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Poder Judiciário - Conceito: Poder judiciário é o próprio poder soberano do Estado na função de ministrar e administrar a justiça dentro dos limites de sua soberania (ex. dentro dos limites territoriais da lei brasileira). - O Poder Judiciário é um dos três poderes do Estado moderno na divisão preconizada por Montesquieu em sua teoria da separação dos poderes. - Este poder tem as atribuições de julgar, aplicar as leis, garantir a execução das mesmas e reparar as relações jurídicas violadas. ... - O Poder Judiciário do Brasil é o conjunto dos órgãos públicos aos quais a Constituição Federal brasileira atribui a função jurisdicional, ou seja, de solucionar as lides que lhes são encaminhadas. - O Poder Judiciário é regulado pela Constituição Federal nos seus artigos 96 a 126 - Em geral, os órgãos judiciários brasileiros exercem dois papéis. 1. O primeiro, do ponto de vista histórico, é a função jurisdicional, também chamada jurisdição. Trata-se da obrigação e da prerrogativa de compor os conflitos de interesses em cada caso concreto, através de um processo judicial, com a aplicação de normas gerais e abstratas. 2. O segundo papel é o controle de constitucionalidade. - O exercício da jurisdição, assegurado constitucionalmente, é disciplinado por vários- O exercício da jurisdição, assegurado constitucionalmente, é disciplinado por vários princípios, balizas doutrinárias, conexões com a principiologia processual, ligações com a Teoria do Estado, mas também deve ser regrado de ponderações de ordem mais praticista, fundadas na ordem jurídica constitucional vigente. - O judiciário é o derradeiro dos “poderes”, agindo após a atuação do Legislativo, com a criação das leis, e do Executivo, visto que lhe é incumbido à missão primordial de trazer justiça aos casos concretos, aplicando as leis para dirimir litígios; e suas decisões, diferentemente do Executivo, no contencioso administrativo, e do Legislativo, no impeachment, possuem força definitiva de coisa julgada. - Neste ponto reside a importância da função judiciária, na definitividade de suas decisões, trazendo segurança aos particulares por meio da imutabilidade do quanto sentenciado pelo Estado Juiz. - Para a proteção dos direitos humanos e a liberdade dos cidadãos, inclusive em desfavor do governo e da administração, é necessário a existência de uma função estatal independente, não sujeita aos poderes eexistência de uma função estatal independente, não sujeita aos poderes e desmandos do chefe do executivo, nem aos interesses particulares dos parlamentares, e para tanto se sobrepõe o Poder Judiciário, como função autônoma, cuja imparcialidade se erige em direito constitucionalmente previsto, como garantia de plena justiça. - E para o bom desempenho das atividades a que estão responsáveis, o judiciário e seus integrantes, é que lhes são conferidos garantias que, segundo José Afonso da Silva são constituídas por: 1) garantias institucionais, que resguardam o Poder Judiciário como uma das funções do Estado, e que por sua vez separa-se em garantias de autonomia orgânico-administrativa, e financeira; eautonomia orgânico-administrativa, e financeira; e 2) garantias funcionais, ou de órgãos, que garantem a independência e a imparcialidade. Garantias Institucionais do Judiciário A Carta Constitucional de 1988, reportando-se ao princípio da separação dos poderes, assegura ao Judiciário a garantia de autonomia orgânico – administrativa e a garantia da independência financeira, conforme se depreende dos artigos 96 e 99: Segundo lições do professor José de Albuquerque Rocha, acerca dasSegundo lições do professor José de Albuquerque Rocha, acerca das garantias constitucionalmente previstas para o poder Judiciário no âmbito administrativo - financeiro, a autonomia administrativa, chamada de autogoverno da magistratura, significa a capacidade conferida ao Judiciário de ministrar seus órgãos, abrangendo o pessoal e os meios financeiros, necessários ao desempenho das funções jurisdicionais Garantias funcionais do Judiciário Os privilégios funcionais conferidos constitucionalmente em favor dos juízes para a manutenção de sua autonomia e para o exercício de sua função jurisdicional com a respeitabilidade e confiança a que este múnus público exige, segundo José Afonso da Silva: “... podem ser agrupadas em duas categorias: (a) garantias de independência dos órgãos judiciários; (b) garantias de imparcialidade dos órgãos judiciários. 1 - As garantias de independência, seguindo a classificação de José Afonso da Silva, são a vitaliciedade, a inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos, e estão presentes no texto constitucional no artigo 95. A vitaliciedade, garante ao titular nomeado ou concursado a perpetuidade no cargo que exerce na Administração Pública. Deve restar claro que não se trata de prerrogativa da pessoa do juiz e sim do poder Judiciário, como um todo, pois pensada para resguardar esta instituição concedendo-lhe condições favoráveis ao bom desempenho da função a que esta responsável. O exercício da função judiciária, através da prerrogativa da vitaliciedade concede a permanência e a definitividade necessárias, para que os juízes não se sintam jungidos às decisões a serem tomadas nas demandas que se lhesintam jungidos às decisões a serem tomadas nas demandas que se lhe apresentam. A perda de tal garantia com a desvinculação ao cargo só ocorre a pedido do magistrado; por meio de processo judicial, geralmente penal, em que se comprova infração com abuso de poder ou violação do dever inerente à função pública, sendo que é facultado ao juiz a ampla defesa e o contraditório; bem como por aposentadoria compulsória, que é a garantia de inatividade remunerada aos setenta anos de idade, com subsídios proporcionais; ou por disponibilidade. Já a inamovibilidade, prevista no artigo 95, II, da Carta Magna, se refere a fixação do juiz ao cargo e ao local para onde foi designado para a prática de suas funções, não devendo ser removido sem o seu prévio consentimento, garantindo-lhe que exercerá sua atividade sem pressões político – econômicas, pois, do contrário, o magistrado estaria à mercê de remoções “arranjadas”, tudo para que não contrarie interesses do “poder” vigente no local de suas atividades jurisdicionais. Inclusive, pode também o magistrado, por meio desta prerrogativa, recusar promoção na carreira, quando restar claro que se trata de manobra política para afastá-lopromoção na carreira, quando restar claro que se trata de manobra política para afastá-lo da prática de sua função naquela localidade determinada. Nem mesmo o tribunal a que o magistrado esta vinculado poderá enviá-lo para desempenho da função judiciária em outro local diferente, a não ser por interesse público, mediante voto de dois terços do tribunal, assegurada a ampla defesa. A irredutibilidade de subsídios é a terceira das garantias instituídas pela Constituição Federal à magistratura, e significa que não poderão ser reduzidos os proventos percebidos pelo desempenho de sua função, sendo que ficam adstritos aos limites fixados no artigo 37, X a XII da Carta Magna. Esta prerrogativa tem ligação direta com a imparcialidade do juiz quando de suas decisões judiciais, pois este tem a segurança de que seus julgamentos e suas posições não se vincularão ao recebimento de seus proventos, como afirma Marcus Vinícius Amorim de Oliveira: “Com efeito, a mera hipótese de o magistrado sofrer redução emAmorim de Oliveira: “Com efeito, a mera hipótese de o magistrado sofrer redução em seu salário em decorrência de algum ato judicial implicaria em motivo de inibição no exercício da judicatura.” 2 - No respeito às garantias de imparcialidade dos órgãos judiciários, estão presentes no texto constitucional, no artigo 95, parágrafo único, sob a forma de impedimentos, com o fim de salvaguardara independência e a imparcialidade do magistrado. Vejamos. Organização do Poder Judiciário: - É com este proposta que se organiza uma espécie de “esquema” de apresentação do exercício da jurisdição no Brasil, indo do STF até o juiz estadual de primeira instância. - Os órgãos judiciários brasileiros podem ser classificados quanto ao número de julgadores (órgãos singulares e colegiados), quanto à matéria (órgãos da justiça comum e da justiça especial) e do ponto de vista federativo (órgãos estaduais e federais).federais). - Um Tribunal Regional Federal é órgão colegiado, enquanto que um Juiz Federal é considerado órgão singular. - Da mesma maneira, o Tribunal de Justiça de um estado é órgão colegiado, sendo o Juiz de Direito um órgão singular. - Os Tribunais e Juízes estaduais, os Tribunais Regionais Federais e os Juízes Federais são considerados órgãos de justiça comum. - Já os Tribunais e Juízes do Trabalho, Eleitorais e Militares formam a justiça especial, por decidirem sobre matérias específicas de cada área de atuação. - Do ponto de vista federativo – Temos a Justiça Estadual (juízes de direito, Tribunal de Justiça, Justiça Militar Estadual) e a Federal (Juízes Federais; TRFs; Juízes do Trabalho; TRTs; TST; Juízes Eleitorais; TREs; TSE; Justiça Militar da União – STM e Conselhos de Justiça – especial e permanente). - Órgão de Convergência e órgãos de Superposição • De Convergência: o STF e os Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE e STM) são órgãos de convergência – (todas as matérias convergem aos Tribunais Superiores, que são os responsáveis pela última decisão nas causas de sua competência). Ressalvado o controle de constitucionalidade que é sempre do STF. • De Superposição - O STF e o STJ – são conhecidos na doutrina como Órgãos de Superposição, pois não pertencem a qualquer justiça, acumulando as funções de órgão de convergência e órgão de superposição. Isto porque, embora não pertençam a nenhuma Justiça, as suas decisões se sobrepõem às decisões proferidas pelos órgãos inferiores das Justiças Comum e Especial. As decisões do STJ se sobrepõem àquelas da Justiça Federal Comum, da Estadual e daquela do Distrito Federal e Territorial, ao passo que as decisões do STF se sobrepõem a todas as Justiças e Tribunais. Características Gerais dos órgãos do Poder Judiciário 1. Supremo Tribunal Federal (STF) O Supremo foi criado em 1828 como Supremo Tribunal de Justiça, e instalado em 1829, tendo 17 ministros e competência limitada. É o órgão judicial brasileiro mais antigo. Com o advento da República, o governo provisório tratou de organizar o Supremo Tribunal de justiça, sendo que, através do decreto 848 de 1890 tal órgão passou a se chamar Supremo Tribunal Federal, sendo elevado à categoria de corte máxima de justiça do país, cujasSupremo Tribunal Federal, sendo elevado à categoria de corte máxima de justiça do país, cujas bases foram inspiradas na suprema corte dos Estados Unidos (a constituição americana serviu de modelo inspiratório). O Supremo foi criado para ser um órgão inacessível à “influências da desordem, das paixões, dos interesses e das inclinações corruptíveis”. Trata-se do tribunal eminentemente “constitucional” na sistemática jurisdicional pátria, responsável pelo julgamento dos casos mais notórios de eventuais ofensas à Constituição Federal. O STF não é uma Corte só de controle e guarda da Constituição, uma vez que, na estrutura pátria, também se vê às voltas com o julgamento de recursos extraordinários (controle constitucional difuso), conflitos de competência entre tribunais, conflito entre Estado estrangeiro e a União, a revisão criminal de seus julgados, dentre outras matérias nas quais o foco não é um julgamento apenas de ordem constitucionalista mas que são abordadas matérias constitucionais. O Supremo Tribunal Federal (STF) é o guardião da Constituição Federal. Compete-lhe, dentre outras tarefas, julgar as causas em que esteja em jogo uma alegada violação da Constituição Federal, o que ele faz ao apreciar uma ação direta de inconstitucionalidade ou um recurso contra decisão que, alegadamente, violou dispositivo da Constituição. Na CF/88, o STF é disciplinado nos arts. 101/103. É composto por 11 Ministros, escolhidos entre cidadãos com mais de 35 anos e menos de 65 anos, de notável saber jurídico e conduta ilibada. Os Ministros são nomeados pelo Presidente da República, mas a escolha passa pela apreciação do Senado Federal. (na história republicana brasileira, ao longo de 114 anos, o Senado Federal rejeitou 5 indicações presidenciais, todas no governo de Floriano Peixoto). Competência do STF – a) ORIGINÁRIA (artigo 102, I, “a” a “r”) é quando o Supremo é acionado diretamente, ou seja, quando o processo trata de questões afetas somente a ele, só o Supremo deve decidir. Estas lides não chegam ao seu exame através de recursos ordinários ou extraordinários, pois nesses casos o Supremo julga como ÚNICA instância, por se tratarextraordinários, pois nesses casos o Supremo julga como ÚNICA instância, por se tratar de temas os quais a constituição lhe reserva competência originária. Essas matérias estão elencadas no art. 102, I da CF/88 (exemplo Ação Direta de Inconstitucionalidade). b) RECURSAL – é quando o Supremo aprecia matéria que chegou ao seu exame através da interposição de recurso. Pode ser RECURSAL ORDINÁRIA, que se fundamentada em recurso ordinário (art. 102, II) e RECURSAL EXTRAORDINÁRIA, que advém de recurso extraordinário (art. 102, III), sendo que na competência recursal o supremo analisa a lide em última instância. O STF pode editar súmulas vinculantes, segundo previsão do art. 103-A, inserido pela EC 45/05, onde, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, e por votação de 2/3 dos membros do tribunal, poderá editar súmula com efeito vinculante aos demais órgãos do poder judiciário e da administração publica direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, podendo proceder a revisão ou cancelamento das súmulas. As súmulas podem ser elaboradas de ofício pelo próprio STF ou por provocação (hoje temos 32 súmulas vinculantes). 2. Superior Tribunal de Justiça (STJ) O STJ é uma criação da constituição de 1988, cuja função principal é uniformizar a aplicação do direito federal. Com a criação do STJ algumas competências do STF foram transferidas aquele órgão, que passou a defender o plano jurídico-processual, o princípio da incolumidade do direito objetivo. O STJ tem sede em Brasília e jurisdição em todo território nacional. É composto por 33 Ministros, no mínimo (art. 104. lei ordinária federal poderáÉ composto por 33 Ministros, no mínimo (art. 104. lei ordinária federal poderá ampliar o número de Ministros do STJ), sendo 1/3 de juízes dos Tribunais Regionais Federais; 1/3 de desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio tribunal; 1/6 de advogados e 1/6 de membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente (art. 104, I e II). Os requisitos para ser Ministro do STJ estão no art. 104, ou seja, ser brasileiro – nato ou naturalizado, com mais de 35 anos e menos de 65, de notável sabe jurídico e reputação ilibada Competência do STJ As competências do STJ são bem amplas, uma vez que incorporou quase todas as competências do antigo Tribunal Federal de Recursos, extintos quando da criação do STJ, além daquelas competências que herdou do STF. Também tem competência ORIGINÁRIA E RECURSAL. Sua competência originária está no art. 105, I, e, da mesma forma que o STF, é aquela que permite que o órgão seja acionado diretamente, para apreciação de matéria emaquela que permite que o órgão seja acionado diretamente, para apreciação de matéria em única instância. Essa competência originária permite ao STJ que ele processe e julgueos casos em que altas autoridades da República pratiquem atos atentatórios às liberdades públicas. Esses atos são aqueles que não estão sob a jurisdição do STF. A competência recursal do STJ possibilita que este seja provocado por meio dos recursos constitucionais ordinário e especial, de modo que vai analisar a questão em última instância. O recurso ordinário é cabível nos casos relacionados no art. 105, II e o recurso especial no inciso III do mesmo artigo. 3. Conselho Nacional de Justiça (CNJ) - Embora não exerça jurisdição propriamente, um estudo completo da estrutura básica do Poder Judiciário não poderia deixar de abordar este Conselho, instituído no artigo 103-B da CF/88 pela Emenda Constitucional 45/04. - Tal Conselho, objeto de muita controvérsia e discussões acerca de sua constitucionalidade, deve ser composto por 15 membros, com mandato de dois anos, permitida uma recondução.permitida uma recondução. - Interessante na composição deste Conselho é a inclusão de membros indicados pelo Ministério Público, pela OAB e dois cidadãos com notório saber jurídico indicados pelo Poder Legislativo. - Cabe ao Conselho Nacional de Justiça o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário, bem como zelar pelo cumprimento dos deveres funcionais dos juízes. 4. Justiça Federal (Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais) - A Justiça Federal é prevista na Constituição Federal nos arts. 106/110 e é composta pelos Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais. - À Justiça Federal compete processar e julgar todos os feitos em que a União, autarquias, empresas públicas e fundações públicas e federais sejam autoras, rés ou intervenientes, bem assim os processos criminais quando se tratar de crimes que o Brasil, por convenção internacional, obrigou-se a coibir. - Os Tribunais Regionais Federais são compostos por no mínimo 07 juízes, recrutados, quando possível, na região do Tribunal. - São nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de 30 e menos de 65 anos, sendo certo que 1/5 dos nomeados deve ser dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de 10 anos de carreira. Os outros membros são escolhidos mediante a promoção de juízes federais com mais de 05 anos de exercício, promovidos por antiguidade ou merecimento. 5. Justiça do Trabalho - A Justiça do Trabalho é prevista nos arts. 111/116 da CF/88. É composta pelo Tribunal Superior de Trabalho (TST), Tribunais Regionais do Trabalho (TRT) e Juízes do Trabalho. - Tribunal Superior do Trabalho é composto por 27 Ministros, todos escolhidos dentre brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos. São nomeados pelo Presidente da República, dependendo de aprovação do Senado Federal.República, dependendo de aprovação do Senado Federal. - A composição do TST deve conter um 1/5 de membros entre advogados com mais de 10 anos de efetividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de efetivo exercício. - Os demais membros devem ser indicados através de promoção entre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho oriundos da Magistratura. - Já os Tribunais Regionais do Trabalho são compostos por no mínimo 07 juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região. São nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos, sendo 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de efetivo exercício e os demais retirados mediante promoção de juízes do trabalho, seja por merecimento, seja por antiguidade. - Os órgãos da Justiça do Trabalho são o Tribunal Superior do Trabalho (TST), os- Os órgãos da Justiça do Trabalho são o Tribunal Superior do Trabalho (TST), os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) e os Juízes do Trabalho. - Compete-lhe julgar as causas oriundas das relações de trabalho. - Os Juízes do Trabalho formam a primeira instância da Justiça do Trabalho e suas decisões são apreciadas em grau de recurso pelos TRTs. - O TST, dentre outras atribuições, zela pela uniformidade das decisões da Justiça do Trabalho. - A justiça do trabalho, em 31.12.2004, teve a sua competência fortemente ampliada, para processar e julgar toda e qualquer causa decorrente das relações de trabalho, o que inclui os litígios envolvendo os sindicatos de trabalhadores, sindicatos de empregadores, análise das penalidades administrativas impostas pelos órgãos do governo incumbidos da fiscalização do trabalho e direito de greve. 6. Justiça Eleitoral - A Justiça Eleitoral, prevista nos arts. 118/121, é formada pelo Tribunal Superior Eleitoral, pelos Tribunais Regionais Federais, pelos juízes eleitorais e pelas juntas eleitorais. - Nos termos do artigo 121 § 2º - da CF – os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por 2 anos, no mínimo e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. Tribunal Superior Eleitoral- O Tribunal Superior Eleitoral é composto por no mínimo 07 membros, escolhidos (mediante eleição secreta) dentre 03 juízes entre os Ministros do Supremo Tribunal Federal e 02 juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça. Os outros dois membros são escolhidos pelo Presidente da República dentre advogados notável saber jurídico e idoneidade moral (através de um lista sêxtupla encaminhada pelo STF). - O Presidente e Vice-presidente do TSE: serão eleitos pelo TSE, dentro Ministros do STF; - O Corregedor Eleitoral do TSE: será eleito pelo TSE, dentro Ministros do STJ. - Os Tribunais Regionais Eleitorais (há um em cada capital de Estado e no Distrito Federal) são compostos de 07 juízes, sendo eleitos, por voto secreto, dois juízes entre Desembargadores de Justiça e 02 juízes entre juízes de direito escolhidos pelo Tribunal de Justiça; um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou, não havendo tal tribunal no Estado, um juiz federal escolhido pelo Tribunal Regional Federal respectivo e dois juízes nomeados pelo Presidente da República dentre advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral (escolhidos dentre 6 advogados indicados pelo Tribunal de Justiça). - O Presidente e Vice-presidente do TRE serão eleitos pelo TRE respectivo, dentre os desembargadores. - Os Juízes Eleitorais, nos termos do artigo 32 do CE, são os próprios juízes de direito em efetivo exercício e, na falta destes, os seus substitutos legais, da própria organização judiciária do Estado ou do DF, que gozem das prerrogativas do artigo 95 da CF. - Juntas Eleitorais – O Artigo 121 estatui que lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais. - O Código eleitoral estabelece que as Juntas Eleitorais são compostas por 1 juiz de direito, que será o presidente, e de 2 ou 4 cidadãos de notória idoneidade. - As juntas são formadas em época de eleição (60 dias antes) e são responsáveis pela apuração das eleições; resolver eventuais impugnações e demais incidentes verificados durante os trabalhos da contagem e da apuração; expedir os boletins de apuração e diploma aos eleitos para cargos municipais. - Compete a justiça eleitoral julgar as causas relativas à legislação eleitoral. Os TREs decidem em grau de recurso as causas apreciadas em primeira instância pelos Juízes Eleitorais e O TSE, dentre outras atribuições, zela pela uniformidade das decisões da Justiça Eleitoral. - A Justiça Eleitoral desempenha, ademais, um papel administrativo, de organização e normatização das eleições no Brasil. 7. Justiça Militar A Justiça Militar, prevista na Constituição Federal nos arts.122/124, é composta pelo Superior Tribunal Militar, pelos Tribunais Militares Estaduais pelos juízes militares. O Superior Tribunal Militar é composto por 15 membros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal. Na indicação do Presidente, 03 devem ser oficiais generais da Marinha, 04 do Exército e 03 da Aeronáutica. Já os ministros civis, dentre 35 e 65 anos, devem ser escolhidos dentre 03 advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada (com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional) e dois dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça Militar. A Justiça Militar compõe-se do Superior Tribunal Militar (STM) e dos Tribunais e Juízes Militares, com competência para julgar os crimes militares definidos em lei. - No Brasil, a Constituição Federal organizou a Justiça Militar tanto nos Estados como na União. A CF distingue a Justiça Militar Federal de um lado (artigo 124) e a estadual, também especializada, de outro (artigo 125, §§ 3º, 4º e 5º). - A Justiça Militar Estadual existe nos 26 Estados-membros da Federação e no Distrito Federal, sendo constituída em primeira instância pelo Juiz de Direito e pelos Conselhos de Justiça Especial e Permanente, presididos pelos Juiz de Direito.Conselhos de Justiça Especial e Permanente, presididos pelos Juiz de Direito. - Em Segunda Instância, nos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul pelos Tribunais de Justiça Militar e nos demais Estados pelos Tribunais de Justiça. O STM (Superior Tribunal Militar) além de competências originárias, funciona como tribunal recursal em relação ao militares federais. (não examina matérias provenientes da Justiça Estadual ou Distrital. 8. Tribunais e Juízes dos Estados - Residualmente, compete à Justiça Estadual tudo o que não for de competência das justiças especiais ou especializadas, nem da justiça federal. A Constituição Federal determina que os estados organizem a sua Justiça Estadual, observando os princípios constitucionais federais. Como regra geral, a Justiça Estadual compõe-se de duas instâncias, o Tribunal deComo regra geral, a Justiça Estadual compõe-se de duas instâncias, o Tribunal de Justiça (TJ) e os Juízes Estaduais. Os Tribunais de Justiça dos estados possuem competências definidas na Constituição de nosso país, bem como na Lei de Organização Judiciárias dos Estados. Basicamente, o TJ tem a competência de, em segundo grau, revisar as decisões dos juízes e, em primeiro grau, determinadas ações em face de determinadas pessoas. É facultado aos estados criar a justiça militar estadual, com competência sobre a polícia militar estadual. Os integrantes dos TJs são chamados Desembargadores. Os Juízes Estaduais são os chamados Juízes de Direito. Previstos nos arts. 125/126 da CF/88, também devem se reportar às Constituições Estaduais, principalmente no que concerne à fixação de competência. Assim como na Justiça Federal e na Justiça do Trabalho, também há a possibilidade, implementada pela Emenda Constitucional 45/04, dos Tribunais de Justiça dinamizarem a Justiça itinerante. 9 - Justiça de Paz (artigo 98, II da CF) - Terá competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação. - Salvo no Estado de Minas Gerais, não há informações acerca da criação de referida justiça em outra localidade. Poder Executivo - Expressão de conteúdo incerto, ora exprime a função (CF, art. 76), ora o órgão (cargo e ocupante, CF, art. 2º). - Envolve poderes, faculdades e prerrogativas da mais variada natureza. Trata-se de órgão constitucional (supremo) que desempenha a prática de atos de chefia de estado, de governo e de administração. O Executivo reveste, na prática, as mais diversas formas. Assim é que existem:Assim é que existem: 1. o executivo monocrático (rei, imperador, ditador, presidente); 2. o executivo colegial (dois homens com poderes iguais, como os cônsules romanos); 3. o executivo diretorial (grupo de homens em comitê), como era na ex-URSS e ainda é na Suíça) 4. e o executivo dual (próprio do parlamentarismo, um Chefe de Estado e um Conselho de Ministros, ou seja, um indivíduo isolado e um comitê). - Sua função tradicional é administrar o Estado de acordo com as leis elaboradas pelo Poder Legislativo - Em sua origem, dentro do modelo clássico de menor intervenção possível do Estado na ordem econômica e social, possuía dupla missão: a. defesa externa b. segurança interna. Com a passagem do Estado liberal para o Estado social e a sua maior intervenção na ordem econômica, o Poder Executivo passou a acumular cada vez mais tarefas.mais tarefas. Foi assim que passou também para o Estado: a. o comando da atividade econômica; b. a realização de obras de infraestrutura; c. atividades de assistência social, d. ampla iniciativa legislativa nos mais variados temas. - Concretamente, é sua atribuição o governo e a administração do Estado. a. Governo, como o conjunto de órgãos que tomam decisões políticas fundamentais. b. Administração, como o conjunto de órgãos que implementam essas decisões. - No nosso direito constitucional, ele é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado (CF, art. 76). - O Brasil adotou o presidencialismo como sistema de governo (ADCT, art. 2º).- O Brasil adotou o presidencialismo como sistema de governo (ADCT, art. 2º). Auxiliado pelos Ministros de Estado (CF, art. 76); - O Presidente da República acumula as funções de Chefe de Estado (representação externa e interna do Estado) e Chefe de Governo (liderança política e administrativa dos órgãos de Estado). - Eleito com mandato fixo, não depende de maioria política no Congresso Nacional para investir-se no cargo ou nele permanecer. - A razão disso é que os constituintes recusaram adotar para o Brasil o sistema de governo parlamentar. Remeteram a um plebiscito a realizar-se em 7 de setembro de 1993 a decisão de manter o presidencialismo ou acolher o parlamentarismo (ADCT, art. 2º). - O plebiscito, que de verdade se realizou, não na data inicialmente prevista- O plebiscito, que de verdade se realizou, não na data inicialmente prevista (21/04/93), concluiu, por grande maioria de votos pela manutenção da República presidencialista. Eleição e mandato no Executivo - Preenchendo as condições constitucionais de elegibilidade (CF, art. 14, § 3º), o presidente da república é eleito simultaneamente com um vice-presidente. - A eleição realizar-se-á em primeiro turno, no primeiro domingo de outubro e, em segundo turno, se houver, no último domingo de outubro, do ano anterior ao do término do mandado presidencial vigente (CF, art. 77). - Ficou consolidado o direito de o povo eleger o presidente da república pelo sufrágio universal e voto direto e secreto (CF, art. 14). - Igualmente foi mantido o princípio da maioria absoluta para a eleição presidencial (CF, art. 77, § 2º). - Reputa-se eleito presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos. - Não alcançando essa maioria, far-se-á uma segunda eleição, isto é, um segundo turno de votação, concorrendo apenas os dois candidatos mais votados, tendo-se como eleito aquele que conseguir a maioria dos votos válidos (CF, art. 77, § 3º) - São expressões equivalentes "maioria de votos válidos" entre dois candidatos (CF, at. 77, § 3º) e "maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos" (CF, art. 77, § 2º). - A eleição em dois turnos tem por finalidade assegurar que a pessoa eleita para o- A eleição em dois turnos tem por finalidade assegurar que a pessoa eleitapara o cargo de presidente da república, de primordial importância para o Estado, tenha obtido a maioria dos votos válidos. - Essa eleição por maioria absoluta não significa necessariamente que seja realizada em dois turnos. Se um dos candidatos obtiver já no primeiro turno mais da metade dos votos, excluídos os em branco, será considerado eleito para o cargo de presidente da república. - A eleição em dois turnos mantém a universalidade do sufrágio direto e secreto, pois os eleitores que não tenham participado do primeiro turno de votação poderão votar no segundo. - O princípio da maioria absoluta é que levou os constituintes a determinarem que, se, antes do segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação (CF, art. 77, § 4º) - Isso visa evitar conchavos entre os candidatos mais votados, de modo que um concordasse em desistir, com o que o outro seria considerado eleito, mesmo sem satisfazer o princípio da maioria absoluta. - Se todos os candidatos desistirem, a Constituição não aponta a solução. Mas se tivermos em mente que o princípio é o da maioria absoluta, e não dos dois turnos, parece plausível admitir a anulação da eleição, que resultara fraudada. - O eleito conquista um mandato de quatro anos (CF, art. 82), do qual tomará posse, no dia primeiro de janeiro do ano seguinte ao de sua eleição, perante o Congresso Nacional. - A duração do mandato do presidente da república tem variado na história constitucional brasileira. Já foi fixado em seis anos (CF de 1937 e emenda nº 8/77 à de 1969), em cinco (CF de 1946 e 1969) e em quatro (CF de 1891, 1934, 1967 e 1988). - A emenda constitucional nº 16/97 inovou na ordem constitucional brasileira, ao admitir a reeleição do presidente da república para um único período subsequente (CF, art. 14, § 5º). Decorrências da presidência - A eleição do presidente implica automaticamente a do vice-presidente com ele registrado, que sequer é votado. - Ao vice cabe substituir o presidente, nos casos de impedimento, suceder-lhe no caso de vaga e auxiliá-lo, sempre que por ele convocado para missões específicas (CF, art. 79, parágrafo único). - Outros substitutos são o presidente da Câmara dos Deputados, o do- Outros substitutos são o presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal, que serão chamados, se ocorrer o impedimento concomitante do presidente e do vice, no caso de vacância de ambos os cargos (art. 80). - Pelo exercício de seus mandatos, eles têm direito a estipêndios mensais, em forma de subsídios em parcela única e fixados pelo Congresso Nacional (art. 49, VIII), que manda observar o art. 39, § 4º, sendo determinada a observância do teto, que são os subsídios dos ministros do Supremo Tribunal Federal. As atribuições do Executivo - O presidente da República deve exercer o poder dentro dos limites estabelecidos pela carta política, sob pena de afastamento pela prática de crime de responsabilidade. - São múltiplas as suas atribuições. A CF (art. 84) consigna as privativas e de prática diuturna. Existem outras, no entanto, em decorrência de sua posição constitucional. 1. Como Chefe de Estado, mantém relações com Estado estrangeiro, celebra tratados, convenções e atos internacionais (incisos VII, VIII), nomeia ministros dos tribunaisconvenções e atos internacionais (incisos VII, VIII), nomeia ministros dos tribunais superiores, por ser função de magistratura suprema (inciso XIV), nomeia um terço dos membros do Tribunal de Contas da União, órgão não executivo (inciso XV), declara a guerra e celebra a paz (incisos XIX e XX). 2. Como Chefe do Governo, nomeia e exonera os ministros de Estado, inicia o processo legislativo, sanciona e promulga leis, veta projetos de lei, decreta o estado de defesa, o estado de sítio e a intervenção federal, remete mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional, concede indulto e comuta penas (incisos I, III, IV, V, IX, X, XI e XII). 3. Como Chefe da Administração, exerce a direção superior da administração federal, organizando o seu funcionamento e extinguindo as funções ou cargos públicos, nomeia o Advogado-Geral da União, órgão do Poder Executivo, presta contas ao Congresso Nacional, referentes ao exercício anterior, provê e extingue cargos públicos federais (incisos II, XVI, XXIV e XXV). - Entre as suas atribuições, destaca-se a de "expedir decretos e regulamentos" para a fiel execução das leis (inciso IV, última parte). - A faculdade de regulamentar é atribuída também aos chefes do Poder Executivo nas demais- A faculdade de regulamentar é atribuída também aos chefes do Poder Executivo nas demais esferas de poder político (governadores e prefeitos), por disposições semelhantes das respectivas constituições estaduais e leis orgânicas municipais. - Se o regulamento é o ato normativo expedido pelo Poder Executivo, não pode contrariar leis nem criar direitos e obrigações. - Somente a lei pode criar obrigações, em razão do princípio constitucional da legalidade: "Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei" (art. 5, II). - A lei depende da Constituição (art. 59, II, III e IV). Nela encontra o seu fundamento de validade. Ao contrário, o regulamento depende da lei, onde se encontra a sua base de legitimidade (inciso IV). - Apesar de ser também norma abstrata e geral, difere o regulamento da lei, por não importar em modificação da ordem jurídica. - O meio pelo qual o presidente da República pratica os atos de sua competência é o decreto.decreto. - Todos os seus atos inclusive os regulamentos, que contêm disposições gerais, são editados na forma de decretos. Entre eles estão a organização e funcionamento da administração federal e a extinção de funções ou cargos públicos (inciso VI, alíneas a e b). Responsabilidade do Executivo - Não existe governante irresponsável nos regimes democráticos. Nem há democracia representativa sem eleição. - As autoridades eleitas para exercitar o governo devem responder pelo uso que dele fizerem. Como diz Paulo Brossard de Souza Pinto, in O impeachment, pág 9, Livraria do Globo, 1965, "governo irresponsável, embora originário de eleição popular, pode ser tudo, menos governo democrático".popular, pode ser tudo, menos governo democrático". - No sistema parlamentarista, a responsabilidade do governo apura-se perante o Parlamento, com o voto de desconfiança ou a moção de censura. - No presidencialismo, o próprio presidente é responsável, ficando sujeito a sanções de perda do cargo por infrações definidas como crime de responsabilidade, apuradas em processo administrativo pelas Casas do Congresso Nacional. - Esses crimes serão: a. infrações políticas, quando atentarem contra a existência da União, contra o livre exercício do Poder Legislativo, contra o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais, contra a segurança interna do país (CF, art. 85, I-IV). b. Serão crimes funcionais, no caso de atentarem contra a probidade da administração, a lei orçamentária e o cumprimento das leis e das decisões judiciais (art.85, V-VII).a lei orçamentária e o cumprimento das leis e das decisões judiciais (art.85, V-VII). - O procedimento para julgamento dos crimes de responsabilidade começa com a sua denúncia, que pode ser apresentada por qualquer cidadão (lei 1079/50, art. 14). Compete à Câmara dos Deputados o juízo de admissibilidade da acusação, com o quórum qualificado de 2/3 dos votos (art. 51, I e 86). - Admitida a acusação, cabe ao Senado Federal, sob a presidência do presidente do Supremo Tribunal Federal, o processo e julgamento do mérito da acusação (art. 52, I e 86). - O Senado Federal atua, nesse caso, como órgão judicante, e o Ministro do Supremo atua com o objetivo de assegurar uma direção imparciale técnica a um órgão de composição essencialmente política. - A Constituição estabelece duas sanções para os condenados pela prática de crime de responsabilidade: a) perda do cargo e b) inabilitação por oito anos para o exercício de função pública (art. 52, parágrafo único). - É isso que caracteriza o chamado impeachment. - A ideia subjacente era a de que "inabilitação" importava numa consequência advinda da decretação da perda do cargo. Mas o Senado Federal, no caso Collor de Mello, deu outra interpretação ao texto, de onde proveio a compreensão de que a renúncia ao cargo, durante o processo de julgamento, não implica a sustação deste, que prosseguirá para confirmar a inabilitação pelo prazo indicado. - Deu-se à perda do cargo pela renúncia o mesmo efeito da perda por decisão do juízo político. CRIMES COMUNS:- O que são crimes comuns? - São aqueles do Código Penal + crimes eleitorais + contravenções penais. -Local de julgamento� STF -A autorização da Câmara dos Deputados não vincula o STF. a)Tipos de imunidades do Presidente da República: � O Presidente da República não tem imunidade material. I - Infrações comuns: - O Presidente da República não será preso, nas infrações comuns, enquanto não sobrevier sentença condenatória (art. 86§ 3º, CF)→ não será preso cautelarmente (prisão em flagrante, provisória, preventiva...), independentemente do crime ser inafiançável, ou não. II- Infrações comuns, SEM conexão com seu mandato: - O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não responderá pela prática de atos estranhos ao exercício de suas funções presidenciais (que tenham sido praticados antes ou durante o seu mandato). - Ao terminar seu mandato, será processado e julgado na Justiça Comum de 1ª instância (perderá o foro por prerrogativa de função). A prescrição do crime ficará suspensa. - O foro por prerrogativa de função só diz respeito a ações de natureza penal.- O foro por prerrogativa de função só diz respeito a ações de natureza penal. III- Infrações comuns COM relação com seu mandato: - Praticado um crime comum, na vigência de seu mandato, em que haja conexão com seu mandato→ a Câmara deverá autorizar o processo (2/3)→ o Presidente da República será processado perante o STF→ Se condenado → a decisão condenatória com trânsito em julgado acarretará a suspensão de seus direitos políticos e, em consequência, a cessação imediata de seu mandato ( a perda do mandato é consequência da própria condenação e não dependerá de nenhum outro ato formal). - Se o Presidente cometer alguma infração de natureza civil, administrativa, fiscal ou tributária, elas poderão ser apuradas no STF? - Sim, será em 1º grau. PRESTAÇÃO DE CONTAS - O Presidente da República deverá prestar contas (referentes ao exercício anterior) anualmente, ao Congresso, dentro de 60 dias após a abertura da sessão legislativa.anualmente, ao Congresso, dentro de 60 dias após a abertura da sessão legislativa. As contas serão analisadas da seguinte forma: TOMAR→ CÂMARA APRECIAR→ TCU EMITIR PARECER→ COMISSÃO MISTADE ORÇAMENTO E FINANÇAS JULGAR→ CONGRESSO - GOVERNADORES DE ESTADO - Os Governadores não têm nenhuma imunidade processual conferida ao Presidente da República (quanto às prisões cautelares e quanto à prática de atos estranhos ao exercício de suas funções presidenciais). O STF entende (ADI 978) que só pode ser estendida aos Governadores a imunidade formal que condiciona o processo e julgamento do Presidente da República à autorização prévia da Câmara dos Deputados. Assim, as Constituições Estaduais e a Lei Orgânica do DF poderão prever que os respectivos Governadores só poderão ser processados e julgados perante o STJ depois da prévia autorização, por 2/3 dos seus membros, da Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa correspondente. - Foro por prerrogativa de função - O Governador será julgado : a) crimes comuns→ STJ b) crimes de responsabilidade→ depende da Constituição Estadual SISTEMACONSTITUCIONAL DE CRISES: É o conjunto ordenado de normas constitucionais, que, informadas pelos princípios da necessidade e da temporariedade, tem por objeto as situações de crises e por finalidade a manutenção ou restabelecimento da normalidade constitucional. 1 - ESTADO DE DEFESA (art. 136) O Presidente da República PODE, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, DECRETAR ESTADO DE DEFESA para PRESERVAR ou PRONTAMENTE RESTABELECER, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. O decreto que instituir o estado de defesa determinará: • o tempo de sua duração, • as áreas a serem abrangidas • as medidas coercitivas, que podem ser: I - restrições aos direitos de: a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; b) sigilo de correspondência; c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; II - na hipótese de calamidade pública, ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos. O tempo de duração do estado de defesa não será superior a 30 dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação. Se não for suficiente→ Estado de Sítio. CONTROLE POLÍTICO: Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de 24 horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta. O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de 10 dias contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa. Se o Congresso estiver de recesso, deverá reunir-se em 5 dias. �Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.�Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa. � AMesa do Congresso , ouvidos os líderes partidários, designará comissão composta de 5 membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas. � O Congresso permanecerá em funcionamento até o término das medidas coercitivas. ESTADO DE SÍTIO (art. 137 a 139, CF) O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar autorização ao Congresso Nacional para decretar o estado de sítio nos casos de: I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa. Poderá ser decretado por 30 dias + 30 dias + 30 dias + 30 dias..... → Cada prorrogação deverá ser autorizadadias + 30 dias + 30 dias + 30 dias..... → Cada prorrogação deverá ser autorizada novamente pelo Congresso. II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira. Poderá durar indefinidamente, pelo tempo que for necessário. � Estado de guerra é a situação em que uma nação, com ou sem a declaração da guerra, inicia hostilidades contra outra, suspendendo todas as garantias constitucionais consideradas prejudiciais à segurança nacional. O decreto do estado de sítio indicará :sua duração; as normas necessárias a sua execução; e as garantias constitucionais que ficarão suspensas; Depois de publicado o decreto, o Presidente da República designará oDepois de publicado o decreto, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas. O estado de sítio não poderá, no caso do inciso I, ser decretado por mais de 30 dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira. Na vigência do Estado de Sítio, SÓ poderão ser tomadas as seguintes medidas: I - obrigação de permanência em localidade determinada; II - detenção em edifício não destinado aacusados por crimes comuns; III- restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa; IV- suspensão da liberdade de reunião; V- busca e apreensão em domicílio; VI- intervenção nas empresas de serviços públicos;VI- intervenção nas empresas de serviços públicos; VII- requisição de bens. Não se inclui nas restrições cabíveis durante o estado de sítio, a possibilidade de vedação à difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa. � Em caso de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira, a CF não estabeleceu limites às medidas coercitivas contra as pessoas. Portanto, é possível que outras medidas mais amplas poderão ser tomadas, mas para que isso ocorra, será preciso que haja: I- justificação quanto à necessidade de adoção de medidas pelo Presidente da República; II- aprovação das medidas coercitivas pelo Congresso, por maioria absoluta; III – previsão expressa da adoção das medidas no decreto que instituir o estado de defesa.defesa. �Apesar de os pressupostos para a decretação do estado de sítio serem situações de alcance ou repercussão nacional, as medidas coercitivas não necessariamente abrangerão todas as áreas do território nacional (mas podem ter tal abrangência, se necessário, diferentemente do que ocorre na decretação de estado de defesa). � É possível haver o controle judicial, mas só de legalidade; de mérito, não! � AMesa do Congresso , ouvidos os líderes partidários, designará comissão composta de 5 membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas. � O Congresso permanecerá em funcionamento até o término das medidas coercitivas CONSELHO DA REPÚBLICA (art. 89, CF) CONSELHO DE DEFESA NACIONAL (art. 91, CF)
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