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Relatório de Solubilidade . INTRODUÇÃO Solução é uma mistura homogênea e monofásica constituída por solvente, a substância que se encontra em maior quantidade, e soluto, a substância que se encontra em menor quantidade. Como exemplo de solução (Figura 1), temos a água com açúcar. Já o óleo e a água não formam uma solução, pois é possível notar a presença de duas fases nessa mistura. Figura 1: Ilustrações de uma solução (1) e de uma mistura heterogênea (2). O processo de solubilização de uma substância química depende da temperatura e pressão e resulta da interação entre o soluto e o solvente, podendo ser definida como a quantidade de soluto que dissolve em uma determinada quantidade de solvente, em condições de equilíbrio. Solubilidade é, portanto, um termo quantitativo. As estruturas tridimensionais das moléculas orgânicas desempenham papel fundamental na determinação de suas propriedades químicas e físicas. OBJETIVO Analisar a influência do solvente e da temperatura na solubilidade de um composto a partir dos resultados obtidos utilizando m-nitroanilina, bifenila e ácido benzóico. MATERIAL Microtubos Espátula Bécher de 100 mL Pipeta pasteur M-nitroanilina Bifenila Ácido benzóico Hexano Acetato de etila Etanol Diclorometano N-propanol NaOH (hidróxido de sódio) 10% HCl (ácido clorídrico) 10% Água Placa de aquecimento PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Primeiramente, foram escolhidos os solventes que seriam utilizados, sendo estes: hexano, etanol, acetato de etila, diclorometano, n-propanol, NaOH 10% e HCl 10%. Com a espátula, coletou-se uma pequena quantidade de sólido* (cobrindo apenas a ponta da espátula) e colocou-se no microtubo. Com a pipeta pasteur, foi adicionado ao microtubo de 3 a 5 gotas de solvente*. Figura 2: Ilustração da proporção de sólido e solvente utilizada no experimento. Agitou-se bastante para homogeneizar o meio e a mistura foi posta em repouso por alguns segundos. Observou-se se houve solubilização do sólido ou não. As misturas em que não houveram solubilização do sólido foram aquecidas em banho-maria, utilizando um bécher de 100 mL com água na placa de aquecimento. Observou-se se, com o aumento de temperatura, o sólido se dissolveu ou não. * Esse processo foi feito com cada um dos sólidos em cada um dos solventes escolhidos. RESULTADOS Os resultados observados estão dispostos na tabela a seguir, na qual os sólidos estão listados na primeira linha e os solventes na primeira coluna. Tabela 1 m-nitroanilina Bifenila Ácido Benzóico Hexano Insolúvel Solúvel Insolúvel Etanol Solúvel Insolúvel Solúvel a quente Solúvel Acetato de Etila Solúvel Solúvel Solúvel Diclorometano Solúvel Solúvel Solúvel n-propanol Solúvel Insolúvel Solúvel a quente Insolúvel NaOH 10% Insolúvel Parcialmente solúvel a quente Insolúvel Solúvel a quente Solúvel HCl 10% Solúvel Insolúvel Solúvel a quente Insolúvel Solúvel a quente DISCUSSÃO Nota-se que a m-nitroanilina se solubilizou à temperatura ambiente nos solventes mais polares, ou seja, no etanol, no acetato de etila, no n-propanol e no diclorometano. Isso ocorre porque a m-nitroanilina, apesar de ter um anel aromático, é um composto também polar, tendo então uma forte interação com tais solventes. Além dos solventes já citados, o HCl diluído também solubilizou a substância. Isso é justificado devido ao fato de a m-nitroanilina ser um composto básico, uma vez que se trata de uma amina. Ao aquecer a mistura com hexano, em que não ocorreu a dissolução, o solvente começou a ebulir assim que o microtubo foi colocado no bécher, impossibilitando a verificação da possível ocorrência da solubilidade a quente. Já na mistura com NaOH, ao ser aquecida, foi possível observar que a fase líquida, que antes era transparente, adquiriu uma coloração amarelada proveniente do sólido, porém mesmo sob agitação o precipitado se manteve, o que era de se esperar uma vez que ambas as substâncias são básicas. Já a bifenila, por ser um hidrocarboneto aromático, é apolar. Dessa forma, foi possível observar a sua solubilização no hexano, um solvente também apolar e da classe dos hidrocarbonetos. Sua insolubilidade tanto em HCl quanto em NaOH se justifica devido à neutralidade do composto. Todas as misturas em que não houve dissolução da bifenila que foram levadas a aquecimento acabaram por se solubilizar, pois as reações eram endotérmicas. O ácido benzóico, analogamente à m-nitroanilina, se solubilizou nos solventes polares por também ser um composto polar. Porém não se solubilizou em HCl mas sim em NaOH, visto que agora a substância se trata de um ácido. O aquecimento da mistura com n-propanol não provocou a solubilização do ácido benzóico, pois se trata de uma reação exotérmica. Fórmulas estruturais das substâncias utilizadas: Figura 3: m-nitroanilina Figura 4: Bifenila Figura 5: Ácido benzóico Figura 6: Acetato de etila Figura 7: Diclorometano Figura 8: Etanol Figura 9: n-propanol Figura 10: Hexano CONCLUSÃO Após a análise dos resultados observados, conclui-se que são diversos os fatores que influenciam na solubilidade de um composto em um determinado solvente, como a temperatura, a polaridade e as forças intermoleculares tanto do soluto quanto do solvente. A temperatura influencia na solubilidade dependendo da energia envolvida na reação. Em reações endotérmicas, o aquecimento favorece a dissolução, enquanto em reações exotérmicas o aquecimento favorece a formação do precipitado. Na maioria das vezes a temperatura elevada aumenta a solubilidade. No quesito polaridade e forças intermoleculares pode-se dizer que, de maneira generalista, solventes polares solubilizam solutos polares, da mesma forma que um solvente apolar solubiliza um soluto apolar. Dificilmente um composto polar se dissolverá em um solvente apolar pois o primeiro está unido através de interação dipolo-dipolo, enquanto o segundo interage por forças de Van der Waals, uma interação mais fraca que não é capaz de romper a interação dipolo-dipolo. Um soluto não se solubilizará se a sua interação intermolecular já existente for mais forte do que a possível interação com o solvente. REFERÊNCIAS Figura 1: (05/05/2016) http://slideplayer.com.br/slide/46413/ Figura 3: (05/05/2016) https://commons.wikimedia.org/wiki/File:3-nitroaniline_chemical_structure.png Figura 4: (05/05/2016) https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/ec/Bifenyl.svg/245px-Bifenyl.svg.png Figura 5: (05/05/2016) http://hidrocarburos-tess.blogspot.com.br/ Figura 6: (05/05/2016) http://qnint.sbq.org.br/qni/popup_visualizarMolecula.php?id=at_kcplG5aA9vht3oW3ArG_LtyVZ1zVxdJhpDnfmwYpHhPNWxUiVhLlS008H2E-lPAwakxoIyrE7Gq_QRX7j5g Figura 7: (05/05/2016) http://www.vitrilab.pt/webcontent/Diclorometano_250ml_250ml_Diclorometano_Quimicos_.htm Figura 8: (05/05/2016) https://www.merckmillipore.com/INTL/es/product/Etanol,MDA_CHEM-108543 Figura 9: (05/05/2016) https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/39/1-propanol.svg Figura 10: (05/05/2016) http://www.wikiwand.com/es/Hexano PAVIA, D.L; LAMPMAN, G.M; KRIZ, G.S; ENGEL, R.G. Química orgânica experimental: Técnicas de escala pequena. Segunda edição. Bookman, 2009.
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