutum (por livre
vontade da administração), garantindo-lhe a imparcialidade necessária.
B.1 - Nomeação do Procurador-Geral da República (art. 128, §1º, CF)
O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da
República, nomeado pelo Presidente da República entre integrantes da carreira,
maiores de 35 anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos
membros do Senado Federal, para mandato de 2 anos, permitida a recondução (não
há limite de reconduções).
B.2 - Destituição do Procurador-Geral da República (art. 128, §2º, CF)B.2 - Destituição do Procurador-Geral da República (art. 128, §2º, CF)
A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente
da República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado
Federal. Essa norma é um inédito mecanismo de salvaguarda da independência externa
do Ministério Público, em face dos Poderes do Estado, mediante a segurança no cargo
do seu chefe.
B.3 Nomeação do Procurador-Geral de Justiça (art. 128, §3º, da CF)
A Constituição Federal prevê que o Ministério Público dos Estados e o do
Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice entre integrantes da carreira, na
forma da lei respectiva (que prevê votação interna entre os membros do Ministério
Público e envio da lista tríplice ao chefe do Poder Executivo), para escolha de seu
Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato
de 2 anos, permitida uma recondução.
Essa garantia de independência do Ministério Público tem fulcro
absolutamente constitucional, tendo, inclusive, o Supremo Tribunal Federal entendido
inconstitucionais previsões de constituição estadual que condicionassem a nomeação do
Procurador-Geral da Justiça à prévia aprovação da respectiva Assembleia Legislativa,
“por consagrar critério discrepante do estabelecido no art. 128, §3º, da Carta Federal e
do princípio da independência e harmonia dos Poderes”.
B.4 Destituição do Procurador-Geral de Justiça (art. 128, §4º, CF)
Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser
destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo (Assembleia
Legislativa), na forma da lei complementar respectiva.
1.4.2 Garantias dos membros
Dividem-se em garantias de liberdade e de imparcialidade ou vedações.
A. Garantias de liberdade
Vitaliciedade: O membro do Ministério Público somente poderá perder seu cargo por
decisão judicial transitada em julgado (nos casos de abandono do cargo, prática de crime
incompatível com o cargo e exercício da advocacia). A vitaliciedade somente é adquirida após o
chamado estágio probatório, ou seja, após dois anos de efetivo exercício da carreira, mediante
aprovação no concurso de provase títulos.
Inamovibilidade: Uma vez titular do respectivo cargo, o membro do
Ministério Público somente poderá ser removido ou promovido por iniciativa própria,
nunca ex officio de qualquer outra autoridade, salvo em uma única exceção
constitucional por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado
competente do Ministério Público, por voto de dois terços de seus membros, assegurada
ampla defesa.
Irredutibilidade de subsídio: O subsídio dos membros do Ministério Público
não poderá ser reduzido, para pressioná-lo a exercer suas atribuições.não poderá ser reduzido, para pressioná-lo a exercer suas atribuições.
B. Vedações constitucionais
É vedado ao membro do Ministério Público:
a.receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas
processuais;
b.exercer a advocacia;
c.participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d.exercer, ainda que em indisponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma ded.exercer, ainda que em indisponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de
magistério;
e.exercer atividade político-partidária.
f.Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
g.Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou , antes de decorridos 3
anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração (quarentena) – artigo
128 § 6º.
1.5 Da impossibilidade de supressão ou alteração das funções, garantias e
prerrogativas constitucionais do Ministério Público
Assim, se é verdade que no regime democrático da República Federativa do
Brasil os Poderes do Estado são o Executivo, o Legislativo e o Judiciário (art. 2º, CF),
todos autônomos entre si; não é menos verdade que o mínimo irredutível de uma
autêntica Constituição deve conter regras de separação de poderes: um mecanismo
de cooperação e controle desses poderes – “checks and balances”; um mecanismo para
evitar bloqueios respectivos entre os diferentes detentores de funções do poder.evitar bloqueios respectivos entre os diferentes detentores de funções do poder.
Dessa forma, o legislador constituinte criou, dentro do respeito à teoria dos
“freios e contrapesos” (cheks and balances), um órgão autônomo e independente
deslocado da estrutura de qualquer dos Poderes do Estado, um verdadeiro fiscal da
perpetuidade da federação, da Separação de Poderes, da legalidade e moralidade
pública, do regime democrático e dos direitos e garantias individuais: o Ministério
Público.
Para a garantia desta fiscalização e do próprio regime democrático, a
constituição conferiu importantes funções e garantias institucionais ao Ministério
Público, impedindo a ingerência dos demais poderes do Estado em seu
funcionamento, pois como escrevia Madison, todo o poder tende a ser invasor e, por
isso, deve ser posto em condições de não exceder os limites que lhe são traçados,
razão pela qual, depois da divisão de poderes, o mais importante é garanti-los
contra suas recíprocas invasões.
Todas estas garantias e funções dos membros do Ministério Público, assimTodas estas garantias e funções dos membros do Ministério Público, assim
como as imunidades e prerrogativas parlamentares do chefe do Executivo e dos órgãos
do Poder Judiciário são garantias institucionais fixadas pelo legislador constituinte para
a defesa da sociedade e dos direitos constitucionais fundamentais, e, consequentemente,
a proteção das garantias institucionais aproxima-se, todavia, da proteção dos direitos
fundamentais quando se exige, em face das intervenções limitativas do legislador, a
salvaguarda do “mínimo essencial” (núcleo essencial) das instituições.
Poderiam tais garantias, prerrogativas e funções serem alteradas, retirando da
Instituição Ministério Público os instrumentos constitucionais concedidos pelo
legislador constituinte originário, para o exercício autônomo e independente de seu
mister? Acredita-se que não.
Entre as diversas limitações, qualquer proposta de emenda constitucional não
pode expressa ou implicitamente pretender alterar as matérias tratadas no §4º, do art.
60, da Constituição Federal, seja para aboli-las integralmente, seja para desfigura-las do
molde estabelecido pelo legislador constituinte originário.molde estabelecido pelo legislador constituinte originário.
Primeiramente, deve ser considerado que a Constituição Federal, no art. 60,
§4º, a, erigiu como cláusula pétrea a forma federativa, cujo contexto engloba,
constitucionalmente, o “regime democrático”, tanto em relação às regras constitucionais
para sua consecução, quanto às regras constitucionais para sua fiscalização.
Como um dos fiscais do regime democrático, o legislador constituinte originário
escolheu o Ministério Público, ao afirmar que é instituição permanente, essencial à função
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático
e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
Para garantir que o Ministério Público, em defesa da sociedade, exercesse seu
mister constitucional, entre eles a defesa da federação, do regime democrático, diversas
garantias de independência e autonomia foram previstas, bem como diversos sistemas de
controles.
Também em respeito ao mecanismo de cooperação e controle aos órgãos que
exercem as funções de Estado, o legislador Constituinte fixou severo controle externo à
Instituição, tanto por parte do Poder Legislativo (controle orçamentário, através do Tribunal
de Contas; destituição do Procurador-Geral), quanto pelo Poder Executivo (escolha e
nomeação do Procurador-Geral da República dentre os integrantes da carreira e nomeação
do Procurador-Geral de Justiça, através de lista tríplice composta de integrantes da carreira e
por ela eleitos) e do Poder Judiciário, a quem são dirigidas as pretensões e iniciativas dos
membros do Ministério Público.
Alterar este sistema de controle, suprimindo funções controladoras ou mesmo garantias
do Ministério Público, seria alterar o mecanismo de cooperação e controle desses poderes
(Executivo/Legislativo/Judiciário) e da própria Instituição do Ministério Público, em relação ao
regime democrático, desrespeitando a doutrina dos “Freios e Contrapesos” (Cheks and balances),
modificando um mecanismo para evitar bloqueios respectivos entre os diferentes detentores de
funções do poder, uma vez que retornar-se-ia à hipertrofia do Poder Executivo. Lembremo-nos
que a Separação de Poderes também é cláusula pétrea.
As garantias constitucionais dos membros do Ministério Público, portanto, são
garantias da própria sociedade, de que a Instituição, incumbida pela Constituição de ser agarantias da própria sociedade, de que a Instituição, incumbida pela Constituição de ser a
guardiã da legalidade formal e material das liberdades públicas, do regime democrático e
da Separação de Poderes, contra os abusos do poder Estatal, não sofra pressões odiosas no
exercício de seu mister.
Sendo as liberdades públicas objeto da proteção jurídica em matéria de direitos
constitucionais, em cuja defesa deve agir o Ministério Público; a independência funcional da
Instituição transforma-se em garantia fundamental implícita da Constituição Federal, art.
5º da Constituição Federal.
Retirar do Ministério Público tais funções, ou mesmo retirar-lhes as garantias
para o bom exercício destas funções corresponde a diminuir a efetividade das liberdades
públicas, ou em outras palavras, aboli-las parcialmente, de forma implícita, o que é
taxativamente vedado pelo texto constitucional.
Dessa modo, por ser o Ministério Público instituição permanente e essencial
à função jurisdicional do Estado, incumbido, entre outras importantíssimas funções,
da defesa de cláusulas pétreas como a separação de Poderes, os direitos e garantias
individuais e a própria existênciada Federação e do voto direto, secreto, universal eindividuais e a própria existência da Federação e do voto direto, secreto, universal e
periódico, ao defender o regime democrático, nenhuma norma do Poder Constituinte
derivado poderá alterar sua estrutura orgânica, suas garantias de independência e
imparcialidade e suas funções de controle, todas fixadas em defesa da própria
sociedade e da perpetuidade da democracia.
1.6 Ministério Público junto aos Tribunais de Contas
O art. 73, §2º, I, da Constituição Federal prevê a existência de um Ministério
Público junto ao Tribunal de Contas da União, sendo que em seu art. 130, a Carta Maior
determina que aos membros desse Ministério Público devem ser aplicados os direitos,
vedações e forma de investidura previstas aos demais membros do Ministério Público
Muito discutiu-se sobre a configuração jurídico-institucional desse Ministério
Público junto ao Tribunal de Contas da União, basicamente se estaria dentro daPúblico junto ao Tribunal de Contas da União, basicamente se estaria dentro da
estrutura orgânica do Ministério Público da União e, consequentemente, sob a chefia do
Procurador-Geral da República ou se estaria estruturalmente ligado ao próprio Tribunal
de Contas da União, sem, portanto, qualquer vínculo com o Ministério Público da
União.
A Lei nº8.443/92, que dispõe sobre a organização do Tribunal de Contas da
União, adotando essa segunda posição, criou em seu capítulo VI (arts 80 a 84), o
Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, prevendo a aplicação dos princípios
institucionais da unidade, da indivisibilidade e da independência funcional.
Em defesa da primeira posição, os artigos do Capítulo VI da Lei nº8.443/92
tiveram sua inconstitucionalidade argüida pelo Procurador-Geral da República, sob o
fundamento da impossibilidade de existência de um novo Ministério Público, que não
se incluísse como ramo do Ministério Público da União, exclusivamente para atuar
junto ao Tribunal de Contas da União.
O Supremo Tribunal Federal, decidindo essa relevante questão, entendeu que o
Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União é Instituição que não
integra o Ministério Público da União, cujos ramos estão taxativamente inscritosintegra o Ministério Público da União, cujos ramos estão taxativamente inscritos
no rol do art. 128, inciso I, da Constituição Federal, declarando a constitucionalidade
da referida lei, por entender possível a vinculação administrativa desse Ministério
Público ao próprio Tribunal de Contas da União.
Com relação aos Estados-membros, no exercício de seu poder constituinte
derivado decorrente – caracterizador da existência, autonomia e manutenção de uma
Federação – deverá estabelecer em sua Constituição Estadual a configuração jurídico-
institucional do Parquet que atuará perante o Tribunal de Contas do Estado e do
Município, quando existir.
Conclui-se, portanto, pela possibilidade do Estado-membro disciplinar em sua
Constituição estadual qual o Ministério Público que atuará perante o Tribunal de Contas
do Estado.do Estado.
Conselho Nacional do Ministério Público – art. 130-A da CF.
2. Advocacia pública
A Advocacia Pública é a instituição que, diretamente ou através de órgão
vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da
lei complementar que dispuser sobre sua organização – prevendo o ingresso nas classes
iniciais das carreiras da instituição mediante concurso público – e funcionamento, as
atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.
A Constituição Federal de 1988, já não era sem tempo, rompeu a tradição existente
da representação judicial da União ser exercida pelo Ministério Público, transformando-oda representação judicial da União ser exercida pelo Ministério Público, transformando-o
em defensor da sociedade e criando uma instituição diretamente ligada ao Poder Executivo
para exercer esse importante mister.
A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de
livre nomeação pelo Presidente da República, entre cidadãos maiores de 35 anos, de
notável saber jurídico e reputação ilibada, prevendo a necessária relação de confiança entre
representado (Presidente, como Chefe do Executivo Federal) e representante, que justifica a
livre escolha.
Os procuradores do Estados e do Distrito Federal exercerão a representação
judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas e serão organizados
em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com
a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas suas fases.
Aos procuradores será assegurada estabilidade após 3 anos de efetivo
exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório
circunstanciado das corregedorias. Aplica-se à Advocacia Pública as normas
remuneratórias previstas no art. 39, §4º.remuneratórias previstas no art. 39, §4º.
3. Advocacia
A Constituição de 1988 erigiu a princípio constitucional a indispensabilidade e a
imunidade do advogado, prescrevendo em seu art. 133: “O advogado é indispensável à
administração da Justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício
da profissão, nos limites da lei.” Tal previsão coaduna-se com a necessária intervenção e
participação da nobre classe dos advogados na vida de um Estado democrático de direito.
3.1 Indispensabilidade do advogado
O princípio constitucional da indispensabilidade da intervenção do advogado,
previsto no art. 133 da Carta Maior, não é absoluto. Assim, apesar de constituir-se fator
importantíssimo a presença do advogado no processo, para garantia dos direitos e liberdades
públicas previstos na Constituição Federal e em todo o ordenamento jurídico, continua
existindo a possibilidade excepcional da lei outorgar o ius postulandi a qualquer pessoa,
como já ocorre no habeas corpus: pois sua interposição há que ser feita à luz do princípio do
direito de defesa assegurada constitucionalmente (art. 5º, LX) que inclui, sem sombra de
dúvida, o direito à autodefesa; e na revisão criminal.
O advogado deve comprovar sua efetiva habilitação profissional, demonstrando a
regularidade de sua inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, sob pena de inexistência
dos atos processuais praticados.
3.2 Imunidade do advogado
A inviolabilidade do advogado, por seus atos e manifestações no exercício da
profissão, não é absoluta, sujeitando-se aos limites legais.
Saliente-se, portanto, que haverá excesso impunível se a ofensa irrogada for
vinculada à atividade funcional e pertinente à pretensa que esteja o advogado defendendo
em juízo. A imunidade inexistirá quando a ofensa for gratuita desvinculada do exercício
profissional e não guardar pertinência com a discussão da causa.
Ressalte-se, ainda, que a imunidade profissional do advogado não alcança abusos
cometidos em entrevistas aos meios de comunicação.
4. Defensoria Pública
A Constituição Federal prevê, ainda, a criação da Defensoria Pública, como
instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação
jurídica e a defesa em todos os graus e gratuitamente dos necessitados.
O Congresso Nacional, através de Lei Complementar, organizará a
Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá
normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, nanormas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na
classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus
integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora
das atribuições institucionais.

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