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UTILIZAÇÃO DA INTERCEPTAÇÃO LUMINOSA COMO ESTRATÉGIA PARA O MANEJO DO PASTEJO EM SISTEMAS TROPICAIS SIMÕES, R.A.L1; PRADO, G.A.F2 1 Aluno do curso de Pós-Graduação em Nutrição de Ruminantes, Faculdades Associadas de Uberaba , Uberaba (MG), e- mail: renatovet@hotmail.com 2 Professora do curso de Zootecnia, Faculdades Associadas de Uberaba , Uberaba (MG), e-mail: glendaafp@hotmail.com RESUMO: O objetivo desta revisão é elucidar os principais pontos relacionados ao manejo do pastejo baseado na utilização da interceptação luminosa pelo dossel forrageiro. Atualmente, pode-se perceber um novo enfoque dado ao sistema, não mais utilizando calendários fixos de período de descanso e utilização em piquetes de pastejo rotacionado, mas sim respeitando a ecofisiologia das plantas forrageiras, com a intenção de gerar ambientes pastoris mais adequados tanto para as plantas como para os animais que as utilizam. Neste modelo, foram revisadas as estratégias de desfolhação quando o dossel forrageiro atinge 95% da interceptação luminosa (I.L, momento que o balanço entre os processos de crescimento e senescência dos tecidos da planta seria máximo, permitindo maior acúmulo líquido de forragem) ou 100% de IL (momento que caracteriza maior processo de senescência das plantas). Pode ser observado que ao utilizar o manejo com 95% de IL, é possível se obter um maior número de ciclos de pastejo com boa produção de matéria seca (MS), forragem de maior qualidade bromatológica (maior quantidade de folhas e menor de hastes e material morto) gerando uma consequente maximização no desempenho animal quando comparados ao manejo de desfolha com 100% de IL. Este novo conceito em manejo do pastejo apesar de ser baseado em pesquisas com altos níveis de tecnologia chega aos produtores rurais de forma prática a ser realizada, pois a IL de cada espécie forrageira é correlacionada a uma altura fixa padrão do dossel forrageiro, permitindo assim seu uso de forma racional e com grandes benefícios ao sistema de produção. PALAVRAS-CHAVE: manejo do pastejo, interceptação luminosa, ecofisiologia de plantas forrageiras, pastejo rotacionado UTILIZATION OF LIGHT INTERCEPTION AS A STRATEGY FOR GRAZING MANAGEMENT IN TROPICAL SYSTEMS ABSTRACT: The aim of this review is to clarify the main aspects related to grazing management based on the use of light interception by the canopy. Currently, it is possible to realize a new focus given to the system, using no more fixed calendars of rest and use of rotational grazing in paddocks, but respecting the ecophysiology of forage plants, with the intention of generating more pastoral environments suitable for both plants as well as for animals that use them. In this model, were revised strategies of grazing when the sward reaches 95% of light interception (L.I, moment that the balance between the processes of growth and senescence of plant tissues would be maximum, allowing greater net herbage accumulation) or 100% LI (moment that characterizes larger process of plant senescence). It may be noted that by using the management with 95% LI, it is possible to obtain a greater number of grazing cycles with good dry matter (DM) production, higher bromathological forage quality (higher amount of leaves and smaller stems and dead material) generating a consequent maximization in animal performance when compared to grazing management with 100% LI. This new concept in grazing management despite being based on research with high technology reaches farmers in a practical way to be held, because the LI of each grass species is correlated to a standard fixed height of the canopy, thus allowing its use rationally and with great benefit to the production system. KEY WORDS: grazing management, light interception, ecophysiology of forage plants, rotational grazing INTRODUÇÃO A utilização de pastagens como recurso forrageiro para alimentação de ruminantes vêm crescendo em importância na pecuária nacional e internacional por proporcionar um alimento de boa qualidade a baixos custos, competindo, com vantagem, com produções baseadas na utilização de resíduos industriais, grãos e suplementos volumosos como fonte de alimento. Para tornar a atividade realmente competitiva é necessário utilizar a pastagem de forma adequada. Nesse sentido, são de fundamental importância estudos baseados na fisiologia e ecologia das plantas forrageiras (Carnevalli, 2003). O manejo do pastejo embasado nas características da planta e nas condições de ambiente tem resultado em grande desenvolvimento do setor pecuário em alguns países de clima temperado. Centros de pesquisa tidos como desenvolvidos neste países têm realizado estudos dessa natureza há mais de 50 anos, sendo essa a marca registrada da pesquisa em pecuária. Nos países de clima tropical, os estudos são basicamente fundamentados em intervalos de descanso, taxas de lotação e/ou intensidade de corte/pastejos fixos, raramente respeitando a fisiologia da planta e sem o devido controle de características estruturais do dossel forrageiro (ex: índice de área foliar), variáveis fundamentais para o correto manejo da desfolhação e uso da forragem produzida. Como consequência, o desempenho das pastagens é muito variável e inconsistente, resultando em um elevado grau de insatisfação por parte de produtores e técnicos do setor (Carnevalli, 2003). De acordo com Barbosa (2004), para que se identifique a condição que maximiza a eficiência de produção e colheita, é necessário um banco de informações sobre as características morfogênicas que determinam a estrutura do pasto. Essas informações, juntamente com a evidência dos efeitos da estrutura do dossel sobre o consumo de forragem e desempenho animal levam ao desenvolvimento de estratégias de manejo baseadas nas condições do pasto, com metas de pastejo definidas em termos de altura do dossel (Hodgson, 1990) ou massa de forragem (Matthews et al., 1999). O valor nutritivo das plantas forrageiras é determinado por sua composição química e pelos nutrientes diretamente responsáveis pela digestibilidade da matéria seca (MS), teores de proteína bruta (PB) e de fibra insolúvel em detergente ácido (FDA) (Nussio et al., 1998 e Euclides, 1995). A associação entre a composição química, digestibilidade, consumo voluntário e interação de fatores hereditários e ambientais determina a qualidade de uma planta forrageira que, em última análise, significa o seu potencial em gerar desempenho animal (Mott, 1970; Moore, 1994). Sistemas planejados e alicerçados em princípios baseados em conhecimento científico passam a ter caráter primordial, uma vez que diferentemente de plantas forrageiras de clima temperado, plantas de clima tropical apresentam potencial para acumular maior quantidade de constituintes de parede celular (Moore & Mott, 1973), o que faz com que haja um acúmulo rápido de material fibroso e de baixa digestibilidade, tornando o manejo do pastejo em ambientes tropicais um desafio complexo, função da necessidade de promover produtividade de forma econômica, sustentável e harmoniosa com o meio ambiente (Sarmento, 2007). Neste sentido, o objetivo desta revisão é elucidar os principais pontos relacionados ao manejo do pastejo baseado na utilização da interceptação luminosa pelo dossel forrageiro, de forma a avaliar os aspectos relacionados à produção de MS (quantidade e qualidade), sua utilização (ciclos de pastejo), assim como também ao desempenho de animais submetidos a este sistema. EVOLUÇÃO E CONCEITOS DA ECOFISIOLOGIA DE PLANTAS FORRAGEIRAS A recomendação de práticas de manejo generalizadas para plantas forrageiras tropicais não deve ser realizada, pois estas apresentam uma grande diversidade de gêneros e espécies, o que ocasiona diferentes necessidadesfisiológicas e nutricionais. Aliado a isso está a grande diversidade edafoclimática existente no país, que contribui para a complexidade dos sistemas de produção e das estratégias de manejo passíveis de serem adotadas (Da Silva et al., 2005; Da Silva & Nascimento Jr., 2006). Os estudos pioneiros com plantas forrageiras para fins de definição de estratégias de manejo do pastejo foram realizados com espécies de clima temperado, e serviram de base para o planejamento, aprimoramento e progresso dos estudos com as espécies de clima tropical (Nascimento Jr. et al., 2002). O crescimento de um pasto submetido a desfolhação intermitente foi demonstrado por Brougham (1955, 1956, 1957, 1959, 1960), que descreveu uma trajetória sigmóide da massa de forragem ao longo do tempo durante a rebrotação. O autor verificou que as taxas de acúmulo do azevém estavam relacionadas à área foliar e proporção da luz incidente que era interceptada pelo dossel. O acúmulo atingia uma taxa máxima constante que era mantida enquanto existia área foliar suficiente para interceptar quase toda a luz incidente. Wilson et al., (1961) e Donald (1961), quantificaram a luz que era interceptada pelo dossel de azevém perene mencionada por Brougham (1960). Os autores encontraram redução no acúmulo total de forragem dos pastos quando estes eram desfolhados com menos de 95% de interceptação da luz incidente. Cerca de 30 anos depois, Parsons & Penning (1988) e Parsons et al., (1988) demonstraram que o ponto ótimo para interrupção da rebrotação de pastos submetidos a regimes de corte seria, de fato, aquele em que a taxa média de acúmulo de forragem seria máxima. Quando o dossel atinge 95% de interceptação luminosa (IL) as folhas inferiores passam a ser totalmente sombreadas. A ausência de luz numa folha induz uma diminuição em sua atividade fotossintética e esta entra no ponto de compensação (passa da condição de fonte de fotoassimilados para a condição de dreno) (Donald, 1961). A partir desse ponto, as taxas de fotossíntese e respiração do dossel tornam-se muito próximas. Este é considerado o índice de área foliar ótimo, onde a taxa de acúmulo de massa seca do pasto atinge um máximo. Aumentos subsequentes em índice de área foliar reduzem a taxa de acúmulo do pasto em função do aumento nas taxas de respiração, resultantes de um aumento na quantidade de tecidos sem função fotossintética (senescentes) (Donald, 1961). Os estudos clássicos de Stobbs (1973a,b) e Chacon & Stobbs (1976), após a abordagem analítica para estudos de pastejo proposta por Allden & Whittaker (1970), tiveram grande importância por evidenciarem as diferenças estruturais entre gramíneas de clima temperado e de clima tropical, e as maneiras pelas quais essas diferenças afetavam o comportamento ingestivo de animais em pastejo. Como consequência, a importância do estudo da estrutura do dossel foi evidenciada, e variáveis como altura, massa de forragem, densidade volumétrica e relação lâmina/colmo passaram a ser estudadas com mais cuidado, sendo consideradas condicionantes do entendimento dos processos relativos à atividade de pastejo e comportamento ingestivo dos animais. No Brasil, até recentemente, o conhecimento da curva de acúmulo de forragem dos pastos após corte ou pastejo, sua estacionalidade de produção e composição morfológica (Pedreira, 1973; Pedreira & Mattos, 1981) não foi suficiente para o desenvolvimento de práticas de manejo que solucionassem as dificuldades encontradas nos sistemas de produção animal em pasto. A grande maioria dos trabalhos com plantas forrageiras avaliava o acúmulo de forragem como sendo um processo único, singular, sem levar em consideração aspectos dinâmicos relacionados à população de plantas e competição por luz. Mesmo na literatura internacional, foi somente no início da década de 80 que o processo pôde ser melhor entendido e compreendido. Bircham & Hodgson (1983), avaliando o efeito da condição de pastos de azevém perene (Lolium perenne) mantidos sob condições de controle rígido da estrutura do dossel por meio de lotação contínua, foram os primeiros a descrever o acúmulo de forragem como sendo o resultado líquido de dois processos concomitantes e antagônicos (crescimento e senescência). Os autores revelaram existir uma amplitude de condições de pasto relativamente alta, correspondente a uma grande variação em estratégias de manejo, em que o acúmulo de forragem seria o mesmo, resultado de compensações entre número, área foliar e peso por perfilho. Ficou clara, assim, a importância que a estrutura do dossel possui como determinante e condicionante das respostas tanto de plantas como de animais e surgiu, então, o conceito de desenvolver práticas de manejo do pastejo com base em metas de condição de pasto (“sward targets”) como forma de assegurar a otimização dos processos de acúmulo e consumo de forragem pelos animais (Hodgson, 1985). Nos trópicos, a necessidade de se desenvolver práticas de manejo para as plantas forrageiras aumentou consideravelmente no final da década de 80 e durante a década de 90, uma vez que os índices zootécnicos e de produtividade obtidos até então não eram condizentes com o potencial produtivo das pastagens tropicais, particularmente aquelas formadas por novos cultivares, tidos como produtores de grande quantidade de forragem de qualidade (Da Silva, 2004). Análise mais detalhada do problema revelou que existiam certas dificuldades de controle e manejo do processo de pastejo e, em curto espaço de tempo, ficou evidente que a grande maioria das dificuldades tinha origem nas elevadas taxas de alongamento de colmos e acúmulo de material morto nos pastos, especialmente em situações de fertilidade de solo elevada, irrigação, uso de fertilizantes e corretivos, especificamente nitrogênio (Da Silva, 2004). Surgiram então discussões sobre a viabilidade de impedir, controlar ou mesmo selecionar plantas que não produzissem tantos colmos (Corsi, 1990), mas logo se chegou à conclusão de que o elevado potencial de produção de forragem das gramíneas tropicais era, em parte, devido à produção de colmos (Da Silva, 2004). Como conseqüência, ações que visassem à eliminação do componente colmo do processo de acúmulo poderiam resultar em diminuição significativa do potencial produtivo das pastagens tropicais, razão pela qual o foco das atenções mudou e foram iniciados estudos com o objetivo de compreender melhor como se dava o desenvolvimento de colmos de forma a visualizar estratégias para controlar o acúmulo exagerado desse componente morfológico sem, contudo, suprimi-lo, bem como avaliar o seu efeito sobre plantas e animais e o impacto sobre a produção e produtividade de sistemas pastoris (Da Silva, 2004). Chapman & Lemaire (1993) trouxeram grandes contribuições para o entendimento da interação entre as variáveis morfogênicas e estruturais e sua relação com os fatores abióticos (água, luz, temperatura, nutrientes) e o manejo no controle da disponibilidade desses fatores (IAF). Dessa forma, foi reconhecido que o crescimento do pasto após desfolhação é um processo dinâmico, que envolve vários mecanismos ecofisiológicos de adaptação das plantas forrageiras ao meio, e é afetado diretamente pela época, duração, intensidade e freqüência de corte ou pastejo. Esses importantes conhecimentos da dinâmica de crescimento de pastos sob pastejo foram muito úteis para a determinação de práticas de manejo e de condições do pasto que assegurassem produção animal eficiente e produtividade em ambientes de clima temperado, onde a diversidade de espécies forrageiras é pequena em relação a ambientes de clima tropical (Hodgson & Da Silva, 2002). O conhecimento das variáveis estruturais e da morfogênese das plantas forrageiras tornou-se,assim, uma importante ferramenta para a determinação das condições do pasto (altura, massa de forragem, massa de laminas foliares, IAF) adequadas para assegurar produção animal eficiente e sustentável em áreas de pastagem. Esse posicionamento correspondeu a um marco nos estudos e experimentação com plantas forrageiras tropicais que, ao final da década de 1990 e início dos anos 2000, passaram a assumir uma postura menos pragmática e mais integrada do processo de produção. Nesse contexto, o produto animal passou a ser considerado como sendo o resultado da interação entre solo, clima, planta e animal e foi sumarizado por Freitas (2003), apud Nabinger et al., (2005), por meio de uma modificação no tradicional modelo proposto por Chapman & Lemaire (1993) para plantas de clima temperado e adaptado por Sbrissia & Da Silva (2001) para plantas de clima tropical. Esse modelo é baseado na hipótese de que os recursos tróficos disponibilizados pelo meio (CO2, N, água, radiação solar e temperatura) ou por práticas de manejo (adubação e/ou fertilização) alteram as características morfogênicas do pasto que, por sua vez, alteram as características estruturais, condicionando assim a taxa de lotação e o comportamento ingestivo dos animais. Esse novo modelo conceitual de produção animal em pastagens, baseado em uma cadeia de respostas sistêmicas e interligadas em que a estrutura do dossel representa o núcleo, o ponto de origem das respostas tanto de plantas como de animais, passou a ser utilizado recentemente como referência para o planejamento e idealização de novas séries de experimentos e pesquisas com plantas forrageiras tropicais. Dessa maneira, o conhecimento relativo à morfogênese e ecofisiologia das plantas forrageiras e à ecologia do pastejo tem adquirido grande importância, assumindo papel de destaque e constituindo premissa básica para a idealização e recomendação de práticas de manejo sustentáveis, que permitam aumentar a produção e a produtividade dos sistemas de produção respeitando os limites e as características específicas do ecossistema pastagem (Nascimento Jr. et al., 2004). CRESCIMENTO DE PLANTAS FORRAGEIRAS E PRODUÇÃO DE FORRAGEM A produção e a colheita eficientes de qualquer cultura, como milho, soja, cana-de-açúcar, laranja etc., requer conhecimento acerca do ciclo e do crescimento das plantas, para que as operações envolvendo tratos culturais e de colheita possam ser realizadas no momento correto e de maneira a propiciar o maior rendimento e produtividade possível. Para plantas forrageiras e pastagens, essa lógica de raciocínio é a mesma, o que faz com que o conhecimento sobre os padrões de crescimento e desenvolvimento dessas plantas seja ponto de partida para que estratégias de manejo e de colheita possam ser implementadas. As plantas forrageiras acumulam forragem de maneira diferenciada ao longo do seu ciclo de crescimento, ora priorizando a produção de novas folhas e tecidos, ora priorizando a produção de colmos e inflorescências (colmos/talos e sementes). Esses diferentes padrões de crescimento têm implicações importantes sobre a produção de forragem, seu valor nutritivo, consumo e eficiência de colheita pelo animal, e precisam ser compreendidos para que práticas de manejo eficientes possam ser planejadas e utilizadas (Da Silva, 2009). O acúmulo de forragem durante o período de crescimento e rebrotação das plantas após pastejo é determinante da quantidade e qualidade da massa produzida. Logo após o pastejo e a saída dos animais dos piquetes, o pasto começa a rebrotar com o objetivo de refazer sua área foliar, interceptar luz e crescer novamente (Figura 1), acumulando nova quantidade de forragem para ser utilizada no pastejo seguinte (Da Silva, 2009). Figura 1. Evolução da área foliar e interceptação de luz em pastos durante a rebrotação. Fonte: Da Silva, 2009. No início são produzidas principalmente folhas, sendo o acúmulo de colmos (talos) e material morto muito pequeno. Nessa fase, a prioridade da planta é refazer sua área foliar com o objetivo de maximizar a interceptação da luz incidente (luz do sol) por meio do componente mais eficiente que possui, as folhas. Pelo fato de o pasto encontrar-se “aberto” após pastejo, praticamente não há competição por luz e a planta prioriza a produção de folhas. Esse processo é mantido dessa maneira até que a massa de forragem aumente e as folhas comecem a se sobrepor e sombrear umas as outras, especialmente aquelas mais posicionadas mais perto do solo. Esse ponto é quando 95% de toda a luz incidente é interceptada. Nesse momento, ocorre uma inversão de prioridades no pasto, e as plantas, em resposta a competição por luz, começam colocar folhas novas em condições de plena luz sempre na parte de cima do pasto. Para que isso seja possível, a planta inicia um processo intenso de alongamento de colmos, fazendo com que as folhas novas, que surgem no cartucho de folhas, sejam posicionadas acima das outras mais velhas. Quando isso acontece, as novas folhas produzidas são menores que aquelas mais velhas, posicionadas próximo do solo, que iniciam um processo de morte e decomposição, causando redução do acúmulo de folhas e aumento do acúmulo de colmos e de material morto. Nesse estágio, a altura e a massa de forragem dos pastos aumentam rapidamente, porém a massa de forragem disponível ao animal para colheita começa a apresentar proporções cada vez menores de folhas e maiores de colmos e material morto, à medida que o período de rebrotação aumenta, ou seja, o intervalo de pastejo é prolongado, como mostra a figura 2 (Carnevalli, 2003). Figura 2. Acúmulo de forragem durante o período de rebrotação em pastos de capim-mombaça submetidos a estratégias de pastejo rotativo Fonte: Carnevalli, 2003. O intervalo de pastejo ideal, portanto, seria quando o acúmulo de folhas fosse elevado, porém antes do início do acúmulo acentuado de colmos e material morto. Trabalhos recentes de pesquisa têm demonstrado que esse ponto corresponde à condição de 95% de interceptação de luz pelo pasto e pode ser determinado no campo por meio da altura do pasto medida do nível do solo até o horizonte de visão formado pelo plano horizontal de folhas. Cada planta possui uma meta própria de altura de entrada e de saída dos animais do pasto (Tabela 1) que, uma vez implementada, assegura alta produção de forragem com elevada proporção de folhas e baixa proporção de colmos e material morto, de alto valor nutritivo como pode ser observado na tabela 2 (Da Silva, 2009). O ritmo de crescimento das plantas varia de localidade para localidade, de ano para ano, com o uso de fertilizantes, corretivos e irrigação. Como o padrão de acúmulo de forragem depende da interceptação e competição por luz, quanto mais rápido um pasto crescer e/ou rebrotar, mais rápido ele estará em condições de receber animais para um novo pastejo, indicando que o uso de calendários fixos para intervalos de pastejo é bastante limitado e pode causar sérios prejuízos para a qualidade da forragem e produção animal (Da Silva, 2009). Tabela 1. Metas de altura para entrada e saída dos animais de pastos utilizando pastejo rotativo. Altura do pasto (cm) Planta Forrageira Entrada Saída Mombaça 90 30 a 50 Tanzânia 70 30 a 50 Elefante (Cameroon) 100 40 a 50 Marandu 25 10 a 15 Xaraés 30 15 a 20 Tifton-85 25 10 a 15 Coastcross e Florakirk 30 10 a 15 Fonte: Da Silva, 2009. Esses prejuízos serão mais críticos quanto melhores forem as condições de crescimento para as plantas, ou seja, quanto mais rápido elas crescerem (solos de elevada fertilidade, adubados, irrigados etc.). Esse fato abre uma nova janela de oportunidades paratécnicos e produtores em termos de manejo do pastejo e de pastagens, permitindo ganhos significativos em termos de produção por animal, taxa de lotação e produção por unidade de área (produtividade), muitas vezes sem uso de recurso financeiro adicional algum. No caso do exemplo do capim- mombaça utilizado na Figura 2, houve aumento de cerca de 30% na produção diária de leite por vaca quando os animais foram colocados no pasto no momento adequado (altura de 90 cm de entrada) em relação àquele normalmente utilizado pelos produtores que usam essa planta forrageira (140 cm de altura ou 35 dias de descanso; Da Silva, 2009). Tabela 2. Valor nutritivo da forragem colhida em pastos utilizados com base em metas de manejo e respeitando o ritmo de crescimento das plantas forrageiras. Forragem PB (%) FDN (%) FDA (%) Digest. (%) Tifton 85 17,2 67,0 27,4 78,0 Florakirk 18,2 63,9 25,8 76,1 Coastcross 17,5 65,5 27,2 74,1 Marandu 10,0 68,1 32,4 66,8 Xaraés 12,5 68,4 35,3 69,4 Mombaça 11,7 66,8 37,8 60,8 Tanzânia 10,5 76,4 ----- 67,9 Elefante (Cameroon) 14,6 65,1 35,9 58,9 Fonte: Da Silva, 2009. Com capim-elefante, aumentos da ordem de 18% na produção diária de leite por vaca têm sido registrados, além de aumentos em taxa de lotação (cerca de 40%) e produção de leite por hectare ou alqueire (cerca de 50%). Dessa maneira, fica claro que o conhecimento dos padrões de crescimento e acúmulo de forragem das plantas forrageiras é muito importante porque permite controlar a composição da forragem produzida por meio de ajustes no intervalo de pastejo ou no período de descanso dos pastos. Caso um período de descanso muito longo seja utilizado, o pasto diminui a produção de folhas e aumenta a produção de colmos e material morto, componentes que são rejeitados pelos animais em pastejo e normalmente se acumulam na base dos pastos, formando a “macega” que, em geral, dá origem a ações como roçada e uso do fogo ao final do período seco e início do período chuvoso seguinte (Da Silva, 2009). MANEJO DO PASTEJO O pastejo corresponde à ação de colheita da forragem produzida por meio dos animais em pastejo. Dessa forma, manejá-lo significa manejar o processo de colheita da forragem produzida e disponível nos pastos, o que requer conhecimento para identificar o momento correto de início do processo e as características da forragem nesse ponto que afetam e determinam o consumo e o desempenho animal. Como a planta cresce e acumula forragem em velocidades diferentes, em função de condições climáticas, fertilidade do solo e uso de práticas como adubação e irrigação, o ponto ideal de colheita ocorre a intervalos de tempo variáveis, o que impõe a necessidade de monitoramento constante dos pastos e planejamento do processo de pastejo na fazenda, um hábito essencial, porém raro entre produtores e técnicos (Da Silva, 2009). A realização do manejo do pastejo com base nas metas de manejo significa trabalhar com períodos de descanso variáveis, mais curtos quando as condições de crescimento forem favoráveis às plantas e mais longos quando forem desfavoráveis. Isso quer dizer que, para uma mesma planta forrageira, numa mesma fazenda, o intervalo de pastejo irá variar de um piquete para outro e de uma época do ano para outra, assim como de ano para ano, fato que aparentemente cria um grande problema para quem maneja os pastos (Da Silva, 2009). As variações no período de ocupação, aliadas a um aumento de frequência de pastejo, têm sido uma das estratégias mais eficiente no controle do crescimento da pastagem. Entretanto, o dimensionamento dos piquetes depende do período de ocupação: quanto menor este período, maior o número de divisões. Sistemas baseados em períodos de ocupação de um dia seriam reduzidos a meio dia por ocasião da aceleração do crescimento da pastagem, o que poderia, muitas vezes, dificultar a logística de troca de piquetes. Por esse motivo, normalmente têm sido planejados sistemas baseados em períodos de ocupação de dois dias, utilizando-se apenas um dia quando a velocidade de crescimento estiver acelerada (Carnevalli, 2009). Para calcular o número e tamanho dos piquetes, vários fatores devem ser considerados: potencial da espécie forrageira a ser utilizada, tamanho do animal e consumo estimado de forragem, lotação estimada, período de ocupação e densidade volumétrica do pasto. Para a realização das medições de altura no campo, o percurso deve ser errático ou em ziguezague, evitando locais que apresentam formigueiros, cupins, e pontos extremos (muito altos ou muito baixos), os quais, por algum motivo, foram evitados pelos animais. Na área ou piquete a ser medido, a recomendação tem sido a medição de 10 a 20 pontos a cada 2.000 m2, sendo que esta variação ocorre de acordo com as condições locais. Quanto maior a uniformidade do pasto e menor o tamanho do piquete, menor o número de pontos necessários para a obtenção de uma medida representativa. O valor da altura é obtido por meio de medição do plano superior médio de folhas, sem esticar ou comprimir os perfilhos (Carnevalli, 2003). A frequência de monitoramento da altura mais utilizada tem sido uma vez por semana em todos os piquetes com altura próxima à altura meta de pastejo (Carnevalli, 2009). Os piquetes que compõem a área de pastagem rotacionada podem apresentar taxas de crescimento diferenciadas dentro do mesmo período de tempo devido a vários fatores, como: diferenças nos tamanhos de piquetes, proporcionando variações na quantidade de fertilizantes; manchas de fertilidade de solo; diferenças de topografia; sombreamento; índice de área foliar residual, entre outros. Desta forma, a ordem de entrada nos piquetes deve ser estabelecida pela sequência decrescente dos valores médios de altura; a sequência numérica de entrada nos piquetes nem sempre é respeitada (Carnevalli, 2009). Uma simulação poderá exemplificar um procedimento de cálculo de piquetes. Vamos considerar a utilização de uma pastagem de capim-mombaça em condições específicas, que permitiriam uma lotação de 8 UA/ha e 50 vacas em lactação com peso médio de 600 kg. Cada vaca representaria 1,33 UA (600 kg ÷ 450 kg), e 50 vacas representariam 66,66 UA. O tamanho da área a ser rotacionada seria de 8,33 há (66,66 UA ÷ 8 UA/ha). Cada animal consumiria, nesta simulação, 2% do peso vivo de forragem, ou seja, 12 kg de MS; assim, o consumo do grupo todo seria de 600 kg de MS (12 kg x 50 vacas). Adicionando uma porcentagem de perdas de 20%, a remoção diária de forragem pelas 50 vacas será de 720 kg de MS/dia. Considerando que os animais entrariam nesse pasto na altura meta de 90 cm e saída de 40 cm, haveria remoção de 50 cm do pasto. Considerando uma densidade volumétrica do capim-mombaça de 70 kg de MS/cm/ha, em 50 cm haveria uma remoção de 3.500 kg de MS/ha. Para alimentar as 50 vacas em um dia de ocupação seria necessária uma área de 2.057 m2 (720 kg MS ÷ 3.500 kg MS/ha). Para dois dias de ocupação, a área de cada piquete seria de 4.114 m2 cada. A área necessária de 8,33 há seria dividida em 20 piquetes de aproximadamente 4.200 m2 cada. Na verdade, este número de piquetes é aproximado, já que depende de várias estimativas. Desta forma, se após os cálculos a aplicação no campo permitir um ou dois piquetes a mais ou a menos, isso não irá interferir no manejo do pastejo. Vale lembrar que dividir a área em 20 piquetes com dois dias de ocupação não significa que o período de descanso será de 38 dias (NP = (PD/PO) + 1), como se preconizava no passado. Os piquetes serão apenas identificados e pastejados conforme a sequência de alcance da altura meta, cada qual com sua velocidade de crescimento. Piquetes que apresentarem maiores taxas de crescimento em função de maiorfertilidade de solo, ou que receberem dosagem de nitrogênio mais elevada, ou, ainda, que mantiverem um IAF residual mais alto após o pastejo, terão períodos de descanso mais curtos que os piquetes que apresentarem menores taxas de crescimento. O período de descanso varia conforme a condição de cada pasto e é condicionado pela disponibilidade dos fatores de crescimento e índice de área foliar residual; portanto, não é objetivo encontrar um período de descanso caracterizado por um número de dias (Carnevalli, 2009). Na realidade, quando se usam as metas de manejo e a movimentação dos animais pelos pastos da fazenda é feita com base nelas, o manejador está trabalhando em conformidade com a qualidade do ambiente de que dispõe e respeitando os limites de tolerância e resistência da planta forrageira ao pastejo, assegurando produção e persistência dos pastos. Dessa maneira, o manejador pode ir ajustando o período de descanso em conformidade com o ritmo de crescimento dos pastos, de forma a assegurar que os animais sempre entrem nos piquetes na meta recomendada (Da Silva, 2009). Situações de ajuste são necessárias quando, por exemplo, são necessários 4 piquetes em uma semana e ao monitorar os pastos detecta-se que estarão chegando 6 piquetes, sabe-se de antemão que existe uma sobra de forragem antes da entrada dos animais nos piquetes e que, neste caso, corresponde a 33% (2 piquetes em 6). Desta forma, utilizam-se 4 piquetes e pulam-se os dois excedentes como forma de assegurar que os demais continuarão sendo colhidos no ponto ideal. Os dois piquetes que sobraram podem ser pastejados por outro lote de animais (aumento da taxa de lotação) ou colhidos para conservação de forragem de qualquer tipo (fenação ou ensilagem). O importante é que a forragem excedente tenha valor nutritivo tão bom quanto aquele da forragem que os animais colheram via pastejo, uma vez que foi colhida no mesmo ponto. Por outro lado, se ao invés de 4 piquetes, sabe-se que apenas 2 estarão chegando, fica claro que, a partir daquela semana, começa a ocorrer falta de forragem no pasto (50% - 2 piquetes em 4) e está na hora de reduzir a taxa de lotação e/ou iniciar o fornecimento de forragem suplementar (pode ser excedente colhido anteriormente na época das sobras), como forma de permitir um aumento no período de ocupação dos pastos utilizados e, com isso, ampliar o período de descanso, favorecendo atingir as metas de entrada (Da Silva, 2009). Em princípio, a lógica e a rotina de manejo são as mesmas, ou seja, aumento ou diminuição da taxa de lotação e/ou conservação de forragem ou suplementação volumosa, respectivamente. A diferença é que o excedente ou déficit é detectado antes do pastejo e a decisão sobre o que fazer é facilitada, uma vez que se detecta o problema no começo e se tem tempo hábil para a escolha da melhor solução possível para cada situação específica. Na condição de número fixo de dias de descanso e ocupação, quando ocorrem excedentes e déficits, em geral o que se observa no campo é sobra de forragem e pastos muito altos no momento da retirada dos animais dos piquetes, ou pastos extremamente “batidos”, quase sem folhas, e animais esperando para serem trocados de piquete ao lado do colchete da cerca. De um jeito ou de outro, o problema já aconteceu e a solução vem sempre atrasada, o que costuma fazer que as decisões de manejo sejam tomadas de forma precipitada e normalmente equivocada, causando prejuízos para plantas e animais. Esse quadro de erros e acertos torna-se cada vez pior quanto mais rápido a planta cresce e, consequentemente, maior é a estacionalidade de produção de forragem, condição essa que costuma estar associada com pastagens manejadas com elevadas doses de fertilizantes, em particular nitrogênio, e irrigação (Da Silva, 2009). CARACTERÍSTICAS DO DOSSEL FORRAGEIRO Intervalo entre pastejos e número de pastejos Nos trabalhos de Voltolini et al., (2010a) e Voltolini et al., (2010b) foram comparados dois intervalos de pastejo no capim-elefante: 95,47% de IL vs. 26 dias de descanso fixo ou 97,91% de IL. Esses autores observaram que o intervalo de pastejo com IL 95% foi significativamente inferior (19,4 dias) quando comparado ao intervalo fixo de 26 dias, permitindo desta forma 4,12 ciclos de pastejo contra 2,96 ciclos com o intervalo fixo de 26 dias. Esse comportamento foi semelhante aos reportados por Pedreira et al., (2009) que avaliaram três intervalos de pastejo (95%; 28 dias fixos e 100% de IL) de pastagens de capim- braquiária cv. Xaraés e encontraram períodos de descanso de 22; 27,7 e 31,7 dias com 6; 5 e 4 ciclos de pastejo respectivamente. De acordo com Carnevalli (2003), a interceptação luminosa foi a principal determinante do intervalo entre pastejos no capim-mombaça, na qual observou que tratamentos de 95% de IL apresentaram intervalos entre pastejos menores (22 a 25 dias) que os tratamentos de 100% de IL (31 a 40 dias) durante a primavera e verão apresentando maior número de pastejos no ano (7,6 pastejos) que pastos manejados com 100% de IL (5,9 pastejos). De forma semelhante, Barbosa et al., (2007) compararam os tratamentos de 90, 95 e 100% de IL no capim-tanzânia e observou 6,5; 5,5 e 4,5 ciclos de pastejo respectivamente, resultado que levou a um maior intervalo entre pastejos para a condição de 100% de IL quando comparado a 90 e 95% de IL. Bueno (2003) em estudo com capim-mombaça verificou menores intervalos entre pastejos (23,5 vs. 36 dias) no período de primavera-verão nos tratamento de 95 e 100% de IL respectivamente. Carareto (2007) observou menor intervalo entre pastejos na condição de 95% de IL (23 dias) quando comparado a intervalos fixos de desfolha (27 dias) no capim elefante. Souza Júnior (2007) e Sarmento (2007) observaram que pastos de capim-marandu submetidos a pastejos com 95% de IL apresentaram maior número de pastejos (6,5 ± 0,45) que aqueles com 100% de IL (4,9 ± 0,46), verificando-se que no verão o intervalo entre pastejos foi menor para o manejo de 95% de IL (45 dias) quando comparado a 100% de IL (60 dias). Outro fator que pode alterar o intervalo entre pastejos é a altura de resíduo ou pós-pastejo utilizada. Uebele (2002) em estudos com capim-mombaça relatou que nos pastejos iniciados com 100% de IL, tratamento de resíduo de 50 cm apresentou um intervalo entre pastejos mais curto que o de 30 cm na estação de primavera/verão (33 vs. 39 dias). Carnevalli (2003) obteve um maior número de ciclos de pastejo para o resíduo de 50 cm (7,0 ± 0,49) em relação a 30 cm (6,5 ±0,49). No trabalho de Bueno (2003) com capim-mombaça, o intervalo médio entre pastejos foi inferior para o resíduo de 50 cm (28,5 dias) em relação ao resíduo de 30 cm (31 dias). Da mesma forma, Sarmento (2007) e Salim Souza (2007) verificaram que a altura de pós-pastejo de 15 cm resultou em maior número de pastejos (6,4 ± 0,46) que a altura de pós-pastejo de 10 cm (5,0 ± 0,48) em capim-marandu. Esses resultados também corroboram os de Barbosa et al., (2007) que obtiveram com resíduo de 50 cm 5,7 ciclos de pastejo contra somente 4,7 ciclos quando o resíduo situava-se com 30 cm. Questões também relacionadas ao período do ano também podem interferir no intervalo entre pastejos e consequentemente no ciclo de pastejos como pode ser analisado no trabalho de Uebele (2002) que observou durante a época de primavera/verão, época de crescimento vegetativo das plantas, os pastos com resíduo de 50 cm se recuperaram mais rápido, resultando no menor período de descanso em relação a aqueles de resíduo 30 cm. No entanto, durante o outono/inverno, época de crescimento reprodutivo e florescimento das plantas, o comportamento foi inverso, com pastos de resíduo 50 cm demorando mais para se recuperar que pastos comresíduo 30 cm, provavelmente consequência da maior proporção e intensidade de florescimento naquelas condições. Pastos manejados com 50 cm de resíduo apresentaram florescimento mais intenso que os de resíduo de 30 cm. Esse comportamento relacionado ao período do ano também pode ser verificado em outros experimentos (Carnevalli, 2003; Bueno, 2003). Massa forragem pré-pastejo De acordo com Bueno (2003) a massa de forragem pré-pastejo em capim-mombaça foi menor para os tratamentos com 95% de IL (5.500 kg/MS/ha) quando comparados a 100% de IL (7.340 kg/MS/ha). Barbosa et al., (2007) observaram que a massa de forragem pré-pastejo no capim-tanzânia foi maior no tratamento 100% de IL (6.640 kg/MS/ha) em relação aos tratamentos com 95 e 90% de IL respectivamente (4.990 e 4.280 kg/MS/ha). Uebele (2002) também observou o mesmo padrão de acúmulo, verificando que pastos com tratamento de 95% de IL apresentaram massa de forragem pré-pastejo inferior (5.405 kg/MS/ha) a tratamentos com 100% de IL (8.085 kg/MS/ha). Sarmento (2007) obteve como resultado no capim-marandu maior massa de forragem pré-pastejo quando o mesmo estava com 100% de IL (8.260 kg/MS/ha) em comparação com o tratamento de 95% de IL (7.100 kg/MS/ha). O mesmo ocorreu no experimento de Pedreira et al., (2009) com valores de 4.800 kg/MS/ha em 100% de IL e 2.230 kg/MS/há no tratamento com 95% de IL. Bueno (2003) cita que a massa de forragem maior no tratamento de 100% em comparação a 95% de IL foi devido a um período de crescimento mais longo e com maior incremento de colmos e material morto. Massa de forragem pós-pastejo Barbosa et al., (2007) observaram que a massa de forragem pós-pastejo foi superior no tratamento com resíduo de 50 cm (4.070 kg/MS/ha) em relação ao resíduo de 25 cm (2.260 kg/MS/ha) no capim-tanzânia durante o período de outono/verão. Resultados semelhantes também foram observados por Uebele (2002) que obteve como resultado maiores quantidades de forragem pós-pastejo para o resíduo de 50 cm (4.550 kg/MS/ha) em comparação ao resíduo de 30 cm (2.555 kg/MS/ha). Bueno (2003) também verificou maior massa de forragem pós-pastejo no capim-mombaça quando o resíduo apresentava-se com 50 cm (4.460 kg/MS/ha) quando comparado ao resíduo de 30 cm (2.430 kg/MS/ha). No capim-marandu, Sarmento (2007) verificou maior massa de forragem pós-pastejo no resíduo de 15 cm (3.740 kg/MS/ha) em relação a 10 cm (2.690 kg/MS/ha), verificando que esses resultados se justificam devido a uma maior colheita de forragem no grupo com resíduo menor (10 cm) em comparação ao grupo de maior resíduo (15 cm). Quantidade total de MS produzida Barbosa et al., (2007) observaram que a produção total de MS no capim-tanzânia foi a mesma nos tratamentos de 95% (13.530 kg de MS/ha) e 100% de IL (12.170 kg/MS/ha); entretanto foram maiores em comparação ao tratamento com 90% de IL (10.590 kg/MS/ha). Da mesma forma, Carnevalli (2003) não encontrou diferenças na produção de MS do capim- mombaça nos tratamentos 95 e 100% de IL respectivamente (22.410 vs. 22.590 kg/MS/ha), assim como Sarmento (2007) que verificou no capim-marandu a não existência de diferença na produção de forragem entre os tratamentos com 95 e 100% de IL (14.780 vs. 16.940 kg/MS/ha). Bueno (2003) no capim-mombaça também não verificou diferenças significativas entre os tratamentos com 95 e 100% de IL (24.410 vs. 22.590 kg/MS/ha), da mesma forma que Uebele (2002) que verificou produção total de MS de 22.720 e 22.630 kg/MS/ha para os tratamentos de 95 e 100% de IL respectivamente no capim- mombaça. Entretanto, Pedreira (2006) obteve resultados diferentes, no qual identificou que o acúmulo total de forragem foi inferior no tratamento de 95% de IL (17.380 kg/MS/ha) quando comparado a 100 de IL% (22.760 kg/MS/ha). Souza Júnior (2007) não verificou alteração no acúmulo total de forragem entre os tratamentos de 95 e 100% de IL em capim-marandu (14.780 kg/MS/ha vs. 16.940 kg/MS/ha). Quantidade de folhas, hastes (colmos) e material morto De acordo com Carnevalli (2003) em capim- mombaça os tratamentos de 100% de IL apresentaram uma expansão acumulada de folhas por pastejo 33% superior aquela dos tratamentos com 95% de IL. No entanto, o número de pastejos no tratamento de 95% foi maior, de forma que a expansão acumulada de folhas no ano foi de 25.900 kg/MS/ha para 95% de IL e 24.540 kg/MS/ha para 100% de IL. A senescência média acumulada de folhas foi de 7.950 kg/MS/ha para 95% de IL e de 12.920 kg/MS/ha para 100% de IL, gerando desta forma uma senescência acumulada de folhas dos tratamentos com 100% de IL de 4.970 kg/MS/ha maior que a do tratamento com 95% de IL. Sendo assim, Carnevalli (2003), verificou que o acúmulo líquido de lâminas foliares no ano (expansão – senescência) foi de 17.950 kg/MS/ha para os tratamentos de 95% de IL e de 11.620 kg/MS/ha para os tratamentos de 100% de IL. Já para o alongamento de hastes durante o ano, foram observados 7.450 kg/MS/ha para o tratamento com 95% de IL e 15.140 kg/MS/ha para o tratamento com 100% de IL. De forma semelhante, Bueno (2003) obteve como resultado maiores proporções de material morto na massa da forragem de capim-mombaça nos tratamentos com 100% de IL (7,8%) em comparação ao tratamento com 95% de IL (6,6%). Em relação à proporção de material vivo, o tratamento de 95% de IL apresentou maiores taxas (93,6%) em relação ao tratamento com 100% de IL (90,5%), sendo que a proporção de folhas na massa de forragem pré-pastejo também foi superior (82,9 vs. 74,5%, respectivamente). Entretanto, a produção de hastes na massa de forragem foi maior para o tratamento com 100% de IL (14,7%) quando comparado ao tratamento com 95% de IL (8,0%). Barbosa et al., (2007) analisaram o acúmulo de MS folhas de capim-tanzânia entre os tratamentos com 95 e 100% de IL e obteve como resultados valores de 9.330 e 7.390 kg/MS/ha, respectivamente. O acúmulo de colmo foi maior no tratamento com 100% de IL (4,3 e 5,7 cm/perfilho) do que no tratamento com 95% de IL (2,2 e 1,7 cm/perfilho) nas épocas de primavera e verão respectivamente. Pedreira et al., (2009) verificaram maior proporção de colmos nos tratamentos com 100% de IL (1.880 kg/MS/ha) quando comparados aos de 95% de IL (1.260 kg/MS/ha) na massa de forragem pós-pastejo. Já na massa de forragem pré-pastejo foi observado valores de 845 e 205 kg/MS/ha, respectivamente. Em relação à massa de folhas pré-pastejo foi observada 88,5% para o tratamento com 95% de IL e 81,6% para 100% de IL. No experimento de Sarmento (2007) foi concluído que na massa de forragem pré-pastejo de capim-marandu a proporção de folhas foi maior nos tratamentos com 95% de IL (51,8%) em comparação ao tratamento com 100% de IL (41,9%) no período de primavera, não observando, entretanto esses mesmos resultados no verão e outono. A proporção de colmos e material morto no pré-pastejo da primavera também foi maior no tratamento com 100% de IL (41,5 e 16,6%) em comparação ao tratamento com 95% de IL (39,1 e 9,1%) respectivamente. Voltolini et al., (2010a) relataram que não houve diferença na massa de folhas pré-pastejo para os tratamentos com 95,47 e 97,91% de IL respectivamente (3.440 e 3.250 kg/MS/ha), entretanto para massa de material morto pré-pastejo (330 vs. 425 kg/MS/ha) e pós- pastejo (300 vs. 360 kg/MS/ha) respectivamente foram diferentemente significativos. Houve tendência (P=0,10) de maior massa de folhas (820 vs. 732 kg/MS/ha) para o tratamento de 95,47% em relação ao tratamento com 97,91de IL. Qualidade da MS produzida Bueno (2003) avaliou a composição química do capim-mombaça submetido aos tratamentos com 95 e 100% de IL e verificaram teores de PB na massa de forragem pré-pastejo de 11,2 e 9,0% respectivamentedurante 1 ano de experimento, devido ao menor intervalo entre pastejos (95% de IL) certamente pelo fato de a maior frequência de pastejo ter proporcionado a colheita de tecidos mais jovens, ao passo que a menor frequência favoreceu o declínio dos teores de PB da forragem, consequência do processo natural de maturação das plantas. Para os teores de fibra insolúvel em detergente neutro (FDN) na massa de forragem pré-pastejo foi verificado que o tratamento de 95% de IL obteve menores valores no período de primavera (67,4%) e outono inverno (67,5%) quando comparado ao tratamento 100% de IL (68,6 e 68,8% respectivamente). Para fibra insolúvel em detergente ácido (FDA) foi observado menores valores no tratamento 95% de IL (38,1%) em relação ao tratamento 100% de IL (39,7%). Esses resultados levaram também a uma maior digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO) com valores de 58,1% para o tratamento com 95% de IL e 55% para 100% de IL. Voltolini et al., (2010a) observaram no capim- elefante que os teores de FDN e FDA foram menores no tratamento com 95,47% de IL (65,07 e 35,88% respectivamente) em comparação ao tratamento com 97,91% de IL (66,99 e 37,05% respectivamente), não ocorrendo entretanto diferenças nos valores de PB. Sarmento (2007) encontrou valores de PB em capim- marandu no pré-pastejo de 9,3 e 8,5% para os tratamentos de 95 e 100% de IL respectivamente, entretanto estes valores não apresentaram diferença significativa. Em relação a FDA foi verificado menores valores no tratamento 95% de IL (33,8%) em relação a 100% de IL (35,8%). De forma geral, os tratamentos com pastejos iniciados com 95% de IL pelo dossel forrageiro resultaram em forragens com valores mais elevados de proteína e digestibilidade em consequência das maiores proporções de folhas e menores proporções de hastes e material morto na massa de forragem pré-pastejo. Desempenho animal e taxa de lotação No trabalho de Voltolini et al., (2010b) foram comparados o desempenho na produção de leite de vacas Holandesas nos tratamentos com 95,47 e 97,91% de IL. Foi concluído que a produção de leite, a produção de leite corrigida para 3,5% de gordura, a composição nutricional do leite (gordura, proteína, lactose e sólidos totais), o nitrogênio ureico no leite e o nitrogênio ureico no plasma não foram influenciados (P>0,05) pelas frequências de pastejo. Entretanto, foi relatado que a diferença na produção de leite entre as vacas das duas frequências de pastejo foi de 2,63 kg/dia ou quase 19% a mais na produção de leite. Houve aumento nas taxas de lotação (8,27 vs. 5,85 UA/ha) e na produção de leite por área (114 vs. 75 kg/ha/dia), respectivamente. Hack (2004) observou maior média de produção de leite de vacas em capim- mombaça pastejados com 90 cm (95% de IL; 14 kg/vaca) em comparação ao tratamento em que a desfolha se iniciava aos 140 cm (10,8 kg/vaca). Carareto (2007) em estudo com vacas leiteiras em capim elefante obteve maior produção de leite (12,59 vs. 10,94 kg/dia) e leite corrigido para 3,5% de gordura (13,46 vs. 11,74 kg/dia) em vacas manejadas com tratamento de 95% de IL em relação ao manejo fixo de intervalo entre desfolhas com 27 dias. Houve também maior produção de leite por ha/dia (84,66 vs. 59,28) respectivamente para 95% de IL e 27 dias de intervalo fixo entre desfolhas. Difante et al., (2010) avaliou em capim-tanzânia o desempenho de novilhos Nelore no tratamento com 95% de IL e dois resíduos (25 e 50 cm). Foi observado menor ganho de peso diário (664 vs. 801 gramas/dia), maior conversão alimentar (10,3 vs. 8,9 kg MS consumida/kg ganho de peso) e maior taxa de lotação (6,1 vs. 4,9 animais de 300 kg/ha) respectivamente. Os autores mencionaram que o maior ganho de peso dos animais submetidos aos pastos manejados com altura de resíduo de 50 cm pode ser justificado pelo maior consumo diário de forragem (10% superior) em relação aos animais submetidos aos pastos manejados com altura de resíduo de 25 cm e da maior proporção de folhas no estrato acima de 50 cm, componente morfológico de maior valor nutritivo, fato justificado por Carvalho et al., (2001) que ressaltam que, quando os animais passam a ter que consumir os estratos mais baixos do pasto, a massa do bocado torna-se menor, fruto da diminuição da altura das plantas, que acarreta menor profundidade do bocado, e da diminuição da área do bocado, em resposta ao aumento da densidade da forragem, o que pode limitar o consumo de forragem e o desempenho dos animais, fato que pode ter ocorrido quando o pasto foi manejado com altura de resíduo de 25 cm. Em contrapartida, pastos manejados com altura de resíduo 25 cm apresentaram maior taxa de lotação que pastos manejados com altura de resíduo 50 cm, consequência da maior intensidade de pastejo e da remoção de forragem ocasionadas por esse manejo, fazendo com que os animais permanecessem nos piquetes até consumir a forragem presente nos estratos acima de 25 cm. CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa brasileira sobre manejo de pastagens avança no sentido de se conhecer melhor a ecofisiologia das plantas forrageiras com o interesse de se entender os mecanismos intrínsecos que levam ao incremento no conhecimento teórico-prático da interação solo-planta animal. De acordo com os estudos realizados até o presente momento, a utilização do manejo do pastejo baseado na interceptação de 95% da luz incidente, é uma forma eficaz de se obter elevadas produções de MS com excelente qualidade de forragem (colheita no momento ideal, com maior quantidade de folhas e menor de hastes e material morto) na qual permite uma maximização tanto no desempenho individual quanto por área, resultando desta maneira, em alta produtividade animal. Fato interessante nesta nova visão sobre manejo do pastejo está na simplicidade do sistema, baseado não mais sobre calendários fixos de entrada e saída de animais do piquete, mas sim por meio da altura do dossel forrageiro. REFERÊNCIAS ALLDEN, W. G.; WHITTAKER, A. M. The determinants of herbage intake by grazing sheep: the interrelationship of factors influencing herbage intake and availability. Australian Journal Agricultural Research, v.21, p.755, 1970. BARBOSA, R.A. 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